PELE DE JADE - Capítulo 18
Volume 1
Capítulo 19: Descanse em Paz
Podia-se esperar tudo do grão-chanceler Ni Hao. Era típico dele regozijar-se diante dos piores males que assolavam a humanidade, enquadrar à face uma expressão medonha e demonstrar a todos como se mantinha apático; se o mundo estivesse no aguardo de medíocres como ele praticarem o ato de se colocar no lugar do outro e serem gentis, poderia entrar em colapso climático antes disso ocorrer, porque de pessoas tolas o suficientes para socorrer sem exigir nada em troca, as moradas humildes acima do céu celestial e também sob, estavam bem habitada — se nada precisasse exigir dele, tudo bem comemorar a queda de Lorde Ming?
Aquela brecha adquirida determinaria a vitória.
— Capturem Lorde Ming para prestar apoio ao meu mestre imediatamente! — Aos soldados, ele dera ordens expressa a serem seguidas. — Quanto aos gêmeos, os amordacem! Serão levados diretos para a planície central.
Não era reconfortante lembrar-se da expressão facial feita pelo Marechal Yin Lu ao dizer isto; fora sombria ver os músculos da testa enrugando-se no mais profundo ponto entre as sobrancelhas, a boca transformada numa linha dura, a pele ficando empalidecida como papel, por estar ciente que os horrores da guerra traziam feridas e cicatrizes ainda piores quando adquiridas pelo seu próprio povo. Yin Chang não tinha o porquê erguer a cimitarra e ceifar vidas alquimistas na Segunda Guerra Ornamental. Ele se prendeu ao corpo quente do pai, sentindo a vida se esvaindo aos poucos daquele morto, escapando entre os seus braços pequenos para jamais retornar outra vez.
O homem transmigrado não conseguia continuar vendo-os mesmo estando a quilômetros de distância, tampouco possuía desejo disso também. Seria tão doloroso continuar a sustentar o olhar vazio a cena que preferiu permanecer próximo a carruagem fúnebre, onde não encontraria a figura de alteridade e nem os estragos causados pela inveja dele. Se manteve sozinho por bastante tempo, ruindo aos prantos uma miríade de lágrimas semelhantes a pérolas. No presente momento, tamanha era a tristeza que armazenava no molenga coração, quando aproximou-se dois soldados do exército, com os hormônios à flor da pele pela vitória bem sucedida.
— O que acha que será feito da menina? — Riu um deles.
— Deveríamos mandá-la para o harém do Imperador Zhou agora que a promíscua mãe está morta? — O outro quis se mostrar mais desagradável.
Até mesmo os músculos na mandíbula contraída de Shen Shining saltaram indignados ao escutar aquelas palavras grotescas deixando a boca suja do homem.
— Não ouse insultá-la, maldito rato! — bradou estando centímetros longe dele.
Fora inevitável não fechar a mão dominante em um punho de fazer as unhas perfurarem a carne rígida do tenar da palma, direcioná-la ao encontro da face do soldado e sair em disparate, idêntico a um porquinho indo ao encontro da lavagem. A ação veio a ser concluída cheia de êxito, contendo toda a fúria do dia em um único movimento executado sem planejamento algum, mas quem se quer poderia imaginar a face ossuda do soldado ganhando massa e cor vivíssima, indo de algo repulsivo a familiar em segundos. O reconhecimento se dera também pelas vias respiratórias captarem a fragrância almiscarado, suave como geada misturada com pinho do protagonista.
— Yin! — Surpreso, vociferou Shen Shining.
A felicidade iluminava como um luzeiro seus olhos de colina, mas a sensação ardente nos dedos ainda persistia para tornar o brilho semelhante a lágrimas, deixando claro que haviam sido colididos em algo similar a uma mandíbula. E a quem ela pertencia, se não a fisionomia sombria daquele que à sua frente fosse tão belo quanto um cedro do Líbano?
