Amor de Verão - Capítulo 9
– Chegamos. – Daniel fala ao estacionar o caminhão em frente a sua casa.
– Estamos na sua casa ? Pensei que iriamos para o campo! – Alec o questiona confuso.
– As plantações ficam na parte de trás. – ele tira a chave da ignição e desce do veículo. Alec também desce e o segue um pouco acanhado, não sabia como seria recebido por sua família.
– Mãe, cheguei! – Daniel fala um pouco alto ao entrar na casa, alguns segundos depois uma mulher de aparência simples se aproxima parecendo furiosa.
– Onde você estava ? – ela segura sua orelha direita e puxa, o fazendo se contorcer de dor.
– Mãe…
– Nada de mãe, rapaz. Você deveria ter voltado ontem à noite!
– Mãe, temos visita! – Daniel fala alto, a interrompendo. A mulher o solta e volta sua atenção para a porta, vendo Alec encolhido no canto enquanto tenta conter o riso.
– Por que não me disse antes ? – ela o ignora e se aproxima de Alec, segurando suas mãos.
– Qual o seu nome, benzinho ?
– Alec, e o seu, minha querida ? – Alec acaricia o dorso de suas mãos e lhe mostra um sorriso gentil.
– Que rapazinho mais gentil. – a mulher ri e fica levemente corada.
– Sou Amélia. Pode ficar à vontade, viu ? Vou buscar um cafezinho para você!
– Mãe, não temos tempo. Vou levar o Alec para ajudar no campo. – Daniel acaricia seus ombros e a afasta sutilmente de Alec.
– Com essas mãozinhas delicadas ? – Amélia questiona preocupada.
– Não se preocupe, tenho certeza de que Daniel vai me dar os trabalhos mais simples. – Alec lhe mostra um sorriso largo, tranquilizando a mulher.
– Então vamos ? Já passou da hora! – ele acena com a cabeça, apontando para a parte de trás da casa.
– Claro, estou animado! – Alec concorda rapidamente. Realmente queria ser de alguma ajuda.
– Ah! Seu irmão já começou sem você. – Amélia o avisa.
– Okay. Obrigado, mãe. – Daniel beija sua testa e sorri.
– Até logo, Amélia! – ele sorri e se despede, seguindo Daniel para os fundos.
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– Carlos! – Daniel o chama enquanto se aproxima.
– Onde você se meteu, idiota ? Tive que começar sozinho! – ele esbraveja e dá um soquinho em seu braço.
– Além disso, você sumiu ontem, tive que voltar de carona com a Alana.
– Foi mal, esse carinha estava me dando dor de cabeça ontem. – Daniel puxa Alec para mais perto, que ao ver seu irmão, se sente um completo idiota. Havia entendido tudo errado.
– Não era o cara de ontem no bar ?
– Ele mesmo! – Daniel ri.
– Oi, eu sou o Alec. Desculpe por ontem à noite… – ele fala um pouco envergonhado.
– Tudo bem, sem problemas… – Carlos desvia seu olhar para Daniel e lhe mostra um sorrisinho.
– Alec veio nos ajudar hoje. Vou mostrar tudo para ele. – ele pisca e se afasta, levando Alec com ele.
– O que foi isso ?
– Isso o quê ?
– Vocês dois!
– Coisa de irmãos! – Daniel ri e acaricia seus cabelos, bagunçando os fios.
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Após mostrar toda a plantação e explicar o que deve ser feito e como deve, Daniel vai ajudar o seu irmão com o trabalho mais pesado e depois de horas de árduo trabalho, o entardecer finalmente chega.
– Meninos, venham lanchar! – Amélia os chama animada.
– Estamos indo, mãe! – Carlos para tudo o que estava fazendo e volta apressado para casa. O cheiro de bolo recém saído do forno abriu seu apetite novamente.
– Que comilão… – Daniel sussurra para si mesmo e ri.
– Ei, Alec, vamos. – ele acena com a cabeça em direção a casa.
– Ah, sim! – Alec deixa a caixa com os abacaxis sobre uma mesa, junto das outras caixas.
