Afeição: O Chamado do Rei - Capítulo 3 — Parte 3
Takahito fez um barulho surpreso quando os homens entraram na sala.
Isso porque entre as três pessoas, o que estava na liderança era o homem que o havia sequestrado.
Seu ‘sequestrador’ com aura arrogante, ao contrário do conjunto todo preto que ele usava na memória de Takahito, estava vestido com uma camisa branca e um terno preto.
Atrás dele estava um homem com cavanhaque e um físico robusto, e um homem alto e magro com cabelo loiro cor de areia. Ambos eram estrangeiros caucasianos.
O de cavanhaque vestia casualmente um suéter escuro de gola redonda e calças de veludo com cor marrom escuro, enquanto o homem alto e magro usava um suéter estilo militar na cor cáqui e calças de trabalho verde-musgo.
(T/N: Dá esquerda para direita, nós temos Edgar, na frente o ML, Arthur, ao seu lado seu irmão mais velho, Eugene, vulgo elfo kkk, e no canto lá atrás Wolfgang. Essa é a família Gosford)
O sequestrador que liderava o grupo se aproximou lentamente da cama e parou ao lado de Eugene.
“Quando ele acordou?”
A voz do homem era de um tom baixo, tinha uma profundidade que não ia contra a que sua aparência exterior transmitia. Sua pronúncia era o inglês perfeito da rainha. (T/N: sotaque britânico ulala kkk)
(Eles são ingleses?)
“Agora mesmo. Ele vomitou logo depois de acordar, mas parece que ele já se acalmou.”
Eugene respondeu à pergunta do homem.
“Então? Esse cara aqui é ‘aquele’?”
Para a intrigante pergunta do sequestrador, Eugene novamente respondeu misteriosamente: “Sim, acho que ele é ‘aquele’.”
“Como eu pensava.”
Tendo recebido a confirmação, o homem se voltou para Takahito.
O homem era o mesmo de antes, com um brilho intenso nos olhos, olhando para as pessoas como se as estivesse atravessando.
Pela conduta e presença autoritária, Takahito adivinhou que esse homem devia ser o líder do grupo. Julgando como tal, ele se voltou para olhar diretamente para os olhos âmbar do homem.
“Quem são vocês?”
Ele repetiu a pergunta que havia feito anteriormente a Eugene.
“Arthur Gosford.”
Contrariando as expectativas, o homem prontamente deu seu nome. Por ter pensado que ele não revelaria seu nome facilmente, Takahito ficou surpreso, mas embora tivesse ouvido, o nome era desconhecido para ele.
“Então, esses são Edgar e Wolfgang.”
O homem … Arthur, apresentou as das pessoas que estavam atrás dele.
O magro era Edgar, e o durão, Wolfgang. Como esperado, ambos eram nomes que Takahito não reconhecia. Isso era, claro, natural, pois ele não tinha nenhum conhecido estrangeiro.
“Eugene, você já se apresentou?”
Eugene acenou com a cabeça em afirmação.
Mesmo sabendo todos os nomes deles e irritado com o fato de que o quebra-cabeça em sua mente não ter sido esclarecido, Takahito acrescentou outra pergunta.
“Onde estou? Por que você me trouxe-“
“Estamos no País de Gales, no Reino Unido.”
Takahito não percebeu imediatamente que a resposta havia sido dada à sua pergunta. Olhando friamente para ele, que tinha uma expressão confusa, Arthur repetiu.
“Você não ouviu? Este é o País de Gales, no Reino Unido.”
Takahito, é claro, tinha ouvido falar de Gales. Era o nome de uma das regiões que formavam a Grã-Bretanha.
“País de Gales … No Reino Unido.”
Depois de repetir as palavras do homem, em um momento depois, ele exclamou com uma voz estridente e nervosa: “Reino Unido?”
“Espere, aquele Reino Unido!?”
“Existe algum outro?”
