Amor de Verão - Capítulo 8
– Alec! – Daniel o chama ao encontrá-lo caminhando na estrada e para a caminhonete próximo a ele.
– Hã ? – Alec olha para trás e cobre seus olhos com a mão, tentando não ser ofuscado pela luz forte dos faróis.
– Alec, por que saiu de repente ? – ele o questiona ao descer do veículo e se aproxima.
– Você não deveria estar com o seu amigo agora ? – Alec tenta manter uma atitude fria, mas suas mãos tremem e seu corpo estremece ao vê-lo se aproximar.
– Não muda de assunto, Alec! – Daniel agarra o seu braço, o puxando para mais perto e o encara fixamente, como se estivesse tentando descobrir o que ele estava pensando.
– Só não estava mais no clima para festa, okay ? – Alec tenta puxar o seu braço, mas ele o segura com mais força e agarra o outro braço também.
– Por que eu não acredito em você ? – Daniel murmura perto da sua boca e roça seus lábios contra os de Alec, que não reluta ao sentir seu toque e o forte cheiro de cerveja.
– N-não importa se não acredita! – ele esbraveja, mas não parece realmente irritado.
– Tudo bem, se você diz… – Daniel o solta e ergue suas mãos, mostrando suas palmas, logo depois começa a se afastar, voltando para o veículo.
– Quando se tornou tão idiota ? – Alec sussurra para si mesmo e revira os olhos.
– Ei, você não vem ? – ele fala ao pôr a cabeça para fora da janela e buzina.
– Okay, estou indo! – ele fala um pouco alto e caminha irritado até a caminhonete.
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– Está entregue, garoto da cidade. – Daniel brinca enquanto estaciona em frente a sua casa.
– Quando se tornou tão extrovertido ? Você costumava ser bem frio e indiferente. – Alec o questiona em um tom provocativo e estreita os olhos.
– Gosta quando sou frio ? – ele apoia seus braços sobre o volante e logo apoia sua cabeça sobre eles, olhando diretamente para Alec com um sorrisinho em seu rosto.
– Não importa, aja como quiser! – Alec cruza os braços e olha para o lado.
– Adoro esse seu jeito bravinho, sabia ? – Daniel ergue sua mão e acaricia a nuca de Alec, que fica corado no mesmo instante.
– Eu não sou bom com conversas, não gosto de sair, tenho uma família para ajudar e por isso não me sobra muito tempo. Todos acham que sou frio, distante e que não presto atenção em ninguém, o que talvez seja verdade, mas não quero que pense isso de mim…
– Pa-pare de falar bobagens! – Alec esbraveja e sai de dentro do veículo de repente.
– Que ótimo humor… – Daniel ri e olha pela janela, observando enquanto ele caminha irritado para dentro de casa.
– Você não vem, idiota ? – ele grita e bate o pé.
– Já estou indo, garoto da cidade! – Daniel ri e desce da caminhonete. Também não queria deixá-lo.
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– Obrigado por me emprestar o seu chuveiro… – ele fala enquanto sai de dentro do banheiro, mas para de repente ao vê-lo vestido apenas com uma camisa larga. Aquilo o trazia lembranças.
– Quer beber alguma coisa ? – Alec, que estava sentado no sofá, o questiona enquanto o observa de forma quase inocente, com seu lindo par de olhos azuis.
– Não, só estou com um pouco de fome. Podemos comer algo ?
– Sim, seria bom.
– Ótimo, então eu faço o jantar. – Daniel sorri e estende sua mão. Alec a segura sem hesitar e é puxado para perto do seu corpo.
– Onde estão suas roupas, Alec ? – ele murmura próximo ao seu ouvido e desliza sua outra mão pela lateral da sua coxa, fazendo sua pele se arrepiar.
– Não gosta do que vê ? – Alec sussurra e fica na ponta dos pés, aproximando seu rosto do ouvido de Daniel.
– Gosto, mas vista-se. Está frio! – ele dá um tapinha em sua bunda e se afasta.
– O quê ?! – Alec questiona surpreso, esperava mais.
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Após o jantar, Alec vai tomar um banho quente para relaxar e ao voltar para o seu quarto, vê Daniel deitado em sua cama, pronto para dormir.
– Não, nada disso. Para o sofá, agora! – Alec o repreende.
– Ah, qual é ?! Você não se importou da última vez. – ele lhe mostra um sorrisinho debochado.
– Sai logo! – Alec grita e joga um dos travesseiros da cama sobre ele.
– Okay, okay, tô saindo! – Daniel ri e se levanta.
– Mas não me peça para voltar no meio da noite, entendeu ? – ele sorri e sai do quarto.
– Isso nunca vai acontecer! – Alec esbraveja e joga outro travesseiro em direção a porta, que acaba saindo para fora.
– Como esse cara me irrita, que ódio! – ele resmunga e bufa. Realmente odiava a forma como ele sempre o provocava e como sempre conseguia deixá-lo irritado.
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Alec se vira para o lado, depois volta para a posição que estava antes e logo desiste. Não conseguia dormir.
Ele encara o teto por alguns minutos, mas logo se levanta e segue em direção a sala, ao chegar, Alec não pensa duas vezes e entra embaixo do lençol.
– Hum ? O que… ? – Daniel murmura sonolento ao sentir algo se mover embaixo do lençol e ao levantá-lo, ele vê Alec deitado sobre o seu corpo, se espremendo para caber no sofá.
– Que teimoso, era só ter me pedido pra ficar! – ele ri e acaricia os seus cabelos. Apesar do seu tamanho, da aparência e da sua personalidade, era como um garotinho procurando por um pouco de carinho e atenção.
– Você é lindo, Alec… – Daniel o abraça, o aconchegando próximo ao seu peitoral e beija o topo de sua cabeça, alguns minutos depois ele acaba adormecendo novamente.
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À medida em que amanhece, a luz do sol invade a sala, o que acaba despertando Daniel, que ao notar o quanto havia dormido, se apressa em levantar.
– Alec, acorda. Eu preciso ir. – ele sussurra.
– O quê…? – Alec murmura sonolento.
– Preciso sair, pode levantar ?
– Ah, sim… – ele se levanta e se senta no outro sofá, enquanto tenta se manter acordado.
– Para onde está indo tão cedo ?
– Tenho que ajudar minha mãe com as plantações. Estamos com pouca gente para trabalhar. – Daniel fala enquanto veste sua camisa.
– Quer ajuda ? – Alec fala de forma séria, apesar de ainda parecer sonolento.
– Está falando sério ? Trabalhar no campo não é fácil. – Daniel ergue uma de suas sobrancelhas e ri. Ele não fazia a mínima ideia do que estava falando.
– Não deve ser tão ruim assim, mas você vai ter que me ensinar algumas coisas…
– Certo, garoto da cidade, se quer tanto ir… – Daniel dá de ombros e suspira, sabia que não o faria mudar de ideia.
– Sério mesmo ? – Alec se levanta de repente e se aproxima, o encarando com os olhos brilhando e um largo sorriso em seu rosto.
– Sim, agora vá tomar banho. Não quero chegar ainda mais atrasado! – ele acaricia o seu rosto e sorri. Era bom poder estar perto dele novamente.
– Certo, eu não vou demorar! – Alec fala animado e sai apressado em direção ao seu quarto.
– O que eu tô fazendo… ? – Daniel murmura para si mesmo e deixa um longo suspiro sair. De alguma forma, se sentia perdido.
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