Takara - Capítulo 2
Aos quatro anos, após a liberdade de sua mãe, Eiji foi acalentado pelas ômegas mais velhas. Elas lhe ajudavam e estavam sempre cuidando dele. Tanto que Eiji sempre adormecia no peito de uma delas. E quando acordava de algum pesadelo, era rapidamente acalmado.
É, ele nunca esteve sozinho. Não totalmente.
Aos dez anos ele passou a dormir sozinho. Mas os pesadelos não o haviam abandonado. Eram sempre os mesmos. Mãos brutas o segurando. Mãos ásperas, mãos grandes e cruéis. Sempre mãos.
Os pesadelos perduraram. E conforme Eiji se aproximava de seus quinze, ele já cojitava seriamente a possibilidade de pagar sua dívida e encontrar sua mãe.
Então seus quinze vieram, junto ao seu primeiro cio. Este que Eiji passou na companhia de uma ômega que também estava no cio.
Seu nome era Kaori e ela foi o primeiro amor de Eiji. Da união dos dois, nasceu uma menina. A primogênita de Eiji. Sua mãe não resistiu ao parto, por isso Eiji batizou a filha com o nome da mãe.
Depois, veio Hana, sua segunda menina. Eiji a teve com um ômega macho. Este que comprou sua liberdade um ano depois do nascimento da pequena. E como todos, ele pulou. Por amar flores, batizou a menina de Hana e Eiji manteve o nome depois de sua morte.
Então veio a terceira, Gina. Quem a carregou foi Jun, um ômega amigo de Eiji. Ele seguia trabalhando e ambos dividiam a filha. Sim, dividiam.
Eiji era extremamente ciumento, ainda mais pelo fato de ter duas meninas que pertenciam apenas a ele. Então ter que revesar para dormir com a pequena Gina acabava com ele. O fato também fazia com que ele e Jun trocassem farpas diariamente.
E por fim havia Atsushi, seu primeiro menino. Sua mãe era Chika, uma ômega um ano mais velha que Eiji. Ela recebeu o apelido de mãe, pois sempre cuidava dos mais novos.
Kaori, tinha cinco anos. Hana, tinha quatro. Gina, tinha três. E Atsushi estava com apenas um mês de vida. E Eiji havia acabado de receber a notícia de que seria pai mais uma vez.
A verdade o jogou em mais um pesadelo. Eram mãos novamente. Mas estas estavam levando seus tesouros para longe dele. Haviam também as mãos brutais que o seguravam.
O impediam de lutar segurando seus braços, o mantendo de joelhos, enquanto outro par de mãos apertava violentamente seu rosto. O marcando, o impedindo de falar, o machucando.
E então, aquelas mãos grandes, ásperas e cruéis se tornaram mãos pequenas, macias e carinhosas. Não havia mais ninguém o segurando e um peso agradável residia em cima de seu peito.
Eiji estava acordando. Ele abriu os olhos dourados e foi agraciado com a mais bela visão que ele poderia ter.
Kaori estava sentada em cima de seu tórax, os grandes e brilhantes olhos dourados, que havia herdado do pai, estavam arregalados, os tornando maiores. As pequenas mãozinhas faziam carinho em seu rosto.
— Olá, Papai — disse ela, os cachinhos negros ainda estavam emaranhados, o que indicava que ainda não havia tomado banho.
— Bom dia, meu amor — respondeu ele, a voz rouca de sono.
— Já são duas da tarde, Papai — a voz de Hana veio de seu lado esquerdo. Eiji a olhou, os cabelos vermelhos como uma rosa se encontravam bagunçados e os olhos dourados permaneciam com remelas.
— Tia Sa, já acodou faz tempo — ela se referia a Sakura. A voz de Gina era sem dúvida a mais sonolenta. Os olhinhos dourados lutavam para se manter abertos e os cabelos castanhos caiam junto com a cabecinha que teimava em tentar cair. A pele morena clarinha estava rosada.
Eiji se derreteu ao ver que sua mais nova ainda falava errado. Era delicioso escutar a pronúncia incorreta naquela voz doce.
— Talvez devêssemos ter te dado o nome de mel — ponderou ele em voz alta.
— Papai, nada de idéias estúpidas logo ao acordar — brigou Kaori. — Você precisa tomar banho, se limpar e se alimentar. Antes do trabalho começar.
As bochechas dela estavam infladas. Das meninas, Kaori era a que mais entendia, afinal era a mais velha. Além é claro de que havia puxado muito da personalidade da mãe.
