Garland Jujin Omegaverse - Capítulo 17
Depois de terminar seu trabalho e sair do prédio comercial, Diego notou uma placa muito peculiar no prédio em frente. Havia um toldo vermelho ao lado de um anúncio em cobre pendurado com a imagem de uma lontra segurando uma bandeja. Aparentemente, era uma loja especializada em produtos assados com mel. Alinhados em uma mesinha, todos os doces eram simples, pequenos e que, certamente, também se poderia comprar com os vendedores ambulantes no mercado. No entanto, era provável que Jill não conhecesse tais doces que o pessoal da cidade desfrutava no trabalho ou a noite durante o jantar. Diego disse ao cocheiro para esperar um pouco enquanto ele entrava na loja. Depois, decidiu adquirir também um doce recheado com nozes. Se elaborava colocando as nozes sobre uma massa crocante, enrolando tudo em espiral e assando em seguida. Seria bom tomar uma xícara de chá com isso mais tarde e, se Jill gostasse dos doces, poderiam ir juntos a loja na próxima vez que fossem a cidade. Entregaria a ele uma pequena bolsa e lhe diria que poderia pegar o que quisesse. Jill havia feito aniversário no dia anterior mas, mesmo sendo um adulto agora, não parecia diferente de antes. Diego pensava que aniversários eram uma data importante. Um dia especial para ser celebrado com a família. Tinha certeza de que era um dia muito festivo dentro da casa da família Müller e já que Jill estava na Mansão Siegfried agora, deveria comemorar a ocasião de forma adequada ali também. Jill havia dito que não precisava de um presente porém, Diego ficaria desconfortável se não fizesse nada por ele, mesmo parecendo que Jill apreciasse mais ter novas experiências do que possuir objetos. Ele ainda não tinha visto a cidade corretamente, então Diego imaginou que uma viagem seria um bom presente.
Segurando uma caixa cheia de doces, enquanto subia na carruagem, Diego pensava no rosto de Jill. Ele sempre levava um sorriso brilhante e inocente, mesmo durante a noite. Diego gostava muito deste rosto brilhante e da pele suave, mesmo que a tivesse tocado uma única vez. A voz dele costumava ser tranquila, mas também era tão vibrante que ouvi-la o deixava muito feliz.
Quando envolveu ele em uma manta, enquanto olhavam as estrelas no jardim, Jill parecia incrivelmente emocionado apenas por tocar no pelo macio e quente de Diego. Tinha que admitir que ele parecia um pouco infantil, ainda que passou a impressão de ser mais velho durante a festa na mansão Müller. Mesmo tendo sabedoria, força e espírito era incrivelmente ingênuo. Muito mais jovem do que a idade que recém havia completado. E o fascinante de Jill era que ele sempre vivia o momento, sem esperar nada, como se tudo fosse maravilhoso. Jill tentava parecer mais maduro ao seu lado, porém em seu rosto surgiam expressões e emoções que, certamente, ele não percebia que deixava transparecer. Quando Diego pensava nisso, sentia algo se movendo em seu peito.
A mansão estava a cerca de 20 minutos de distância. Do embrulho que tinha nas mãos, saia um cheiro tentador dos doces recém assados que lhe faziam sentir ansioso pela hora do chá. Na noite anterior, Jill esteve bebendo vinho com mel como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo. E se Jill gostava de vinho, então certamente o levaria ao seu trabalho na semana seguinte. Ali, os aristocratas eram convidados para um lanche todas as tarde e o lugar possuía um vinhedo magnifico e um lago charmoso. Jill certamente ficaria encantado com a incrível paisagem e talvez aquela visita poderia ser um presente de aniversário melhor do que o passeio pelo centro da cidade. Satisfeito com a ideia, Diego chamou Norn imediatamente após chegar à mansão.
“Lembra do meu trabalho da semana que vem? Jill irá comigo, então prepare tudo”.
“Jill-sama irá ao trabalho com o senhor?”
Norn moveu o nariz.
“Sim”. Diego entregou a ele os doces que havia comprado. “Isso é para acompanhar o chá. Onde está Jill?”
“Estava comento na sala de jantar, mas ao que parece levou um livro ao seu quarto para ler”.
“Ele gosta de livros?”
Lembrava de haver escutado que Jill não gostava de livros, então aquilo soou estranho.
“Me parece que sim. Tinha com ele m livro sobre constelações”.
“Constelações?”
“Parece que ele gostou muito de ter visto as estrelas com o senhor ontem”.
Diego sorriu e disse a Norn que iria ver Jill assim que trocasse de roupa. Então, após vestir algo mais confortável, se dirigiu a ala oeste da mansão e encontrou vários ômegas que estavam a ponto de começar uma pequena “festa do chá” no salão. Quando avistaram Diego, chamaram por ele quase aos gritos:
“Diego-sama, gostaria de se juntar a nós esta noite?”
