The Cultivation of the Phantom Mask - Capítulo 01
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Primeiro arco: Tian Suo e Xiwang cruzando os céus
Zhu Lian tentava estabilizar seu corpo na água, só conseguia ver as chamas altas a distância, o barco que estava anteriormente continuava indo a frente para uma direção incerta. Nas margens uma figura branca e solitária segurava uma espada, não era muito alta, o corpo era esguio e sem hesitar avançou contra os invasores. Enquanto observava a pessoa de branco correndo, com os passos firmes, o coração de Zhu Lian acelerou.
O cultivador gritou ao acordar alarmado: “Shijie!”
Zhu estava na sua cabana, o lugar que vivia já fazia alguns anos. O braço estendido para cima, como se quisesse agarrar algo que já não estava mais ao seu alcance, suas memórias haviam lentamente se tornado pesadelos que o perturbavam de tempos em tempos.
Ao colocar os pensamentos em ordem ele se sentou, havia ido cortar lenha e acabou cochilando, tanto que já conseguia ver o sol quase desaparecendo no horizonte, mas não podia se dar o luxo de voltar a dormir, precisava checar ataques de ghouls que haviam falado próximo a estrada que passava em uma tarde qualquer, então tomou um banho para afastar qualquer resquício de sono.
Morava em uma cabana próxima a um rio, pescava e plantava, assim não precisava ir para a multidão da cidade. Sabia que não acharam seu corpo mesmo após sua fuga, e a seita Long ainda desejava sua cabeça por uma quantia considerável e para alcançar essa meta, seu nome foi jogado em várias calúnias, até que sua imagem para todos era um homem cruel e sem limites para crimes.
Quando se sentiu novamente impaciente sussurrou para tentar se acalmar: “Um dia de cada vez.”
Ao terminar, saiu da banheira de ferro, secou sua pele, o robe preto com detalhes em branco servia perfeitamente no seu corpo. No momento que precisou começar a se esconder, ele teve o cuidado de se livrar de todas as suas coisas antigas, até mesmo o uniforme branco com flocos de neve da sua seita natal, foi trocando pelas roupas pretas e com menos detalhes possíveis, as presilhas que geralmente usava foram jogadas fora e ele usava um tecido firme com um prendedor simples para manter seu cabelo escuro como a noite em um rabo de cavalo alto, a espada, Xiwang, foi presa as costas, acompanhada pela última peça no visual do cultivador desgarrado, uma máscara preta que cobria seus lábios e nariz, o dando certo conforto por não se sentir exposto.
…
Não precisou andar muito para escutar gritos deploráveis dos ghouls. Ao adentrar mais na floresta, encontrou um grupo lutando contra os seres malignos, observou poucos segundos para notar o que fazia desses monstros mais problemáticos. Ao analisar a pele era possível ver que era retorcida e nem um pouco regular, então todos pareciam ter sido mortos por um incêndio, quando atingidos em pontos errados eles podem explodir em chamas.
Com um suspiro pensado ele pensou: “Tão lerdos.”
Soltou Xiwang a fazendo flutuar, juntou dois dedos a poucos centímetros dos lábios e a lâmina brilhante passou como um raio, atravessando os pontos menos queimados dos cadáveres. Quando terminou, o punho da espada encostou com leveza na mão de Zhu Lian, sendo guardada na bainha logo depois.
Um cultivador mais jovem se levantou e agradeceu energicamente, Lian curvou a cabeça levemente, simbolizando que apreciava e aceitava os agradecimentos. Logo se virando para partir, mas diminuiu o ritmo ao ouvir eles falando sobre si.
O mais jovem do grupo não tinha noção de falar baixo e disse: “Acho que ele é aquele cultivador… Aquele que cobre o rosto. Disseram que foi ferido tão seriamente que precisou esconder a própria cara.”
Um homem de idade quase igual do jovem resolveu dividir com eles sua teoria: “Sério? Mas não tinham dito que ele enlouqueceu e cortou a própria cara?”
O mais velho deles soltou um estalo com a língua e falou sem paciência: “Olharam bem para ele? Não parece nem um pouco louco. Ele tem o rosto deformado por ter lutado contra algo maligno.”
Zhu Lian conteve um riso de divertimento. Na realidade, seu rosto era normal, até poderia ser descrito como bonito e quando era da seita XueHua, havia até algumas damas interessadas em si, não sabia se era loucura da sua mente ou se realmente eram memórias, mas sentia que já se relacionou com algumas damas quando era da seita XueHua.
Mesmo querendo voltar para casa e cuidar da sua plantação, tinha mais ghouls incendiários para purificar. Eles corriam sem rumo, se esbarrando em alguns momentos, se lançavam e derrubavam tudo no caminho. Sentia realmente pena das pobres almas que viviam assim.
