A BUCHA DE CANHÃO DA FAMÍLIA RICA ENLOUQUECEU - Capítulo 135 – Extra: Pedido de Casamento (Final)
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- Capítulo 135 – Extra: Pedido de Casamento (Final)
“Certas pessoas têm essa postura séria do lado de fora, mas quando estão a portas fechadas falam de tudo,” Lu Ran provocou.
Ji Min continuou massageando sua cintura, admitindo com tranquilidade:
“Só você ouve, então, que diferença faz?”
Os dois ainda estavam deitados na cama, aproveitando o momento.
Ji Min estava prestes a pedir que ele virasse de novo quando o celular de Lu Ran, ao lado da cama, começou a tocar.
Lu Ran pegou o celular e, ao ver quem ligava, deu um pulo.
O movimento foi tão rápido que ele parecia ter recuperado o vigor: nem as pernas doíam mais, nem a cintura estava cansada.
“Quem é?” Ji Min perguntou, com um leve tom de aborrecimento.
“Meu orientador!” respondeu Lu Ran.
Ji Min imediatamente ficou quieto e, paciente, sentou-se ao lado, esperando.
Lu Ran atendeu ao telefone e escutou com atenção.
Em certo momento, parou, lançou um olhar para Ji Min e perguntou ao orientador: “É para agora?”
Ji Min começou a sentir um mau pressentimento.
Quando Lu Ran desligou, Ji Min teve certeza de que sua preocupação estava certa.
O orientador de Lu Ran, por conta de um projeto, precisava ir à África, e Lu Ran, como futuro pesquisador da pós-graduação, também deveria acompanhá-lo.
Ou seja, o recesso de verão de Lu Ran, que mal havia começado, já tinha chegado ao fim.
Ao saber disso, Ji Min ficou com o semblante desolado.
“Está irritado?” Lu Ran se aproximou e tentou ver seu rosto.
Ji Min ficou em silêncio, claramente insatisfeito.
Depois de um tempo, ele não se conteve e resmungou: “Como é que sua universidade planeja essas coisas?”
Lu Ran também estava um pouco chateado, então inclinou-se para beijá-lo:
“Não fique bravo, aqui vai um beijinho para compensar.”
Mas um beijo não foi suficiente para acalmá-lo.
Lu Ran deu mais alguns beijos, ainda relutante em ir embora.
“Não vai demorar muito. Assim que o recesso acabar, eu volto,” disse, tentando confortá-lo.
Ji Min ficou com a expressão ainda mais sombria.
“Ah, claro, assim que o recesso acabar,” murmurou.
Lu Ran continuou tentando tranquilizá-lo, mas, ao ver que Ji Min realmente estava chateado, hesitou e sugeriu:
“Ainda não comecei oficialmente o mestrado. Posso falar com meu orientador e, se ele aceitar, talvez eu não precise ir. Que tal?”
Ele pegou o celular, pronto para ligar.
Ji Min, porém, segurou sua mão e o abraçou, suspirando: “Uma oportunidade tão boa, como poderia deixar passar?”
Aquela proposta de casamento que Ji Min tanto planejara teria de ser adiada mais uma vez.
Apesar da frustração, Ji Min aceitou a realidade.
O orientador de Lu Ran estava com pressa, então Ji Min começou imediatamente a ajudá-lo a preparar as malas.
A África exigia uma série de cuidados específicos.
Ji Min, que já havia estado lá a trabalho, orientou seu assistente a providenciar tudo o que fosse essencial.
Depois de revisar item por item, ele organizou as malas.
Como era uma viagem organizada pela universidade, no dia da partida Lu Ran precisou encontrar o grupo na escola.
Ji Min pôde apenas levá-lo até a entrada.
Ao estacionarem em frente à universidade, Ji Min segurou Lu Ran e começou a lhe dar conselhos, um atrás do outro:
“A África é bem diferente daqui, então não ande sozinho. Nada de comer o que não conhece. Eu adicionei alguns números no seu celular. Já falei com essas pessoas, então se precisar de ajuda ou encontrar algum problema, é só ligar para elas…”
Lu Ran ouviu pacientemente e depois riu, olhando para Ji Min.
“O que está rindo?” Ji Min bateu de leve na testa dele. “É a primeira vez que você vai tão longe, não posso falar um pouco?”
“Entendi, entendi. Você está certo, ‘responsável,’” Lu Ran disse, aninhando-se no peito dele.
Ao ouvir o termo “responsável,” Ji Min parou por um momento.
