PELE DE JADE - Capítulo 19
Capítulo 20: Peripécias de Lorde Ming
— Jovem investigador, passado ou futuro?
As pessoas da trupe caminhavam com pouco interesse em olhar os arredores tendo a baixa iluminação provinda do cajado espiritual do monge careca. E os primeiros raios solares da manhã seguinte, que mal surgiram no alto do céu, não conseguiam passar através das mil colunas jônicas ao longo do caminho. Elas estavam retornando a carruagem pelo mesmo percurso trilhado outrora, estando cientes que não dariam nem mesmo cem passos para as paredes ao redor começarem a estreitar-se em muito a volta dos seus corpos, reduzindo a largura do espaço em pelo menos quarenta centímetros.
O monge careca era quem andejava à frente dos demais companheiros, mas esse fato não o impedira de virar-se para quem estava atrás dele.
— Criatura, só pode ser o fim da picada — disse ele a Lorde Ming. — Mesmo Yin Chang não o questionou sobre esse assunto. Por que você o faz?
— Quero confirmar se a Roleta de Xima Wei enviou o jovem investigador para o futuro — Fora-lhe respondido. — Seria a maior notícia fortunosa em meio a esse caos! Não encontramos a assassina do barão da casa Ming aqui, mas poderíamos obter um ás vantajoso na manga esvoaçante. Podemos matar um certo alguém com informações vindas diretas do futuras.
— Deixe o sujeito sem eira nem beira em paz[1].
O monge fisgou a atenção do homem transmigrado tão rápido quanto feijões verdes caindo em uma panela de ferro.
— No mundo marcial, a confidência do póstumo Xima Wei, que Buda o tenha em seus braços misericordiosos, é vista como exemplar. E está esse seguidor curioso dele aqui pressionando o outro a falar — O monge suspirou alto. — Mestre do Chá, você deve ter jogado muita pedra na cruz.
Decorrente da desaprovação, Lorde Ming virou-se na direção do alvo.
— Diga-me exatamente a verdade, jovem investigar que nada investiga — Ele estava se sentindo entediado por ter que adicionar lenha à fogueira uma e outra vez, questionando na clara intenção de colocá-lo em uma saia justa. — Você foi enviado através da maldição de Xima Wei para o passado ou futuro?
O autoritarismo dele ao questionar era soberbo de tal forma que, mesmo os políticos corruptos da bancada brasileira não conseguiram fugir, fazendo eles exporem as promessas vazias, as mentiras abjetas que fizeram a população. Shen Shining assim bem pensara da segunda figura paterna do protagonista. Sendo o último homem da fila indiana — a criança Ming Cheng ao meio deles poderia ao menos ser considerado um moço corajoso? — lhe ocorreu como seria facilíssimo estagnar os passos e deixar de acompanhar pela retaguarda o protagonista, assim partindo logo quando revelou seus objetivos a ele.
— Seria descortês da minha parte mencionar — Shen Shining sorriu de forma consternada. — Posso provocar incômodo em Yin Chang se comento ter sido passado ou futuro. Não tive escolha a não ser observá-lo através da maldição da roleta, mas no presente tenho escolha relevar ou não isso a ele.
— O tio sem dinheiro é racional — Ming Cheng seguia o humilhando. — Seria um grande descontentamento para mim ter alguém testemunhando tanto meu eu antigo quanto o atual. Em princípio, o passado, do qual não se traz à tona sem antes muito pensar nas palavras certas para citá-lo…
O tolo quase cuspiu sangue!
Não podia-se insinuar o descontentamento de Yin Chang. Naquelas vibrações monocórdicas das cordas vocais nada estranho soou, mas dera abertura para Lorde Ming, talvez incerto da verdadeira situação, tomar partido das emoções que, porventura o estivesse afugentando, pela quietude por parte dele estar perdurando insigne durante todo o trajeto até a carruagem; sem estar ciente que, numa realidade mais nua e crua possível, o sobrinho maior havia tido muito tempo para considerar as segundas intenções do tolo quando ouviu o conteúdo da conversa dele com o ancião no Chalé do Chá. E as emoções, sendo elas o duro sentimento da enganação e da mentira, frutos do caos, não acalentava-lhe o coração compreensível que possuía, muito menos a mente. Não era necessário angustiar o tolo com esse aborrecimento passado, não ao ponto dele ficar cogitando fugir para as colinas, então residir o pico mais alto delas e passar os seus últimos dias em meditação de portas fechadas.