Aumentou a velocidade, os pés deslizavam, deixando um rastro de gelo. Se alguém observasse de longe, até poderiam dizer que ele patinava de maneira graciosa, mas, na realidade, era extremamente mortal. Era essa a real razão de ter sido salvo pelo o tio Hua e protegido com tanto afinco, tinha uma habilidade única para o gelo. A seita Long era feita de peritos em fogo e era um dos poucos que dominavam essa arte com perfeição, já Zhu Lian precisou aprender a domar suas próprias habilidades por meio de longos e exaustivos treinamentos, para ser possível usar em seus exorcismos.
Deslizou alguns centímetros de distância do último cadáver. Nenhuma gota do sangue podre dos ghouls ficava preso a lâmina clara, sua energia espiritual fluía para a espada em equilíbrio, impedindo que a arma se sujasse.
Já em meio ao silêncio, ele olhou para o céu, constatando que durou mais do que pensou, já que a lua se destacava no céu já escuro, e sem mais ameaças visíveis ele guardou Xiwang, causando um som metálico quase inaudível.
Quando chegou na porta de sua cabana, ele tocou a maçaneta, mas parou no meio do movimento de abri-la, notando que algo estava fora do lugar. Olhou para sua horta e notou que algumas de suas plantas foram pisadas e ergueu a cabeça, encontrando um buraco no telhado. Seu rosto no mesmo instante se tornou sombrio e desembainhou a espada, pronto para atacar.
O cômodo estava em completo silêncio e entregue as sombras, mas a luz do luar que entrava pela janela foi o suficiente para ele ver um vulto encolhido na cozinha, sentia uma estranha oscilação de energia espiritual vindo do invasor, como se a pessoa estivesse ferido e seu próprio corpo não soubesse se deveria desviar a energia para curar ou para focar em lutar.
Ao se aproximar para avaliar quem era o desconhecido ele bloqueou um ataque. Alguns instantes de surpresa foram gastos, quando ele notou que foi atacado por uma… Uma bandeja! Não foi uma espada ou amuleto, o desconhecido simplesmente pegou a bandeja em cima da mesa e tentou golpeá-lo com isso, então, ainda surpreso, bloqueou os ataques com o cabo da espada.
Zhu Lian resolveu usar os punhos, dando socos e se protegendo de golpes da bandeja ou socos frouxos do desconhecido, mas a luta não durou muito, pois o desconhecido caiu ajoelhado sem nem ser golpeado, a exaustão o atingiu com força e até mesmo usar a bandeja como arma se tornou difícil.
O cultivador demorou alguns instantes para confirmar que o desconhecido estava ferido e mesmo que quisesse ser mais suave em suas palavras, questionou raivoso: “Você! O que pensa que está fazendo?”
Um silêncio mortal durou no cômodo, até que uma voz masculina e fraca falou: “Eu não estou em condições para falar algo. Eu realmente não estou bem…”
Ao terminar essas palavras, o invasor tombou para frente, se deitando e sujando o chão com sangue. Zhu Lian o cutucou com a ponta da bota algumas vezes, se perguntando se deveria o jogar para fora, cavar uma cova ou cuidar dos ferimentos dele para depois o jogar para se virar na floresta.
Acabou que seu lado caloroso e caridoso falou mais alto e ele carregou o homem até sua cama, se livrando das roupas superiores e rasgadas do desconhecido, com cuidado ele cuidou dos ferimentos que tinham pelo o tronco, passando remédio nos hematomas mais sérios, encostou dois dedos no pulso dele, sentindo a veia espiritual fluindo, confirmando sua pior suspeita, que aquele desconhecido era um cultivador, porém não achou nenhuma espada ou amuletos para se proteger. Até parecia que o desarmaram e depois brincaram de caçada.
Com cuidado ele puxou a presilha e murmurou enquanto passava a mão no couro cabeludo atrás de algum outro ferimento: “Que infernos você aprontou para fazerem isso com você?”
Ao sentir um sutil relevo nos braços do ferido, Zhu franziu as sobrancelhas e puxou a manga da sua roupa interna branca, revelando faixas enroladas, elas se iniciavam na base dos dedos e subiam até o meio do antebraço, porém não havia nenhum ferimento naquela área, então procurou a ponta para retirar e descartar aquele material. Porém, não achou, era como se as faixas tivesse colado ao corpo do rapaz, ao checar o outro braço confirmou que o mesmo acontecia.
Zhu Lian chegou a conclusão rapidamente e pensou: “Uma arma alternativa?”
