Sob As Luas de Dragoneye - Capítulo 69: Upando classe!
Ao abrir os olhos, fui recebido pela visão da bibliotecária, que exibia um sorriso radiante, iluminando todo o ambiente ao meu redor.
— Que bom! Você está de volta!
Exclamou ela com entusiasmo, aproximando-se de mim com passos rápidos e decididos. Sem mais delongas, ela me envolveu em um abraço tão apertado que quase me fez perder a respiração, como se quisesse esfriar a saudade que sentiu de mim.
— Estou de volta!
Respondi, sentindo a alegria transbordar em meu coração.
— Parece que finalmente tenho tempo livre para mergulhar na leitura sem incomodar ninguém!
Fiz essa declaração de forma bem animada, imaginando como seria prazeroso desfrutar de cada página de um livro, sem pressa.
— A não ser que, por um capricho do destino, comecemos a cometer erros e alguém acabe sendo terrivelmente maltratado por isso; se não, acho que não sou necessário para nada! É simplesmente perfeito.
Completei, com um toque de ironia, enquanto um sorriso brincava nos meus lábios. O semblante da bibliotecária mudou ligeiramente; ela fez uma careta, demonstrando uma mistura de preocupação e diversão.
— Droga! Você tinha que dar azar, não é?
Comentou, lançando-me um olhar brincalhão, como se já previsses as travessuras que poderíamos enfrentar juntos na biblioteca. A atmosfera estava leve, e eu sabia que aquela era apenas a primeira de muitas aventuras que ainda viríamos a ter no nosso lugar especial. Minha mão foi rapidamente em direção à minha boca enquanto um sentimento de impotência tomava conta de mim.
— Droga. Você tem razão. Eu realmente dei azar, murmurei, percebendo a gravidade da situação.
— Sim,
Foi o que a bibliotecária respondeu a outra pessoa, confirmando minha suspeita com uma expressão de preocupação.
— Então, vamos subir diretamente para o segundo andar?
Perguntei, tentando traçar um plano e focar na solução.
— Exatamente. Vamos para lá agora
A bibliotecária e eu subimos as escadas para o segundo andar, vendo a escada no meio da sala para o terceiro andar bloqueada novamente por uma corrente fina e elegante. Definitivamente, havia alguma sacanagem acontecendo. Eu não tinha nenhuma curiosidade sobre o que estava por trás disso, nenhum desejo de contornar a delicada corrente e explorar o andar superior. Também não estava chateado por estar claramente sendo manipulado de alguma forma. Era a coisa mais estranha.
— É estranho como estava aberta da última vez e agora está fechada. Comentei.
A bibliotecária deu de ombros.
— É assim que as coisas são.
Olhei em volta para as mesas, em fileiras e colunas bem organizadas. Cada uma era uma “mesa de leitura” padrão de biblioteca, com quatro cadeiras, duas de cada lado. Na frente de cada cadeira havia um livro, quase todos os livros da sala tinham capa vermelha.
— Vamos começar com as classes que não são do Fogo
Decidi. Classes avançadas à disposição! O bibliotecário foi buscá-las. O primeiro foi a habilidade de Animal de estimação empolgado de Artêmis Agua . Olhei para a bibliotecária. Ela me deu um sorriso atrevido de volta.
— Você pediu as classes que não são de fogo. Ela disse com alegria.
