A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU - Capítulo 141: Especial Extra, Linha Alternativa (Parte 6)
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- Capítulo 141: Especial Extra, Linha Alternativa (Parte 6)
A situação de identidade de Lu Ran finalmente foi resolvida.
As férias de verão de Ji Min também chegaram ao fim, e agora ele tinha mais tarefas escolares a cada dia.
À noite, enquanto ele fazia o dever de casa no escritório, o garoto se sentava ao lado, praticando repetidamente a escrita de seu novo nome.
Depois do início das aulas, o jardim de Ji Min não ficava mais sempre fechado.
Ji Chi foi algumas vezes até lá, procurando Ji Min para perguntar sobre tarefas e erros nas lições.
Ao ver que Ran Ran ainda estava com Ji Min, Ji Chi ficou surpreso e perguntou:
“Min Ge, por que esse garoto ainda está com você?”
Ji Chi lembrava que esse menino era quem Ji Min havia encontrado naquele dia.
Ele não sabia por que, mas Ji Min parecia ter desenvolvido um interesse em cuidar do garoto.
Nos últimos tempos, Ji Min passava bastante tempo no jardim brincando com ele.
Ji Chi tinha tentado falar com Ji Min algumas vezes, mas sempre foi rejeitado.
Afinal, a polícia não havia aparecido? Ele achava que eles levariam o garoto embora.
Será que Ji Min realmente pretendia adotar essa criança?
Ji Chi não moderou a voz ao fazer a pergunta e também não se importou com a presença do menino.
Com uma simples frase, ele colocou Ran Ran como alguém distante de Ji Min.
E, ao falar com Ji Min, seu tom era tão familiar que Lu Ran parecia um estranho naquele jardim.
Ran Ran já estava morando ali há algum tempo.
Ji Min o tratava com indulgência em tudo.
O mordomo Chen também se esforçava para não mencionar o fato de que ele havia se perdido.
Crianças tendem a esquecer as coisas rapidamente, e, como Ran Ran não tinha lembranças anteriores, ele simplesmente achava natural viver com o “irmão mais velho”.
Mas agora, ao ouvir as palavras de Ji Chi, o menino parou por um instante, hesitando, e olhou para Ji Min.
Ji Min franziu levemente as sobrancelhas.
Ele olhou para Ji Chi e, em um tom firme, respondeu: “Não é perfeitamente normal ele estar morando comigo?”
Ao ouvir as palavras de Ji Min, o menino, que estava tenso aguardando uma resposta, relaxou gradualmente e voltou a fazer suas coisas em silêncio.
Ji Chi percebeu que Ji Min não gostou muito do que ele havia dito.
Sem insistir no assunto, ele aproveitou para perguntar sobre o que realmente queria saber.
Ao sair do jardim de Ji Min, Ji Chi lançou um olhar discreto para o menino.
Alguns dias depois, Ji Chi começou a aparecer com mais frequência.
Ji Min pensava que, com mais uma pessoa para brincar, Ran Ran ficaria mais feliz.
No entanto, com o tempo, percebeu que o garoto não demonstrava tanto entusiasmo com as pessoas, exceto com ele próprio.
Embora fosse apenas uma criança, Ran Ran parecia ter desenhado um círculo ao seu redor.
Ele era extremamente afetuoso com aqueles dentro desse círculo, chegando a se sacrificar para agradá-los.
Mas para aqueles fora desse círculo, o garoto demonstrava pouco interesse.
Ji Min não tinha certeza se esse comportamento era normal para uma criança.
Então, decidiu incentivá-lo a interagir mais com outras pessoas.
Ele chamou Ran Ran e, apontando para Ji Chi, disse: “Esse é seu irmão Ji Chi. Quando o irmão não estiver por perto, você pode pedir para ele brincar com você.”
Ao ouvir a introdução, o garoto, embora não muito interessado, respondeu educadamente:
“Irmão Ji Chi.”
A voz do menino era suave e delicada, com um toque doce no final.