— Deveríamos deixar esse assunto trivial cair por terra, não? — pronunciou Yin Chang depois de muito manter-se à deriva, não retendo o pensamento da pouca questão que fazia das razões do tolo para segui-lo também: — Não me coloquei à disposição do Mestre do Chá por benevolência. Há uma promessa que devo cumprir independente da circunstância; Lorde Ming tem consciência disso melhor do que qualquer um de nós, então peço que não reprima tanto o meu companheiro de viagem pelas minhas escolhas egoístas.
O protagonista persistia zelando por ele!
— Kikiki — Lorde Ming riu em tom zombeteiro. — Acho que compreenda-me mal, querido — Depois a frieza da fisionomia mostrou-se presente. — Não o reprimo pelo objetivo falho que não obteve sucesso em realizar, porque era meu desejo atrasá-lo até Chang´an também e pelo jeito falharei igual. Ou por suas próprias escolhas, ou por outras, o questiono pela curiosidade genuína.
— Amitofo[2] — recitou baixo o monge, com os pés cada vez dando passos maiores para longe da figura autoritária. — Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura. Continue tentando, mas não se entristeça com a resposta após consegui-la. Você não terá o que dese…
Shen Shining apertou o passo para colocar-se entre Lorde Ming e o monge. E fitar este último, de tal forma que claramente evidencia-se a confusão mental em que se encontrava, o fez deduzir o quanto da situação aquele desprovido de porção de cabelos estava a par da situação; muito, era evidente.
— Chega! — esbravejou de repente. — Se estamos todos fartos das minhas ocultações, contarei se minha ida foi ao passado ou futuro! — E prosseguiu cheio da certeza inabalável da mentira vir sem remorso algum: — Eu estive vagando pelo futuro.
Para bons entendedores, meia palavras bastariam.
— Sendo mais preciso, dez ou quinze anos à frente do nosso presente.
O protagonista poderia não cair no conto do vigário uma segunda vez, mas se a mentira pudesse fazer Lorde Ming sossegar, seria mais que o suficiente.
— E o que aguarda Yin-Coquinho no futuro? — Eis que o próprio embarca em mais questionamentos. — Ele conhecerá uma bela moça quando conquistar seus objetivos? Os dois se veem apaixonados num baile de máscaras? Vão morar em algum lugar tranquilo e abandonado pelos deuses?
O sobrinho dele fora ainda mais adiante na fantasia.
— Bela moça? Baile de máscaras? Morar juntos? — cuspiu enojado. — Pois acho ao contrário. Meu primo irá alcançar Chang´an em alguns dias, controlar o exército do Imperador Zhou em meses, infiltrar os seus aliados alquimistas, e usurpar o trono daquele tirano quando a aliança entre ele e a megera prima Zhou Lan completar um ano. Quando ambos se veem apaixonados em meio a Terceira Guerra Ornamental, irão fazer juras e permanecer juntos por bom cem anos! Terão dois filhos, mas meu primo que vai criá-los, porque a dona megera estará muito ocupada sendo a imperatriz do Centro Humanoide.
O monge carregava uma face doente por estar compartilhando espaço com aqueles dois e saira às pressas, não deixando de iluminar por onde passava.
— Se deve temer a mente fertil dos homens.
Difundir um gosto amargo na língua, que tanto chicoteava quando se tenta fazer uso inconsequente da lábia, estava tornando-se uma mera tarefa escolar para o tolo. Quem conseguia livrar-se dos obsessores da noite, se não os que andavam nas trevas! Lorde Ming era uma figura maçante e tanto, poderia-lhe sugar a energia vital do corpo com meias dúzias de palavras absurdas e levar-te ao extremo do limite com simples ações. Bastaria deixá-lo à vontade por perto, e os resultados seriam catastróficos. Exercer o seu direito de concordância a favor dele, era tão similar quanto recitar orações em latim culto e fazer liturgias para expurgar o mal da carcaça formidável, jamais considerada decrépita, dele!