Meus deuses. Eu era tão desagradável assim? Devo ser. Resolvi ser um pouco menos literal, um pouco menos irritante. Chegou a habilidade denominado Lacaio da Rainha, Sombrio surgiu na cena. Fiquei refletindo se uma interpretação de papéis dessa natureza seria realmente suficiente para uma aula. Uau! É impressionante pensar nisso. Essa perspectiva poderia ser muito útil se eu quisesse direcionar as evoluções da narrativa de uma maneira específica. Minha intuição me dizia que o aspecto “Sombrio” estava mais relacionado ao fato de que a personagem Ártemis poderia representar a figura da Rainha Má, que o Herói precisa enfrentar e derrotar, ao invés de se concentrar no próprio elemento sombrio em si. Isso me fez pensar em como poderia utilizar essa dinâmica em meu planejamento. A habilidade Purificadora era a próxima opção disponível. Fiz uma análise rápida sobre essa classe. A maior parte de suas habilidades estava focada na queima de infecções e doenças através de chamas purificadoras. Contudo, eu já possuía esses atributos por meio da minha classe atual, chamada [‘Constelação do Curandeiro’]. Isso significava que mais habilidades voltadas à cura não eram realmente necessárias para mim; o propósito principal da minha classe era fornecer utilidade adicional. Apesar de o conceito de limpeza, purificação e destruição de malezas e doenças ser, de fato, interessante, percebi que essa nova classe acabaria se sobrepondo de maneira significativa à primeira que já havia escolhido. Havia algumas habilidades que essa nova classe era capaz de realizar, as quais minha classe de cura não conseguia realizar, principalmente quando se tratava de criar campos estéreis e de desfazer maldições. No entanto, após uma análise cuidadosa, percebi que essas funcionalidades não adicionavam um valor significativo ao meu conjunto de habilidades, de modo que não justificavam a escolha de dedicar-me inteiramente a essa classe. Se essa classe estivesse disponível na época em que eu estava ajudando Lyra, sem dúvida teria sido extremamente útil para lidar com a situação dela. Depois disso, experimentei a classe Artista de fuga da Terra, que me proporcionou uma nova abordagem para tentar me livrar das amarras e limitações que me prendiam. Essa escolha me ofereceu uma alternativa interessante e estratégica para escapar de situações complicadas.
Reconheço que enfrentei uma hesitação significativa. Após ter passado por uma experiência angustiante nas mãos de mercenários, onde sofri diversas formas de dor e tormento, tomei a decisão de que nunca mais desejaria estar à mercê de ninguém. A lembrança do sofrimento e da vulnerabilidade que experimentei me deixou determinado a não repetir esse erro. Entretanto, ao refletir sobre minhas habilidades, que considero bastante sólidas, e minha boa classificação nas atividades que desempenho, percebo que, com a preparação adequada, dificilmente seria capturado em uma situação similar novamente. Para mim, ser sequestrado com a perspectiva de subir de nível em habilidades parece uma escolha extremamente arriscada e, na verdade, bastante insensata. Essa ideia de que a captura poderia trazer algum benefício só me faria acabar na mesma situação de antes: vulnerável e à mercê do inimigo, ao invés de conseguir fugir e garantir minha liberdade. O próximo foi O Portador da Chama Tocada por Deus de Papilion da Névoa era um título que carregava consigo a possibilidade inusitada de se tornar um dos lacaios de Papilion em Pallos. No entanto, essa oportunidade suscitava uma questão intrigante: como uma classe que era descrita como Chama poderia estar alinhada com a Névoa? Era um enigma que, de fato, eu não tinha interesse em desvendar pessoalmente. Um ponto fascinante a ser considerado era o fato de que agora essa entidade era chamada de ‘tocado por Deus’, em vez de ‘tocado pela Deusa’, como seria esperado. Isso levantava dúvidas sobre o que Papilion realmente estava sentindo naquele preciso momento em que adentrei o reino. Seria essa uma sensação que Papilion experimentou ao decidir criar essa classe? Ou teria alguma ligação com um evento ou transformação específica? Ou, talvez, tudo isso fosse meramente uma manifestação de algo completamente distinto, algo que obviamente eu ainda não havia compreendido. Eu estava sentindo uma certa curiosidade a respeito da quantidade de atributos que ela me concedia, já que não havia conferido isso desde a primeira vez em que vi a classe. Para a minha surpresa, eram mais de 400 atributos gratuitos por nível. Um misto de frustração e admiração tomou conta de mim. Papilion tinha uma habilidade impressionante de tornar sua classe extremamente atraente. Respirei fundo, permitindo que o ar circulasse lentamente em meus pulmões antes de soltá-lo, permitindo que meu autocontrole prevalecesse sobre a ganância que me consumia, deixando a minha racionalidade tomar as rédeas da situação. Afinal, eu buscava liberdade, não queria me tornar um servo divino.
— Agora, vamos examinar as classes relacionadas ao Fogo
Eu disse, direcionando meu foco para as opções disponíveis. Eu havia aceitado o fogo. Pallos não era um lugar gentil, nem um lugar agradável. A minha ingenuidade juvenil já havia sido consumida por essa realidade cruel. Eu almejava ser uma curadora, alguém capaz de curar os outros, de consertá-los. O meu desejo era causar nenhum mal, e, até hoje, mantenho firme esse princípio. O Nadador e os outros membros do grupo me lembraram de que, mesmo nas áreas urbanas, outras pessoas podiam representar ameaças. O recente ataque do Ornithocheirus apenas reforçou a ideia de que os seres humanos ocupavam um lugar insignificante na cadeia alimentar. Descobrimos que o Nothasaurus provavelmente havia sido deslocado de outra região. O ser mais poderoso que eu havia avistado até aquele momento era um peixe que era pequeno demais para sobreviver em outro ambiente.