Ji Min parou por um momento ao ouvi-lo.
Embora ele mesmo tivesse pedido para Ran Ran chamá-lo assim, ouvir o menino olhando para cima e chamando outra pessoa de “irmão” o incomodou um pouco.
Após um breve silêncio, Ji Min corrigiu:
“Chamar de irmão soa muito formal; apenas o chame de Ji Chi.”
Ji Chi, que estava prestes a responder: “…”
Enquanto conversavam, o assistente do Senhor Ji apareceu, chamando Ji Min.
Ji Min se levantou e disse a Ran Ran: “O irmão vai sair por um momento e já volta.”
Depois, virou-se para Ji Chi e pediu:
“Ele ainda é pequeno. Cuide bem dele.”
Ji Chi sorriu e acenou rapidamente: “Pode deixar, Min Ge.”
Ji Min assentiu e saiu.
Depois que Ji Min saiu, o jardim ficou apenas com Lu Ran e Ji Chi.
Ji Chi olhou para dentro da casa e viu que o mordomo Chen estava ocupado lá dentro.
Então, voltou o olhar para o garoto.
O menino não causava problemas.
Sozinho, ele segurava uma pequena pá, escavando devagar na caixa de areia e brincando com as bolinhas coloridas.
Foi então que Ji Chi percebeu que o canteiro de flores do jardim de Ji Min havia sido transformado em um tanque de areia para crianças brincarem.
Ele não imaginava que Ji Min realmente dava tanta importância a esse garoto.
Ele próprio estava na casa da família Ji já fazia alguns anos.
O tempo todo se rebaixando diante de Ji Min, mas nunca viu Ji Min se importar tanto com ele, mesmo sendo meio-irmãos.
Pensando nisso, Ji Chi chamou o menino que estava um pouco mais afastado: “Ran Ran? É assim que você se chama, né?”
O garoto olhou para ele e respondeu com um “uhum”.
Achando que ele precisava de algo, Ran Ran colocou a pá de lado e caminhou até ele.
Vendo o semblante confuso e ao mesmo tempo obediente do menino, Ji Chi decidiu provocá-lo:
“Ran Ran, por que você fica aqui o tempo todo, em vez de voltar para sua própria casa?”
O garoto piscou duas vezes, percebendo a insinuação na pergunta. Tentou argumentar: “O irmão disse que aqui é a casa de Ran Ran.”
“Ah, é?” Ji Chi continuou. “E que tipo de relação você tem com o Min Ge para achar que aqui é sua casa?”
“Re… relação?” O menino repetiu a palavra, sem entender direito.
Ji Chi sorriu ainda mais e disse:
“Por exemplo, eu sou o irmão de verdade do Min Ge; nós temos laços de sangue. Mas você não tem nada a ver com ele. Como pode chamar ele de irmão assim, do nada?”
A fala de Ji Chi deixou o menino confuso e sem palavras por um bom tempo.
De repente, ouviram um barulho vindo de dentro da casa.
Ji Chi se virou e viu que o mordomo Chen estava saindo, então decidiu não prolongar o assunto.
Apenas riu e jogou uma bola do chão de volta ao tanque de areia.
Quando Ji Min voltou, percebeu que o menino estava um pouco desanimado.
Diferente do usual, Ran Ran não correu até ele. Dessa vez, o garoto ficou parado por alguns instantes antes de caminhar devagar em sua direção.
Quando olhou para Ji Min, hesitou e o chamou, meio incerto: “…Irmão?”
“O que houve? Foi só um instante e já não me reconhece mais?” Ji Min brincou.
Nesse momento, Ji Chi se levantou e interrompeu:
“Ge, esse menino adora brincar com insetos, me deu um susto.”
Ji Min sabia da fascinação de Ran Ran por insetos.
Imaginou que Ji Chi, assim como ele, tivesse levado um susto com algum inseto que o garoto tinha jogado, e não deu muita atenção.