— O absurdo que Lorde Ming diz não está longe da verdade… — murmurou o tolo. — Por favor, sem mais questionamentos agora.
Não podia tagarelar nada a mais; quem conta um conto aumenta um ponto, e ele teria capacidade para adicionar aspas, reticências, colchetes, entre outros dez sinais de pontuação da sua língua materna, se fosse para Lorde Ming deixá-lo na santa paz. Seus olhos voltados para cima estavam centrados na face arcana do protagonista, nula das mil reações adversas que se imaginava ter sido contida durante a sua confirmação. Sentimentos inauditos, dos quais ainda era inexperiente, tomou-lhe o peito, deixando-o sem fôlego — maldito seja quem tenta aniquilir uma mentira com outra mentira! A mitomania era um mal terrível na sociedade, cujo o deixava zangado além da conta.
— Tem certeza? — Yin Chang tivera que questionar. — Absoluta?
Já Lorde Ming não quis saber de conter nenhuma das suas reações.
— Eu quero estar vivo para testemunhar isso! — Passou a esgoelar. — Tenho que ver esses pombinhos juntos!
— Você infelizmente não estará — Shen Shining voltou-se na direção dele. — Vai morrer de velhice.
Logo a boca má intencionada de Lorde Ming transformou-se num segmento reto, fazendo o possível para manter-se num voto de silêncio até atravessar os portões enferrujados do templo taoista. Uma cólera dublava suas feições, a ponto delas tornarem-se disformes, tirando toda a graça que as envolava. O andar estava até meio trôpego em comparação a outrora, indo ao encontro do monge parado em pé diante da carruagem.
— Floquinho, você promete chorar no meu enterro? — O voto não pode durar muito pela aproximação deles dois. — Pode fingir ser o viúvo da relação?
O monge supôs ter escutado errado.
— Voce é estúpido? — questionou. — Agindo desta forma tão infantil quando já tem cinquenta anos é vergonhoso — Logo tratou de sorrir, se expressando com ignorância: — Ming Cheng é mais racional e responsável que o tio dele.
— Mas jamais será mais gracioso e encantador que o tio dele — Lorde Ming levantou o dedo indicador, estando indignado. — Espera, como sabe a minha idade?
— Foi uma mera suposição da minha parte…
Estavam numa infinita batalha interna, se entreolhando cheios de si quando um soada descontente de cavalos relinchando os interromperam.
— Olhem! — bradou alguém ali próximo. — São os garanhões do meu tio, Dipo e Depo!
Estacionados lado a lado dos carvalhos prósperos e cedros brancos, os raios solares daquela nova manhã não tardaram esquentar os corpos dos cavalos, beijando sua pelagem escura e gélida, que só então estavam sendo mantidas aquecidas por mantos de viscose sobre as crinas negras; a idealização pueril da criança da casa Ming os faziam parecer dois potros vulneráveis ao frio que precisavam ser acalentados, e mantido aquecidos não somente com panos e mantos, mas tinha que ter amor envolvido também. Ao escutar as nomeações constrangedoras que possuíam, o monge sentira que o dono deles era ainda mais deprimente do que havia imaginado.
— Coitado desse animal… — murmurou baixo como uma mosca. — Nem ao menos entrega nomeações dignas aos cavalos.
— Será eu um alquimista? — expressou Lorde Ming, tendo escutado a crítica. — Oh, o Mestre do Chá e Yin Chang estão vindo. Os deixe entrar na cabine com Ming Cheng, e venha ajudar-me a conduzir as rédeas mais uma vez.
Ele estava próximo da carruagem, prestes a capturar as rédeas dos cavalos e fazer esforço para elevar o corpo ao banco do condutor.
— Essas suas orelhinhas pontudas são perigosas… — resmungou o outro. — Posso negar esse ilustre convite?
Lorde Ming preparou os lábios para um discurso.
— Podemos ir embora? — Interrompeu alguém num tom adequado.
Era o protagonista.
— Ainda há pendências a serem resolvidas — continuou ele. — Precisamos averiguar a residência do barão da casa Ming e encontrar mais pistas sobre a assassina.
— Partiremos agora!