Juntou dois dedos fazendo sua energia espiritual se materializar como chamas azul claro nas pontas do seu dedo e tomando cuidado para não machucar a pele do invasor, encostou nas faixas. Ela lentamente se soltou e enrolou no dedo, em uma tentativa de arranca-lo, Zhu Lian trincou os dentes e aplicou força, se soltando.
Armas alternativas não eram fáceis de encontrar, muito menos com alguém tão jovem como o homem em sua cama, eram objetos quaisquer que por conta de descarga emocional ganhavam consciência, enquanto espadas espirituais se alimentavam de energia espiritual, armas demoníacas de energia ressentida, as armas alternativas se alimentavam do sentimento base que a gerou, porém é necessário sentimentos intensos e componentes como energia espiritual e até mesmo sangue e tudo isso, na cabeça de Zhu Lian, não se aplicava a um jovem que nem parecia ter trinta anos, que nem deve ter conhecido uma parcela decente da vida.
Chegou a conclusão que não adiantaria analisar aquelas faixas e que talvez tivesse mais sorte lavando as roupas sujas de terra e sangue, para buscar alguma identificação, e de fato achou, o desconhecido pertencia ao clã Shen, essa informação justificava o motivo do ferido ter acessórios caros, pois era o clã que mais tinha dinheiro e esbanjava com facilidade.
Zhu Lian se sentou analisando o símbolo da peônia nas roupas vermelhas do desconhecido, e pensou: “Ser integrante do clã faz você estar no topo da pirâmide hierárquica, pois toda seita foi um clã antes. Sendo assim ,o integrante é da linhagem do fundador da seita, eles tem maior prestígio e dinheiro. Fazendo parte do clã, você automaticamente carrega o sobrenome, então ele tem o sobrenome Shen. Quando você não pertence ao clã, você é apenas da seita. São pessoas que simplesmente foram aceitas por algum dos seus atributos. Não tem prestígio naturalmente como os integrantes do clã, então para crescerem precisam se esforçar em dobro.”
Ao ouvir um grunhido, saiu dos seus pensamentos e teorias cada vez mais profundas e confusas. Se apressando em ir até a cama e observou o rapaz acordando.
O desconhecido cobriu o peitoral com um travesseiro e perguntou assustado: “Onde estou? Quem é você? Por que estou só usando calça?”
“Pense direito, você estava sendo caçado. Eu te salvei, cuidei dos seus ferimentos e ainda te ofereci uma roupa minha, mas se quiser vestir esses trapos ensanguentados, vá em frente, mas você vai limpar.”, disse sem paciência, jogando as peças antigas do homem nele.
O desconhecido pegou as suas roupas, com um leve bico nos lábios ao ver sua roupa favorita toda rasgada. Estava acostumado a se vestir de vermelho, amarelo e até mesmo azul. Era o tipo de pessoa que amava cores claras e até mesmo chamativas, então pegou o robe preto fazendo uma leve cara de reprovação, mas sem outras opções, acabou se vestindo e aliviado que as roupas serviram, tendo pouco tecido sobrando que pudesse o atrapalhar.
O fugitivo abriu os braços e perguntou: “Então, que tal?”
Zhu Rong deu um rápido olhar nele e voltou a arrumar a mesa, respondendo: “Está vestido.”
O integrante do clã Shen não esperava aquelas palavras, geralmente era elogiado sem pedir nada, mas também seria demais querer ser elogiado por um cultivador desgarrado, misterioso e com metade da cara coberta. Na realidade, nem sabia se aquele homem queria o matar ou realmente ajudar.
Como se falasse com um cachorro, Zhu Lian disse: “Sente.”
Shen Yang olhou irritado para o homem, não acreditava que estava sendo tratado assim, mas acabou se sentando, cheirando a comida com desconfiança visível e só então começando a tomar, Zhu permaneceu sentado na frente dele, sua tigela vazia, não pretendia comer na frente do invasor, mas não era tão indelicado ao ponto de deixa-lo sozinho.
Após beber metade da sopa, o homem disse: “Sou Shen Yang, nome de cortesia Shen Huo. Como foi meu salvador, deixo que me chame como preferir.”
“Shen Huo, termine sua comida e continue seu caminho. Olhei lá fora enquanto você estava se vestindo e não tem mais perigo.”
“Que falta de educação. Antes de me chutar para fora, poderia me dizer seu nome”, sugeriu Shen Yang, se inclinando na direção dele.
Zhu Lian de reflexou inclinou o corpo lentamente para trás e ambos ficaram se olhando por intensos momentos. Shen notou que os olho do cultivador eram tão escuros que a íris e a pupila pareciam se misturar. Isso atraiu sua atenção e se aproximou mais, porém acabou tendo a mão de Zhu Lian bloqueando seu campo de visão.