Também não percebeu que, ao ouvir Ji Chi chamando Ji Min de “Ge”, o garoto ergueu o rosto e os observou atentamente.
Depois que Ji Chi foi embora, durante o jantar, Ji Min notou que o menino ainda estava cabisbaixo, sem muito ânimo.
“O que houve? Não está se sentindo bem?” Ji Min perguntou.
O mordomo Chen estendeu a mão e tocou a testa do menino.
Mas o garoto apenas balançou a cabeça, deu uma olhada em Ji Min e não disse nada.
Mais tarde, naquela noite, depois que Ji Min terminou de contar a história dos três porquinhos, o menino de repente perguntou:
“Laços de sangue… é algo como os três porquinhos?”
“Hm?” Ji Min se surpreendeu, sem esperar que o menino fizesse uma pergunta desse tipo.
“Além disso, existem outras coisas, como os pais, os avós…”
Mas então Ji Min se calou.
Percebeu que esses assuntos poderiam ser desconfortáveis para Ran Ran, uma criança sem parentes conhecidos.
Ji Min deixou o tema de lado e ficou conversando sobre outras coisas.
Mesmo assim, o menino ainda parecia pensativo.
Por fim, ele perguntou: “Irmão, que tipo de relação você e o irmão Ji Chi têm? Ele é mesmo seu irmão?”
Ji Min hesitou por um momento.
“Pode-se dizer que sim”, respondeu.
Ji Chi era filho ilegítimo de seu pai.
Após seu pai ser forçado a se casar com sua mãe, ele continuou tendo casos amorosos sem interrupção.
O avô Ji, para manter as aparências do casamento entre as famílias, resolveu o assunto com as pessoas de fora.
Mas a mãe de Ji Chi era uma empregada da casa.
Além disso, a mãe de Ji Min não tinha sentimentos por seu pai e, portanto, nunca se importou com o que ele fazia.
A única lembrança que Ji Min tinha de sua mãe nesse aspecto era uma vez em que ela viu a mãe de Ji Chi e disse, com simpatia: “Ela também não teve uma vida fácil.”
Quando era pequeno, sua mãe nunca o impediu de brincar com Ji Chi.
Mas Ji Min nunca sentiu grande proximidade com Ji Chi, mesmo com o esforço constante deste para agradá-lo.
Após o falecimento de sua mãe, o pai de Ji Min finalmente se casou com a pessoa que amava desde a juventude, tratando o enteado, sem laços de sangue, até melhor do que seu próprio filho biológico.
Ji Min foi aos poucos percebendo que Ji Chi era, de fato, uma das poucas pessoas com algum vínculo familiar direto com ele.
Por isso, permitiu que Ji Chi continuasse vivendo com eles.
Agora, ao ouvir a pergunta de Ran Ran, Ji Min indagou:
“Por que você quis saber isso?”
O menino brincou um pouco com os dedos.
Ele olhou para Ji Min, depois abaixou o rosto.
Após um momento, ergueu a cabeça e perguntou baixinho: “Ran Ran não é o irmão do irmão, então?”
Depois disso, ele acrescentou: “Eu… eu ainda posso chamá-lo de irmão?”
Ji Min ficou surpreso.
Sentiu uma mistura de divertimento e ternura ao mesmo tempo.
“Quem disse que não pode?”
“Mas Ran Ran não tem laços de sangue com o irmão”, o garoto murmurou, um pouco desanimado.
Ji Min acariciou os cabelos do menino.
Pensou que talvez fosse melhor limitar as visitas de Ji Chi.
Ver Ji Chi poderia fazê-lo se lembrar dessas coisas que o deixavam triste.
“Mas Ran Ran é a criança de quem o irmão mais gosta”, Ji Min disse suavemente. “E o irmão só conta histórias para Ran Ran.”
“Sério?” Os olhos do menino brilharam instantaneamente.
