Amor de Verão - Capítulo 20 - Fim
– Alec ? – Daniel o chama ao se aproximar do colchão. Ele o vê deitado, coberto com o lençol e se abaixa.
– Sei que não está dormindo. – ele sussurra e acaricia seu rosto. Alec abre seus olhos devagar e se senta na cama.
– Se quiser, a gente não fala sobre isso. Você não é obrigado.
– Não quero, mas sinto que preciso… – Alec murmura e se encolhe.
– Vem aqui. – Daniel se senta no colchão e o puxa para perto do seu corpo, ele o abraça e beija o topo de sua cabeça.
– Alec, você é a melhor coisa que já me aconteceu nesse fim de mundo. Nem na minha adolescência, eu imaginaria conhecer alguém como você e fazer todas as coisas que fizemos. – ele sorri e pensa em como sua vida parecia monótona quando Alec não estava nela.
– Se gosta tanto assim de mim, por que não me pediu para ficar ? – Alec se afasta de repente e o encara com os olhos marejados. Não entendia o porquê ele estava fazendo aquilo.
– Por que nós somos diferentes, Alec. Você só quer ficar aqui, porque me ama, não há outros motivos. – Daniel força um sorriso, mas há uma certa tristeza em seu semblante.
– Eu não quero que você vá, mas não posso te prender aqui. Então volte para a cidade, termine a faculdade e faça algo que te deixe satisfeito. – ele murmura com a voz embargada.
– Então é assim que acaba ? Você só vai me deixar ir e agir como um covarde ? – Alec o segura pela camisa e fala um pouco alto, irritado com sua reação calma.
– Tudo o que aconteceu não significa nada para você ? – ele o puxa para mais perto e olha fixamente em seus olhos. Não queria aceitar o fim.
– Alec, você é tão magnífico e tem uma vida incrível te esperando em casa. – Daniel murmura e acaricia seu rosto. Sabia que estava magoando ele, mas precisava deixá-lo ir. Não havia futuro para Alec naquele interior.
– Porra! – ele esbraveja e o solta, se levantando de repente e indo em direção ao pátio.
– É melhor assim… – Daniel sussurra para si mesmo, tentando se convencer de que estava tomando a decisão certa.
_______________
Dia seguinte.
– Tudo pronto ? – Julian o questiona ao pôr a última mala no carro.
– Sim. – Alec suspira e olha ao redor, tentando guardar cada detalhe em sua mente antes de voltar para a cidade, onde tudo é cinza e chato.
– Vamos, a mãe está esperando. – seu irmão fala enquanto abre a porta do carro para ele.
Alec força um sorriso e dá uma última olhada na casa da sua avó, logo depois ele entra no carro e põe o cinto.
– Julian, a gente pode ir no… – ele começa a falar animado, mas para de repente ao ver alguém correndo em direção ao veículo através do retrovisor.
– Alec! – Daniel grita ofegante, quase sem voz.
– Que porra…? – Julian resmunga ao olhar pelo retrovisor.
– Me dá um minuto. – Alec sai rapidamente de dentro do veículo e vai ao encontro de Daniel, que está com suas bochechas vermelhas depois de correr no sol.
– Daniel, o que foi ? – ele questiona confuso e surpreso.
– Esp-espera um segundo… – Daniel responde com dificuldade, tentando recuperar o fôlego.
– Eu percebi que não tinha te respondido, então eu… eu… – ele balbucia e hesita. Por algum motivo as palavras não saiam da sua boca.
– O que foi ? – Alec continua confuso.
Daniel respira fundo e se aproxima, segura seu rosto com as duas mãos e enquanto observa seus olhos fixamente, murmura algumas palavras. Alec apenas sorri e apoia sua testa sobre a dele.
– Eu sei! – ele ri e se afasta, em seguida tira um pequeno pedaço de papel do bolso da sua calça e segura o pulso de Daniel, colocando o objeto na palma da sua mão.
– Meu endereço e número de telefone. Vou esperar sua visita. – ele sorri e lhe dá um beijo rápido, em seguida volta para dentro do carro sem olhar para trás. Não podia hesitar agora.