— Oi, desde quando você decorou minha agenda? — perguntou Eiji, fazendo graça. Tudo que queria era continuar deitado e talvez fingir que estava morto por uns três dias. Vai que alguém acreditasse e o deixasse em paz.
— Desde que Hinata passou aqui — respondeu Hana.
— Eu tenho mesmo que levantar? — reclamou ele em tom manhoso.
— Sim, Papai — disseram as três juntas.
— Okay, okay, estou levantando — por dividir o quarto com as filhas, Eiji sempre lembrava de colocar uma cueca depois do trabalho. Então era uma preocupação a menos.
Ele não gostava que suas meninas vissem as marcas em seu corpo, deixadas pelos malditos alfas. Dessa vez, haviam apenas as marcas de cordas deixadas por Mitsuo.
— Vocês já comeram? — perguntou Eiji, conforme Kaori saía de cima dele. Ele se levantou, rapidamente colocando um roupão.
— Tia Chika nos levou para tomar café — explicou Kaori. Eiji teria que agradecer a loira. Ele não sabia o que ele seria sem a ajuda de seus amigos.
— E posso saber porque as mocinhas não já tomaram banho? — apesar de perguntar, ele já sabia a resposta.
— Porque queríamos tomar com você — a resposta já era rotina. Quando Eiji não estava trabalhando ou cuidando de seus negócios, ele sempre estava com seus tesouros.
— Eu não mereço o amor de vocês — claro que Eiji estava fazendo drama.
— Não diga coisas estúpidas, Papai — brigou Kaori.
— Você é perfeito, Papai — continuou Hana.
— Merece o mundo — foi o resmungo sonolento de Gina.
— Vocês não tem idéia de como eu amo vocês — Eiji abriu os braços, recebendo um abraço. Kaori se pendurou em suas costas, como sempre, enquanto Hana e Gina ele carregou uma em cada braço. — Isso, vamos tomar um banho.
Foi uma bagunça, como sempre, o banho dos quatro. Fizeram esculturas de bolhas de xampu e poses de animes famosos. Depois fizeram guerra de água na banheira construída por Eiji.
Sim, Eiji construiu uma banheira, de tamanho olímpico ainda por cima. Ficava no porão da casa. Bem, Eiji não tinha certeza se ele podia dizer que havia construído ela, ele apenas havia cavado o buraco.
————>>>>>💰💰💰💰💰<<<<<———— Quando Eiji entrou na cozinha com as filhas nos braços, encontrou uma Chika furiosa. A ômega estava com os cabelos loiros presos em um coque frouxo e bagunçado enquanto os claros olhos azuis piscavam a todo momento. Atsushi, o primeiro menino de Eiji e o filho de Chika, estava sendo amamentado. Os cabelos loiros estavam ralos ainda e os olhos dourados estavam fechados. Sim, todos os filhos de Eiji puxaram seus olhos. — Por que você está tão furiosa? — perguntou Eiji, colocando as meninas sentadas nas cadeiras da mesa. Geralmente ele faria as refeições na outra sala, mas o almoço já havia passado. — As gêmeas — e ela não precisava explicar para que Eiji entendesse. As gêmeas ruivas de catorze anos que pertenciam a seu grupo eram verdadeiras pestes. Viviam implicando e pregando peças em outras ômegas. — O que elas fizeram agora? — Eiji tentava segurar a risada. As vezes ele podia ser um tanto quanto irresponsável, e a maioria dessas vezes acontecia quando ele incentivava as gêmeas a fazerem o que quiserem. — Jogaram tinta no shampoo de outras meninas. — Deviam ter colocado pó de mico — sussurrou Eiji. — Eu ouvi isso. — Okay, já entendi — Eiji ergueu as mãos em rendição. Ele abriu a geladeira, pegando três grandes pepinos. — O que vocês querem comer, meninas? — O mesmo que você, Papai — responderam em coro. — Eu não vou dividir minha salada com vocês — avisou ele. — Deixe de ser egoísta, Eiji — brigou Chika. — Atsushi vai demorar aí? Eu quero beijar meu filho! — mudar de assunto seria a única forma de proteger sua amada salada de pepino. — Ele acabou de começar — Eiji suspirou ao ouvir a resposta da loira. Atsushi era muito manhoso, tanto que abria um berreiro quando o incomodavam na hora da amamentação. — Entendo. Mas voltando ao assunto, por que está tão brava com as meninas? Não é a primeira vez que elas aprontam assim e tenho certeza de que não vai ser a última — defendeu Eiji. — Você sabe, Eiji. Os ômegas e os normais já nos odeiam e elas fazendo