Ele pensou em dizer que não queria ser apenas um “responsável” — queria ser oficialmente seu companheiro, com um laço legal.
Mas o tempo era curto.
Hesitou por um instante e decidiu não mencionar isso.
Apenas deu um tapinha em sua cintura e o incentivou: “Vá logo, não faça o grupo esperar.”
Depois que Lu Ran partiu, Ji Min mandou o motorista seguir discretamente o ônibus da universidade até o aeroporto.
Aguardou até ver Lu Ran embarcar antes de ir embora.
Depois, só conseguiu se tranquilizar completamente ao receber a mensagem de Lu Ran informando que o avião havia pousado.
E, então, começou uma nova e longa espera.
A saudade só crescia com o passar dos dias.
Por sorte, Lu Ran sempre mantinha contato, enviando mensagens e fotos com frequência.
Além das paisagens das savanas, suas fotos eram repletas de animais: girafas, búfalos, leões, hienas…
Havia pássaros de cores vibrantes, cobras gigantes e até uma foto de um simples monte de terra.
Ji Min passou um bom tempo olhando para essa última foto, sem entender o que havia de especial.
Ele perguntou para Lu Ran, que apontou uma formiga escondida na foto.
Ji Min: “…”
Em cada uma dessas fotos, ele podia sentir o fascínio e a empolgação de Lu Ran.
Mesmo olhando tantas imagens, ele percebeu que não havia uma única selfie de Lu Ran.
Depois de anos, ele ainda era o mesmo nesse aspecto.
Por fim, Ji Min recorreu ao site da universidade para encontrar notícias sobre o projeto.
Em uma das gravações, Lu Ran aparecia de costas para a câmera, mas Ji Min o reconheceu imediatamente.
Ele estava ajudando a soltar uma cobra tratada de volta à natureza.
Alguns colegas erguiam a gaiola, e logo uma grande píton saía rastejando pelo campo.
Era a mesma cobra cuja foto Lu Ran lhe enviara, como um garoto empolgado compartilhando suas aventuras.
Nos intervalos de trabalho, Ji Min revisava seu plano de casamento, acrescentando alguns detalhes, lapidando-o para torná-lo perfeito.
Quanto mais perfeito o plano se tornava, mais ele parecia esperar uma chance de usá-lo.
O tempo passava.
Um mês já havia se passado desde a partida de Lu Ran.
Ji Min olhou para o plano de casamento em seu computador.
De repente, fechou o laptop e perguntou ao assistente ao lado: “O grupo não tem um projeto na África?”
O assistente, que estava falando de outros assuntos, respondeu, surpreso: “Ah… sim, tem…”
Mas não era um projeto que exigisse a presença do presidente.
Ji Min, no entanto, ignorou essa formalidade.
Começou a trabalhar até tarde e, pouco a pouco, fez com que Da Huang se acostumasse à companhia de outras pessoas.
Uma semana depois, ele embarcou com uma bagagem leve rumo à África.
Ao chegar, uma equipe de recepção já o aguardava.
Ji Min tratou rapidamente das questões de trabalho e, então, entrou em contato com a equipe do orientador de Lu Ran, pronto para uma visita.
O responsável pelo projeto o conduziu até o local onde Lu Ran estava hospedado.
No caminho, Ji Min observou o ambiente.
O projeto do orientador de Lu Ran era de grande importância, então a equipe tinha acomodações relativamente confortáveis.
Já conhecia boa parte da situação pelos vídeos que trocavam, mas ver tudo pessoalmente o tranquilizou.
Como estava ali a trabalho, foi recebido calorosamente pela equipe de pesquisa, que, em várias ocasiões, já havia recebido ajuda da filial do Grupo Ji.
No entanto, surgiu uma situação embaraçosa quando Ji Min explicou o motivo de sua visita.
O responsável pelo projeto explicou: “Sr. Ji, há um imprevisto. Hoje o professor Hu levou a equipe para acampar na savana, e só devem voltar em três ou cinco dias.”
Ji Min parou por um momento, sem esperar por esse contratempo.
O responsável, hesitante, ofereceu: “Amanhã vamos enviar suprimentos. Talvez possamos pedir que tragam o aluno que o senhor quer ver?”
Mas Ji Min apenas balançou a cabeça: “Não, não precisa.”
O responsável imaginou que Ji Min aguardaria o retorno da equipe.
Para sua surpresa, Ji Min disse: “Prefiro ir pessoalmente.”
