Nosso Amor Manchado por Sangue - Capítulo 14
– Sei que está aí, Hilal. – Octavian fala enquanto organiza alguns papéis na estante do seu escritório.
– Uau! Como descobriu ? – o vampiro ri e se aproxima, o abraçando por trás.
– Você se alimentou antes de vir. – ele suspira e se afasta.
– Vejo que o seu olfato continua tão bom quanto antes.
– Não tenho tempo para conversas idiotas, Hilal. Podemos ir direto ao assunto ? – Octavian puxa a cadeira e se senta. O vampiro revira os olhos e se senta sobre a mesa, próximo a ele.
– E continua chato também. Mas podemos chegar a um acordo, se você estiver disposto a pagar o preço.
– Você nem ouviu minha proposta ainda. Acha mesmo que pode fazer qualquer coisa ?
– Octavian, nós dois sabemos que eu sou o melhor! – Hilal se inclina para frente e o agarra pelo robe, puxando seu corpo para perto.
– Por isso você me chamou, não foi ? – ele sussurra e tenta beijá-lo, mas Octavian usa a sua mão para impedi-lo e afastar seu rosto.
– Hilal, chega de brincadeira.
– Ugh… okay! – Hilal bufa e o solta, se afastando logo depois.
– Então, o que você quer ?
– Quero que mate alguém.
– Bom, considerando que me chamou, deve ser um vampiro também. Quem é ?
– Meu pai.
– Quê ? Mas por quê ? – Hilal franze o cenho e o questiona confuso.
– Você não precisa saber o motivo, apenas me diga se vai fazer ou não.
– Posso, claro! Mas você sabe bem, que se algo sair mal, nós dois vamos cair.
– Você não estava se gabando por ser o melhor ? Isso deveria ser fácil. – Octavian o provoca e sorri.
– Eu sou o melhor, idiota! – ele esbraveja, o fazendo rir.
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– Que barulho é esse ? – Octavian murmura e se levanta, indo até a janela do seu escritório. Ao se aproximar, ele vê Henry e Adelea rindo e conversando no jardim de forma despreocupada.
O vampiro mantém seus olhos fixos em Henry, o observando maravilhado e sem se dar conta, um sorrisinho se forma em seus lábios. Nunca tinha o visto tão relaxado e sorridente antes, por isso não conseguia tirar seus olhos daquele ratinho adorável, que a cada sorriso, o deixava mais cativado.
– O que é isso…? – ele sussurra para si mesmo e repousa a mão sobre o seu peito esquerdo. Ao vê-lo sorrir daquela forma, um estranho sentimento surge em seu peito, o deixando meio atordoado e confuso. Se tivesse um coração capaz de pulsar, ele com certeza estaria prestes a sair pela sua boca.
– Que diabos… – Octavian balança a cabeça, afastando aqueles pensamentos absurdos e fecha a cortina.
– Preciso me concentrar. – ele murmura e se senta novamente, logo depois tenta focar sua atenção no trabalho que precisava fazer, no entanto, a imagem de Henry sorridente aparecia vez ou outra em sua mente, o distraindo.
– Porra, acho que me meti em problemas… – Octavian deixa um longo suspiro sair e se recosta na cadeira, se dando por vencido.
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– Adelea, de onde você… – Henry começa a falar animado, mas de repente se sente um pouco tonto, como se estivesse sem ar, e acaba deixando sua frase inacabada. Ele ergue suas mãos, tentando procurar por algum apoio, enquanto puxa o ar com força para os seus pulmões.
– Henry! – Adelea, que rapidamente percebe que ele não está bem, se aproxima e o ajuda a se apoiar, logo depois o guia para dentro da mansão.
– O que aconteceu ? – ela questiona preocupada e puxa uma cadeira, em seguida o ajuda a se sentar.
– O que está sentindo ? – Adelea pergunta, tentando entender o que estava acontecendo e assim poder ajudá-lo, no entanto, Henry continua ofegante e não consegue responder.
Por mais que puxasse o ar com todas as suas forças, senti que ele não chegava até os seus pulmões, por isso sua respiração ficava cada vez mais pesada, o deixando nervoso e ansioso.
– Merda… eu vou chamar o Sr. Solaram! – Adelea fala apavorada, mas Henry a segura pelo pulso.
– N-não… – ele murmura e a segura com mais força. Sem escolha, Adelea acaba cedendo e permanece ao seu lado.
Ela se ajoelha em frente a ele e segura firme suas mãos, tentando mostrar que Henry não estava sozinho e ajudá-lo a se acalmar.
– Tenta respirar devagar, okay ? Me acompanha. – Adelea inspira e expira devagar, garantindo que ele possa ouvi-la e assim seguir o seu ritmo.
– Isso, inspira… expira… – ela murmura e após algumas respirações, Henry começa a se acalmar.
– Se sente melhor agora ?
– Sim, me desculpe por te preocupar. – Henry se encolhe na cadeira envergonhado.
– O que aconteceu, Henry ?
– E-eu não sei… só fiquei tonto de repente e antes de que pudesse me dar conta, senti como se estivesse me afogando.
– Tenho certeza de que isso aconteceu porque você passou dias sem comer bem! – ela bufa e revira os olhos, irritada com sua teimosia. Por mais que insistisse para ele comer, Henry quase não tocou na comida enquanto Octavian estava fora.
– Sim, deve ser isso. – ele força um sorriso, tentando parecer bem.
– Poderia manter isso apenas entre nós ? Não quero preocupar os outros.
– Só se me prometer que vai se cuidar!
– Eu prometo! – Henry sorri novamente e acaricia os nós dos seus dedos.
– Certo, não contarei nada ao Sr. Solaram… – Adelea deixa um longo suspiro sair, se questionado se o que estava fazendo, era mesmo o certo.
– Obrigado.
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– Sr. Solaram ? – Krodo o chama ao bater à porta do seu escritório.
– Entre. – Octavian desvia seu olhar para a porta, que logo depois se abre. Krodo se aproxima da mesa e estende a carta em sua direção.
– Chegou isso para o senhor. É da casa principal. – ele o informa. Octavian encara a carta por alguns instantes, mas logo deixa um longo suspiro sair e a pega.
Ao ler seu conteúdo, seu rosto ganha uma expressão de incômodo e antipatia. Era nítido o quanto o seu pai o fazia se sentir incômodo.
– Preciso viajar em dois dias, prepare tudo. – Octavian se recosta na cadeira e deixa mais um longo suspiro sair.
– Sim, senhor. – Krodo acena com a cabeça e sai em seguida. Ao ficar sozinho, o vampiro amassa a carta e a joga no lixo próximo a mesa.
– Porra…
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