isso não ajudam em nada — as cabeças de Kaori, Hana e Gina se moviam de um lado para o outro, acompanhado a discussão. — Primeiro que elas precisam se divertir. — As custas dos outros? — Elas não tem o apelido de ‘gêmeas demônio’ atoa. — Eiji! Isso é errado. O que as gêmeas fazem com as outras meninas. — Chika, você conhece bem o mundo em que vivemos, e sabe que não podemos sempre depender dos outros — o tom de Eiji estava sério, coisa que geralmente não acontecia quando ele estava na presença de outros ômegas. — Se aquelas meninas não gostam do que as gêmeas fazem, então elas tem que aprender a se defender. Se você as defender das brincadeiras das gêmeas, elas vão ficar dependentes. E então quando você não estiver mais aqui, elas não vão ter forças pra lutarem sozinhas. Eiji se lembrou de sua mãe. Que havia ficado dependente. Quando o levaram para seu primeiro serviço, ela havia esperado que alguém a ajudasse. Mas não aconteceu. Ele não queria que o mesmo acontecesse com aqueles a sua volta. — É difícil ter que admitir que você está certo — disse Chika. — Mas desse jeito as gêmeas não vão conseguir fazer amigos. — É isso também me preocupa. Mas vale lembrar que as gêmeas fazem parte dos ômegas dominantes. Ômegas dominantss haviam se tornado raros. Atualmente, só nasciam um a cada cinquenta. Os demais ômegas costumavam odiar os dominantes, pois estes são os mais procurados por alfas. Veja bem, o que torna o sexo com um ômega tão prazeroso é a presença dos feromônios. Então o sexo com um dominante, que tem o dobro dos feromônios, é duas vezes mais prazeroso. O que fazia com os dominantes recebessem mais pedidos, mais clientes e consequentemente, mais dinheiro. E isso despertava a raiva nos outros. De forma irônica, ali naquela casa em específico, haviam sete ômegas dominantes. Que eram Eiji e seu grupo de amigos mais próximos. — E também vale lembrar… — continuou Eiji. — Que nós temos privilégios que os outros ômegas não tem. O ato de poder escolher seus clientes. As pequenas concessões que eram feitas a eles. Os pequenos favores. A preferência do clientes. E alguns outros fatores. — E como sempre, Eiji ganhou a discussão — disse uma voz masculina entrando no recinto. Era Kobayashi Azumi, um beta de dezenove anos que também era filho de Kobayashi Kame, o dono da casa em que Eiji trabalhava. Apesar de ser filho de lixo, se podia dizer que Azumi era uma linda flor. Ele não era em nada como o pai e até mesmo era amigo de Eiji. Além de ser o cozinheiro da casa. E do mesmo modo como Eiji tinha ciúmes de suas filhas, Azumi tinha ciúmes de sua cozinha. — Será que pode se sentar Eiji? — perguntou Azumi, muito calmo. Eiji obedeceu em silêncio. Estava para retomar a conversa com Chika, quando Gina, que estava conversando com Kaori e Hana, lhe perguntou algo. — Onde está Papa Jun? — perguntou ela. Eiji olhou para Chika, querendo uma resposta. Ele a encontrou nos olhos azuis. — Papa Jun, está trabalhando querida — explicou Eiji, com a voz mais doce e amável que possuía. — De novo? — sussurrou a pequena de três anos. — Sim, querida. Mas tenho certeza de que amanhã ele vai passar o dia com você — Eiji não precisaria consultar o outro ômega para saber disso. Amanhã seria domingo, dia de folga. — Você e Papa Jun estão sempre trabalhando muito — reclamou ela. — Eu sei meu amor. Você consegue me perdoar? — implorou Eiji. — Apenas você, Papai? — se intrometeu Hana, fazendo graça. — Não deveriam ser os dois a ganhar perdão? — alfinetou Kaori. — Jun que implore pelo perdão dele — o tom de Eiji foi tão dramático que fez suas três pequenas jóias gargalharem. Exatamente a reação esperada por Eiji, que sorriu. — Okay, okay, meninas segurem um pouco suas risadas para poderem desfrutar de uma deliciosa refeição — disse Azumi colocando pratos na frente das meninas. — E o meu? — indagou Eiji, se fazendo de inocente. — Crianças tem prioridade. — brigou Azumi, mas ainda assim deixou um pote com pepinos cortados e temperados na frente de Eiji. Logo indo ao fogão para terminar o restante da refeição. — Se as crianças