Sem esperar mais, ele contratou um guia e partiu na mesma direção, rumo à savana.
O professor de Lu Ran havia estabelecido parcerias com algumas tribos locais para o projeto.
O acampamento estava instalado ao redor de uma tribo local.
Quando Ji Min chegou, alguns colegas de Lu Ran estavam voltando para o acampamento para buscar equipamentos. O guia, um conhecido, imediatamente chamou as duas moças: “Xiao Zhu, Xiao Liu, este é o Sr. Ji, vindo da China para falar com o orientador de vocês.”
O guia não sabia o verdadeiro propósito de Ji Min e apenas supôs que ele viera para tratar de negócios com o líder do grupo.
Xiao Zhu e Xiao Liu, ao se virarem e verem Ji Min, arregalaram os olhos.
As duas trocaram olhares e cochicharam: “Uau, que homem lindo!”
“É o típico CEO charmoso da vida real!”
“Olha só essa altura…”
Enquanto caminhava de volta, Xiao Zhu murmurou baixinho:
“Meu Deus, finalmente algo para lavar meus olhos, depois de tanta girafa, leão e búfalo!”
Xiao Liu retrucou: “Eu nem preciso lavar os olhos.”
Xiao Zhu revirou os olhos para a amiga: “Claro que você não precisa, está no grupo do nosso galã da turma. Eu, por outro lado, estou quase enlouquecendo com aquele idiota do Guo.”
Quando chegaram ao guia, as duas assumiram uma postura mais educada e cumprimentaram Ji Min: “Sr. Ji, como vai?”
Ji Min acenou com a cabeça para ambas.
“Eles estão quase terminando. Nosso orientador deve voltar em breve,” disse Xiao Zhu.
Nesse momento, Ji Min esclareceu: “Na verdade, eu vim para ver Lu Ran. Ele está por aqui?”
Ao ouvir o nome de Lu Ran, Xiao Zhu e Xiao Liu ficaram surpresas, trocando olhares cheios de significado.
Xiao Zhu fez um sinal discreto para Xiao Liu: “Ele veio ver o galã da turma!”
“Será que…”
“Sim, sim, ele está aqui! Nosso… Lu Ran está logo ali na frente, esperando a gente levar o equipamento,” respondeu Xiao Zhu.
Ji Min olhou para o carro delas e sugeriu: “A estrada é ruim para esse tipo de veículo. Coloquem os equipamentos no meu carro.”
Imediatamente, o assistente de Ji Min ajudou as duas a transferirem os instrumentos pesados.
No caminho, Xiao Zhu e Xiao Liu estavam tensas no carro, mas seus olhares curiosos traíam o interesse por Ji Min.
Depois de um tempo, Xiao Zhu não aguentou mais e, com cuidado, perguntou: “Sr. Ji, qual é a sua relação com o nosso galã da turma?”
Ao ouvir isso, Ji Min, que estava sentado no banco da frente, ficou surpreso por um momento. Em seguida, sorriu, achando a situação divertida, e perguntou: “Então Lu Ran é o galã da turma?”
Xiao Zhu sorriu, um pouco sem graça, e explicou:
“É que o Lu Ran é muito bonito, sabe? Tem muita gente que gosta dele em segredo, então acabamos nos acostumando a chamá-lo assim.”
Ao ouvir isso, Ji Min ergueu as sobrancelhas.
Xiao Zhu e Xiao Liu ouviram o homem soltar uma risada enigmática: “Então muita gente gosta dele.”
Antes que pudessem entender o que ele quis dizer com esse tom, Ji Min, tranquilo, revelou: “Eu sou o namorado dele.”
“Ah?”
Mesmo já desconfiando, Xiao Zhu e Xiao Liu não puderam evitar um misto de surpresa e emoção ao ouvir a confirmação.
Lu Ran dizia há tempos que tinha um namorado, mas muitos dos colegas achavam que era apenas uma desculpa para rejeitar as pessoas.
Até o próprio Guo Zhou, que estava lá na expedição, espalhava comentários sobre Lu Ran, insinuando que ele estava com um “velho rico” por interesse.
No entanto, Guo Zhou tinha uma péssima reputação, então quase ninguém levava a sério o que ele dizia, achando que era apenas inveja.
Mas agora, ao ver Ji Min em pessoa, Xiao Zhu e Xiao Liu ficaram chocadas com o quanto Guo Zhou havia distorcido a realidade!
Esse era o tal “velho”?