Eu percebi que precisava ser capaz de me defender. Precisava me proteger. A conversa que presenciei entre Julius e Maximus trouxe à minha mente que, embora agora fosse um Ranger, quando essa fase chegasse ao fim, eu estaria de volta à Academia de Rangers. Não estaria mais ali, e deixaria de ter a proteção daquela equipe. Uma garota bonita, portando a etiqueta de curandeira? Eu precisava de algo mais contundente, de poder de fogo. Minha mãe tinha uma visão notável ao insistir que eu adquirisse o vigilante Ou talvez ela apenas compreendesse a dinâmica do mundo ao nosso redor. Não era tão impressionante assim, especialmente se eu parasse por alguns instantes para refletir sobre isso. Pensei em Artemis. Ela era a única mulher livre e independente que conhecia, e essa liberdade parecia estar intimamente ligada ao imenso poder de fogo que possuía.
Tive longas e profundas conversas com Artêmis e Maximus sobre diferentes elementos e métodos de combate. Com exceção dos elementos Metal e Terra, a maioria dos outros elementos apresentava formas bastante desagradáveis de se alcançar resultados eficazes. A madeira, por exemplo, era capaz de criar projéteis sólidos, mas enfrentava um problema semelhante ao do fogo, pois sua eficácia era limitada. Os magos que utilizavam madeira costumavam adotar a abordagem de “morte por mil cortes e lascas”. Embora essa técnica pudesse ser uma forma mais sutil de agir em comparação ao uso do fogo, não era muito mais eficaz. A água tinha um potencial de destruição interessante, mas, na prática, seu método mais comum de ataque fatal era o afogamento, um processo que levava muito mais tempo e era mais complicado de executar do que simplesmente começar um incêndio. Além disso, os ataques baseados na água eram mais fáceis de ignorar: se alguém fosse forte ou pesado o suficiente, poderia simplesmente cair e resistir. Um dinossauro, por sua vez, não hesitaria em lançar um ataque mortal.
O vento, embora estivesse presente, não era uma força mortal de imediato. Ele se mostrava mais como um incômodo, especialmente quando se buscava realizar ataques cortantes de maneira desagradável. Sua presença poderia ser benéfica para aqueles que desejavam um confronto mais próximo e pessoal. Em palavras de Maximus: É uma excelente maneira de imobilizar alguém em uma luta antes de fincar uma lança nele. Essa abordagem sugeria um tipo de combate mais íntimo e brutal, que poderia ser muito eficaz em situações específicas. A questão do vento, no entanto, parecia um tanto confusa, sobretudo quando pensamos em uma espada mágica que poderia manipular o elemento com grande maestria. Eu não me considerava um especialista em feitiços, mas compreendia que a magia tinha suas sutilezas e nuances que muitas vezes escapavam ao meu entendimento.
A luz se apresentava como um elemento inerentemente ofensivo. Não acreditava que eu fosse o primeiro a conceber a ideia de utilizar a luz de forma devastadora; certamente não seria o último. No entanto, não pretendia ser um pioneiro nesse aspecto. Deixaria essa tarefa para os acadêmicos, embora até aquele momento não tivesse testemunhado nada do gênero em Remus, um lugar que, no geral, carecia de criatividade mágica. Em contrapartida, as trevas representavam uma força muito mais poderosa e letal, um vento pleno que podia devastar. Se alguém se aventurasse a se aproximar de um mago sombrio, existia a possibilidade de que ele pudesse explodir partes vitais do corpo de sua vítima com indiferença. Uma vitalidade maior em uma pessoa tornava um pouco mais difícil eliminá-la completamente. Entretanto, era possível atingir partes específicas do corpo, como, por exemplo, o pulso ou o pescoço, removendo a fonte da vida sem necessitar de uma destruição total. Foi exatamente isso que eu havia feito com Iola. A lembrança ainda permeava minha mente, uma mescla de estratégia e necessidade de sobrevivência, onde a linha entre a vida e a morte se tornava cada vez mais tênue.
