Amor de Verão - Capítulo 12
– Mãe, chegamos. – Daniel fala ao entrar em casa e logo Amélia surge de dentro da cozinha, indo diretamente até Alex.
– Oi, querido, você está com fome ? Venha, estou fazendo várias coisas gostosas! – ela se agarra ao seu antebraço e antes de que Alec possa ao menos pensar, já está sendo arrastado para a cozinha.
– Você gosta de bolo de cenoura ? Também fiz um pouco de pipoca, pode comer se quiser. – ela fala animada enquanto aponta para os pratos. Alec observa tudo com os olhos brilhando e de repente começa a se sentir faminto.
– Oi para a senhora também, mãe. – Daniel fala ao beijar o topo de sua cabeça e logo depois pega um punhado de pipoca.
– Deixa de coisa menino, você é de casa! – Amélia o repreende.
– Está com ciúmes, Daniel ? – Alec o provoca e ri.
– De você ? Nenhum pouco. – ele dá de ombros e sai, indo em direção ao seu quarto.
– Não ligue para ele. Venha, coma alguma coisa! – ela fala enquanto pega um prato e começa a servir um pouco de cada coisa. Alec apenas observa em silêncio e se sente bem, fazia algum tempo que não era tratado assim.
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– A pedido especial do convidado, vamos começar com um filme da Disney! – Daniel fala em um tom irônico e brincalhão enquanto põe o DVD no aparelho.
– Ah, qual é! – Carlos resmunga e revira os olhos.
– Deixe o menino assistir o que ele quiser, Carlos! – Amélia puxa sua orelha esquerda com um pouco de força, fazendo todos rirem.
– Sei que será uma longa sessão de tortura, mas pode assistir isso por mim ? – Alec fala em um tom doce e lhe mostra um sorriso tímido. Carlos fica corado e aceita no mesmo instante.
– Obrigado! – ele agradece sorridente.
– Uau, isso foi bem fácil… – Daniel sussurra surpreso.
– Ele ainda é jovem. – Alec também sussurra e ri.
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Após algumas horas assistindo, Amélia já está adormecida no sofá ao lado de Carlos, enquanto isso, Daniel mantém Alec aconchegado próximo ao seu peito e acaricia seus cabelos.
– E acabou… – Carlos fala de repente e se levanta. Ele se alonga e emite um longo bocejo.
– Eu vou para a cama, vai ficar ?
– Sim, Alec e eu vamos dormir na sala. Não quero atrapalhar seu sono.
– Ah, beleza. Eu vou trazer o colchão então, ele já está capotado. – Carlos fala ao apontar em direção a Alec.
Daniel desvia o olhar para o seu rosto e ri ao vê-lo adormecido. Ele parecia tão fofo e ingênuo, completamente diferente de quem realmente era.
– Mãe, acorda. Precisa ir para a cama. – Carlos a chama, despertando a mulher. Que acorda desorientada e apenas o segue em direção ao quarto.
– Boa noite. – Carlos se despede rapidamente e logo some no corredor.
– Ei, Alec, precisa acordar também! – ele o chama baixinho e toca seu rosto. Logo Alec acaba despertando e o encara meio confuso.
– Eu dormi ? – Alec o questiona com a voz rouca.
– Como uma pedra! – Daniel ri.
– Que merda, a sua mãe… – ele se levanta de repente e olha ao redor.
– Ela acabou dormindo e Carlos a levou para o quarto.
– Ah… – Alec suspira aliviado e se recosta no sofá.
– Vou pegar o colchão e os lençóis, pode continuar dormindo. – Daniel beija sua testa e se levanta.
– Okay… – Alec murmura e se aconchega no sofá, mas não consegue voltar a dormir.
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Daniel arruma um local improvisado para eles dormirem e se deita, Alec faz o mesmo e se aconchega ao seu lado. Logo um silêncio incômodo toma conta do local, fazendo Alec se sentir estranhamente inquieto.
– Daniel, já dormiu ? – ele sussurra hesitante.
– Não. O que foi ?
– Nada, eu só… obrigado por hoje!
– Não precisa agradecer! – Daniel gira seu corpo em sua direção e o puxa para mais perto.
– Minha família nunca foi realmente unida, e agora que sou o elefante branco na sala, só piorou…
– Alec, você não é um incômodo ou um filho ruim. Não seja tão duro consigo mesmo. – Daniel sussurra enquanto acaricia seus cabelos.