— Seja bem vindo. — disse ele no tom de voz mais calmo já proferido.
Não houve tempo de comemorar, Shen Shining sentiu algo com textura rude sendo introduzido aos lábios, como panos impermeáveis ou pele desencada de animal bovino. Ficara num impasse a isso, assustado por se de repente, mas não ousando reagir a princípio e perder a fonte de água mineral do odre em posse das mãos do protagonista. Se o líquido refrescante hidratasse a garganta dele ao ponto da voz não soar pela metade, como ocorreu quando vociferou o nome de Yim Chang, a primeira coisa a ser feita seria agradecer.
De certo, o recinto onde estavam a residir por enquanto deveria pertencer a um lorde vampiro. Haviam pérolas luminosas incrustadas nas paredes cor de carne e também castiçais prateados acimentados a elas, movéis rústicos por toda parte, chão feito de mármore branco frio a beça, esculturas de Lao-Tse, um ataúde negro de chumbo a esquerda e outro a direta. Um mausoléu do qual muitos saqueadores não temeriam invadir, e do qual o proprietário não pensaria duas vezes em proteger, dava aconchego a cinco pessoas inferiores a ladrões de túmulos, onde a mais tola delas estava estirada com as mãos sobre o diafragma, a espera da mente recuperar os sentidos.
— Morri outra vez…
— Outra vez, é? — questionou-lhe alguém.
Era o monge careca.
Pela sua expressão abatida, era difícil dizer o que ele estava pensando.
Abster-se da vida outra vez e suas infinitas decepções não entristecia Shen Shining, o empecilho maior era aceitar de braços aberto o póstumo no qual os quatro membros da trupe estivesse a observá-lo meticulosamente, onde até excremento amarelo no cantos dos olhos chorosos podia ser avistado, junto aos pelos claros em fase de crescimento do buço. Não só o teto do aposento dos três abades deixou de ser visualizado como gracioso, cisne aos olhos de um pato, outrossim o choramingo altos dos aliados. Com a tamanha atenção recebida, Shen Shining pigarreou. Fora murchando aos poucos pelo barulho angustiante causado pelo lamentável Lorde Ming e seu sobrinho, as costas quase tornando-se um com o fundo do ataúde e a expressão desgostosa se retorcendo para o centro da face pálida.
— O tio sem um tostão furado no bolso retornou são e salvo!
Assim vociferando, Ming Cheng levantou-se com o hanfu amarelo de gola alta pingando um líquido viscoso no chão e disse a quem estivesse disposto a ouvi-lo:
— O calvo foi possuidor de uma certeza inabalável quando contou que o tio retornaria à salvo quando a fera Xima Wei morresse — E continuou feliz da vida a contar em sua pura inocência infantil: — Que ele encontre o amor almejado, e descanse em paz. Não viemos em vão a este templo esquecido. Por mais que a assassina de meu tio não tenha sido encontrada aqui, era nosso destino salvá-lo da vida eterna!
— Nossa presença foi ilustre, de fato.
Fora o momento de Lorde Ming querer abrir a boca.
— Mas vamos ao que verdadeiramente importa?
As íris cinza-aço dele se estreitaram nulas de bondade, e o sorriso largo nos lábios sagazes crescera em pelo menos dois ou três centímetros. De maneira astuta, semelhante a mais venenosa serpente do mundo animal, aproximou o rosto extraordinário da extremidade grossa no diâmetro do ataúde de chumbo, no desejo ardente de contemplar perto o pavor daquele que se encontrava lá dentro.
— Jovem investigador, poderia por obséquio explicar sua fala um tanto quanto curiosa? A quem não devemos ousar insultar?
O autoritarismo dele para conversar era sempre bastante meticuloso e direto, causando em Shen Shining uma má sensação.