Ele saiu debaixo das cobertas, engatinhou até o colo de Ji Min e, em um gesto atrevido, perguntou:
“O irmão gosta mais do irmão Ji Chi ou gosta mais de Ran Ran?”
O comportamento levemente mimado do menino deixou Ji Min surpreso e encantado.
“O que você acha, Ran Ran?” Ji Min sorriu, devolvendo a pergunta.
O garoto franziu os lábios, sem responder.
“É? Está bravo agora?” Ji Min provocou, fazendo cócegas no garoto.
Ran Ran não conseguiu segurar a risada, e os dois acabaram rindo juntos.
Quando o garoto adormeceu, Ji Min se recostou na cama e ficou pensando por um tempo.
Ji Chi era seu meio-irmão, com quem tinha convivido por muitos anos.
Ji Min sabia que Ji Chi tentava agradá-lo de propósito.
Mas, na maior parte do tempo, ele simplesmente ignorava isso.
Só que, ao ouvir a pergunta de Ran Ran, Ji Min percebeu que, apesar de conhecer o menino há apenas dois meses, ele já era muito importante para ele.
Importante a ponto de parecer a cor mais calorosa e única em sua vida.
Com o celular na mão, Ji Min olhou para a tela, onde ainda estava a mensagem que ele havia enviado recentemente:
【Investigue para mim os veículos que entraram e saíram da montanha nos últimos dois meses, desde que Ran Ran desapareceu.】
Ji Min abaixou a cabeça, observando a expressão serena do menino adormecido.
Agora, mesmo dormindo sozinho, ele não precisava mais se esconder sob as cobertas.
O jovem ficou observando o menino por um longo tempo, tocando suavemente a franja dele, com o cuidado de quem toca algo precioso.
No fim de semana, Ji Min finalmente teve mais tempo para brincar com Ran Ran.
Talvez fosse por isso, ou talvez as palavras de Ji Min na outra noite tivessem dado confiança ao garoto.
Ran Ran voltou a ser animado, com uma energia visível, sempre com o “rabo” empinado de felicidade.
Ji Min olhava e achava adorável.
Queria que o menino se sentisse ainda mais confiante.
No final de semana, Ji Chi apareceu novamente.
Mas, dessa vez, ao ver Ji Chi, Ran Ran não ficou brincando sozinho no jardim como nas vezes anteriores.
Assim que ouviu a voz de Ji Chi, o menino ergueu o rosto, olhou para ele, depois colocou a pá de lado e correu para o lado de Ji Min, agarrando-se a sua perna.
Ji Min achou a atitude curiosa.
O garoto era apegado a ele, mas, na maioria das vezes, ficava por perto sem incomodar.
Só se aproximava assim quando queria pedir algo.
“Olha só, está grudado em mim hoje, hein?”
Ji Min sorriu e o pegou no colo.
Ji Chi, ao ver o garoto olhando em sua direção, hesitou por um instante.
Mas logo afastou o pensamento e não deu muita importância.
O garoto só tinha alguns anos, mal havia aprendido a falar direito. Ji Chi, animado, perguntou a Ji Min:
“Min Ge, hoje é o aniversário do nosso monitor de classe. Que horas vamos?”
“Aniversário de quem?” Ji Min perguntou.
“Do filho da família Zhou. Ele fez questão de te convidar, lembra?” Ji Chi respondeu.
Ao ver a expressão surpresa de Ji Min, ele rapidamente acrescentou: “Relaxa, irmão. Imaginei que você não gosta muito dessas coisas, então já providenciei um presente por você…”
Mas Ji Min o interrompeu: “Não tenho muita intimidade. Não vou.”
O sorriso de Ji Chi ficou um pouco tenso, mas ele rapidamente insistiu: “Irmão, o semestre mal começou, e são nossos colegas de classe. Não fica bom você faltar, né?”
Ji Min não ligou. Havia muitos que queriam convidá-lo para eventos, mas ele não se sentia obrigado a comparecer a todos. Se fosse antes, ele talvez tivesse aceitado, só para não ficar em casa, mas agora, com o fim de semana livre, preferia aproveitar para passar tempo com Ran Ran.