Zhu Lian mandou em voz calma: “Não fale durante as refeições.”
“Não quer saber como fui parar ensanguentado na sua casa?”
Sem muito interesse, respondeu: “Sua vida não irá acrescentar na minha.”
Huo suspirou, chegando a conclusão óbvia de que era realmente difícil desenvolver uma conversa com o cultivador, mas não pretendia desistir tão facilmente. Ele precisava ser protegido e tinha uma boa opção sentada bem na sua frente.
“Eu sou do clã Shen. Meu pai saiu para uma reunião e quando eu estava em casa, um grupo de homens entrou e me atacou. Eu fugi pela janela, mas então eles soltaram os cadáveres incendiários que prendemos com tanta dificuldade e eu corri feito um condenado até que vi sua casa e me escondi.”, resumiu a história que durou toda a ideia, mesmo que Zhu Lian não quisesse ouvir.
As palavras finais de Shen Yang fizeram Zhu Lian finalmente demonstrar algo além de indiferença: “Foram vocês! Vocês soltaram os ghouls incendiários”
Shen Yang explicou como se fosse algo simples: “Eles criaram problemas por dois dias e havíamos pegado eles. Pretendíamos os purificar quando os principais cultivadores chegassem da viagem, mas dois dias atrás soltaram eles.”
“Que seita inconsequente! Soltar cadáveres incendiários apenas para pegar um cultivador integrante do clã. Ferir um superior intencionalmente pode ter pena de morte, então eles realmente deveriam odiar muito Shen Huo.”, pensou Zhu Lian.
O cultivador olhou disfarçadamente para o homem a sua frente, mesmo procurando com atenção, não achava nenhum traço na personalidade do rapaz que justificaria um desejo de o matar de maneira tão brutal como devorado por ghouls.
Ao notar que a refeição foi terminada, Zhu Lian se levantou e limpou a mesa e a louça suja. Se virou para Shen Yang, avaliando se ele tinha condições de continuar seu caminho, ao ter confirmação, começou a caminhar em direção a porta, pretendia abri-la e se ele não saísse, apenas o jogaria para fora.
Shen Yang entendeu as intenções do cultivador e disse apressado, já ficando no caminho: “Deixe eu ficar com você. Se eu sair sozinho, vão me matar! Você pode me proteger e eu posso ser útil de alguma forma.”
A paciência de Zhu Lian chegou ao limite e ele questionou irritado: “Qual o seu problema? Por que quer ficar comigo?”
O cultivador esperava que o rapaz fosse embora por espontânea vontade. As pessoas já se intimidavam com seu porte físico, espada e a máscara, mas parecia que quanto mais o rejeitava, mais persistente Shen Yang se tornava.
Um sorriso iluminou o rosto de Shen Yang e ele disse: “Vamos fazer um acordo.”
Notas do autor
Vamos lá. Muitos termos presentes nessa história foram criados por mim. As palavras em negritos são criadas e desenvolvidas por mim, assim como a classificação de monstros mais a frente. Então, pretendo sempre explicar tudo com clareza nas notas finais.
Xiwang é o nome escrito na lâmina da espada do Zhu Lian. Significa “Esperança”, mas na bainha está escrito “Wusheng” que significa “Silencioso”, então para todos a espada é um nome composto: “Esperança Silenciosa”.
Arma alternativa são objetos que saem do modo objeto para arma. Por exemplo: um prisioneiro que foi torturado e suas correntes se tornam suas armas, seguindo seus desejos, pois é símbolo de dor, desespero e dificuldade e esses sentimentos são tão intensos ao ponto de funcionar como uma arma. Shen tem essas gazes/curativos como armas alternativas, pois tem uma ligação a um período intenso da sua vida. Uma curiosidade é que essas armas tem desejo de proteger seus mestres, então eles podem agir espontaneamente, enquanto armas espirituais se alimentam da energia espiritual do portador, ela se alimenta dos sentimentos, quanto mais intenso, mais forte e mortal ela se torna.
OBS.: A arma alternativa de Shen Huo (Tian Suo, significa ‘Algemas Celestiais’) está classificada em nível 8 (em uma escala de 1 à 10), com habilidade em ataque e defesa. Sua maleabilidade e velocidade faz ela ser muito cobiçada, porém é extremamente leal a Shen e já chegou a amputar membros de quem tentasse rouba-la.
______
[1] Shijie: irmã marcial mais velha, sem relações de sangue.
[2] A peônia é considerada o símbolo da China. Pela seita Shen ser uma das mais proeminentes, é esperado ter essa flor como símbolo.
Publicado por:
- Agape
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