Onde já se viu um “velho” de quase um metro e noventa, com um rosto que superava o de um ator e uma aparência elegante?
Além disso, ele parecia ter apenas vinte e sete ou vinte e oito anos, muito mais jovem e charmoso do que o próprio Guo Zhou!
Talvez a única verdade nos boatos de Guo Zhou fosse o fato de Ji Min ser realmente rico.
Logo chegaram ao local da expedição de campo.
Era uma área alta, com boa visibilidade, embora de difícil acesso.
Depois de estacionar o carro, Ji Min desceu e, ao levantar os olhos, viu Lu Ran sentado ao lado de uma jaula, observando dois filhotes de chita órfãos e feridos, recebendo soro intravenoso.
O restante da equipe estava em uma elevação, olhando para o horizonte.
Assim que Xiao Zhu e Xiao Liu desceram do carro, acenaram para Lu Ran.
Ao erguer a cabeça e ver Ji Min ao lado do carro, os olhos de Lu Ran brilharam com entusiasmo.
Ele imediatamente levantou-se e correu até Ji Min, segurando seu pulso.
“Hum? Nem parece surpreso em me ver,” Ji Min comentou, arqueando as sobrancelhas.
Após um mês na África, Lu Ran estava um pouco mais bronzeado e exalava uma energia vibrante, quase como um animal selvagem.
Ele sorriu para Ji Min: “É que liguei para o tio Chen, e o pessoal do dormitório também avisou meu orientador.”
Dizendo isso, ele puxou Ji Min pela mão, levando-o para o ponto mais alto, enquanto exclamava: “Venha rápido!”
Correndo e ofegante, Lu Ran explicou: “Eu sabia que você chegaria hoje, mas não tinha certeza se daria tempo.”
Ji Min o seguiu, ainda confuso.
Com apenas alguns passos, alcançaram o topo, e Lu Ran, animado como um garoto, apontou para a distância e disse: “Olhe!”
Ji Min ergueu o olhar.
Era a grande migração dos animais.
À frente, o céu estava vasto, a savana se estendia até onde a vista alcançava, com apenas alguns arbustos pontuando o horizonte.
Em meio à paisagem aberta, manadas de búfalos e zebras corriam pela planície, atravessando arbustos e rios abaixo.
Nuvens de poeira e água se erguiam, e o som do trote denso transmitia uma poderosa sensação de vida.
Ji Min raramente parava para observar por tanto tempo.
Por fim, desviou o olhar e se voltou para Lu Ran ao seu lado.
Lu Ran sorria para ele, dizendo: “Assim que cheguei aqui, pensei que você precisava ver isso.”
Então, franziu o cenho, lamentando:
“Mas eu sou péssimo com fotos e sempre acho que as imagens não conseguem capturar o que estou vendo de verdade.”
“Hoje, pelo menos você conseguiu chegar a tempo. Se fosse em outra estação, já teria perdido isso.”
Ji Min olhou para ele, ponderando.
Ele lembrou que, ao chegar, todos estavam observando a migração.
Exceto Lu Ran, que se dedicava aos filhotes de chita.
“Se eu não tivesse chegado hoje, você teria ficado ali com aqueles dois filhotes o tempo todo?” perguntou Ji Min, com a voz rouca.
Lu Ran apertou o pulso de Ji Min, não respondendo diretamente, mas dizendo:
“Eu já tinha reservado o melhor lugar. Ninguém ousou disputar comigo!”
Ji Min deu uma risada baixa, apertando a mão de Lu Ran de volta.
Lu Ran puxou Ji Min pelo braço, insistindo: “Olhe, veja!”
Ji Min voltou o olhar para a savana.
As manadas de búfalos e zebras já haviam passado.
No oeste, um sol vermelho se punha no horizonte.
O sol vermelho ardia no horizonte como se estivesse derretendo, espalhando seu brilho sobre a savana, tingindo as sombras das árvores e o céu de um tom rubro magnífico.
A luz refletia também nos cabelos de Lu Ran.
Ele observava o pôr do sol com atenção, mas, ao virar-se, percebeu que Ji Min, ao seu lado, não estava contemplando o horizonte. Estava olhando para ele.
“Por que está me olhando? O sol está quase se pondo,” reclamou Lu Ran, impaciente.
Ji Min deu uma risada baixa. “Nada, só…”
Apertou um pouco mais a mão de Lu Ran.