tem prioridade então Eiji deveria ser o primeiro — alfinetou Konoha, entrando na cozinha. — Que cruel — reclamou Eiji, exatamente como uma criança faria. — Konoha, vai querer o que? — perguntou Azumi, impedindo a discussão que estava prestes a acontecer. — Vim apenas pegar alguns doces — sorriu ela. Estava arrumada e não parecia ter hematomas. — E também avisar pra esse idiota que hoje eu vou ficar com as meninas. — Você não vai trabalhar hoje? — perguntou Chika, preocupada. Era fato que dominantes ganhavam mais, mas eles também trabalhavam mais. — E nem Eiji — ao ouvir seu nome ele apenas levantou o rosto da tijela de pepinos. Konoha devia ter sentido a pergunta que ele queria fazer. — Kame está furioso com você. — O que você fez agora, Eiji? — questionou Azumi. Eiji o olhou e precisou desviar o olhar para não morrer engasgado com uma risada. Azumi tinha olhos castanhos cor de amendoim, a pele era levemente bronzeada, um rosto bonito e curtos cabelos castanhos. Estes que estavam presos em uma toca de cozinha. Eiji terminou de engolir os pepinos que estavam em sua boca. — Eu apenas expliquei delicadamente a um cliente alfa que não estávamos vendendo cio’s — respondeu Eiji da forma mais inocente que poderia. — Qual parte do corpo do cliente ele quebrou agora? — perguntou Chika, que havia parado de amamentar e agora ninhava Atsushi. — O nariz — respondeu Konoha. — E o cliente ainda teve uma concussão na coluna e está temporariamente sem andar. — Qual é? Eu nem joguei ele na parede tão forte assim — se defendeu Eiji, sendo encarado com olhares acusadores e sobrancelhas arqueadas dos presentes na cozinha. — Tadinho — disse Gina. — Papai acha… — começou Hana. — Que engana alguém — completou Kaori. E novamente a sala foi tomada por risadas, tanto infantis quanto adultas. Isso até Azumi colocar o prato de Eiji na frente do mesmo. E então a cozinha caiu no silêncio. Azumi sempre defendia que refeições deveriam ser feitas em silêncio. E Eiji já estava cansado de levar broncas do beta por descomprir essa regra. Eiji inspirou fundo o cheiro de sua comida. Aprovando. Ômegas, devido a causas biológicas e a alta quantidade de drogas e álcool a que eram obrigados a consumir, tinham o paladar muito sensível. Por isso todos ali precisavam receber um prato especial. Que Azumi sempre fazia com amor. Ele era tudo que o pai não era. As vezes queria que Azumi assumisse o lugar o pai, mas o beta repudiava tudo aquilo. E era provável que ele fechasse o lugar e libertasse todos os ômegas. O que seria o mesmo que pregar o último prego no próprio caixão. O governo era muito rigoroso e cruel com que não compria as regras. Por isso, Azumi ajudava de outras formas. Cozinhando na maioria das vezes, mas as vezes fazendo certos favores a Eiji. E aos demais dominantes. Ao pensar nisso, Eiji reparou na sorte que tinha. Dominantes eram raros. Ter sete em uma mesma casa era um milagre. E o fato de todos se darem bem e serem um grupo unido assustava também. Eiji começou a pensar em seu pequeno grupo. Primeiro havia Chika, com vinte e um anos. Por ser a mais velha, costumava assumir grandes responsabilidades pelos mais novos. Ela atendia a principalmente a homens alfas. Depois, havia o próprio Eiji, com vinte anos. Ele era um dos mais dominantes, além de possuir feromônios de alfa. Uma pequena habilidade que ele havia criado. Se Chika era a mãe, ele era o pai. Sempre ajudava os mais novos. Ele atendia a todos os tipos de clientes, desde homens alfas até a mulheres alfas, passando por sadomasoquismo e outros fetiches. Além é claro de se deitar com outros ômegas. Em seguida vinha Jun, um ômega macho de dezenove anos. Ele costumava pegar homens alfas sádicos, mas tinha vezes que não era ele a usar uma coleira. O ômega tinha tanto um lado sádico quanto um lado masoquista. Depois tinha Konoha, com dezoito anos. A ômega havia nascido cega, o que fazia com que muitos alfas tivessem preconceito. Mas Konoha possuía feromônios incríveis e instintos mais aguçados. Mas quem sabia disso eram as mulheres alfas que eram suas clientes. Ela