Ainda era um processo doloroso para mim. Com o tempo, havia chegado à conclusão de que tirar uma vida em defesa da minha própria nunca seria algo bonito ou limpo. O fogo parecia falar comigo, e não havia outra maneira de descrever aquilo. Maximus e Artemis me encorajaram a persistir no caminho que eu estava trilhando. Tinha duas outras opções a considerar: reiniciar tudo ou dar um salto lateral. A perspectiva de um reinício seria como começar do zero, e não havia garantias de que esse novo caminho seria melhor, mais bonito ou mais limpo do que o que eu já conhecia. O salto lateral, por sua vez, acarretaria uma perda significativa de poder, o que impactaria toda a minha escolha.
Para ilustrar, a classe Curandeiro das Sombras era consideravelmente mais fraca do que a Luz da Esperança, e todas as classes à disposição estariam, no mínimo, um nível abaixo do que seria uma trajetória comprometida. Evoluir meu fogo para algo mais refinado, que não fosse tão caótico, era uma das minhas metas. Eu não me sentia confortável em incinerar animais e monstros até a morte, embora reconhecesse a necessidade dessa ação em algumas circunstâncias. As possibilidades de evolução incluíam formas avançadas de fogo que eu poderia explorar: Inferno, Vapor, Tempestade, Lava, Pyronox, Irradiação e Cinzas. Essas eram as variantes nas quais eu poderia ter esperança de evoluir. Já havia refletido um pouco sobre cada uma delas, mas ainda não havia tomado uma decisão sobre qual delas me agradava mais. Além disso, nenhuma delas me ofereceu algo suficientemente interessante até agora, então a questão continuava em aberto.
Maximus, por outro lado, não tinha certeza sobre o que resultaria da combinação entre Fogo e Metal. Segundo ele, essa era a única lacuna em seu vasto conhecimento Elemental. Existiam opções de Mago que não eram ofensivas, e os elementos Madeira e Água se destacavam nesse aspecto, permitindo criar raízes que prendiam e prisões de água. No entanto, isso pouco diminuía a velocidade das criaturas que podiam me atacar à distância e, em última análise, exigiria que eu me aproximasse delas para conseguir eliminá-las com minhas próprias mãos. Nesse sentido, a ideia de atacar à distância me parecia muito mais vantajosa.
Um dia, imaginei um cenário solene em que eu pudesse não contar com a presença de uma equipe de apoio ao meu redor. O pessimismo se instalou ainda mais quando pensei que, em um momento inesperado, aqueles que estavam comigo poderiam partir para sempre, e eu me veria sozinha, obrigada a viajar sozinha até a sede para relatar a trágica perda dos meus companheiros, para trazer de volta as últimas palavras de cada um deles. Comecei a perambular pela sala, lançando olhares rápidos em direção aos títulos dos livros dispostos nas estantes. O sistema de organização parecia bastante eficiente, embora a ideia de ler todos aqueles livros me fizesse querer mergulhar em cada obra (mas, sendo realista, infelizmente eu não tinha tempo para isso, além do que metade deles provavelmente eram apenas variações sutis de uma mesma temática). O que realmente me incomodava eram os títulos escritos em vermelho sobre capas vermelhas, quase indistinguíveis entre si, o que me forçava a apertar os olhos a fim de distinguir o nome de cada volume.
Dentre os títulos, um chamou minha atenção: Beleza Infernal e Outro era Centelha Inspiradora, também despertou minha curiosidade. No entanto, foi Lampejo de Fogo da Inseto Curadora que realmente me fez levantar as sobrancelhas e olhar para a bibliotecária, buscando alguma explicação. Ela apenas deu de ombros, como se não fosse nada demais. Logo percebi que isso poderia estar relacionado ao fato de Artêmis sempre me chamar de Inseto Curadora, e à minha atual classe ser de Fogo. Segui em frente com a pesquisa. Foi então que Feiticeira da Cozinha capturou minha atenção com seu nome inusitado. A ideia de cozinhar alimentos que potencializavam a cura, além de fornecer alguns bônus temporários, parecia absurda e até um pouco ridícula. Outra classe relacionada à cura, que horror! A reflexão estava clara: as minhas evoluções eram fortemente influenciadas pela minha classe e pela minha etiqueta Celestial. Era importante ter isso em mente para o futuro!