Ele apenas sentiu um súbito apreço ao ver que o garoto que um dia estivera preso a uma cama de hospital agora estava ali, diante do exuberante pôr do sol africano, vivendo entre os animais que tanto amava e trabalhando com paixão em sua área.
Essa visão era, para ele, muito mais bela do que o pôr do sol.
Antes de anoitecer, todos voltaram para o acampamento.
Ji Min entregou os suprimentos que trouxera para o orientador de Lu Ran e juntou-se ao grupo para comer ao redor da fogueira.
Era a primeira vez que ele interagia com os colegas e amigos de Lu Ran como seu namorado.
Ao redor da fogueira, ele relaxou, deixando de lado seu ar intimidador, e conversou casualmente.
Aproveitando a ausência de Lu Ran, a turma se encheu de curiosidade e começou a bombardear Ji Min de perguntas.
Porém, assim que Lu Ran apareceu ao longe, todos rapidamente se endireitaram e voltaram a uma postura formal.
Ji Min não pôde conter o riso.
“Por que vocês têm medo dele?” brincou.
Assim que Lu Ran se afastou novamente, um dos colegas comentou com um suspiro aliviado:
“O nosso galã da turma bravo é de dar medo.”
“Vocês não viram nada! Recentemente ele deu uma lição em um certo alguém… foi a melhor coisa!” acrescentou uma das meninas.
A história, é claro, envolvia Guo Zhou.
Depois que Ji Min “cumprimentou” Guo Zhou ao buscá-lo da universidade, a família de Guo Zhou o repreendeu, e ele ficou quieto por um tempo. Mas ao chegarem na expedição, ele voltou a falar mal de Lu Ran pelas costas.
Até que, um dia, Lu Ran o ouviu e, sem pestanejar, deu-lhe um chute que o lançou direto em uma pilha de esterco.
Naquele instante, todos ficaram boquiabertos.
Uma das colegas contou animada a Ji Min:
“Você precisava ver o chute que ele deu!”
“Depois do chute, ele ainda deu uma risadinha e disse: ‘Meu temperamento está bem melhor; só hoje é que chutei você.’”
“Finalmente, alguém fez o que eu sempre quis fazer!” disse Xiao Zhu, animada.
“Esse Guo é o pior. Nunca faz nada, reclama de cansaço, empurra o trabalho para mim… eu já queria chutá-lo há tempos!”
Ji Min riu, imaginando a cena, e ouviu mais histórias sobre Lu Ran.
Quando todos foram descansar, ele voltou ao acampamento de Lu Ran.
Ao levantar a lona da entrada, viu que Lu Ran, deitado em uma manta, vestindo uma camiseta e shorts, revisava os dados do dia.
Ao ouvir o barulho, Lu Ran virou-se e arqueou as sobrancelhas: “Por que voltou? Não montaram uma barraca para você?”
“Deixei para o meu assistente,” disse Ji Min, entrando despreocupadamente e deitando ao lado de Lu Ran.
A barraca era escura, abafada e estreita, como se estivessem debaixo de um cobertor, iluminados apenas por uma pequena lâmpada que lançava um brilho amarelado sobre Lu Ran.
Enquanto terminava de organizar suas coisas, Lu Ran conversava com Ji Min, que respondia sem pressa, mas atento ao barulho do lado de fora.
Quando o silêncio caiu, Ji Min voltou seu olhar para as pernas de Lu Ran, levemente iluminadas pela lâmpada.
O calor fazia com que sua pele tivesse um brilho suave e bronzeado, sedutor na penumbra.
Ji Min comentava casualmente: “Da Huang fez um check-up na semana passada, está ótimo, o veterinário disse que está muito saudável.” No entanto, sua mão já deslizava lentamente pela perna de Lu Ran.
Aquele toque discreto, no meio da escuridão, parecia amplificado.
“Ei!” Lu Ran afastou a perna, rindo ao perceber a intenção de Ji Min. “Estamos no acampamento, lugar perigoso, você esqueceu?”
Ele se inclinou, provocador, e mostrou os dentes como um predador: “Não tem medo de que, no meio do caminho, um leão invada a barraca?”
“Assustando quem, exatamente?” Ji Min riu, dando-lhe um tapinha. “Acha que nunca estive por aqui?”
Vendo que não o intimidou, Lu Ran sentou-se e, sério, insistiu: “É realmente perigoso.”
“Hm?” Ji Min arqueou as sobrancelhas, curioso para ver até onde ele iria com aquela desculpa.