“De jeito nenhum…”
Enquanto Takahito murmurava surpreso, o homem o olhou com uma expressão um pouco desanimada de “Não é uma mentira”. Os outros homens, além de Arthur, também tinham rostos sérios, não o tipo de atmosfera para rir da piada do líder.
No entanto, ainda não parecia real, então Takahito verificou meio em dúvida.
“Ne-nesse caso … Durante esses três dias que eu estava inconsciente, eu fui tirado do Japão e trazido para o Reino Unido?”
“De fato.”
“Por quê!?”
O sequestro era um crime e, além disso, entre todos os tipos de crimes, esse era especialmente grave com uma punição pesada. Os homens eram definitivamente mais velhos do que ele, pois pareciam ter pelo menos 30 anos. Sendo velho o suficiente para saber mais da vida, não havia razão para pensar que eles não sabiam disso.
O motivo para ser sequestrado por ingleses desconhecidos…
— Esse foi o maior quebra-cabeça.
Se fosse um grupo rival da organização da família biológica de sua mãe, do Grupo Oogami … Ainda assim Takahito não conseguia entender.
Como sua mãe havia deixado a família Jinguuji há muito tempo, não havia conexão direta entre eles e o Grupo Oogami, mas mesmo assim, isso não significava que essa possibilidade não existisse.
Para seu avô, tio-avô e tio, Takahito era um parente, então o sequestrando para tentar usá-lo como uma ferramenta em alguma transação, era uma hipótese que não podia ser excluída.
No entanto, os quatro ingleses não pareciam estar ligados à Yakuza.
E mesmo que sua família cedesse, estava claro que não havia necessidade de tirá-lo especialmente do Japão e trazê-lo para o Reino Unido.
Percebendo o olhar de Takahito cheio de suspeitas, Arthur que havia ficado em silêncio por um tempo, de repente abriu a boca.
“Trouxemos você aqui para dar à luz ao meu filho.”
“…”
Desde que recuperou a consciência, Takahito foi continuamente atingido por surpresas, mas este devia ser o maior choque que recebeu. O choque foi tão intenso que ele não conseguiu falar por um momento.
Depois de ficar sem fala por trinta segundos inteiros, Takahito abriu a boca rígida e soltou uma voz rouca que saiu do fundo de sua garganta.
“Agora mesmo … O que você disse?”
Arthur franziu as sobrancelhas atentamente. Sua expressão exalava desprezo e irritação, como se ele estivesse olhando para alguém de pouca compreensão.
No entanto, diante de tais palavras sem sentido, não havia como Takahito consentir.
“Você disse que eu tenho que dar à luz ao seu filho?”
“Nós trouxemos você aqui por esse motivo.”
“Eu não entendo. Eu sou um homem.”
Diante da objeção de Takahito, que obviamente tinha razão, Arthur também não vacilou. Com uma expressão arrogante mostrando estar completamente ciente sobre algo, ele exclamou.
“Sua mãe também é um homem, mas ele deu à luz a você e ao seu irmão.”
“…”
A respiração de Takahito foi perdida.
As únicas pessoas que sabiam desse segredo eram a família Jinguuji, as três famílias que os serviam e Tachibana.
“Como?!”
Levantando-se reflexivamente, embora cambaleasse, ele pressionou Arthur por uma resposta.
“Como você sabe disso?”
“Somos da mesma raça.”
“Mesma raça?”
“De fato.”
“Você está dizendo que são lobisomens!?”
Enquanto gritava, uma memória voltou abruptamente para ele.
Um momento antes de perder a consciência, Takahito realmente sentiu um ‘cheiro’ familiar vindo deste homem.
Porque não podia ser falsificado, era um ‘cheiro’ que era uma prova mais sólida do que qualquer coisa.
(Entendo … ‘Isso’ de fato … Era algo que tinha a ver com a mesma raça.)
(Então, os quatro homens aqui são todos … Lobisomens?)
Percebendo isso, Takahito mais uma vez tentou discernir os ‘cheiros’ das quatro pessoas.
“… Ah.”