Ao me deparar com Assador, a princípio pensei que se tratava de mais uma classe voltada para a culinária. Contudo, ao começar a ler sobre ela, percebi que se tratava de uma classe baseada em insultos. O conceito era inquietante: ao ofender alguém de uma maneira cruel, a ferida causada pelas palavras poderia se tornar física e real de fato. Eu poderia, de uma forma espantosa, provocar alguém até a morte, usando apenas a linguagem como arma. Aqui está a reescrita em detalhes em português: Portador das Chamas, Devorador Ardente, Incendiário. A proposta dessa classe é incinerar cidades inteiras e, com isso, acumular experiência e níveis. Próximo candidato, por favor! Mão de Fogo. Piromante, Centelha de Fogo, Piromaníaco Louco por Mangas. Sempre tive uma certa apreciação pelas minhas mangas… A classe Fogo Amigo se destacou de uma maneira interessante, pois suas chamas eram completamente inofensivas. Essa classe parecia mais uma questão estética, uma magia que operava sob o conceito de Bonita, ao invés de ser um mago tradicional que simplesmente aponta e faz explodir. Acredito que, em uma evolução futura, poderiam ser incluídos elementos de cura para complementar as habilidades oferecidas. Na minha opinião, os gatos dente-de-sabre não me considerariam atraente o bastante para deixarem de lado uma alimentação. Portanto, essa classe não me interessa. Tempestade de Brasa, Chama do Viajante, Chama do Orientador, Esmeralda de Fogo, Borboleta de Fogo, Abelha de Fogo, O que está acontecendo com todas essas classes que parecem estar relacionadas a insetos? Muito bem, vamos para as classes de fogo.
Senhora do Fogo, Chama da Memória, Portador da Tocha da Lembrança, Revolucionário Ardente, Escolher ser um revolucionário enquanto se é membro do exército definitivamente parece ser uma péssima decisão de vida. Fogo de Artifício, Marca de Fogo, Marca de Fogo, Busca de Fogo, Fogo Elevado. Qual é a necessidade de escolher terminações gregas ou latinas e agir como se fossem a única opção? Isso é frustrante! Chama Guia, Bruxa Beijada pelas Chamas, Dominador de Fogo. E, por fim, o Santo Graal das classes mágicas: Mago Ranger.
— Existe alguma classe que seja superior a esta?
Perguntei à bibliotecária, enquanto meus olhos passeavam pelas outras dezenas de aulas vinculadas ao tema do fogo que estavam sendo oferecidas naquele espaço.
— Como você define ‘melhor’?
A bibliotecária respondeu, colocando as mãos nos quadris de forma que deixava claro que estava atenta à minha questão.
— A classe pode evoluir para me permitir voar. Isso vai me ajudar a sobreviver e, consequentemente, a contribuir de forma mais efetiva com a minha equipe.
Refleti um pouco mais sobre isso.
— Sim, é mais ou menos isso que estou pensando, conclui finalmente.
— A menos que que você tenha outras sugestões sobre habilidades que eu ainda possa precisar, certo?
Era o momento de testar até onde eu poderia ir para contornar as regras do sistema.
— E quanto às estatísticas?
Indagou a bibliotecária, levantando uma sobrancelha.
— Existe uma outra classe que não desempenha certos aspectos tão bem, mas apresenta estatísticas um pouco superiores. É algo que vale a pena considerar a longo prazo. Além disso, é importante ressaltar que o Mago Ranger não é apenas uma classe de nível 32, ela também se estende aos níveis 128 e 256.
Uh, isso realmente parecia tentador.
— Deixe-me analisar ambas as opções, por favor.
Pedi com um toque de expectativa na voz. A bibliotecária atendeu ao meu pedido e trouxe os livros correspondentes, enquanto eu buscava um lugar confortável para me acomodar e começar a examinar o material. No livro dedicado ao Mago Ranger, li sobre os requisitos: precisava ser da classe Mago, ter conhecimento de Ranger no nível 60 ou acima, e ser um membro da República dos Rangers de Remus. Essa classe era descrita como um dos guardiões de elite da República, responsáveis por circular pelas áreas e resolver problemas que os moradores locais não conseguiam lidar sozinhos. Eram protetores dos mais humildes, defensores dos fracos, e agiam como a própria encarnação da justiça. Ao escolher essa classe, o jogador teria a oportunidade de solidificar sua identidade. As vantagens eram tentadoras: +3 Estatísticas Livres, +2 Força, +3 Destreza, +3 Vitalidade, +3 Velocidade, +5 Mana, +4 Regeneração de Mana, +4 Controle Mágico e +5 Poder Mágico por nível.
