The Sin - Capítulo 08
Os dois meninos, que deixaram a escola em completo silêncio, não tiveram nenhuma outra conversa importante enquanto voltavam para casa. Vinte minutos ou mais.
Dennis percebeu que suas palavras apenas estimulavam o pecado e não tinham exatamente um efeito positivo em Jesaja, então ele fechou a boca e simplesmente manteve sua aparência normal.
Dennis não apertou sua mão até chegarem à casa Jesaja. Ele não mostrou nenhum sinal de mudança até que se abaixou para colocar a chave na porta da frente… Era justo dizer que ele não esperava elogios depois do que tinha feito com Claudia, mas Dennis sempre se resignou a sua vontade completa.
Jesaja se aproximou dele, abriu os braços e acariciou seus cabelos como se o elogiava por um trabalho bem feito… Quando seu dedo desceu pela nuca, foi nesse momento que passou por sua cabeça, uma parada completa em suas calças. Dennis não sabia o que fazer, embora não fosse a primeira vez, então ele se pegou salivando de uma forma terrivelmente ultrajante.
Assim que entraram na sala, Jesaja sentou-se no sofá e fumou maconha, enquanto Dennis, sentado em frente à ele, o encarava como se esperasse algum tipo de instrução. Bem, esta era uma paisagem que não era desconhecida para eles, para nenhum deles.
“Dennis, você se importa?”
“O quê?”
O silêncio, que continuou durante a resposta de Dennis, cresceu tanto que Jesaja perguntou novamente.
“Os rumores de que você está se dando bem comigo agora incomodam você?”
Dennis não abriu a boca até que Jesaja se mexeu, deitou-se de bruços e soprou a fumaça de cannabis três ou quatro vezes até que começou a se misturar com o ambiente. Jesaja não estava realmente procurando uma resposta, ele estava… Pedindo para perguntar.
“Dennis, eu sei que você é popular”. Jesaja suspirou é deixou as cinzas de cannabis, que não foram devidamente removidas do filtro, pingarem e se espalharem em sua camiseta preta. “Mas não me deixe bravo, porque é irritante pra caralho. Ok?”
A pergunta final foi dita em cantonês
Nos últimos dias, à medida que o tempo com Jesaja aumentou, Dennis se acostumou tanto ao cantonês que agora percebeu que entendia suas palavras e balançava a cabeça para assentir.
Dennis não era mais obrigado a levar Jesaja ao hospital e Jesaja não ia mais à igreja, mas os dois se encontravam com mais frequência do que antes, mesmo quando deveriam ter seus próprios negócios para cuidar. Dennis dormia na casa de Jesaja três dias por semana e deve-se dizer que seus pais nunca se opuseram a ele passar à noite com ele, que havia sofrido uma perda completamente terrível.
Sábado, o dia em que o pai de Jesaja morreu, foi a primeira noite em que fizeram sexo. Um, dois, três dias. Já se passaram dois meses.
Mas Dennis era culpado, não era? Culpado por fazer promessas não correspondidas, responsabilidades bobas, inúmeras vozes nas saliências da língua que causavam mortes… Desta vez, havia uma poça de chuva, água debaixo das roupas de Jesaja, o cheiro de maconha, dedos ossudos de ponta vermelha e tornozelos levantados sobre ombros fortes, lábios secos, olhos oblíquos, olhos cinzentos, testa branca coberta de cabelos escuros… Jesaja subindo em cima de Dennis, Jesaja comendo Dennis.
“Seja responsável pelo que você fez.”
“Seja responsável e deite-se comigo.”
Dennis não podia dizer não a isso… E naquele dia, suas mãos se tornaram algemas, beijos cheios de dentes pecaminosos. Dennis, cujo tornozelo estava preso em correntes, ficou coxo e também cego… Enganando-se, dizendo que era sua penitência, embora fosse seu primeiro pecado.
No domingo seguinte, foi o último dia em que ele visitou a igreja com Jesaja. Escravizado pelo pecado que crescia em sua alma, Dennis descobriu que não conseguia se concentrar na oração. Ele estava lá, olhando para Jesaja no assento ao lado dele. Suas mãos, as marcas em seu pescoço… Jesaja orou com fervor, embora seu pai tivesse morrido e ele não precisava mais dele. Aquele… Diabo estúpido, gentilmente juntou as mãos nuas e cuspiu o nome de Deus com seus lábios imundos. Com sua aparência pura, Dennis percebeu imediatamente que não era culpa sua, e sim, a dele.
Os dois estavam no funeral do pai de Jesaja e, na escola, repetiam pecados impuros. É Jesaja quem o pega, leva ao banheiro e geme seu nome, mas é sempre Dennis quem sente vergonha.
Dennis começou a chorar naquela noite e também na noite seguinte. O arrependimento profundo não era mais possível porque quando ele se ajoelhou e cruzou as mãos na cama, ele se lembrou do pênis de Jesaja dentro de sua boca, ele não pensou no bom Deus…
Seus pulmões estavam cansados de ofegar, ele suava como um louco e até começou a ter muita náusea. Ele estava preso em um medo tremendo… porque não era ele, porque aqueles pensamentos não eram dele, porque ele estava tão arrependido de estar terrivelmente apaixonado por ele.
Ele queria escapar de Jesaja.
Ele ansiava por salvação.
Como primeiro passa para o perdão, ele decidiu que iria estudar no exterior como padre. Dennis também tentou voltar as horas de oração contínua e voluntariado pela manhã, enquanto preparava os documentos necessários para partir à Roma.
Precisava de Italiano, não de cantonês. Estudo. Faça aquele corpo promíscuo inteiramente dedicado a Deus para que sua alma imunda seja divinamente usada. Para sair do banheiro do inferno é escapar de Jesaja… Porque, agora, ele estava coxo, e se ele não fosse embora, ele iria deixá-lo sem as duas pernas.
Essa foi a melhor solução que Dennis encontrou para sair do caos em que sua própria vida havia se transformado.
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