– Eu me sinto péssimo por não ser o que meus pais esperavam, mas eu realmente odeio trabalhar no escritório e não quero assumir a empresa do meu pai. Não quero ser médico, até porque não suporto ver sangue e nem quero ser advogado para participar de longas audiências. Eu não sei o que quero fazer, acho que nunca soube…
– E por que não tenta trabalhar com algo que goste ?
– Não é tão simples…
– Alec, escuta. Você nasceu em um berço de ouro, tem o privilégio de poder trabalhar com o que quiser, simplesmente por gostar daquilo. Não é como eu, que precisa trabalhar dia após dia no campo para sobreviver, sem chance de poder ir à faculdade. Aproveita isso, você pode fazer literalmente qualquer coisa. Não há nada que o dinheiro não compre.
– Ah… – ele murmura e ri. Se sentia patético por precisar que alguém como Daniel o dissesse isso, agora todos os seus problemas pareciam só mais um chilique de um playboy branco.
– Vamos dormir. Estou com sono. – Daniel sussurra e beija o topo de sua cabeça.
– Boa noite, Daniel. – Alec também sussurra e deixa um longo suspiro sair. Sabia que aquela seria uma noite longa.
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Após comer um delicioso café da manhã na casa de Daniel, Alec volta para a casa da sua avó. Durante todo o caminho de volta, ele permanece em silêncio, o que deixa Daniel preocupado.
– Alec, tem alguma coisa errada ? – ele o questiona ao parar próximo a porta de entrada.
– Não, eu só estou pensando em algumas coisas. Nada de mais! – Alec força um sorriso.
– É domingo. Você quer que eu fique ? Tenho o dia todo livre. – Daniel acaricia seu rosto e se aproxima.
– Na verdade, eu… quero ficar sozinho agora.
– Eu fiz algo errado ? – ele o questiona preocupado. Não queria criar uma distância incomoda novamente.
– Não! Você não fez nada. Sou só eu e meus pensamentos idiotas. Não se preocupe! – Alec força um sorriso novamente e dessa vez reza para que ele se convença e saia.
– Como posso dar as costas e ir embora quando você parece tão triste ? É claro que vou ficar preocupado! – Daniel acaricia o seu rosto e logo depois beija a sua testa.
– Daniel, por favor… – ele murmura.
– Certo, tudo bem. – Daniel se afasta e mostra as palmas das mãos, cedendo ao seu pedido.
– Obrigado. – Alec suspira.
– Te vejo depois. – ele sorri, dessa vez parecendo um pouco mais aliviado e entra. Daniel encara a porta por alguns segundos e caminha relutante de volta para casa. Não queria deixá-lo sozinho naquele estado.
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Depois de um banho frio e demorado, Alec se senta no sofá da espaçosa sala. Ele observa o chão com um olhar vago e em silêncio. Estava tentando aquietar sua mente, mas não conseguia.
– Que patético… – ele sussurra para si mesmo e ri. Quanto mais pensava sobre isso, mais nítido era o quanto havia agido de forma dramática, como um verdadeiro filhinho da mamãe. Tantas pessoas matariam para ter a sua vida, as mesmas oportunidades que ele, enquanto Alec as desperdiçava com desculpas esfarrapadas, quando poderia simplesmente ter escolhido qualquer caminho. O dinheiro lhe deu privilégios que nem todo mundo pode ter.
– Acho que eu deveria só… – Alec murmura, mas para de repente ao ouvir alguém bater à porta. Ele fica confuso, se perguntando em quem estaria do outro lado, mas mesmo assim se levanta e abre a porta.
– Trouxe isso para você. – Daniel lhe mostra a sacola plástica, com alguns chocolates.
– Daniel…
– Tudo bem, eu não quero incomodar. Só vim deixar isso.
– Obrigado… – Alec murmura e seu rosto ganha um leve tom avermelhado. Ele era sempre tão atencioso e gentil, que o deixava sem graça.
– Então eu já vou indo. Te vejo depois! – Daniel acena.
– Espera! – ele agarra o seu antebraço.
– Fica… – Alec murmura ansioso.
– Tem certeza ?
– Tenho.
– Okay, vamos entrar. – Daniel se aproxima e beija sua testa.
– Sim…
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