— Oh, sim, há essa incógnita que segue nos deixando confusos — O pobre monge veio em serviço da verdade e saltou de onde estava. — Quando Xima Wei rugiu alto, um lamentável e consternado rugido final pela arma constituída de um longo haste transparente ter perfurado-lhe as vistas que uma noite abençoadas com a paisagem orvalhada do equinócio de outono foi, quase mil litros de sangue cobriu o chão sagrado tanto usado para as meditações dos abates jurados do grande imortal taoísta, chegando ao ataúde que a megera da família imperial deveria estar descansando, e, o cheiro das moléculas de ferro a despertaria do tempo que antecede o presente do qual ela não pertencia. A fera caiu, sem intenção assassina no leito de morte, bem a tempo do posicionado gume gélido da cimitarra na horizontal cortar a carne do pescoço, produzindo um som de sucção capaz de fazer qualquer ser humano ficar traumatizado ao ouvi-lo. E quem se encontrava preso em sua maldição criada no puro desespero, do perípato passado despertou. Nós, nas mais lamentáveis aparências após a árdua batalha contra quem deseja ter prezado a paz e semeado amor pela vida inteira, adentramos no aposento dos abates de títulos póstumos e nos reunimos em volta do único ataúde de bronze ocupado no local das escrituras sagradas. Mas quem poderia prever o corpo enrijecido lá dentro saltando com o punho erguido, o desferindo no rosto de Yin Chang, e voltando a deitar-se como se nada tivesse sido feito no momento presente?
— Senhor monge, por que está sendo tão retórico conosco, falando de modo que parece estar lendo um livro cujo a escrita miserável evidencia a tamanha falta de talento do escritor? — Lorde Ming interferiu ainda tarde. — Que olhos cheios de lágrimas são esses? Deixe disso, homem. Entre nós, é Yin-Coquinho quem deve chorar as pitangas, que lutou bravamente contra a besta Xima Wei para salvar o jovem investigador, enquanto ele ficou dormindo, sonhando em como protegia a virtude de uma jovem dama. A forma de agradecê-lo com um soco no rosto foi rude!
Graças aos céus a chapuletada havia acontecido, mas no infeliz errado.
A capacidade de reparar era reduzida a nada, tratando-se do tolo. Incontáveis vezes os professores da universidade foram prestar as suas queixas a Li Yan, dizendo-lhe que o colega do qual o cérebro estava aguardando a atualização da fábrica ainda, não poderia servir em prol da saúde, porque nem ao menos tinha tato para sentir a pulsação do paciente hospitalizado. Era costume Li Yan responder-lhos da seguinte maneira: desacredite o quanto puder, assim o gosto da vitória terá sabor refinado — no entanto, digamos, que tal especiaria ainda não havia abençoado as papilas gustativas da língua dele. Chateado, tratou de erguer o torso e mirar com máxima atenção o rosto do protagonista. A sensação fora semelhante a pisar em trilhões cacos de vidros com os pés descalços. De fato, a marca arroxeada na bochecha esquerda dava crédito às palavras de Ming Cheng, junto com o dolorimento excruciante nos dedos.
No Wuxia[1], os protagonistas de haréns eram heróis anárquicos, movidos as incertezas das história e de um final feliz, personagens talentosos dos quais inspiravam determinação para os leitores, e traziam satisfações pessoais aos tais. Yin Chang nesses quesitos não era nenhum pouco diferente dos demais, tanto que Shen Shining estivera viajando com ele há quase uma semana sem perceber quão determinado estava para continuar nessa aventura.
Acerta-lhe um golpe fora constrangedor e angustioso.
Estava à direita dele, o protagonista em absoluto silêncio. Tendo em vistas em como permanecia vigilante, ninguém mantinha-se à espera do tolo, num pulo de sapo-cururu, deixar o conforto do ataúde de chumbo para entregar-se por vontade própria aos desaconchego que traziam seus braços inexperientes quando tratava-se de consolar o próximo. O corpo havia se movido mais rápido que as suas ideologias passadas. E a língua cheia dos segredos guardado a sete chaves, tão veloz quanto.
