A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU - Capítulo 142: Especial Extra, Linha Alternativa (Parte 7)
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- Capítulo 142: Especial Extra, Linha Alternativa (Parte 7)
Após a partida de Ji Chi, Ran Ran não mostrou grande reação, mas Ji Min percebeu que o menino guardou as palavras de Ji Chi no coração. Embora sem memórias do passado, Ran Ran começava a entender o significado das palavras “órfão” e “lar.”
Ji Min notou isso, mas não sabia como confortá-lo.
Alguns dias depois, um parente distante chegou, e a mansão da família Ji ficou animada por vários dias.
Ji Min aproveitou para levar Ran Ran a uma reunião, pensando que isso o distrairia um pouco.
No entanto, assim que chegaram, Ji Min percebeu que tinha se enganado.
Ele estava acostumado a esse tipo de evento, ouvindo as conversas dos mais velhos sobre o mundo dos negócios com grande interesse. Mas Ran Ran, obviamente, não se interessava em nada por aquilo.
Mesmo assim, o menino não reclamava.
Sentado ao lado de Ji Min, ele descascava pinhões pacientemente, juntando-os em um montinho antes de entregar metade para Ji Min.
Imerso na conversa, Ji Min só se deu conta quando Ran Ran empurrou um punhado de pinhões para sua mão.
Ao olhar para baixo, viu que os dedinhos do menino estavam avermelhados de tanto descascar.
Um dos parentes que estava por perto viu a cena e elogiou: “Esse menino é bem comportado.”
Ji Min sorriu e, sob o olhar ansioso de Ran Ran, colocou os pinhões na boca.
Nesse momento, a conversa na mesa virou-se para um projeto recente:
“Quem diria que a família Li acabaria ficando com o projeto.”
“Pois é,” concordou alguém. “Esse é o tipo de projeto em que a Shen Corp. é especialista, não?”
Enquanto isso, Ji Min, segurando as mãozinhas de Ran Ran, perguntou baixinho:
“Está achando tudo muito chato?”
O menino hesitou e balançou a cabeça, mas depois assentiu.
A conversa na mesa continuava.
“É que o patriarca da família Shen está doente, e o filho dele…” O homem que falava suspirou, deixando claro seu desdém.
“Ele já não está doente há um bom tempo?” alguém perguntou.
“Sim, mas dessa vez parece sério. Quem sabe o que será da Shen Corp. no futuro?”
Ji Min ouviu a conversa sem muito interesse, prestando mais atenção na expressão de Ran Ran, que andava mais quieto e menos travesso desde a última vez que Ji Chi estivera por perto.
Já fazia dias que ele não saía para pegar insetos.
Outro convidado na mesa comentou:
“Não era para ser tão grave, ele acabou de completar sessenta anos, não?”
“Dizem que ele já tinha problemas de saúde, e com o tanto que trabalhou quando era jovem, agora o corpo já não aguenta mais.”
Todos na mesa suspiraram em simpatia.
Ao lado, Ran Ran inclinou a cabeça, com uma expressão de pura confusão.
Ji Min segurou sua mão e sussurrou: “Que tal irmos colher algumas sementes de lótus, hein?”
Ao ouvir isso, os olhos do menino brilharam.
Ao passarem pelo jardim mais cedo, haviam visto um lago repleto de folhas de lótus grandes e flores ainda desabrochando.
Ao perceber a empolgação de Ran Ran, Ji Min o pegou no colo e saiu com ele.
Enquanto a sala de estar permanecia cheia de convidados, o jardim lateral estava em silêncio.
Ji Chi, que vinha passando pelo portão principal, espiou para dentro e, não vendo ninguém, deu alguns passos para trás, inquieto.
Desde que Ji Min dissera para não ir mais procurá-lo, Ji Chi tentara se reaproximar algumas vezes, mas sempre era barrado.