Talvez porque os efeitos colaterais do medicamento enfraqueceram seus sentidos, ele não percebeu até que lhe foi dito, mas quando tentou concentrar seu olfato, não havia dúvidas — As quatro pessoas tinham o mesmo ‘cheiro familiar ‘.
(Quatro lobisomens desconhecidos!)
Quando os olhos de Takahito se abriram surpresos, ele congelou, mas Arthur continuou falando.
“O lugar de onde os lobisomens se originaram não é conhecido ao certo, mas muito provavelmente sua e nossa família estão conectadas por um ancestral de muito tempo atrás. Você não ouviu falar sobre nossa família Gosford pelo chefe da família Jinguuji?”
Takahito balançou a cabeça.
Ele nunca tinha ouvido falar da família Gosford, além disso, nem sabia que havia outros lobisomens além deles.
Essa foi a primeira vez que Takahito viu qualquer outro lobisomem além de seu avô, tio, mãe e Kizuki.
“Me disseram que as outras famílias de lobisomens, além de Jinguuji, foram … Exterminadas há muito tempo.”
Enquanto ele sussurrava, ainda em choque, Arthur puxou sua boca em uma linha.
“Entendo. Isso significa que eles esconderam a verdade de você.”
Diante do tom cínico do homem, os ombros de Takahito estremeceram e ele olhou para Arthur.
“O que você quer dizer?”
“… Bem, isso realmente não importa.”
Arthur encolheu os ombros, o tom de sua voz diminuindo: “Não há sentido em trazer à tona um evento passado agora. O importante é o futuro que temos pela frente. Você vai dar à luz ao meu filho. Nada mais é importante.”
“É por isso que estou dizendo que sou um homem!”
Incapaz de comunicar seu ponto ao homem, Takahito ergueu a voz em irritação.
“Como você me imagina dando à luz a uma criança?”
“É possível. Porque você é uma ‘Eve‘.”
Antes, Takahito pensava que não poderia estar mais chocado do que agora, mas ele tinha sido ingênuo.
“Eu sou uma … ‘Eve’?”
Sua voz tremeu.
Ele sabia o que era uma ‘Eve’.
Foi uma mutação única entre os lobisomens, uma peculiaridade onde embora a pessoa tenha nascido com corpo masculino, passava pela feminização e seria capaz de conceber.
Sua mãe era assim. Hayato conheceu seu pai, passou pela feminização e deu à luz a ele e Kizuki.
(Mas, realmente, eu poderia ser assim também?)
(Eu realmente herdei o gene de ‘Eve’ de minha mãe?)
Até agora ninguém havia lhe contado nada parecido, nem mesmo seu médico de família, Mizukawa.
(É mentira … Tem que ser!)
Sua cabeça ficou confusa com o fato chocante.
“Você está errado. Eu não sou uma Eve!”
Takahito negou enquanto balançava a cabeça furiosamente. Seu coração bateu forte e sua temperatura corporal subiu de uma vez.
“Mentiroso! Não minta para mim!”
Ele gritou em voz alta, que raramente usava. O seu eu habitual tinha se tornado emocional a tal ponto.
Mas, se Takahito não fizesse isso agora, parecia que as bases de sua identidade se quebrariam com um estalo.
“Eu não sou uma ‘Eve’!”
No entanto, não importava o quanto ele gritasse, não houve mudança no semblante de Arthur. Os homens ao seu redor também estavam inexpressivos.
Quase como se fossem adultos, ignorando uma criança com acesso de raiva.
(… Droga …)
Takahito apertou abruptamente as duas mãos em punhos pela futilidade de ser o único agitado, esforçando-se inutilmente.
“Mesmo que você não saiba disso agora, mais cedo ou mais tarde você vai perceber, quer queira ou não.”
Takahito estremeceu com a frieza da promessa ameaçadora de Arthur.
“Mesmo … Mesmo se eu for uma ‘Eve’ … Não vou dar à luz ao seu filho.”
(Quem daria à luz aos filhos de um homem que olhava para eles como quem olha para um inseto?!)
