Nosso Amor Manchado por Sangue - Capítulo 9
Octavian torce o pano para tirar o excesso de água e o desliza gentilmente sobre o antebraço de Henry, limpando seu corpo. À medida em que faz isso, observa envergonhado todas as marcas que havia deixado em seu corpo.
– Droga, agi como um animal… – ele murmura para si mesmo e continua limpando seu corpo.
– Sr. Solaram…? – Henry o chama com a voz fraca e está um pouco confuso.
– Ugh… meu corpo dói. – ele choraminga e tenta se levantar, mas Octavian o impede.
– Por favor, continue deitado. Estou limpando seu corpo.
– N-não, eu posso fazer isso!
– Shh, fique quieto. Fui eu quem fez esse desastre, então eu me encarrego da limpeza.
– Sim… – ele sussurra envergonhado e sente seu rosto ficar quente. Às vezes Octavian era estranhamente gentil.
– Ótimo, apenas relaxe. – Octavian sorri e continua a limpeza.
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– Krodo! – Adelea o chama ao vê-lo passar apressado pelo corredor.
– Adelea… – ele abaixa a cabeça, escondendo seu rosto.
– Tem notícias do Henry ? Estou muito preocupada! – ela o questiona aflita e tenta se aproximar, mas Krodo recua.
– O Sr. Soloram está com ele. Tenho certeza de que Henry está bem.
– O que aconteceu ? Sei que tem algo errado!
– Não posso te dizer, são ordens do Sr. Solaram. Por favor, não pergunte mais.
– Krodo… – Adelea o segura pelo antebraço e o puxa para perto bruscamente. Ele se surpreende e gira o rosto em sua direção o encarando com os olhos arregalados.
– Cuide dele, entendeu ? – ela murmura enquanto o encara com um olhar determinado.
– Sim.
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– Sr. Solaram. – Krodo fala ao entrar no escritório.
– Krodo, a quanto tempo está comigo ? – Octavian, que está parado em frente a janela do seu escritório, observando o jardim, o questiona de repente.
– Há muitos anos, senhor. Mais do que possa me lembrar. – Krodo responde rapidamente, apesar de estar confuso com aquela pergunta.
– É bom saber que não sou o único ruim com datas aqui. – ele ri e se vira, o encarando com um olhar extremamente tranquilo.
– Krodo, eu tenho um plano ousado em mente, que se falhar, ambos morreremos.
– E se funcionar ?
– Serei a criatura mais influente desta cidadela, e você poderá ser livre. – Octavian fala confiante e o observa atento, esperando para ver qual seria sua reação.
– Livre…? – Krodo murmura. Nunca havia cobiçado ser livre, estar ao lado do seu mestre e servi-lo como um cão fiel era tão natural, que parecia ser o único caminho a trilhar.
– Então, Krodo, o que me diz ?
– Se tudo sair como espera, posso ter o que quiser em troca ?
– Alguma vez o seu mestre já mentiu para você ? – Octavian ergue uma das suas sobrancelhas. Não queria ter sua palavra posta a prova daquela maneira.
– Então eu o seguirei até o fim dessa jornada. – Krodo concorda rapidamente e logo depois se curva. Continuaria sendo o seu cão fiel até que Octavian alcançasse seu objetivo.
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Ao entrar no quarto, Octavian vê Henry na varanda, parado próximo ao parapeito. Ele está de olhos fechados e com um sorrisinho sereno em seus lábios, como se a brisa fria do final da tarde envolvesse seu corpo.
– Com fome ? – Octavian o questiona ao se aproximar. Henry se assusta e gira seu rosto para o lado.
– N-não… – ele responde envergonhado e um pouco assustado.
– Venha para dentro, precisamos conversar. – o vampiro segura sua mão direita e com a outra, arruma seu cabelo bagunçado pelo vento.
– C-certo! – Henry gira seu rosto para o lado, afastando o seu rosto e tentando esconder o seu rosto corado. Octavian sorri com sua reação e o guia para dentro, em seguida o ajuda a se sentar na cama.