era obrigada a atender homens alfas nas sextas. Depois vinha Sakura, com dezessete. A ômega não tinha preferências de clientes, o que fazia com que Eiji escolhesse por ela. Bem, pelo menos agora ela não atenderia ninguém por cerca de um ano. Isso por estar carregando o quinto tesouro de Eiji. E para fechar o grupo dos dominantes, tinha as gêmeas demônio. Tinham catorze anos. Eram um par de ômegas capazes de fazer até a pessoa mais paciente ter um envelheciw precoce. As duas eram uma dupla, o que as fazia antender clientes juntas. Eram elas que pegavam a maioria dos fetiches. Eiji por fim terminou sua refeição. — Muito bem — disse ele ao se levantar, deixando seu prato na pia. — Konoha, conto com você pra cuidar das meninas. Depois leve elas pra abrirem os presentes delas… — Não! — disseram as três meninas. — Por quê? — Eiji já sabia a resposta, mas amava ouvir. — Queremos abrir com você — respondeu Kaori, em nome das três. — Então vamos fazer isso assim que eu terminar de lidar com aquele velho rabugento — Eiji não precisava medir suas palavras para falar de Kame perto de Azumi. O próprio falava pior do pai. — Agora me dêem um abraço. Eiji foi sufocado, mas ele amava. Depois de se despedir adequadamente de todos ele saiu da cozinha. Dando de cara com Saito Hinata o esperando no corredor. A mulher era uma beta e meio que a secretária de Eiji. Tinha cabelos castanhos e olhos cinzas claros. Além de possuir a pele levemente bronzeada. Ela estava sempre ajudando o ômega. Era uma boa beta. — Ele ta muito furioso? — perguntou Eiji conforme eles seguiam até a sala de Kame. — Furioso é eufemismo. Ele já quebrou o escritório inteiro — respondeu a beta. — E desde quando ele tem energia pra isso? — resmungou Eiji. — Acho que ele não vai pegar muito pesado com você. Afinal você está com todo o dia reservado. — Quem? — perguntou Eiji, já fazendo sua aposta mental. — Mitsuo. — ela pescou um cartão de visitas do meio da agenda. O passando a Eiji. “Aproveite o dia”. — Ah, e nesse momento ele está em um dos quartos com Jun — acrescentou a beta. — Francamente, Mitsuo deveria simplesmente comprar Jun. Os dois se amam — reclamou Eiji. — É, mas se ele fizesse isso, não teria mais motivos pra vir te ver — apontou Hinata. Ela era a única que sabia a verdade conexão que o alfa e o ômega de olhos dourados tinham. Além de ser cúmplice de Eiji em certas idéias. — Sim, você tem razão. E assim não ouve mais conversa. Eles chegaram a sala de Kame e sem bater na porta, Eiji irropeu na sala. ————>>>>>💰💰💰💰💰<<<<<————
Fazia quanto tempo que estava escutando sermão daquele maldito beta? Os ouvidos de Eiji já estavam zunindo.
E era tudo sobre o pequeno incidente da noite passada.
— Já entendi, Okane[1] — interrompeu Eiji. — Se já acabou com a ladainha, eu posso sumir?
— Espere ai, Eiji. Você está muito abusado ultimamente — brigou o desgraçado. Ele era uma versão feia de como Azumi seria em uns setenta anos (na visão de Eiji). — E eu não estou gostando disso.
— Legal, vai fazer o que? Dobrar meu trabalho? — provocou Eiji. — Faça isso, assim é mais dinheiro pra mim e pro seu bolso furado.
— Cuidado, Eiji. Ou eu posso colocar o nome de uma de suas filhas no cardápio.
— Tente — mandou Eiji. O rosto e voz frios como um lago congelado. — Mato você antes que termine de dizer “ômega”.
— Ômega — Eiji realmente queria o matar. Mas não podia. Não ainda.
— Eu estou saindo — Eiji se virou para a porta. Estava quase abrindo a porta quando ouviu novamente a nojenta voz de Kame.
— Logo vai chegar uma cliente muito especial, que vou fazer questão de designar ao melhor — ou seja, Eiji. — Esteja pronto.
Eiji não respondeu e apenas saiu. Sem olhar para trás.
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[1] Eiji está meio que fazendo uma piada. O nome do beta é ''Kame'' (que significa tartaruga), mas Eiji o chama de "Okane" (que significa dinheiro).
Publicado por:
- AlluEblys
- Escritora de BL/LGBTQIA+ original. Ela/Dela/A. Me acompanhem nas redes sociais, interação por lá.
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