Quem falou era uma garota com um lindo cabelo comprido. Ao lado, outro ômega, um homem com um corpo esbelto, também o olhou como se estivesse a ponto de se atirar sobre ele. Os ômegas que o cercavam vestiam roupas finas e leves, fáceis de tirar.
“Desculpem, mas tenho um compromisso com Jill”.
“É sempre o Jill. Não dará a nenhum de nós uma chance de ser amados também?”
Diego não sabia o que dizer.
“O problema é que já havia prometido a ele primeiro…”
“Diego-sama!”
Os sentimentos desesperados dos ômegas estavam evidentes agora. Uma vez que lhes desse atenção, sabia que a maioria dos ômegas ficariam mais exigentes e rudes em suas atitudes conforme o tempo passava. Era uma tarefa inevitável para um ômega, mas para Diego era assustador. Se desculpou novamente antes de sair. Ao chegar ao quarto de Jill e abrir a porta do quarto, o encontrou olhando através da janela. Ele não estava arrumado para ser atrativo sexualmente, trajava a mesma roupa simples com que o havia visto pela manhã.
“Olha Diego, eu peguei emprestado na biblioteca! É muito interessante!”
“Fico feliz que tenha interesse em constelações, mas acho que é melhor irmos jantar. Norn já preparou o chá”.
“Oh, sério?”
Jill foi até a mesinha junto a parede e começou a servir habilmente o chá do bule. Quando Diego se sentou, Jill sentou-se em frente e aceitou receber as suas mãos sobre as suas.
“Comprei esses doces na cidade, só pra você”.
“Mesmo? Obrigado”.
“Pensei que você nunca tinha provado doces assim, então…”
“Sim. Eu nunca tinha visto doces como estes”.
Jill nunca pedia nada a Diego. A única vez que lhe fez um pedido foi quando disse “Quero tocar o seu pelo”. Ele nunca parecia desejar nada e desde o dia em que havia visitado seu amigo de infância, já haviam se passado quase três meses e meio. A atitude de Jill, de traçar uma linha entre os dois, era um pouco rude. E ainda que Diego havia dito a Jill que estava bem ser mimado um pouco, ele não parecia querer ser mimado nenhum pouco.
“Está muito gostoso. As nozes são deliciosas”.
“Este doce também fica bom acompanhado de saquê”.
“Sabe, esse parece com um doce que serviram para mim uma vez na cada de Albert”.
De repente, Jill estremeceu. Sua expressão brilhante se apagou e ele afastou o olhar da mesa. Provavelmente, havia recordado de seu amigo de infância que estava distante. Quando viu essa expressão tão solitária no rosto de Jiil, o peito de Diego começou a doer. Não era rude lembrar do amigo de infância nesta situação? No fim das contas, foi Diego quem comprou os doces. Os havia comprado para Jill, para deixá-lo feliz e não queria que ele lembrasse de Albert nesta situação. Ao perceber que estava com ciúmes, Diego mordeu o lábio. Estava tudo bem se ele lembrasse do amigo de infância, mas em que demônios estava pensando agora?
“Hmm… este doce é comum na cidade, então você poderá comprá-lo quando voltar para casa. Assim, poderá comê-lo com seu amigo de infância”.
Ainda assim, o desconforto não diminuiu. Por um momento, pareceu que Jill queria voltar à mansão Müller, mesmo estando se divertindo com Diego. Não, na verdade, era tudo porque queria voltar para esse amigo de infância dele, o homem-fera da família dos felinos. Mesmo Jill aproveitando o tempo na mansão Siegfried, ele parecia tão brilhante, infantil e inocente… Se alguma parte dele pensasse que era agradável passar o tempo com Diego, então ele poderia ficar na mansão o quanto quisesse. Até a ideia de Jill dar a luz a uma criança não parecia uma opção ruim, porque qualquer bebê dele seria realmente lindo. Cuidaria dos dois e os levaria a uma vila distante onde pudessem ficar todos juntos. Tentariam ser uma família “normal” e feliz. E logo pensou: Uma criança? Realmente estava se imaginando tendo filhos com Jill?
“Diego? O que foi? Está com uma cara tensa.”
“Não… não é nada”.
Deus! Não conseguia acreditar que estava pensando em filhos! Afinal, escolheu Jill porque não queria nada disso. E longe de um bebê, a estadia de Jill na Mansão deveria acontecer só se ele quisesse que fosse assim. Obviamente, Diego gostaria que Jill ficasse com ele, mesmo que seus irmãos não quisessem. Claro, isso certamente significaria que Jill eventualmente desistiria desse tal amigo Albert. Além disso, não tinha intenção de quebrar a sua promessa! No entanto, não importava o quanto tentasse se comportar de maneira tranquila e racional, ainda estava confuso.
Não importava que os dois tivessem visto o mar e pôr do sol juntos, que tivessem feito origamis e observado as estrelas, Diego se perguntava se esse homem chamado Albert sempre estaria no coração de Jill sem importar o que fizesse.
Publicado por:
- MDY
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