– Ainda está com dor ? Deixei muitas marcas… – ele questiona enquanto desliza seu polegar sobre as marcas em sua nuca.
– Não, estou bem.
– Não precisa mentir, Henry. É nítido o quão desconfortável está, ou será que tudo isso é só medo de mim ? – Octavian o provoca e acaricia sua bochecha.
– Gostaria que me dissesse a verdade apenas uma vez. Estou cansado de fingir que acredito em tudo o que você diz. – ele agarra o seu rosto com força e o gira em sua direção.
– Ugh… Sr. Solaram, e-eu…- Henry hesita, não tinha mais desculpas ou motivos para continuar mentindo, mas não conseguia dizer a verdade.
– Sr. Solaram ? Me chame apenas de Octavian, como fez ontem a noite. – ele sussurra próximo ao seu ouvido. Henry se assusta e se encolhe.
– Como eu suspeitava, você realmente está com medo de mim. Mas não se preocupe, não vou fazer nada se disser o que preciso saber, entendeu ?
– S-sim! – ele murmura com dificuldade.
– Então me diga, quem mandou você drogar ? – Octavian solta seu rosto e fala em um tom mais gentil.
– O Sr. Demetrius. Ele me disse que estava com meu avô.
– E ameaçou matá-lo, não é ?
– Sim… – Henry murmura cabisbaixo.
– Ele te disse o que era aquela droga ?
– Não, eu só falei pessoalmente com o Mestre uma vez, alguns dias antes de vir para sua casa.
– E quais instruções recebeu ?
– Ele só me disse para vir até aqui e seduzi-lo, e que quando fosse o momento certo, Haldoc me daria a droga e me diria como usá-la.
– Só isso ? – Octavian ergue uma das suas sobrancelhas e ri. Aquele plano era tão idiota e previsivel, e mesmo assim, por pouco não teve sucesso.
– Sim! Eu juro!
– Tudo bem, eu acredito em você. – ele suspira e acaricia seu rosto.
– Agora que sabe toda a verdade, o que vai fazer comigo ? – Henry questiona ansioso, se Octavian o expulsasse, não teria para onde ir.
– Ainda não sei. – o vampiro o provoca, o deixando mais aflito.
– Octavian… por favor! Eu não tenho para onde ir! – Henry agarra sua mão e implora com uma expressão desesperada em seu rosto.
– Por que eu deveria deixar alguém que já me traiu continuar na minha casa ? Nada me garante que você não vai cometer o mesmo erro.
– E-eu entendo a sua desconfiança, mas por favor me deixe ficar. Farei qualquer coisa! – ele insiste e se aproxima. Estava disposto a tudo.
– Tem certeza ? Essas são palavras perigosas, ratinho… – Octavian segura seu queixo e se aproxima do seu rosto.
– Seu corpo está repleto de marcas e dolorido por minha causa. Não posso garantir que não vai mais se machucar.
– N-não importa! – Henry tenta parecer despreocupado, mas se sente realmente ansioso com suas palavras.
– Se você diz… – Octavian sorri e o beija.
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– Fez o que eu mandei ? – Octavian o questiona e bebe um gole de chá, ainda sentia sua garganta seca.
– Sim, fiz como o senhor mandou.
– Ótimo, então logo vamos poder começar.
– Haldoc acha que o plano do seu mestre realmente saiu como o esperado, então logo o senhor deve notar alguma movimentação.
– Pegue, envie isso o quanto antes. – Octavian abre uma das gavetas na sua mesa e tira uma carta de dentro dela, a entregando a Krodo.
– Sim, senhor. – ele guarda a carta, mas continua parado próximo a mesa, parecendo aflito com algo.
– Algum problema ? – o vampiro ergue uma das suas sobrancelhas.
– Henry está bem ?
– Sim, ele está ótimo. – Octavian sorri e deixa um longo suspiro sair.
– Certo. Com licença. – Krodo acena com a cabeça e sai apressado.
– Parece que não sou o único enfeitiçado pelos seus encantos…
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