Trigger - Capítulo 01
Em uma noite escura, os becos de Bongcheon-dong¹, Distrito 1, onde se concentravam casas miseráveis, estavam desoladamente silenciosos. Ao contrário do proprietário, que estava entusiasmado com a reconstrução, os inquilinos estavam ocupados procurando uma casa para morar imediatamente.
Fazia muito tempo que uma luz forte não brilhava através do telhado desabado e das velhas paredes rachadas. Hyeonjun saiu do carro e olhou para o prédio miserável cujas paredes haviam sido destruídas por um tufão no ano anterior. Já se passaram dez anos desde que esteve com seus filhos em um prédio de um andar com menos de dez pessoas. Dizem que a felicidade vem depois do sofrimento, e hoje foi o dia exato.
Faz uma semana que o proprietário ameaçou para que desocupem a casa, dizendo que havia assinado um acordo para reconstruí-la. O cliente que o procurou alguns dias atrás e pediu uma caixa com uma grande quantia de dinheiro veio ver Hyeonjun novamente hoje.
Foram cem milhões de wons.(N/t: próx. R $377.020,00) Era dinheiro que teria ido mesmo se ele matasse alguém ou pedisse a alguém para ir para a prisão em seu nome. No entanto, ele foi encarregado de uma tarefa insignificante e ganhou 10 milhões de won hoje, dizendo que era um adiantamento. (n/t: prox. R$ 40.839,84)
Hyeonjun parou na frente da porta, lembrando-se do maço de dinheiro e de um bilhete que o homem de meia-idade havia deixado em sua mesa. Olhando para a porta com um buraco redondo, esticou o pé e empurrou-o para dentro.
— Meninos, cheguei.
Eles estavam sentados perto um do outro em uma mesa para quatro comerem ramen, juntando suas cabeças e usando pauzinhos. Hyeonjun entrou e comprimentou.
— Crianças. Vem comer.
Em vez de repreender Hyeonjun, ele puxou uma cadeira contra a parede e se sentou. No passado, quando ele colocava ramen em uma panela grande que comprava para ferver sopa de carne, ele a esvaziava em um piscar em segundo. Em menos de cinco minutos, eles viraram a cabeça para Hyeonjun um por um, lamentando o fundo do pote.
— Você não disse que era sair para comprar algo para comer. O que estava fazendo até agora? Nós estamos comendo ramen novamente.
Hyeonjun com uma aparência cansada, olhou-o para eles: os criou, os vestiu e os colocou até para dormir, e agora eles corajosamente exigiam que comprisse sua obrigação. A qualquer momento, eles estavam prontos para assaltar o bolso de Hyeonjun.
— Ei, Sangcheol. Liga para o restaurante chinês.
— Por que um restaurante chinês?
— Esse bastardo. Por que você ligaria para um restaurante chinês? Já estão fechado
— Sério? Que tal Jokbal*? (N/t: JOKBAL 족발: Prato da culinária coreana, consistindo de pés de porco de porco, cozinhadas com molho de soja e especiarias)
— Eu não estou vendo Sangdeok, para onde ele foi?
— Oh! …. Ele foi procurar aquela caneta esferográfica ou algo assim?
— OK. Cadê o Seojin?
— Está decidido.
Sangcheol disse, segurando o receptor na mão, que havia ficado amarelado com o tempo, e apertou o botão.
— Sim? O que é?
Hyeonjun endireitou as costas curvadas. Foram cem milhões. Não foi difícil fazer isso dando ao chefe pervertido um buraco nas costas e descobrindo o que o cliente estava dizendo.
— Seojin.
— O que?!
O rosto sorridente de Hyeonjun endureceu rapidamente.
— Seojin é a única pessoa aqui que está cursando faculdade. E que tem mais tempo de sobra. Sangdeok tinha que ir trabalhar hoje. Se não Seojin não pudesse ir, quem faria o trabalho?
— Malditos.
— Ele foi por conta própria. Seojin, que tem um rosto bonito, para ser sincero. Ele quem deveria ir desde do começo até aquele presidente pervertido para o começo de conversa. Quem entre a gente teria chance de fugir?
— O que isso tem a ver com o seu rosto? Ele não poderia ir em hipótese nenhuma!
Foi um erro dele tratar indiferente Seojin, que estava olhando para o bilhete dado pelo cliente, que de repente saiu depois que a palestra terminou cedo.
