Nosso Amor Manchado por Sangue - Capítulo 18
– Octavian! – Demétrius fala com um sorrisinho ao vê-lo. No mesmo instante, os convidados desviam sua atenção para ele.
– Pai. – ele acena com a cabeça e se aproxima, em seguida estende sua mão direita e o cumprimenta com um firme aperto de mãos.
– Sabia que não iria me decepcionar, garoto… – o vampiro se inclina para frente e sussurra.
– Claro que não, pai. – Octavian também sussurra, mas logo se afasta, indo em direção aos convidados, que rapidamente se levantam.
– Octavian, que bom que está de volta. – um dos vampiros do Conselho Administrativo, estende sua mão direita e o cumprimenta com um sorrisinho em seu rosto.
– É bom estar de volta. – Octavian também força um sorriso gentil. Era nítido que estava mentindo, um herdeiro que deseja tomar conta do império do seu pai representa um grande perigo para homens gananciosos como ele.
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Após conversar enquanto bebe algumas doses de Bourbon, chega a hora do jantar. Rapidamente todos se acomodam à mesa e esperam ansiosos para comer.
– Espero que desfrutem desse jantar, mandei preparar as melhores peças que temos no viveiro! – Demétrius fala orgulhoso e logo depois acena com a cabeça para um dos empregos.
As portas laterais se abrem e um grupo de jovens, composto de homens e mulheres, entram e formam uma fila de cada lado, logo atrás das cadeiras dos convidados.
– E por último, a minha melhor peça… – ele se aproxima de Octavian e dá um tapinha em suas costas.
– Meu presente especial para você. De boas-vindas. – Demétrius sorri e acena com a cabeça. Em seguida uma mulher jovem entra no cômodo e se aproxima dos vampiros, parando ao lado de Octavian.
– Vamos, experimente! – ele o incentiva, mas Octavian hesita, sentindo seu estômago embrulhar. No mesmo instante, a moça desfaz o simples nó do seu vestido, fazendo com que a peça caia aos seus pés e deixe seu corpo nu a mostra. Todos os olhares se voltam para eles, esperando que Octavian falhasse e voltasse para a sua mansão, se trancando lá pelo resto da sua miserável vida.
Octavian começa a sentir a pressão, mas está decidido a dançar conforme a música. Mesmo que isso significasse se tornar um monstro.
– Obrigado pela refeição. – ele fala de forma educada e agarra a mulher pelos cabelos, puxando seu pescoço para perto e cravando as presas em sua pele. Ao sentir o gosto do sangue, uma memória há muito esquecida, enterrada no fundo do seu subconsciente, vem à tona e seus instintos tomam conta. Octavian a segura pela cintura e bebe tudo de forma descontrolada, até a última gota do seu delicioso sangue.
– Haa… – o vampiro suspira ao terminar de beber e solta a moça, que cai sem vida no chão.
– Estava delicioso. – ele acena com a cabeça e usa o dorso da mão para limpar o sangue que escorre pelo canto da sua boca.
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Octavian entra cambaleando no quarto e tenta chegar até a cama, mas acaba caindo no chão. Sua mente está confusa e sua visão turva, podia sentir o sangue daquela jovem percorrendo seu corpo, o que o deixava enjoado e ansioso.
– Ugh… – ele murmura e se encolhe no chão. Estava apavorado, com medo de perder o controle do seu corpo e agir como um monstro, algo que estava tentando desesperadamente evitar.
– Por que está resistindo, Octavian ? Essa é a sua natureza. – a voz feminina o questiona de repente. No mesmo instante, o vampiro ergue sua cabeça e vê a mulher que costumava carregar no medalhão em seu bolso, o encarando com um sorrisinho em seu rosto.
– O que…? – ele murmura confuso.
– Venha, não precisa mais resistir. – ela estende sua mão direita e continua sorrindo. Octavian estende sua mão e tenta se aproximar, quando repentinamente o rosto da mulher se torna borroso e seu sorriso macabro. Ele recua assustado, e começa a ouvir sussurros, como se alguém estivesse falando bem próximo ao seu ouvido.
– Não… não! – o vampiro esbraveja e tapa seus ouvidos.
– Octavian, querido… – ela se aproxima e o segura pelo braço, girando seu corpo e o recostando no chão.
– Venha comigo… – a mulher se senta em seu colo e segura seu rosto com as duas mãos. Octavian evita olhar em seus olhos, assustado com seu rosto e também consigo mesmo.
– N-não… para… – ele murmura com certa dificuldade e sente seu corpo pesado, como se não tivesse controle sobre ele.
– Vamos conquistar o mundo juntos… – a mulher sorri novamente e segura seu rosto com mais força, aproximando seu rosto devagar. Octavian tenta lutar para sair daquela situação, mas acaba perdendo a consciência.
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Londres, 1855.
– Por favor, alguém me aju… ah! – a prostituta corre pela rua deserta, assustada e ofegante. Sem nenhuma chance, a criatura que a perseguia consegue alcançá-la e a derruba no chão.
– Quieta, humana! – a voz feminina ordena irritada e a agarra pelos cabelos negros, puxando sua cabeça para trás e deixando seu pescoço a mostra.
– Ugh… por favor! – ela choraminga e começa a se debater, lutando para sair.
– Quieta! – a mulher esbraveja e morde seu pescoço, cravando suas presas na pele pálida e gélida da prostituta. Após sugar todo o seu sangue, ela levanta sua cabeça e deixa um longo suspiro sair, satisfeita e com a fome saciada, por enquanto.
– É incrível o quanto eles pode correr. – Octavian, que também havia acabado de se alimentar, se aproxima devagar e para ao lado do corpo da prostituta.
– Sim, como malditos ratos! – ela ri.
– Ela parece bem jovem… – o vampiro murmura e se agacha, observando seu rosto mais de perto e com um certo pesar em sua consciência.
– O que foi ? Está com pena ? São apenas humanos! – a mulher o agarra pela camisa e puxa o rosto de Octavian para perto do seu, o encarando com um olhar irritado.
– Não, não… eu só… – ele hesita e não consegue desviar os olhos da sua boca suja com sangue. Ela sempre fazia uma grande bagunça ao se alimentar.
– Pare de ser tão sentimental, Octavian. Nós somos superiores, e eles são apenas comida, não se esqueça disto. – ela o solta em um empurrão e se levanta.
– Claro, tem razão, Vivienne.
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