JOGO DE TESTE DE VIDA - Capítulo 280: A Batalha Final (12)
Tang Cuo salvou a tia Anna a tempo, mas, infelizmente, o Sr. Gilbert já havia sido morto em sua casa. Quando Tang Cuo o encontrou, ele estava caído na cadeira da sala, abraçando uma garrafa de vinho, como se tivesse adormecido. Não havia nenhum ferimento em seu corpo, e até seu rosto exibia um sorriso.
Ele morreu devido a um ataque mágico de natureza mental. A única coisa que se pode considerar um alívio é que ele já estava embriagado antes de morrer, o processo foi rápido e ele não sofreu dor. É possível até que ele nunca tenha sabido o que estava acontecendo lá fora, apenas imerso em seus próprios sonhos e nunca mais acordando.
A morte do alvo da missão é sempre algo complicado, e o Sr. Gilbert parece ter retornado à Nação da Lua Escondida somente hoje. Após sua chegada, ele se isolou em casa e começou a beber, com o número de pessoas com quem teve contato praticamente nulo.
Quem saberia que tipo de presente ele teria preparado para Cecilia?
Tang Cuo, com uma mentalidade de “matar um cavalo de pau”, perguntou à tia Anna e, como esperado, obteve uma resposta decepcionante. Felizmente, a tia Anna tinha trazido seu próprio presente e, quando Tang Cuo mencionou Cecilia, ela prontamente entregou-lhe o presente, pedindo que o entregasse em seu nome.
Era um lenço, com um bordado que a própria tia Anna fizera, e diziam que era inspirado no novo estilo do Reino das Cem Flores, com o fio do bordado impregnado com o aroma das flores.
Ao olhar para o painel de missões, a barra de progresso da missão secundária havia mudado para “Dedicado a Cecilia (13)”, restando apenas dois passos. Tang Cuo pegou a carta que o Sr. Gilbert havia trazido para Cecilia, mas a barra de progresso não mudou, o que indicava que a carta não era considerada um presente. O Sr. Gilbert ainda deveria ter preparado algo mais.
Tang Cuo fez uma inspeção cuidadosa no corpo e, em seguida, revistou todos os itens na carruagem, encontrando contas, flores para o cabelo, tecidos e vários outros adornos, mas nada que mexesse com a barra de progresso.
A missão estava estagnada aqui, travada. Luís XIV observava as ações de Tang Cuo com curiosidade, e até mesmo relaxou um pouco na invasão de alma, perguntando: “O que você está procurando?”
Tang Cuo: “Um presente.”
“Ainda para Cecilia?” A voz de Luís XIV estava cheia de dúvida. “Isso não faz sentido. Com a situação atual, você mal pode garantir a segurança de suas vidas, por que perder tempo procurando um presente?”
Tang Cuo: “Eu disse que você não entenderia.”
Luís XIV: “Ah?”
Tang Cuo: “Ninguém do Continente Sicilian entende. Isso envolve um segredo, um segredo sobre a verdadeira natureza do mundo.”
Mas como um simples presente para uma mocinha de uma padaria poderia ter algo a ver com a verdadeira natureza do mundo? Para Luís XIV, as palavras de Tang Cuo pareciam simplesmente uma enrolação. Mas Tang Cuo tinha um rosto naturalmente convincente, extremamente enganoso. Mesmo que agora estivesse usando o rosto de Theodore, seu tom calmo e sua expressão inalterada ainda faziam com que qualquer um sentisse que ele não estava mentindo.
E mais importante, Tang Cuo realmente não estava mentindo. O presente para Cecilia estava ligado à missão secundária, que por sua vez apontava para o calabouço, que representava a existência da Cidade da Noite Eterna.
O que é a Cidade da Noite Eterna?
É a verdadeira natureza do mundo.
Mesmo que Luís XIV fosse extremamente inteligente, não poderia adivinhar que o mundo em que ele vivia era apenas um calabouço, e ele mesmo era um NPC dentro desse calabouço. Ele estava confuso com as palavras de Tang Cuo e perguntou: “Você acha que isso vai chamar minha atenção e te dar tempo?”
Tang Cuo: “Foi exatamente isso que eu planejei.”
Luís XIV ficou mais uma vez surpreso com a franqueza de Tang Cuo. De repente, percebeu que aquele jovem estava muito distante da imagem que ele tinha de um descendente legítimo da família do Cavaleiro Branco.
E logo em seguida, Tang Cuo disse: “Se você quer cair na armadilha, fica a seu critério.”