– Nossa, estou faminto! – ele choraminga enquanto se aproxima, mas para de repente ao ver Daniel levantar sua camisa e a usar para enxugar o suor do seu rosto. Alec o observa por alguns segundos, admirando seu corpo, mas logo desvia seu olhar para o lado. Não queria pensar em coisas desnecessárias.
– Eu também… – Daniel fala enquanto endireita sua camisa, mas para ao notar que seu rosto estava sujo com um pouco de terra.
– Parece uma criança! – ele ri e se aproxima, limpando seu rosto com o polegar.
– Olha quem fala. – Alec franze o cenho e bufa.
– Não fique bravo, garoto da cidade. Te deixa feio! – Daniel o provoca e sorri.
– Isso é impossível! – Alec afasta sua mão e segue apressado em direção a casa. Não queria que ele notasse o quão envergonhado estava.
– Se controle, Daniel… – ele sussurra para si mesmo e cerra seu punho. Desde que se entendia como pessoa, sabia que sendo alguém pobre, não podia desejar as coisas que não podia ter, e Alec era uma delas.
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– Ah, querido. Já está indo ? – Amélia fala em um tom triste.
– Sim, eu preciso de um banho! – Alec sorri e coça a nuca. Se sentia um pouco sem graça por ser tratado de forma tão atenciosa por alguém que acabou de conhecer.
– Você pode tomar banho aqui e dormir. Sei que a casa é pequena e humilde, mas há um espacinho para você.
– Eu não sei… – ele hesita e desvia seu olhar até Daniel, que apenas dá de ombros e sorri.
– Venha, fique essa noite. – Amélia segura sua mão e lhe mostra um sorriso gentil.
– Mãe, ele não quer! – Carlos resmunga. Ela podia ser muito insistente quando queria.
– Me desculpe, mas eu realmente deveria ir. Mas prometo que venho visitá-la!
– Bom, se você quer ir, não posso impedir. Tenha uma boa noite, querido, e obrigada pela ajuda.
– Não agradeça, foi um ótimo passatempo para mim!
– Daniel, deixe Alec em casa. Não quero que ele ande sozinho pela rua deserta. – Amélia volta seu olhar para ele, um olhar intimidante que o faz se levantar no mesmo instante e ir pegar as chaves do caminhão.
– Venha amanhã tomar um café da tarde, vou fazer um bolinho de cenoura para você! – ela acaricia seu rosto e sorri.
– Eu virei. Obrigado! – Alec também sorri e seu rosto cora. Se sentia amado como um dos seus filhos.
– Alec, vamos! – Daniel o chama enquanto caminha em direção a saída.
– Tchau, Amélia. – ele segura suas mãos e beija o dorso delas, logo depois vai atrás de Daniel, que já o espera dentro do veículo.
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– Pronto, estamos aqui… – Daniel fala ao estacionar.
– Obrigado por hoje, a sua mãe é maravilhosa! – Alec ri.
– Ela adora visitas. Principalmente as que aceitam comer todas as coisas que ela cozinha.
– Agora eu entendi o porquê você está tão grandinho.
– Sim… – ele ri, pensando em todas as vezes que foi forçado a comer legumes. Logo um silêncio estranho toma conta do ambiente, o que acaba deixando ambos desconfortáveis.
– Bom, eu deveria ir. Boa noite, Daniel. – Alec sorri de forma gentil e abre a porta do caminhão.
– Espera! – Daniel agarra o seu antebraço antes que ele desça.
– Sim ?
– Obrigado por nos ajudar hoje e por dar atenção a minha mãe. Foi bom vê-la tão animada depois de tanto tempo.
– Eu que agradeço, adorei conhecê-la.
– Certo, então boa noite… – ele suspira e o solta. Alec o observa por alguns segundos, tentado a convida-lo para ficar, mas desiste e desce em silêncio do veículo. Era covarde demais para voltar atrás e admitir que errou, que foi precipitado.
– Porra… – Alec sussurra para si mesmo e se sente irritado com si mesmo.
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