– Eu irei! – Daniel fala um pouco alto. Com certeza iria vê-lo novamente.
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– Estamos em casa! – Julian fala ao abrir a porta e logo sua mãe aparece, vindo da direção da cozinha.
– Meu bebê! – ela segura o rosto de Alec com as duas mãos e o encara com um olhar amoroso.
– Oi, mãe. Senti saudade. – Alec sorri e de alguma forma, se sente aliviado. Era bom estar em casa.
– Eu fiz tudo o que você e o seu irmão gostam. O almoço vai ficar pronto logo então podem tomar seu tempo para descansar. – a mulher o solta e segue em direção a cozinha, enquanto fala rapidamente, sem brecha para respostas.
– Mãe, eu adoraria ver tudo o que está fazendo, mas preciso falar com o pai. Onde ele está ?
– No escritório. Sabe como seu pai é.
– Eu sei… – Alec murmura e deixa um longo suspiro sair.
– Eu vou subir um instante. – ele acena com a cabeça e segue em direção às escadas. Julian e sua mãe trocam olhares, confusos com sua iniciativa.
– Deveria subir ? – Julian murmura.
– Não, deixa eles. – ela dá um tapinha em seu ombro e sorri, logo depois volta para a cozinha. Julian deixa um longo suspiro sair e a segue, não queria se meter.
_______________
– Entre. – o homem fala ao ouvir alguém bater à porta.
– Pai, sou eu. – Alec anuncia ao entrar e o vê focado em seu trabalho. Como sempre.
– Alec, chegou cedo! Como foi no interior ? – ele questiona sem tirar seus olhos dos documentos.
– Pai, já é hora do almoço! – Alec ri.
– Sério ? Minha nossa, sua mãe vai me matar. – o homem se assusta e confere as horas em seu relógio. Ele suspira e ri, havia perdido a noção do tempo.
– Relaxa, ela ainda não terminou. – Alec se aproxima e se senta em uma das cadeiras em frente a sua mesa.
– Aconteceu alguma coisa ?
– Eu quero te fazer uma proposta. – Alec cruza as pernas e um sorrisinho se forma em seus lábios.
– Tudo bem, fale. – o homem se recosta na cadeira e sorri. Conhecia bem aquele olhar determinado.
– Eu pensei bem, e percebi que todos estavam certos. Eu só estava sendo preguiçoso e mimado, não queria ver a verdade. – ele suspira e logo se lembra das palavras de Daniel.
– Mas eu não quero mais ser assim, acho que chegou a hora de tomar um rumo.
– É bom ouvir isso, mas no que está pensando ? – ele cruza seus dedos, os apoiando sobre o abdômen e o encara fixamente com um sorrisinho em seu rosto.
– Eu ainda penso em deixar a empresa para o Julian e não me envolver diretamente. Invés disso, quero abrir o meu próprio negócio.
– É justo. – ele ergue as sobrancelhas e acena com a cabeça.
– Já pensou no que quer fazer ?
– Já, mas antes disso, pensei em fazer outra coisa… – Alec hesita por um instante, não queria prolongar e parecer que estava enrolando.
– Alec, direto ao ponto.
– Sei que não confia em mim quando se trata disso, por isso quero propor uma coisa. Eu vou voltar para a faculdade e focar nos meus estudos, sem festinhas ou bebedeiras no fim de semana, e se eu me formar com boas notas, quero um investimento inicial para fazer o que quiser. – Alec o observa ansioso, esperando convencê-lo.
– Eu aceito sua proposta, se puder incluir mais uma coisa.
– O quê ?
– No dia da sua formatura, quero que apresente um plano de negócios para mim. Se eu gostar e ficar convencido de que não será uma perda de dinheiro, ficarei feliz em te dar o valor que precisa.
– Sério ? – Alec se levanta de repente, com um sorriso de orelha a orelha.
– Claro. – ele também sorri e se levanta.
– Agora vamos, sua mãe deve estar nos esperando para o almoço. – o homem dá uma batidinha em seu ombro e segue em direção a porta.
– Sim! – Alec responde animado e o segue. Sentia que aquele era um bom recomeço.
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