“Suas intenções são irrelevantes. A continuidade da família Gosford depende de você. Eu, como o Alfa, e você criaremos a próxima geração. É o seu propósito como uma ‘Eve’.”
“Que propósito?! Você não pode decidir isso sozinho!”
Com uma expressão fria o homem, ao contrário do agitado Takahito, proferiu algo inesperado.
“Se você não der à luz, nós sequestraremos sua mãe e faremos com que ele dê então.”
Takahito duvidou de seu ouvido enquanto ouvia o comentário lançado.
(Eles vão sequestrar minha mãe … E fazê-lo dar à luz ao filho desse homem?)
“Eu estou bem com qualquer um. Seja sua mãe sendo meu parceiro de criação ou você. Contanto que uma criança nasça.”
O jeito cruel de falar de Arthur era como se ele realmente estivesse bem com qualquer um dos dois.
“O que te faz pensar que meu pai vai deixar algo assim acontecer?!”
“Cuidaremos das pessoas que entrarem em nosso caminho!”
Quem ameaçou Takahito era o homem de rosto sombrio que permanecera em silêncio até aquele momento. (T/N: no caso o Wolfgang)
“…”
“Nós vamos matar seu pai.”
Nos olhos de Wolfgang, havia uma chama negra de ódio enquanto ele cuspia essas palavras provocadoras.
Vendo a intenção de matar surgindo do homem de constituição fria, Takahito percebeu que não era apenas uma ameaça vazia.
(Ele está falando sério … Ee realmente mataria …)
Takahito não sabia por que este homem odiava tanto seu pai para querer matá-lo, mas seu rosto endureceu ao testemunhar a verdadeira intenção de matar bem na frente de seus olhos pela primeira vez.
Enquanto Takahito estava sem palavras, o outro homem, Edgar, que havia ficado em silêncio observando a situação até agora, falou com uma voz fria.
“Isso é provavelmente uma explicação suficiente. Não importa quanto tempo falemos, ele provavelmente não vai consentir, então realmente não há necessidade de continuar com isso.”
“Você está certo.”
Arthur tinha a mesma opinião.
Edgar olhou para Takahito com seus olhos azuis acinzentados.
“É inútil resistir, não importa o que tenha acontecido antes, agora é desnecessário dizer que você está sob o domínio de Arthur. Aceite seu destino. Quanto mais cedo você fizer isso, mais fácil ficará.”
Deixando para trás essas palavras persuasivas, ele girou os calcanhares. Edgar passou pelas portas e Wolfgang o seguiu.
Eugene também seguiu os dois homens, mas se virou pouco antes de sair da sala e olhou para Takahito como se quisesse dizer algo a ele.
No entanto, Eugene foi pressionado por seus companheiros de alcateia, e em pouco tempo, ele desapareceu do outro lado da porta.
Seguindo o som da porta fechando com um estrondo, o som solene da porta sendo trancada ressoou.
(Eles estão trancando a porta!)
Os três homens haviam partido e ele foi deixado sozinho com Arthur na sala trancada.
Com a sensação de ficar pálido, Takahito desviou o olhar para o homem que estava diante dele.
Seus olhos se encontraram.
Os olhos âmbar que estavam focados em Takahito estavam tingidos com o calor feroz característico dos predadores.
Finalmente os lábios carnudos de Arthur se abriram.
“Esperamos 17 anos.”
Seu tom era solene, como se refletisse sobre a pesada passagem do tempo.
“Não vamos esperar mais, nem mesmo por um dia.”
A voz baixa e rouca declarou, fazendo a nuca de Takahito explodir em arrepios.
(O que vai começar agora?)
(O que vai acontecer comigo?)
Uma premonição sombria se apoderou de Takahito e todo o seu corpo estremeceu.
——–
Quero lembrar, essa é uma ficção e tóxica.
Estejam avisados…
Publicado por:
- Tradutora de novels do inglês, espanhol, coreano e chinês. Também fiz um site com todas as novels que eu traduzo e com outras de uma amiga, tem mais lá, além do meu perfil do wattpad.