Agora que a situação se espalhara, ele sentia que até os outros membros da família Ji e os empregados estavam tratando ele e sua mãe com menos consideração.
Ji Chi estava nervoso e, pela primeira vez, começava a sentir medo.
Ele sempre soubera que, como filho ilegítimo, não deveria ter uma relação próxima com Ji Min.
Era por causa do caráter do pai que ele, um bastardo, conseguira de alguma forma entrar nos círculos de Ji Min.
Apesar de toda a excelência de Ji Min, ele ainda ansiava por alguma conexão familiar, e Ji Chi sabia disso.
Por isso, sempre que Ji Min ficava chateado com as ações do pai, Ji Chi aproveitava a oportunidade para consolá-lo, tentando, assim, fortalecer sua posição.
Embora em muitos momentos Ji Min o olhasse de uma forma que o fazia sentir-se transparente, Ji Chi sempre se convencia de que aquilo era só coisa da sua cabeça.
Enquanto andava pelo jardim, ele de repente ergueu os olhos e avistou uma pequena figura agachada à beira do lago.
Era Ran Ran, observando a água atentamente, concentrado no que via.
Ji Chi o observou com um olhar complexo.
Ele, na verdade, tinha inveja do garoto.
Embora tivesse se perdido e não tivesse família, Ran Ran tivera a sorte de cruzar o caminho de Ji Min, que o levara para a mansão da família Ji e cuidava dele com todo o carinho.
Desde pequeno, Ji Chi fora ensinado por sua mãe a fazer de tudo para agradar Ji Min, mas nunca conseguira quebrar a barreira que existia entre eles; Ji Min nunca o tratou como igual.
No entanto, aquele menino, com apenas quatro anos, que nada sabia sobre a vida, conseguira facilmente o que Ji Chi tanto almejara: o afeto genuíno de Ji Min.
E o que mais o inquietava era o fato de que, desde a chegada de Ran Ran, Ji Chi sequer tinha mais oportunidades para consolar Ji Min, pois o garoto já o acompanhava de perto.
Ran Ran ainda estava ali, agachado e totalmente focado no lago, sem perceber a presença de Ji Chi.
Para uma criança tão pequena, estar sozinha perto da água era um pouco arriscado.
Ji Chi ponderou por um instante, achando que aquela era uma chance de mostrar utilidade. Se ele levasse o menino de volta, talvez Ji Min o perdoasse.
Decidido, ele começou a se aproximar de Ran Ran.
Quando estava a poucos passos, Ji Chi parou de repente.
Olhou ao redor.
Não havia empregados por perto.
A área era isolada e não tinha câmeras.
Naquele momento, um pensamento ousado surgiu em sua mente.
Se… Ran Ran sofresse um “pequeno” acidente ali na mansão da família Ji…
Por protocolo, o orfanato viria buscá-lo imediatamente, certo?
Ji Chi planejou tudo: ele estaria por perto para chamar ajuda rapidamente, de modo que ninguém suspeitasse de nada.
Ele não pretendia machucar Ran Ran de verdade, apenas queria que o levassem embora.
Um pouco nervoso, ele lembrou-se do rosto preocupado de sua mãe e firmou sua decisão.
Então, deu passos silenciosos, aproximando-se de Ran Ran por trás e lentamente estendeu a mão.
Mas antes que sua mão tocasse as costas do menino, uma mão firme e forte segurou seu pulso.
Ji Chi ficou paralisado.
Olhou para baixo, confuso, e viu Ji Min.
Com as calças molhadas até a altura do joelho e segurando duas sementes de lótus e uma folha enorme, Ji Min estava subindo por entre as plantas à beira do lago.
Por um instante, Ji Chi ficou completamente atônito.
Ele tinha pensado que Ji Min talvez estivesse em algum lugar distante, preocupado com o sumiço de Ran Ran e tentando descobrir onde ele poderia estar. Jamais imaginaria que o herdeiro da família Ji, o mesmo jovem tão admirado e cobiçado, aquele a quem ele nunca conseguiria igualar, estivesse ali, com os pés na lama, molhado e cheio de zelo, colhendo sementes de lótus pessoalmente para agradar uma criança.