Sob o comando do dono, os cavalos começaram a trotar devagar por quase a queima inteira de um incenso. Na estrada abatida com terra, as quatro rodas da carruagem rolavam numa calmaria bastante duvidosa, o que não concerne à presença de habilidade do guia com as rédeas vermelhas trançadas com lã em mãos. Ele aparentava estar estendendo a viagem da trupe, por mais que nuvens carregadas estivessem cobrindo o céu na zona leste. Vinha o aroma da terra molhada e a olência dos eucaliptos da redondeza invadir lentamente a cabine aconchegante do automóvel, customizada com bancos e encostos estofados. Quem tomou assento em um deles só para si fora o adormecido Ming Cheng, e o outro estava ocupado por dois homens adultos.
Em dado momento, a fragrância almiscarada pode acalmar o espírito do tolo tenso por dentro e por fora.
Durante a volta vagarenta ao condado de Ziya, seguira estando entorpecido, pensando atordoado sobre qual caminho trilhar. Os olhos de colina assistiam desolados o céu ruir sobre a terra desconhecida que habitava sem ter sido da sua escolha; seria preferível renunciar à vida humana e reacender no céu do senhor do que possuir o corpo daquele figurante do Mestre do Chá. Enquanto apoiava os cotovelos na contraverga da janelinha, teve consigo um propósito ignorante. Se não tinha aonde ir nem voltar, também não tinha quem recorrer.
Restava somente uma opção.
— Me permita continuar viajando com você, Yin Chang. — pediu de repente.
Compreender que aquelas pessoas à sua volta fossem o contrário de meros personagens não o faria sentir-se menos solitário. Sim, elas eram carne, osso e sangue, mas a companhia do protagonista pensava mais na balança. Ir sem ele aos confins da terra jamais poderia ser cogitado. Tornara fundamental ao longo do trajeto para que a apreciada solitude não torna-se solidão.
— É meu desejo ir a Chang´an agora, não mais do ancião.
Pela vergonha provida da enganação, estivera evitando contato visual com o protagonista durante um bom tempo, mas agora o fintava cheio dos encantos mais genuínos possíveis. Seu olhar tornou-se muito mais profundo do que um dia já fora. Voando ao vento, as madeixas castanho-tabaco pareciam fios de seda tecidos por mil mariposas brancas, junto as patilhas finas nas laterais do rosto. Era inegável, ele possuía um encanto quando tentava ser honesto, que conseguia distrair o protagonista por uma fração de segundos.
— Yin Chang? — Shen Shining teve que chamá-lo. — Oi, Yin Chang?
— Senhor monge, segure aqui por um breve segundo.
Estava demorando Lorde Ming marcar presença!
O pedido questionável chegara à cabine da carruagem no instante em que os cavalos morderam o freio faltando poucas léguas para percorrer uma descida íngreme na estrada, interrompendo Shen Shining de segurar Yin Chang pelos ombros largos e chacoalhá-lo para obter a sua resposta. Essa parada brusca os levou ao chão forrado com um carpete vermelho, junto a pobre criança que antes da catástrofe estava presa em profundos sonhos infantis.
— Se afaste, não irei segurar nada. — O monge veio a responder.
— Anda, os calos protuberantes nas minhas preciosas mãos estão doendo — Lorde Ming seguia implorando. — Segure para que eu possa secar-me, ou é preferível você fazê-lo?
Se notava um ponto de interrogação na testa do protagonista.
— Nem aqui e nem na China! — prosseguia o monge num acesso raivoso. — Não vou conseguir controlar isso e reconheço os meus limites.
— China? Onde é esse lugar?
— Bah, você está começando a escutar coisas.
Shen Shining nem ao menos poderia especular sobre o que se tratava aquele assunto. Precisava averiguar não somente com os ouvidos, mas também com os olhos; que mau agouro era Ming Cheng compartilhar da mesma ideia. Fora logo a dupla curiosa passar as cabeças como corujas pela abertura da cabine independente do vento ser contundente ou não. Tendo sido influenciado pelos dois, o protagonista se permitiu ser bisbilhoteiro e conseguiu determinar o que estava acontecendo com apenas uma olhada custosa pelos cantos dos olhos. Deu-se tamanha liberdade esperando grandes revelações, sendo que no final das contas o monge só estava se recusando a segurar as rédeas dos cavalos.