Piromante, Requisitos: Um profundo e ardente amor pelo fogo. Esta é uma classe de Mago que se especializa nas artes da pirotecnia, dominando todas as habilidades relacionadas ao fogo em seu nível máximo. Aqueles que seguem esse caminho anseiam pela combustão, desejam ver as chamas dançarem e rugirem intensamente. Ao adquirir esta classe, você mergulha em um mundo de queima e calor. Os benefícios incluem +5 Estatísticas Livres, +14 de Mana, +8 de Regeneração de Mana, +14 de Poder Mágico e +8 de Controle Mágico a cada nível que você ascende.
Ao considerar essa nova classe, percebi que essa decisão foi mais difícil do que quando tive que escolher minha 128ª classe, ao receber a Constelação do Curandeiro. As opções estavam tão próximas uma da outra! Não era como se um fosse baseado no elemento Inferno e o outro estivesse relacionado ao elemento Cinza, ambos eram baseados no fogo. Ambos eram magos e suas características eram tão similares que era desafiador decidir entre eles.
— Qual é a diferença entre os dois? Preciso de ajuda, perguntei, buscando clareza.
A bibliotecária, com um ar despreocupado, deu de ombros.
— O Mago Ranger é mais versátil, possui uma variedade maior de habilidades utilitárias e, obviamente, se destaca em aspectos físicos. Por outro lado, o Piromante é um mago que se comporta mais como alguém que ‘aponta e explode’. Ambos têm uma dificuldade similar quando se trata de subir de nível. Contudo, o Mago Ranger irá te recompensar mais por realizar atividades típicas de um ranger, enquanto o Piromante irá te recompensar quando você brincar com fogo. Portanto, é realmente uma escolha difícil.
Frustrado, estufei minhas bochechas e soprei ar através delas. Tudo bem, era hora de me aprofundar na pesquisa. Sentei-me com os dois livros diante de mim, e a bibliotecária, sempre prestativa, trouxe-me papel e caneta. Abençoada bibliotecária, que conseguiu me fornecer uma caneta aqui. No mundo de Remus, a ausência de papel e canetas tornava tudo muito mais complicado do que lidar com bambu e carvão. A busca por conhecimento parecia um pouco mais fácil agora. Após uma análise detalhada das habilidades que consegui observar, concluí que o Piromante apresenta um estilo de combate mais direto e contundente, manifestando uma magia mais poderosa e agressiva. Por outro lado, o Mago Ranger opera de maneira mais sutil e conceitual, sendo mais discreto em suas abordagens mágicas. Resumindo, não consegui identificar um vencedor claro nessa comparação; ambas as classes têm suas qualidades. Fora do contexto de combate, o Mago Ranger se mostrava provavelmente mais útil em diversas situações do dia a dia. Entretanto, em um confronto, o Mago Ranger seria mais eficaz ao lidar com inimigos que se aproximassem de mim. Por outro lado, o Piromante se tornava mais valioso quando eu estava posicionado atrás da minha equipe, com proteção, permitindo que eu me aproveitasse de seu poder explosivo.
Considerando meu futuro, supondo que eu conseguisse viver por um longo período, o Piromante oferecia melhores estatísticas gerais, em níveis que não poderiam ser ignorados. Ele se encaixava perfeitamente com minha construção atual e autoridade mágica em desenvolvimento. Por outro lado, o Mago Ranger complementava de maneira ideal meus atributos físicos, liberando essas características para que eu pudesse alocá-las onde quisesse. Contudo, mesmo que eu pudesse redistribuí-las para atributos mágicos ou físicos, isso poderia me deixar desequilibrado. Não sou um Maximus, que consegue manipular atributos híbridos de forma eficiente; além disso, eu mal utilizava esses atributos temporários, exceto para a sobrevivência básica. Minha função em batalhas não era participar ativamente de lutas físicas, mas sim manter-me protegido. Entretanto, essa proteção não era infalível e, ocasionalmente, falhava. Quando acabava levando um soco no rosto, eu precisava ser capaz de fazer mais do que apenas cambalear para trás em resposta. Tentando reformular minha análise, percebi que o Piromante representava uma escolha de maior risco, mas também de maior recompensa. Em contrapartida, o Mago Ranger mostrava-se como uma classe de baixo risco e também de baixa recompensa. Eu conseguiria lidar com o risco inerente ao Piromante ?