A surpresa de Ji Chi diante da atitude de Ji Min quase superou o pânico de ser pego no flagra.
“O que você está fazendo?” Ji Min perguntou, palavra por palavra.
A expressão do jovem era assustadoramente fria.
Ji Min não podia acreditar que, dentro da própria casa dos Ji, alguém ousaria ameaçar Ran Ran, ainda mais um garoto. E que esse alguém fosse Ji Chi, a quem ele considerava família, o deixou ainda mais indignado.
“Irmão? Irmão, você está entendendo errado!” Ji Chi forçou um sorriso e tentou se justificar: “Eu… eu só estava com medo que Ran Ran caísse na água, então quis alertá-lo.”
“Você realmente acredita nisso?” Ji Min retrucou.
Ao olhar para os olhos de Ji Min, Ji Chi viu não só frieza, mas uma ponta de decepção. Ji Min subiu rapidamente à margem, afastou Ji Chi e pegou Ran Ran no colo, o menino ainda sem entender o que acontecia.
“Saia da casa dos Ji e nunca mais volte.”
A voz de Ji Min era densa e carregada de autoridade.
Ji Chi ficou paralisado. Ser proibido de entrar no jardim de Ji Min era uma coisa; ser expulso da mansão dos Ji era outra completamente diferente.
“Não, por favor, não! Irmão, eu sou seu irmão! Se eu sair, o que será de mim e da minha mãe?”
Ji Min deu um sorriso frio: “Isso não tem nada a ver comigo. Pergunte ao seu pai.”
Nesse momento, o mordomo apareceu, atraído pela discussão. Ji Min lhe ordenou: “A partir de agora, eu não quero ver Ji Chi na mansão.”
O mordomo hesitou, mas rapidamente acenou e chamou os seguranças.
“Ji Min!” Ji Chi gritou, revoltado. “Com que direito?! Eu também sou um dos jovens mestres dos Ji! Como você ousa me tratar assim?”
Sem expressão, Ji Min abraçou Ran Ran com firmeza e começou a caminhar de volta ao seu jardim. Seus passos eram pesados, como se estivesse atravessando um pântano frio e lamacento.
“Irmão?” Ran Ran chamou suavemente.
A garganta de Ji Min estava tão tensa que ele não conseguiu responder.
Nesse instante, Ji Chi, que estava sendo contido pelos seguranças, gritou novamente:
“Ji Min, você sabe como sua mãe realmente morreu?”
Os passos de Ji Min pararam.
“Ela não morreu de doença.”
“Ela estava grávida de outro homem e morreu em uma viagem de lua de mel com ele! Quando morreu, ela estava pensando no filho que carregava, não em você!”
“Você acha que ela se importava com você?”
“Se realmente se importasse, ela teria deixado que eu, um filho ilegítimo, fosse seu ‘companheiro de brincadeiras’?”
Ji Min abriu a boca, mas as palavras não saíram. Ao seu redor, empregados e seguranças passavam apressados, lançando olhares de pena para ele.
Ele ficou sem saber o que dizer. Sem saber como reagir.
“Você se acha muito importante? Pelo menos eu ainda tenho uma mãe. E você, o que tem?” Ji Chi continuou gritando.
Ji Min ficou parado, como se o tempo tivesse congelado ao seu redor.
De repente, ele sentiu uma leveza quente em seu ouvido.
Duas pequenas mãos suaves cobriram gentilmente suas orelhas.
Ji Min finalmente voltou a si. Olhando para baixo, ouviu a voz suave de Ran Ran:
“Irmão, não escuta ele. É tudo mentira.”
As palavras de Ran Ran eram frágeis, mas transmitiam uma força reconfortante.