“À noite estou ocupado, vou levar Ran Ran para passear,” respondeu Ji Min.
Ji Chi, surpreendido, ficou sem reação por um momento, sem acreditar que a razão da recusa era simplesmente levar uma criança para passear.
Apesar de ainda tentar dizer algo, ele sabia que, uma vez decidido, Ji Min raramente mudava de ideia. Então, ele se desculpou e foi embora.
Como ainda era cedo, Ji Min decidiu levar Lu Ran para passear no gramado.
O complexo residencial onde ficava a casa dos Ji era enorme, e havia alguns animais mantidos pelos funcionários para entreter os moradores. Como Ran Ran adorava animais, ele decidiu levá-lo para ver.
Lá fora, encontraram alguns lhamas bebendo água. Quando Ran Ran os viu, seus olhos brilharam e ele apontou, exclamando: “Uau! Irmão, parecem algodão doce!”
Ji Min sorriu, segurando sua mão e advertindo: “Cuidado para não levar um coice.”
O garoto circulou animadamente ao redor dos lhamas, e, quando eles foram recolhidos, Ran Ran correu até uma árvore próxima para pegar folhas.
Como havia chovido no início da tarde, algumas minhocas tinham saído do solo. Ran Ran ficou eufórico e pegou uma garrafa para coletá-las, dizendo: “Vou dar para os passarinhos comerem!”
Ji Min suspirou, corrigindo-o: “É para os pintinhos.”
Ran Ran se abaixou e começou a coletar as minhocas, enquanto Ji Min se sentou num banco de pedra para observá-lo, garantindo que o menino não saísse de sua vista.
O garoto caminhava devagar pelo gramado, ajoelhado, sempre olhando para trás para confirmar a posição de Ji Min, antes de seguir em frente.
Andou mais um pouco e então ouviu uma voz familiar. Ele levantou a cabeça e viu Ji Chi, que estava falando ao telefone atrás de um prédio próximo.
Ji Chi falava num tom que, embora não fosse alto, podia ser ouvido claramente por Ran Ran:
“Jovem Mestre Zhou, Ji Min também não é grande coisa. Se ele não for, será até melhor para não estragar o clima do seu aniversário.”
Ran Ran ficou confuso.
A expressão “não é grande coisa” claramente depreciava alguém. Ele não entendia por que Ji Chi, que sempre parecia amigável com Ji Min, estava falando assim.
Ji Chi continuou no telefone:
“Sim, sim, você sabe como é. Ele só ostenta por causa do carinho do avô… Ah, embora eu seja o irmão dele, não é fácil conviver com ele.”
Buscando talvez a simpatia de “Jovem Mestre Zhou,” Ji Chi começou a descrever a “dureza” que era viver ao lado de Ji Min.
Quando desligou o telefone, Ji Chi murmurou com a expressão carregada: “Bando de idiotas, só esperem…”
Ji Min notou que Ran Ran veio correndo em sua direção, tão apressado que suas bochechas estavam vermelhas. O garoto se atirou nos braços dele.
“O que houve? Por que essa pressa?” Ji Min perguntou.
Ran Ran parecia assustado. Ele levantou a cabeça, segurou os dedos de Ji Min e começou a puxá-lo de volta para casa:
“Irmão, vamos logo! Tem um homem mau!”
“Hm?” Ji Min se surpreendeu. Não tinha visto ninguém no gramado.
Contudo, vendo o medo no rosto de Ran Ran, ele decidiu não insistir e começou a voltar com ele.
Os dois estavam indo embora quando viram Ji Chi se aproximando. Ji Chi parou por um instante ao avistar Ji Min, mas logo abriu um sorriso caloroso e disse alegremente:
“Irmão, você também está aqui!”
Ele estava prestes a caminhar em direção a Ji Min quando viu Ran Ran se colocar rapidamente entre eles.