Um leve riso se ouviu, mas Luís XIV não respondeu.
Tang Cuo continuou a procurar, com sua intuição de detetive, vasculhando rapidamente a casa do Sr. Gilbert em busca de pistas úteis. Luís XIV, vendo seu empenho, acreditou um pouco mais e perguntou: “O homem já está morto. Você acha que ainda pode encontrar algo?”
“Sim.”
Tang Cuo respondeu com certeza. Não se tratava de excesso de confiança, mas de uma conclusão baseada nos fatos. Pela temperatura do corpo e o nível de rigidez, o Sr. Gilbert já estava morto há algum tempo, antes de Tang Cuo ter acionado a missão secundária.
Mesmo com a severidade da Cidade da Noite Eterna, ela não daria uma missão impossível de completar, então a morte de Gilbert talvez aumentasse a dificuldade da missão, mas jamais bloquearia o caminho para a conclusão.
Ainda havia alguma pista que apontasse para o presente de Gilbert.
O céu não decepciona quem tenta com empenho, e Tang Cuo voltou à carruagem, onde finalmente encontrou uma pista.
Embora o Sr. Gilbert fosse conhecido por ter uma caravana, na verdade, ele estava sozinho na viagem. Quando partia da Nação da Lua Escondida, ele contratava alguns assistentes experientes para ajudá-lo a fazer compras em França. Tang Cuo perguntou à tia Anna, que confirmou isso, dizendo que o Sr. Gilbert sempre voltava sozinho.
Mas dentro da carruagem, além dos vestígios deixados pelo Sr. Gilbert e pela tia Anna, havia sinais de uma terceira pessoa.
Um pedaço de tecido rasgado estava preso na costura do banco. O pedaço de tecido era pequeno, com algumas linhas soltas, como se alguém tivesse se sentado ali, com a saia presa na costura e, ao levantar, rasgou a peça. As marcas deixadas pelo tecido eram bem recentes, mas o pedaço não pertencia ao Sr. Gilbert, cujas roupas estavam intactas e o tecido não combinava.
O Sr. Gilbert era relativamente rico e costumava usar roupas de boa qualidade, enquanto aquele pedaço de tecido parecia mais com algo usado por um operário ou um caçador de recompensas errante.
Em resumo, alguém havia voltado com o Sr. Gilbert. Não importava quem fosse, certamente ele e Gilbert haviam interagido durante a viagem, e talvez soubesse o que Gilbert tinha preparado para Cecilia.
Agora, o problema era: onde encontrá-lo?
Outra questão era: por que Jin Cheng ainda não o havia encontrado? Será que os membros da Aliança Ivy não haviam revelado sua localização?
Nesse momento, Jin Cheng já havia recebido informações sobre os movimentos de Tang Cuo, mas não podia se afastar. Depois de descobrir a existência do palácio subterrâneo, ele imediatamente enviou pessoas para investigar as possíveis entradas do palácio, mas, enquanto as investigações dentro da cidade ainda não tinham dado resultados, ele descobriu uma entrada fora da cidade.
Quando o sino da cidade soou, todos os portões de Lua Escondida foram fechados. Dez minutos atrás, um membro da Aliança Ivy, ferido, chegou até o portão.
A cerca de dez milhas de distância da cidade, nas vastas areias amarelas, havia uma entrada para o palácio subterrâneo. Quem a havia aberto era um grupo da seita Rosa, mas quando entraram, um reforço da Aliança Ivy, vindo do Ducado de França, os encontrou.
Seguiu-se uma batalha feroz, e os membros da Aliança Ivy perseguiram os inimigos até o palácio subterrâneo, deixando apenas um para levar a mensagem.
“Você está falando do Sacerdote da Roupa Branca?” Jin Cheng franziu a testa.
“Sim, ele estava mesmo de manto branco. Mas ele foi constantemente protegido, não atacou, então não podemos afirmar quão forte ele é.”
“O Ducado de França, Kyle está lá?” Jin Cheng perguntou de novo.
“Sim, ele também entrou!” O informante estava visivelmente emocionado. Kyle não havia mentido para ele, e ele conhecia Lancelot. O retorno de Kyle, seu velho conhecido, trouxe uma nova esperança para Jin Cheng, que agora começava a ter uma intuição: esse poderia ser um de seus aliados.
Se Chi Yan fosse Baz, excluindo ele e Leng Miao, o último seria Rong Yi. Se Rong Yi enfrentasse o Sacerdote da Roupa Branca, as coisas talvez não fossem tão terríveis.