Nada mais justo que Lorde Ming criasse alarde.
— Perdão, vocês estão nos espiando? — perguntou ele, deixando-se folgar no encosto do banco.
Os poucos segundos em que os cinco homens ficaram fitando-se pareceram minutos. Se tivessem desperdiçado esse tempo percorrendo quilômetros por horas na estrada, o plano inicial, teriam alcançado o conjunto residencial Ming no condado de Ziya antes do entardecer, quando os acendedores estivessem indo felizes abastecer com querosene as lamparinas ao longo das ruas, e as autoridades fardadas da prefeitura fossem cometer adultérios ao encontrar as meretrizes do bordel mais proximo do serviço.
— Há algo estranho neste condado…
— Sim, Lorde Ming, há algo muito estranho neste condado além de você — O monge compartilhava da mesma sensação. — E me parece vir do seu pátio…
Um fato não mencionado era que a carruagem de madeira nanmu havia ido a toda velocidade atravessar o portão principal da localidade atual deles, e retornou por onde veio na mesma intensidade. Após alguns minutos cavalgando numa linha contínua ao fim do quarteirão, um dos cavalos sentira algo tenebroso espreitando as redondezas dos cinco grandes pátios do conjunto Ming. Fora natural colocar os cascos dianteiros em recuo e fazer menção de retornar pelo mesmíssimo caminho que trilhou para alcançar ali. As rédeas ligadas a sua tiara na testa não levaram puxões restringidos, na verdade, quando o ato em si estava em prática, os puxões vieram incentivá-lo a recuar pelo menos duzentos metros do local.
— Essa energia fantasmagórica não está vindo do meu pátio… — Lorde Ming encarava o monge franzindo o cenho. — Mas sim do pátio do meu tio.
— Vem da casa do barão Ming Liang…
— Deve haver um fantasma lá.
O monge não teve uma reação muito positiva à notícia vinda dos lábios meio doces meio amargos do condutor da carruagem, e deixou o espaço entre eles dois crescer em pelo menos doze centímetros no assento ocupado. Eis senão quando, num abrir e fechar de olho, o assento ocupado tornou-se vago, pois o monge abriu mão do conforto e foi-se retirar às pressas, desejando correr a colina mais próxima e não deixá-la por nada do mundo. Uma pena. Não pisou em falso nenhuma vez durante a fuga, só não contava com alguém minúsculo escancarando a porta da carruagem bem quando ele estivesse diante dela, o acertando em cheio.
— Iremos fazer outro passeio. Todos nós! — Ming Chang surgiu descendo a escadaria curta do automóvel, cheio da coragem que faltava em Shen Shining e no monge. — Meu tio não conseguirá lidar com esse empecilho sozinho.
Lorde Ming não poderia estar mais orgulhoso da criança que criava sozinho.
— Acabei de perder um tio muito querido e sou responsável por essa criança pequena — Ele riu. — Tudo o que me resta são vocês, uma trupe de tolos!
No final, a trupe de tolos marcharam à sua mercê, adentraram a residência do barão da casa Ming e foram surpreendidos com um ambiente insalubre, onde a temperatura era menos de oito graus celsius. Estava idêntico da última vez; móveis valiosos de madeira nanmu e bem ilustrados que não foram levados para debaixo da terra sob a lápide fria, uma mesa extensa acompanhada com dez cadeiras, onde jamais todas elas foram ocupadas por parentes e amigos considerados próximos, e o insistente odor putrefativo vindo dos cômodos.
— Vamos agilizar e nos separar para encontrar o fantasma — Lorde Ming deu a ideia e prosseguiu resoluto em continuar com a presepada do momento: — A temperatura despenca se há presença fantasmagórica. Espero que estejam todos vestidos apropriadamente. Mas caso não estejam, não se preocupem, nosso núcleo espiritual é capaz de produzir calor interno.
De repente, Shen Shining espirrou alto.
Que diabos, ele nem ao menos sabia se tinha um núcleo espiritual!
Publicado por:
- Bllau
- “Escritora amadora de C-Novels, escrevendo histórias para satisfazer-se, em uma busca incessante para fugir da realidade medíocre em que, infelizmente, vive lamentavelmente…”
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