Antes que Ji Chi pudesse reagir, Ran Ran lançou um saquinho em sua direção.
Instintivamente, Ji Chi ergueu a mão para se defender, mas o saquinho estourou, espalhando minhocas misturadas com terra sobre ele.
Como estava usando roupas leves de verão, com uma camiseta de gola larga, várias minhocas entraram direto em sua roupa.
Ji Chi deu um grito, desesperado para tirar as minhocas dos cabelos e da camiseta. Quando baixou os olhos para o caos que havia se tornado sua roupa, ficou furioso. Afinal, ele havia se vestido especialmente para o aniversário do Jovem Mestre Zhou.
Ji Min ficou surpreso.
Ran Ran estava na casa dos Ji há tanto tempo e nunca tinha feito nenhuma travessura ou demonstrado raiva, diferente das crianças mais levadas. E agora, de repente, ele fez uma dessas.
Por um instante, Ji Min ficou desconcertado. Em vez de repreender o menino, seu primeiro impulso foi explicar para Ji Chi:
“São só algumas minhocas, ele as pegou para dar de comer aos pintinhos.”
Mas ao dizer isso, Ji Chi pareceu ainda mais incomodado.
Minhocas? Para os pintinhos?
Ji Min então olhou para Ran Ran e disse:
“Ran Ran, não faça mais isso.”
Mas ao olhar para baixo, viu que o menino ainda estava firme em sua posição de proteção entre ele e Ji Chi, com os braços abertos como se quisesse proteger Ji Min.
O garoto era pequeno e mal cobria Ji Min, mas seu olhar era sério e determinado.
Ji Min se abaixou e falou suavemente:
“Ran Ran, está tudo bem agora.”
Quando viu que Ji Chi não estava mais se aproximando, o menino relaxou aos poucos e se virou para abraçar a perna de Ji Min.
Ji Min perdeu a vontade de repreender Ran Ran. Pegou-o no colo e disse a Ji Chi: “Desculpe por isso.”
Vendo a sujeira nas roupas de Ji Chi, ele acrescentou: “Vou mandar alguém levar uma roupa nova para você.”
Ao ouvir isso, Ji Chi se acalmou. “Ah, não se preocupe. Ran Ran é pequeno, é normal ser um pouco travesso.”
Afinal, as roupas que Ji Min mandaria certamente seriam melhores que as que ele estava usando.
Ji Min lançou um olhar para Ji Chi e, sem dizer mais nada, deu as costas e saiu com o menino no colo.
De volta ao jardim, Ji Min lavou as mãos de Ran Ran antes de deixá-lo no chão.
Ao retornar ao ambiente familiar, o menino finalmente relaxou um pouco.
Ji Min estava prestes a perguntar o que tinha acontecido e lembrá-lo de que não deveria jogar bichinhos nos outros quando viu o menino olhando para as mãos vazias, lamentando:
“As minhocas acabaram, e agora os passarinhos não têm comida!”
Ji Min suspirou, entre o riso e a exasperação. Lembrava-se de como Ran Ran prezava esses bichinhos e realmente não parecia o tipo de criança que os jogaria em alguém à toa.
Enquanto pensava, o garoto levantou a cabeça e disse:
“Irmão, você poderia ficar longe do irmão Ji Chi?”
“Ran Ran não gosta dele?” Ji Min perguntou.
Ao que o garoto franziu as sobrancelhas e, preocupado, respondeu:
“Será que o irmão Ji Chi foi devorado por um monstro?”
Ran Ran andava assistindo Jornada ao Oeste, e realmente acreditava que monstros existiam.
Ji Min quase riu, mas ao lembrar do medo de Ran Ran ao se colocar na frente dele, seu coração amoleceu.
“Por que você acha isso, Ran Ran?” Ji Min perguntou.
“Porque ele fica… ele fica…” Ran Ran parecia ter dificuldade em explicar. Depois de pensar bastante, ele disse: “Ele muda de rosto!”