Lu Ran se aproximou e sussurrou, explicando como quem compartilha um segredo:
“Sabia que aqui tem um inseto chamado mosca-berneira? Ela põe ovos em mosquitos que acabam infectando mamíferos.”
Ji Min suspirou, arrependido de ter deixado Lu Ran começar a falar.
Ele tentou cobrir a boca do namorado, mas Lu Ran desviou e continuou com um sorriso divertido:
“Uma vez, li um caso sobre um cara que foi picado na região… bom, ele ignorou na hora, mas depois começou a sentir uma dor horrível.”
“Já chega.” Ji Min tentou interrompê-lo.
Lu Ran não parou: “Quando ele foi ao hospital, o médico abriu a pele e encontrou uma larva grande de mosca-berneira. Assim, do tamanho de uma falange,” disse ele, gesticulando. “Parecia uma larva gigante!”
Ji Min: “…”
Por que estava ouvindo essas coisas agora?
Ao ver a expressão de Ji Min, Lu Ran caiu na gargalhada, se contorcendo no chão da barraca.
Ele ainda conseguiu alertá-lo entre risadas: “Então é melhor você não fazer nada imprudente agora, viu?”
Ji Min balançou a cabeça, incapaz de segurar o riso também, e, sem mais paciência, puxou-o para um beijo.
Mesmo enquanto ria, Lu Ran tentava escapar, mas Ji Min apenas sorriu para ele, sem ir adiante.
Quando o beijo terminou, Lu Ran sentiu algo gelado em seu dedo.
Sob a luz amarelada, uma aliança brilhava discretamente em seu dedo anelar.
Lu Ran virou a aliança nos dedos, sentindo gravado o contorno de duas letras e a imagem de um pequeno cachorro.
Ele ergueu os olhos para Ji Min.
O olhar caloroso do homem, tão diferente de seu jeito reservado, transmitia uma suavidade incomum.
“Você até que foi persistente, Ji Min,” comentou Lu Ran.
“Hm?” Ji Min arqueou as sobrancelhas, curioso.
Observando a aliança, Lu Ran suspirou: “Eu acabei de contar uma história horrível, e mesmo assim você conseguiu lembrar do pedido.”
Ji Min riu.
Ele tinha planejado esse pedido por tanto tempo, buscando a perfeição.
E, no fim, o fez ali, em uma barraca estreita, no meio da savana.
Lu Ran acariciou a aliança por um momento e olhou para Ji Min, lamentando:
“Que pena que você me venceu. Achei que eu faria isso primeiro.”
Ji Min ficou surpreso.
Então, Lu Ran virou-se para mexer em sua mochila até encontrar um pequeno estojo de veludo preto.
Ele abriu o estojo, revelando um par de alianças.
Diferentes do design moderno da aliança de Ji Min, essas tinham um estilo mais rústico, com uma safira azul escura em cada anel.
Sob a luz suave, Lu Ran explicou:
“Aqui, dizem que essas pedras ajudam os amantes a se encontrar em cada vida.”
Ele sorriu, um pouco envergonhado, e admitiu: “Pode ser uma superstição boba.”
Mas logo sorriu de novo, olhando para Ji Min: “Mas não deixa de ser um bom presságio.”
Ji Min, por um momento, não encontrou palavras.
Essas pedras não eram fáceis de encontrar, e personalizar as alianças levaria tempo, além de exigir que ele soubesse o tamanho exato de seu dedo.
Ele nunca imaginou que Lu Ran se prepararia tanto.
Para Ji Min, Lu Ran não precisava fazer nada; bastava seguir sua carreira, imerso em sua paixão.
Mas ali estava ele, indo ao encontro de Ji Min com igual dedicação, e com uma ganância de garoto: queria tudo, até mesmo promessas para vidas futuras.
No aconchego da barraca, Lu Ran segurou a mão de Ji Min e deslizou a aliança com a safira em seu dedo.
Eles entrelaçaram os dedos.
Apesar dos estilos diferentes, as alianças refletiam o mesmo sentimento.
Com o passar do tempo, a lâmpada finalmente se apagou.
Na escuridão silenciosa, apenas as alianças continuaram a brilhar, com um brilho suave e persistente.
Publicado por:

- DanmeiFuwa
-
Sou apaixonada pelo mundo das novels BL chinesas e venho me dedicando à tradução desde 2021 no Wattpad. Adoro o que faço, mesmo sem receber nada em troca. Disponibilizo minhas traduções aqui, pois nunca se sabe quando uma novel pode ser removida do Wattpad.
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