Vamos considerar os eventos recentes. Quando fomos atacados por goblins na estrada, conseguimos nos defender satisfatoriamente. Os terrores dos céus também tentaram nos devorar durante o almoço, mas conseguimos contornar a situação. Nos esforçamos ao máximo. O encontro com o Nothasaurus foi complicado, mas decidimos caçá-lo ativamente. Outros aventureiros tentaram, mas falharam. Aqueles mesmos aventureiros, que haviam me atacado, não teriam conseguido se eu tivesse permanecido ao lado de Kallisto, como deveria ter feito; pelo menos, teríamos apresentado um desempenho muito melhor.
Os ataques de dinossauros e outros monstros aconteciam de forma constante e aleatória, numa intensidade que não chegava a ser alarmante. Esses seres pareciam não ter bem definido seu lugar na cadeia alimentar e frequentemente acabavam se tornando um enfeite na nossa panela, aportando ingredientes para nossas refeições. Muito desse tipo de situação ocorreu antes mesmo de eu acessar a classe Fogo, que até aquele momento tinha se mostrado bastante ineficaz. Se eu estivesse em uma classe voltada para cura, eu precisaria de algo que fosse prático e realmente curativo. Contudo, aquela não era a minha classe de cura; na verdade, tratava-se de uma classe secundária que eu havia conseguido quase que de graça e tinha tempo para transformá-la em algo significativo. O Mago Ranger seria meu aliado naquele dia, enquanto o Piromante se tornaria meu suporte no dia seguinte. Confiava em Artemis e em minha equipe; tinha fé de que conseguiria passar por aquele dia e, assim, aproveitaria os benefícios que o Piromante poderia me oferecer. Então, lembrei de um detalhe e o perguntei:
— Acabei de perceber. O Mago Ranger foi oferecido a mim no nível 8, certo?
A voz da bibliotecária ecoou em resposta:
— Isso mesmo.
— E agora ele está sendo oferecido novamente?
— Sim, seu conhecimento de Ranger atingiu um nível suficientemente alto. A classe continuará sendo disponibilizada sempre, e quanto mais avançado for seu conhecimento nessa classe, mais poderosa ela se tornará.
— Poderosa a ponto de superar o Piromante? indaguei injuriosamente.
— Mais forte do que a maioria das opções que você pode escolher.
Uma certa empolgação tomou conta de mim, e continuei:
— Tudo bem. Eu examinei as capacidades do Mago Ranger e vi suas habilidades, mas gostaria de confirmar com você: existe alguma habilidade no Mago Ranger que o Piromante não tenha, que justifique eu optar pelo Mago Ranger em vez do Piromante?
Apesar da forte inclinação em direção ao Piromante, quis me certificar da minha escolha; sentia que precisava ser meticuloso. A bibliotecária, com uma calma resolutiva, respondeu:
— O Mago Ranger possui uma habilidade que fortalece e aprimora o corpo.
Aquilo me prendeu a atenção instantaneamente.
— Essa é a principal vantagem que ele tem sobre o Piromante.
Com essa informação, minha decisão foi definida de forma clara.
— Gostaria de dar uma olhada nesse livro, por favor.
Declarei, e entreguei minha escolha à bibliotecária, certa de que estava no caminho certo.
Ela dirigiu seu olhar para baixo e esboçou um sorriso.
— Eu aprovo.
Descemos as escadas e devolvemos meu antigo livro de classe, em seguida, fizemos a verificação do novo exemplar.
— Adeus, bibliotecária. Espero vê-la em breve!
Afirmei, envolvendo-a em um abraço que ela retribuiu com muito entusiasmo.
— Adeus, Elaine. Estarei ansiosa pela sua próxima visita!
Assim que saí pelas portas da biblioteca, abri bem os olhos e não pude evitar um gemido. Arthur estava deitado no Argo ao meu lado, cercado por linhas brilhantes que eu imediatamente reconheci como o campo de cura de Orígenes. Ele, no entanto, não teve muitas oportunidades de empregar essa habilidade enquanto eu estivesse por perto. Arthur parecia moderadamente ferido, com marcas de sangue escorrendo de uma dúzia de feridas em seu peito, pernas e braços. O ar estava impregnado com o odor de cabelo queimado e uma sensação de ozônio. Eu realmente tinha me metido em uma enrascada. Me inclinei para perto de Arthur, toquei-o e comecei a canalizar, usando Fases através dele, observando sua pele se recompor lentamente.