Ji Min retomou seus passos, apertando o garoto em seus braços. O peso de Ran Ran em seu colo parecia ser a linha que o mantinha ligado à realidade, protegendo-o dos venenos lançados por Ji Chi.
Ele abraçou Ran Ran com ainda mais força.
Pensou consigo mesmo: Eu só tenho você.
Pouco depois, Ji Chi e sua mãe deixaram a mansão dos Ji. No meio do processo, Ji Chi tentou se desculpar novamente, implorando em lágrimas, mas Ji Min estava agora completamente indiferente.
Mesmo que Ji Chi repetisse cada uma de suas palavras daquele dia, elas já não surtiam qualquer efeito.
A confusão, no entanto, se espalhou pela família Ji, transformando o episódio em mais uma mancha no nome da família. Poucos ousavam comentar, mas todos sabiam do escândalo.
Duas semanas depois, era o aniversário de setenta anos do patriarca Ji. Nenhum dos convidados sequer mencionou Ji Chi na frente de Ji Min. Todos entendiam que, para a família Ji, Ji Chi deixara de existir. Em silêncio, temiam o jovem herdeiro, que, mesmo sendo tão jovem, mostrava-se implacável.
Embora Ji Chi fosse um filho ilegítimo, ele crescera ao lado de Ji Min, mas Ji Min o afastou sem hesitação.
Naquele dia, Ji Min vestiu Ran Ran com um pequeno terno branco, levando-o para a celebração.
O garoto, com suas mãos e pernas pequenas e sua roupa elegante, parecia ainda mais adorável. Os convidados, vendo-o, sorriram e o elogiaram, mesmo que com falsidade.
Ninguém brincaria com aquela situação. Todos sabiam que o banimento de Ji Chi se deu após ele provocar aquele menino. Agora, todos estavam cientes de que era melhor tratar Ran Ran com total respeito.
Ji Min deu uma volta com Ran Ran pela festa. Quando percebeu que o menino podia estar se sentindo desconfortável com a multidão, levou-o ao jardim.
Ao sair, eles se depararam com a família Gu, que chegava para cumprimentar o avô Ji. Enquanto o patriarca Gu conversava com o patriarca Ji no salão de chá, Gu Zhi estava entediado e passeava pelo jardim.
Ao levantar os olhos, Gu Zhi viu o menino ao lado de Ji Min e, surpreso, exclamou:
“Ran Ran?!”
Ao ouvir o nome familiar, o menino espiou curiosamente Gu Zhi, piscando com os olhos curiosos.
Gu Zhi, animado ao ver alguém conhecido, correu até eles e chamou novamente:
“Ran Ran, você também veio! Seu avô está aqui também?”
A familiaridade no tom de Gu Zhi fez Ji Min franzir levemente as sobrancelhas.
Ran Ran olhou para o garoto estranho à sua frente e corrigiu: “Grande irmão, meu nome é Ran Ran, não ‘Ran Ran’. Você está falando errado.”
Gu Zhi, surpreso ao ver que o menino não o reconhecia, disse:
“O que aconteceu? Faz só alguns meses desde a última vez que nos vimos. Sou seu tio Gu Zhi.”
“Tio?” Ran Ran franziu a testa, tentando se lembrar.
Gu Zhi estava surpreso ao ver o garoto ali, participando do evento e com tamanha proximidade de Ji Min. Mas quando olhou para cima, viu que Ji Min estava com uma expressão extremamente ruim.
O jovem, de rosto sério, simplesmente disse: “Você está confundido.”
Com isso, ele pegou Ran Ran no colo e se afastou apressadamente.
Publicado por:

- DanmeiFuwa
-
Sou apaixonada pelo mundo das novels BL chinesas e venho me dedicando à tradução desde 2021 no Wattpad. Adoro o que faço, mesmo sem receber nada em troca. Disponibilizo minhas traduções aqui, pois nunca se sabe quando uma novel pode ser removida do Wattpad.
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