Enquanto falava, Ran Ran fez expressões de raiva e de riso com as mãos no rosto, antes de finalmente mostrar os dentes e dizer: “Muito assustador.”
Ji Min ficou um momento em silêncio, enquanto seu sorriso se desfazia lentamente.
A descrição do menino era ingênua e até engraçada, mas Ji Min, tendo crescido na casa dos Ji, compreendia bem o que Ran Ran queria dizer.
Mudar de rosto…
Era, de fato, uma descrição precisa.
Ji Min ficou calado por alguns segundos e, então, acariciou a cabeça do menino.
“Se Ran Ran não gosta dele, então não precisa falar com ele.”
Ran Ran olhou para o irmão, percebendo que, por um instante, Ji Min parecia não estar muito feliz.
Assim como naquele dia em que ficaram sob o beiral assistindo à chuva, Ji Min, desde que ouviu o que Ran Ran dissera, passou a ter cuidado para não deixar que Ji Chi e Ran Ran ficassem a sós. No entanto, Ji Chi parecia aparecer com mais frequência.
Naquele dia, antes mesmo de entrar no jardim de Ji Min, Ji Chi viu o garoto agachado do lado de fora do portão, entretido em sua brincadeira. Ele reduziu o passo. Não gostava nem um pouco daquele garoto. Sentia que Ji Min estava mais distante dele recentemente, e isso, com certeza, era por causa daquela criança, o que o deixava inquieto. Mesmo assim, ao se aproximar, Ji Chi colocou um sorriso no rosto.
Ele se aproximou do menino e, forçando uma expressão gentil, disse: “Ran Ran, não fique correndo por aí.”
Mas Ji Chi não conseguiu esconder sua hostilidade e, sem resistir, acrescentou: “Foi por sair correndo por aí que você se perdeu e não conseguiu voltar para casa. Por que continua fazendo isso?”
As palavras o atingiram, e o menino, que estava quieto, ergueu o rosto.
Ran Ran quase já havia esquecido que era uma criança perdida, sem lar. Mas as palavras de Ji Chi o puxaram de volta para essa dura realidade. Ao ver o pavor surgindo no rosto do menino, Ji Chi sentiu um prazer sombrio.
Ele, sendo um membro da família Ji, vivia sempre pisando em ovos. Por que aquele órfão, que apareceu no meio do caminho, deveria viver em paz e felicidade?
Mas sua satisfação durou apenas alguns segundos.
Atrás do portão entreaberto, de repente, a voz de Ji Min soou: “Ele não está correndo por aí.”
Logo em seguida, Ji Min, com suas longas pernas e postura imponente, apareceu atrás da porta. A expressão do jovem estava gélida.
Ji Chi nunca havia visto Ji Min olhar para ele daquela forma.
Com as sobrancelhas franzidas, Ji Min estendeu a mão para proteger o menino que ainda estava parado, e, com uma voz fria e firme, repetiu:
“Ele nunca ficou perambulando por aí.”
Ji Chi tentou se justificar apressadamente: “Irmão, eu não sabia que você estava aí. Falei só porque me preocupo que Ran Ran possa se perder de novo.”
Mas o olhar sombrio de Ji Min permaneceu inalterado.
Ji Chi sentiu que, em um instante, Ji Min havia enxergado através de sua máscara.
Então, Ji Min falou, de maneira definitiva: “Se tiver algo realmente importante, mande uma mensagem. Não venha aqui sem motivo.”
Em seguida, o jovem abraçou o menino e o levou de volta para o jardim.
A pesada porta do jardim se fechou lentamente diante de Ji Chi, sem pressa.
Publicado por:

- DanmeiFuwa
-
Sou apaixonada pelo mundo das novels BL chinesas e venho me dedicando à tradução desde 2021 no Wattpad. Adoro o que faço, mesmo sem receber nada em troca. Disponibilizo minhas traduções aqui, pois nunca se sabe quando uma novel pode ser removida do Wattpad.
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