— Que bom que você se juntou a nós,
Disse Julius, com um tom brincalhão.
— O que aconteceu?
Perguntei, preocupada com os ferimentos de Arthur. Eles não se pareciam em nada com as feridas de um ataque de um gato-dente-de-sabre, nem de qualquer outro tipo de monstro conhecido.
— Bem, parece que Artêmis agora está oficialmente em serviço de tarefas durante um mês, assim que conseguirmos sair daqui,
Começou Julius. Eu olhei para Artêmis, que exibia uma expressão confusa, misturando culpa, horror e alívio, tudo ao mesmo tempo.
— Resumindo, eu fiquei fora por muito tempo, precisei ir ao banheiro, quase fui atacado por um dos gatos, acabei disparando nele de raspão, e o Arthur talvez tenha tido uma parte nisso tudo,
Explicou Artêmis, apressando-se na última parte. Julius a encarou atentamente.
— Mais ou menos, sim.
— Ei, eu realmente estava sendo atacada! — protestou Artêmis, indignada.
— Arthur teria ficado bem de qualquer forma, mesmo sem a Elaine aqui
Ela acrescentou, gesticulando de maneira enfática. Naquele momento, me lembrei dos ferimentos que Arthur havia sofrido. Eles eram realmente assustadores e pareciam bastante severos, mas, por sorte, não eram fatais, mesmo antes que o campo de cura ativado por Orígenes começasse a agir. Arthur conseguiu se sentar, soltando um gemido de dor, e em seguida rapidamente encontrou a coragem de falar.
— Quantas vezes eu já pedi para você verificar sua linha de fogo para mim?
Ele gritou, virando-se para Artêmis.
— Você passa a maior parte do tempo escondido! Como eu vou conseguir verificar se você está lá? Especialmente quando um monstro está tentando arrancar minha cabeça!
Artêmis rebateu, sua voz estava carregada de frustração e um toque de culpa. Era evidente que ela tinha consciência de que poderia ter cometido um erro, embora a sua perspectiva sugerisse que não havia sido culpa dela.
— A pior parte….
Começou a reclamar Julius, cruzando os braços
— É que eu tinha apostado uma boa quantia de dinheiro que não haveria nenhum incidente de fogo amigo com Artêmis nessa parte da estrada.
Artêmis virou-se rapidamente para olhar para Julius, e sua expressão era priceless; um misto de choque e fúria, de traição e indignação.
— Você… você…
Ela gaguejou, acusando com o dedo, mas parecendo sem palavras diante da situação.
— Certo, vou me afastar do que está prestes a acontecer
Eu declarei, sem me direcionar a ninguém em particular. Então, fui para um canto mais afastado e ativei a habilidade Véu. Eu realmente não queria me envolver no que estava prestes a desenrolar. O momento havia chegado para eu explorar minha nova classe!
[Parabéns! Você fez upgrade em sua segunda classe Piromante: Elemento Fogo]
[Parabéns! Você subiu de nível até o nível 33! +5 atributos livres, +14 de mana, +8 de regeneração de mana, +14 de poder mágico, +8 de controle mágico da sua classe! +1 atributo gratuito por ser humano! +1 Força de seu Elemento!]
[Parabéns! A Classe Piromante subiu de nível até o nível 39! +5 atributos gratuitos, +14 de mana, +8 de regeneração de mana, +14 de poder mágico, +8 de controle mágico da sua classe! +1 atributo gratuito por ser humano! +1 Força de seu elemento!]
[Parabéns! A classe Afinidade com Fogo]] atingiu o nível 33!]
[Parabéns! A classe Afinidade com Fogo] atingiu o nível 39!]
[Parabéns! A classe Conjuração de Fogo] atingiu o nível 33!]
[Parabéns! A classe Conjuração de Fogo] atingiu o nível 39!]
[Parabéns! A classe Manipulação de Fogo] atingiu o nível 33!]
[Parabéns! A classe Manipulação de Fogo] atingiu o nível 39!]
[Parabéns! A classe Resistência ao Fogo] atingiu o nível 33!]
[Parabéns! A classe Resistência ao Fogo] atingiu o nível 39!]
Publicado por:
- GuilhermeBRZ
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