Mas agora havia muita gente no palácio subterrâneo. A chegada de várias entradas tornava o lugar mais perigoso, e ainda havia tantas crianças lá dentro.
O problema mais grave era a falta de pessoal na superfície. Com a seita Rosa invadindo em massa, e a divisão do campo de batalha entre os andares, não era mais seguro. Se não conseguissem controlar os dois lados, o desastre seria iminente.
Nesse momento, Jin Cheng já estava no topo do maior sino da cidade
, apoiado na grade, olhando para a vasta Nação da Lua Escondida. Ele franziu a testa, ponderando rapidamente sobre os prós e contras, e não pôde deixar de se lembrar do rosto do rei. As palavras sinceras do rei ainda ecoavam em seus ouvidos, e Jin Cheng se questionou: ele conseguiria cumprir suas expectativas?
Sabendo que a Nação da Lua Escondida seria inevitavelmente derrotada, ainda valia a pena perseguir aquela ínfima esperança?
Ele olhou para o céu, onde o sol brilhava intensamente.
“Transmita a ordem: divida parte dos recursos para apoiar o palácio subterrâneo, proteger as crianças, proteger a esperança.” Jin Cheng finalmente tomou sua decisão. O processo levou apenas meio minuto, mas sua voz estava cheia de seriedade.
“Fiquem na superfície, segurem firmemente suas espadas e preparem-se para a morte. Pela esperança, por toda a justiça e retidão, por todo o sangue fervente e corações corajosos, jurem lutar até o fim.”
“A partir de agora, todos devem seguir minhas ordens com rigor.”
“Continuem a investigar a entrada do palácio subterrâneo, fechem-no completamente, para garantir que a seita da Rosa não consiga infiltrar-se novamente…”
“……”
Ordens eram ditadas por Jin Cheng, rápidas e sem confusão. Por fim, ele reiterou: “Theodore é nosso leal aliado. Se o encontrarem, coopere com suas ações a todo custo.”
Após falar, Jin Cheng olhou para os guardas atrás dele. “Quem está guardando o Poço do Tempo agora?”
O guarda, com expressão séria, respondeu: “Sua Majestade, o Rei.”
Jin Cheng estendeu a mão. “Tragam a bandeira para mim.”
O guarda entendeu imediatamente, pegou a bandeira de prata com a lua crescente, símbolo da realeza e do Reino Oculto da Lua, e a entregou a Jin Cheng. Jin Cheng pegou a bandeira, subiu rapidamente pela grade e a fixou no topo da alta torre do sino.
Este era o ponto mais alto de todo o Reino Oculto da Lua. O vento forte abriu a bandeira azul, e sob o sol escaldante, uma lua de prata se levantava. Jin Cheng olhou ao longe, gritou: “Toquem o sino!”
O guarda recebeu a ordem, agarrou o martelo do sino com ambas as mãos, apertou os dentes e usou toda a força que tinha—
“Bum!”
“Bum!”
“Bum!”
Este era o sino da guerra. Diferente dos sinos anteriores, as três badaladas representavam o sinal de uma luta até a morte. Uma para os deuses, uma para consolar os mortais, e uma para honrar a si mesmo.
Sob o som do sino, as pessoas do Reino Oculto da Lua levantaram os olhos, até mesmo os civis que se escondiam saíram de seus refúgios. Tang Cuo, é claro, também ouviu. Ele olhou para a bandeira balançando ao vento à distância, e para a pessoa que estava ao lado dela, e provavelmente entendeu sua determinação.
Ele estava sério.
Tang Cuo realmente havia hesitado.
Ele tinha planejado continuar seu caminho como vilão, fingindo que Luís XIV havia se reencarnado nele, infiltrando-se na seita da Rosa e destruindo-os de dentro. Afinal, eram fanáticos, e as palavras de Luís XIV se tornariam doutrina inquestionável.
Mas, quando Tang Cuo estava prestes a agir, ele se lembrou do primeiro ciclo de “A Morte do Poeta”, quando quebrou a magia do Poço do Tempo e viu a cena real após o que aconteceu.
Lancelot estava deitado no caixão, e Theodore também havia morrido em terras estrangeiras. A rosa branca brotou de seu coração e se espalhou por todo o Reino Oculto da Lua.
Ele era um verdadeiro cavaleiro, que sacrificou sua vida jovem para combater o mal. Corajoso, como os ancestrais da família do Cavaleiro Branco, sempre seguindo o mais antigo código dos cavaleiros, sem hesitar ou olhar para trás, até a morte.
