Antes de me acusar, me beija - Capítulo 23: Eu já ouvi isso antes
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- Capítulo 23: Eu já ouvi isso antes - REVISADO
— Do que você está falando?
Pensei que não tivesse ouvido direito por um momento, pois aquela era a pergunta mais sem sentido que eu já tinha ouvido na vida.
— Quem é o pai dessa criança que você está esperando? É daquele merdinha?
— Mas que absurdo, Dario! É óbvio que este bebê é seu!
— Não minta pra mim! — Vociferou muito zangado.
— É a verdade! Por que eu iria mentir sobre algo assim? Você que é o meu marido!
— Como eu posso acreditar nisso? Mesmo que eu me esvaziasse dentro de você todas as noites, ainda assim não seria possível!
— O que você quer dizer com isso?
— Eu fiz vasectomia!
O chão sob meus pés parecia estar se desmanchando com aquelas palavras.
— Impossível… Eu nunca estive com mais ninguém!
— Poupe suas palavras. Eu faço espermograma mensalmente e sempre consta a azoospermia.
N/A: A azoospermia é definida pela ausência de espermatozoides na ejaculação.
Entrei em transe.
“Isso não pode estar acontecendo…”
— Eu vou matar aquele filho da mãe! — Soltou já se levantando da mesa.
— Não! Ele não tem culpa de nada! Eu tô falando a verdade!
Segurei em seu braço em desespero.
— Você continua protegendo aquele… até o fim mesmo hein. E eu ainda me recusei a acreditar quando meu pai me enviou aquelas fotos… — Disse passando as mãos no rosto após se desvincular do meu toque.
— De que fotos você está falando?
Naquele instante, Dario me pegou com força pelo pulso e me levou até o nosso quarto. Jogou então, na mesinha, um envelope cheio de fotos minhas abraçado e interagindo intimamente com Troy.
Eram fotos comuns de amigos se divertindo, mas, naquele momento, realmente davam uma segunda impressão. Principalmente a foto onde eu entrei na casa nova do Troy e saí apenas muitas horas depois, no dia em que eu descobri sobre o passado dele.
— Me escuta, ele é só um amigo. Não tem nada entre nós. Acredita em mim. Essas fotos foram apenas a gente brincando ou desabafando como qualquer amigo faria.
— Eu nunca interagi assim com nenhum amigo meu, nem conheço ninguém que faça esse tipo de coisa sem estar flertando!
Sentia meu coração se partindo cada vez que ele abria a boca e engoli a náusea que ameaçava me dominar, goela abaixo.
— Eu entendo que é difícil pra você acreditar em mim agora, então, vamos apenas esperar a criança nascer e fazer o exame de DNA.
— Eu tenho cara de idiota? Como fica a minha reputação caso essa criança não for minha?
— Eu já te disse que esse filho é seu!
— Eu já ouvi isso antes! — Gritou.
Seu tom de voz me assustou em níveis incomparáveis. Eu nunca o tinha visto dominado pela raiva daquela forma e precisei me sentar na cama para não cair devido a tontura.
— O que? Como assim?
— Uma mulher, uma vez, me drogou a pedido do meu pai para que eu dormisse com ela. O plano falhou, então, assumindo que eu não me lembraria de nada, tentou aplicar um golpe em mim.
“Não estou me sentindo bem…”
— Por isso, eu fiz a vasectomia em segredo. E a história se repetiu outras vezes, é por esse motivo que me certifico sempre de continuar infértil.
— (…)
Foi então que a ficha caiu. Independentemente do que eu dissesse, ele não acreditaria em mim. Tremi enquanto tentava manter a voz firme.
— Não importa o que eu diga, parece que você não vai acreditar. Por isso, é melhor eu voltar a morar com meus pais até o bebê nascer.
— Você usa do meu poder, faz eu me apaixonar… me trai… e agora quer fugir com o rabinho entre as pernas?
Seu semblante era intrigante. Eu não sabia dizer se era raiva ou dor. Como uma fera selvagem ferida.
— Eu nunca te traí… — Disse já quase em um sussurro.
— Tenho uma ideia melhor. Vamos erradicar a raiz do problema.
Eu estava abalado demais para raciocinar com precisão, mas, alguma coisa me dizia que tinha a ver com o Troy, então, reagi rapidamente.
— Nem pense em fazer nada com o meu amigo!
Ele me olhou intensamente perdido em sua loucura.
— Não era a isso que eu me referia.
— Como assim?
— Eu te amo demais. Posso te perdoar mas, primeiro vamos nos livrar dessa coisa aí na sua barriga.
“Ele enlouqueceu?!”
— Podemos ter um filho nosso. Eu vou reverter a vasectomia por você. Mas primeiro, isso aí tem que desaparecer.
— O que?! Não! Você ficou louco? Eu não vou abortar!
— Ouvi dizer que relação intensa no primeiro estágio da gravidez é prejudicial já que o feto ainda não está estabilizado… — Falou ao se aproximar de mim lentamente me encurralando na cama.
— Não se atreva a tocar em mim ou você vai se arrepender!
— Shh… vai ficar tudo bem em breve.
Eu descobri então, que sua voz suave podia ser mais apavorante do que os seus urros ensandecidos.
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