Nosso Amor Manchado por Sangue - Capítulo 19
Octavian ergue sua cabeça e pisca os olhos lentamente algumas vezes, sentindo seu corpo entorpecido e sua mente confusa. Ele desvia seu olhar para baixo e vê suas mãos sujas com sangue, em seguida olha um pouco mais a frente e encontra três corpos empilhados.
– Tavian…! – o vampiro ouve uma voz feminina abafada e não consegue entender muito bem o que ela está dizendo. Octavian vira seu rosto para o lado e vê Vivienne, que o encara com um sorrisinho nos lábios e o rosto sujo de sangue.
– O que…? – ele murmura, tentando lembrar onde estava e o que estava acontecendo, mas de repente Octavian decide se levantar, ignorando Vivienne, e caminha com certa dificuldade sem um destino certo. Não sabia onde queria chegar, mas sentia que precisava se afastar e voltar a si.
Enquanto caminhava para longe, se apoiando nos móveis para não cair, ele ouve o barulho alto de uma explosão e seu corpo é empurrado para frente, se chocando bruscamente contra o chão e sendo atingido pelos escombros. Mesmo estando fraco e confuso, o vampiro se mantém consciente e ao tentar se levantar, sente uma forte dor de cabeça, além de um zumbido irritante em seus ouvidos.
– Arg…! – Octavian range os dentes e tenta se levantar mais uma vez, no entanto, ao desviar seu olhar para a parte inferior do seu corpo, percebe que sua perna direita estava ferida. Em uma situação normal, aquilo não seria um grande problema, mas naquele momento não tinha forças para tirar os escombros que haviam atingido sua perna.
– Ugh… droga! – ele resmunga, irritado.
– Octavian! – inesperadamente, uma voz masculina familiar grita seu nome. Octavian gira o rosto para o lado e vê Percival correndo em sua direção.
O médico se ajoelha ao seu lado e segura seu rosto com as duas mãos, se certificando de que ele estava bem.
– Octavian, vai ficar tudo bem…
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O vampiro abre seus olhos devagar e continua um pouco confuso, mas ao olhar ao redor rapidamente percebe que está preso em uma cela escura e úmida, infestada de ratos, Octavian tenta se mover, porém seus pulsos estão presos por correntes especialmente reforçadas para criaturas como ele, não havia forma de escapar.
– Tem alguém aí ? – Octavian grita.
– Vivienne! Vivienne, você está aqui ? – ele continua gritando, mas não há respostas, aparentemente era o único preso ali.
– Porra, por que estão me mantendo aqui ? – o vampiro esbraveja e começa a se debater, provocando um alto barulho de correntes se chocando contra o chão. Logo ele vê uma luz, que começa a tomar conta do local e ouve o som de passos se aproximando, descendo pelo o que parece uma escada de madeira. Octavian fica quieto, esperando para ver quem seria atrevido o suficiente para mantê-lo ali.
– Octavian… – Percival o observa com um olhar tristonho.
– Percival, por que diabos você…? – ele questiona confuso. Não esperava ser traído por um amigo tão querido.
– Não tivemos escolha, Octavian. Você estava fora de controle.
– Tivemos ? – o vampiro estreita os olhos, ligando os pontos rapidamente.
– Foi o meu pai quem tramou tudo isto, não foi ? – ele sorri.
– Sei que está irritado, mas você precisa entender que nós…
– Cale-se! – Octavian grita e avança em direção às barras de ferro, mas é impedido pelas correntes. Percival se assusta e se encolhe, seria impossível conversar naquele momento.
– Eu voltarei outra hora. – ele acena com a cabeça e se afasta.
– Eu vou te matar, Percival. Você não pode me manter preso aqui para sempre!
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Alguns dias depois.
Após dias sozinho naquela cela, Octavian está faminto e fraco, a única coisa que o mantinha firme era o ódio que alimentava em seu coração. Estava preso ali e sua amada estava lá fora sozinha.
– Vivienne… – ele sussurra seu nome, para se certificar de nunca esquecer, e fecha seus olhos, imaginando como seria tê-la em seus braços novamente.
– Finalmente está morto, garoto ? – Demetrius o questiona.
– Pai, eu nem te ouvi chegar…
– Ser silencioso é uma das vantagens de ser velho. – ele ri e tira um charuto de dentro do seu casaco, em seguida o põe em sua boca e acende.
– Onde a Vivienne está ? – Octavian, que estava de cabeça baixa, ergue os olhos e o encara com um olhar mortal.
– Morta. – Demetrius responde sem hesitar. O vampiro arregala seus olhos, sem acreditar no que tinha ouvido.
– Impossível, você está mentindo! – ele esbraveja.
– Achou mesmo que os Erarick deixariam ela fazer o que quisesse sem nenhuma consequência ? Que ingênuo… – Demetrius ri e traga um pouco de fumaça do charuto.
– Você sabe melhor do que ninguém que aquela vadia louca estava ficando fora de controle.
– Não fale assim dela, seu maldito! – Octavian grita furioso e avança, mas seu corpo é puxado de volta pelas correntes. Demetrius apenas sorri e traga mais um pouco de fumaça.
– Pelo jeito você precisa de mais alguns para pôr a cabeça no lugar. – ele suspira e dá as costas.
– Não, espera! Pai! – Octavian o chama, mas acaba sendo deixado sozinho novamente.
– Droga…
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Algum tempo depois, o vampiro ouve a porta do porão se abrir e alguém descer as escadas, mas ele continua imóvel, sem demonstrar interesse.
– Octavian. – Percival o chama, mas Octavian o ignora.
– Eu trouxe algo para você, então mesmo que esteja bravo comigo, por favor aceite. – ele se afasta da cela e abre uma pequena gaiola, tirando um coelho de dentro dela, em seguida quebra o pescoço do animal e o joga para Octavian, que não move nenhum músculo, demonstrando total desinteresse.
– Ainda está quente, coma antes de que o sangue fique frio. – Percival suspira e dá uma última olhada em seu amigo, logo depois pega a gaiola e sai, o deixando sozinho novamente.
Ao ouvir a porta se fechar, Octavian avança sobre o animal e morde seu pescoço, sugando o sangue rapidamente e sentindo finalmente um pouco de alívio. Não era o mesmo que se alimentar de um humano, mas não podia reclamar.
– Haa… que patético… – ele murmura e sorri, no entanto, seus olhos ficam marejados e ele se sente miserável.
– Acha que isto pode matar sua fome ? – a voz grotesca o questiona de repente, o provocando. Octavian suspira e se vira em sua direção, encarando aquela criatura sem forma definida no canto da cela, que havia se tornado sua única companhia.
– Somos monstros e precisamos de sangue de verdade. – ele se aproxima, ficando a poucos centímetros do rosto de Octavian.
– Se me deixar assumir o controle, posso nos tirar daqui… – a criatura sussurra e Octavian desvia seu olhar para o lado, tentando resistir às suas provocações. Não podia se entregar facilmente.
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