A honra dos cavaleiros que eles protegeram por gerações não deveria ser destruída nas mãos de Tang Cuo. Se fosse ele mesmo, ele não teria medo das críticas de ninguém e não se importaria com a opinião dos outros. Mas agora, ele usava o corpo de Theodore, mesmo que fosse apenas um personagem de cópia.
Theodore, sem dúvida, era um herói. Tang Cuo não tinha nenhuma paixão por heróis, mas ele não queria que um herói fosse injustiçado, isso o incomodava. Tang Cuo também não poderia garantir que, ao usar a identidade de Theodore para se rebelar, ele seria capaz de limpar seu nome no final. Esse resultado era incerto.
Então, ele decidiu tentar outra abordagem, mesmo que isso exigisse mais esforço, mesmo que fosse apenas um personagem secundário.
Neste mundo, há muitas mentiras e verdades, muitas distorções. Nada é certo. Alguns buscam viver mesmo em meio à mentira, enquanto outros preferem morrer sem se curvar, é só uma questão de escolha.
Seu coração pulsante dizia a Tang Cuo: mantenha sua escolha neste momento.
Luís XIV, por sua vez, estava tocado e disse: “Tantos anos se passaram, e nada mudou. Naquela época, eles também avançaram um após o outro tentando me matar, como se a morte fosse a maior glória. Mas a maioria deles… ninguém vai lembrar o nome deles.”
Tang Cuo: “Mas também há aqueles que não querem que seu nome seja lembrado. Eles desejam que suas vidas desapareçam como um vento, sem que ninguém sinta tristeza.”
“Ah? Existe tal pessoa?”
“Claro que existe.”
Tang Cuo sempre se lembrava da frase no testamento de Baz: ‘E espero que a notícia da minha morte só chegue ao vento.’
“Você não entende, Luís XIV, assim como não entende o que é a verdadeira realidade deste mundo.” Tang Cuo olhou fixamente para a frente, onde, no final da longa rua, outros inimigos surgiam.
Ele desembainhou a espada novamente e, enquanto saía correndo, disse-lhe:
“Não entende, não deve falar sem saber.”
No mesmo momento, no Poço do Tempo. Frente ao som do sino, os guardas com armaduras prateadas estavam posicionados na porta do grande salão, formando um portão de ferro com seus corpos, impedindo o avanço da seita da Rosa.
Um grande cavaleiro correu de volta, ajoelhou-se diante do rei. “Sua Majestade, o sino já soou. Por favor, retire-se imediatamente! O Reino Oculto da Lua não pode ficar sem seu rei. Deixe este lugar com seus leais cavaleiros. Faremos o possível até nosso último suspiro.”
“Não, meu querido George, meu cavaleiro, meu súdito, meu amigo.” O rei já havia se vestido com a armadura e pegado sua espada. Colocou a mão sobre o ombro do cavaleiro, que olhou para ele e viu o rei sorrindo com o olhar gentil de um ancião, como sempre, e disse:
“Eu sou o rei da Lua Oculta, então devo proteger meus súditos. Nossos ancestrais protegeram este lugar por gerações. Mesmo que os deuses nos tenham abandonado, mesmo que todo o continente de Sicile nos tenha abandonado, eles não se foram. Como eu poderia me ir sozinho?”
“Mas, Sua Majestade—”
“Os deuses talvez realmente nos tenham abandonado. Oramos dia e noite, mas não recebemos nem um pouco de misericórdia. Mas George, nós não podemos abandonar a nós mesmos.”
Enquanto falava, mais soldados entraram pela porta dos fundos, carregando um caixão. O cavaleiro ficou surpreso, pois o caixão era um modelo da realeza.
Era o caixão preparado pelo rei para si mesmo.
O rei apertou a espada à sua cintura e perguntou: “George, sabe o que isso significa?”
O cavaleiro George ficou sem palavras. O rei afastou o sorriso gentil de seu rosto, desembainhou a espada e a apontou para a porta, onde uma feroz batalha acontecia. “Isso significa: luta até a morte, sem recuar.”
Publicado por:

- DanmeiFuwa
-
Sou apaixonada pelo mundo das novels BL chinesas e venho me dedicando à tradução desde 2021 no Wattpad. Adoro o que faço, mesmo sem receber nada em troca. Disponibilizo minhas traduções aqui, pois nunca se sabe quando uma novel pode ser removida do Wattpad.
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