Hyeonjun se levantou e gritou.
— Faz quanto tempo que ele saiu?!
Ele nunca poderia enviar Seojin para aquela casa.
🤍
Hannam-dong².
O beco cheio de mansões de luxo era diferente de onde Seojin morava. Não havia centenas de escadas para subir infinitamente como o bairro onde Seojin mora. O muro alto à esquerda e a fileira de árvores à direita tinham um limite claro com a estrada no meio. Até as árvores plantadas na beira da calçada, como o jardim da residência, estavam bem cuidadas.
Fazia muito tempo que estava escuro, mas não parecia escuro. Tudo era diferente do bairro de Seojin, onde não havia luz, até mesmo um poste quebrado, ele costumava cair várias vezes enquanto subia as escadas à noite.
Seojin respirou fundo enquanto subia a colina e parou em frente a um portão de ferro bem fechado. Era uma oportunidade de ganhar um milhão de dólares. Com esse dinheiro, Sangcheol, que disse que poderia usar os punhos, não precisou ser espancado em nome de ninguém, e Jaeho, que tinha apenas 20 anos, não precisou seguir o marido da esposa rica.
Acima de tudo, mesmo em uma casa com um aluguel mensal de 300.000 won sem depósito, ninguém imaginaria quando ia ser expulso. Era o dinheiro absolutamente necessário para saldar as dívidas do seu chefe, que tanto as enredou depois de se mudar para uma casa fria, janelas quebradas e portas quebradas.
Ding dong.
No momento da decisão, Seojin tocou a campainha.
Mesmo que Seojin não pudesse responder a pergunta de quem era, a porta de ferro bem fechada se abriu e Seojin entrou. Achando que veria o jardim, mas havia um longo corredor que levava para dentro. Seojin passou por ele com um passo rápido.
Uma mulher que estava esperando no final do corredor viu Seojin e se aproximou dele.
— Você trouxe os papéis?
— Sim.
Usando óculos de armação preta, ela usava um terno justo o suficiente para revelar seu corpo volumoso. Ela levou Seojin para uma pequena sala.
— Aqui… …
Seojin estendeu um pequeno envelope em sua mão.
O contato no escritório de Hyeonjun tinha documentos a serem preparados antes de vir para cá. Foi uma recomendação de Madame Jung do S Clube e um relatório de exame médico afirmando que não havia problemas de saúde. Seojin roubou secretamente os documentos falsos que Hyeojun preparou.
— Senta-se.
Ela se sentou no sofá e disse para Seojin. Seojin sentou na frente dela. Ela estendeu o papel que havia preparado enquanto levantava os óculos escuros de aparência fria.
— Tire uma foto aqui.
— O que é isso?
Aceitando o papel que a mulher estendeu, Seojin perguntou.
— É um contrato de confidencialidade e uma forma de pagamento. Como você sabe, quando isso acabar, não deve haver nenhum contato entre nós, antes que entraremos em contato com você.
Em uma palavra, significava não se incomodar em ficar por aqui.
Ela entregou a tinta que havia preparado com antecedência para Seojin. Ao contrário de olhar para Seojin com calma, a maneira como ele batia no papel com os dedos parecia encorajá-lo.
Talvez porque Seojin estivesse tão nervoso, as letras não focaram em seus olhos. De qualquer forma, depois de fazer o favor de hoje e descobrir o que o cliente disser, acabará qualquer contato entre eles. Como ela disse, não havia necessidade de Seojin entrar em contato com ela primeiro, e não havia nada que a incomodasse em ficar por perto. Foi o suficiente para matar o tempo com moderação.
Quando Seojin assinou, ela rapidamente pegou o papel e se levantou. E logo depois, uma jovem entrou pela porta que ela havia deixado e levou Seojin para outro lugar.
Notas:
1- Bongcheon-dong é uma zona de cidade classe baixa. Bongcheon-dong está situada perto de Sangdo-dong e Nokdu Street. Na Coréia.
2 – Hannam-dong é um dong, bairro de Yongsan-gu em Seul, Coreia do Sul. Um dos bairros mais ricos do país, tem sido retratado continuamente na cultura popular da Coreia do Sul como um local rico e luxuoso, e por isso tem sido tema de filmes nacionais, séries de televisão e música pop coreana.
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