— Peço desculpa a todos!
Yin Chang afastou-se dele de forma imediata, com o cenho franzido na pura incompreensão ao vê-lo estando próximo daquela forma intimida antes nunca cogitada por ele, tendo a clara intenção de segurar seu rosto entre as mãos e analisar o hematoma à esquerda da face. Ele resistiu às investidas do tolo por um bom tempo, desencadeando a fúria dele antes de enfim ceder por conta da pressão. Shen Shining analisou o tom de roxo esverdeado proveniente do soco com autoridade, tirando a conclusão de que não era tão grave quanto Lorde Ming o fez imaginar — tendo feito alguns estágios em hospitais pequenos da província nativa, havia visto hematomas piores. Mas quem disse que o extremo do pior fora capaz de confortá-lo em algo
— Desculpe, jamais foi minha intenção machucar você — pronunciou ele, aguardando por um resquício de repulsa pela parte do jovem, mas nada veio. — Irei… não sei usar nenhum poder para ajudá-lo. Onde terá pomada de ervas refrescantes a essas horas?
— Estou bem. — Yin Chang balançou a cabeça, a voz estando uniforme.
Seria perceptível se ele estivesse chateado, o que não era o caso segundo os pontos de vista dos presentes.
— Não há porque temer as palavras passadas, meu tio queria adicionar lenha à fogueira e nada mais. Um soco no rosto de um homem com sangue Ming é aprendizagem! — Ming Cheng estava com um dos pés em recuo apesar do dito, no último caso do feitiço se virar contra o feitiçeiro. — Carambolas, quando alarde esse senhor arcaico criou!
— Qual professor ensinou-lhe esse linguajar medíocre? — Tendo sido visto como um inimigo mortal, Lorde Ming quis intervir desgosto na fala do sobrinho. — Ele é calvo, e deve dinheiro a metade da população do mundo marcial?
Sem motivo aparente, os cílios volumosos do monge calvo tremeram.
— Desacredite o quanto puder, mas não fui eu — disse. — O Mestre do Chá está se desculpando conosco. Vamos, eu preciso perdoá-lo logo, sem interrupções, e vocês também.
— Precisamos acalmar a alma pecadora dele! — ajuntou a criança. — Eu lhe perdoo. Venha, tio, entregue seu perdão.
— Por pressão, eu entrego-lhe meu perdão.
Quem possuía alma pecadora reprimiu os lábios com violência.
— Lamento estarmos nessa situação por conta da minha ignorância.
Estava bastante evidente que outro pedido de desculpas iria ultrapassar a sua boca amarga, quando todos foram surpreendidos.
— Preciso ser sincero para contar a dura verdade do porquê estar com Yin Chang — Shen Shining sentira o couro cabeludo dolorido. — Era meu desejo entrar no condado de Ziya e fazer de Yin Chang o autor do assassinato…
Era um homem miserável! Enganador! Sua mente dera gritos consternados. Ele colocara a companhia acomodada naquele lugar horrendo, esquecido por Buda porque era seu desejo atrasar a ida a Chang´an. Por culpa dele, todos estiveram em perigo ali, como se suas vidas não valessem nada, apenas porque um ignorante tolo, ele, estava perdido em sua nova trajetória e não sabia o que fazer além de seguir à risca o pedido absurdo do ancião, sem ao menos saber o porquê da inimizade entre dois personagens.
Um ponto profundo que não podia ser mencionado e nem mesmo pensado, era que ele nunca conseguiria enxergar Yin Chang sendo semelhante a ele. Afinal, o protagonista era apenas o protagonista da história, um personagem fictício; fazendo uso do pretérito imperfeito menos doloroso que encontrou no seu vocabulário, o homem do mundo tecnológico imaginara não “poder” ser enviado a um livro de peripécias promíscuas, ruim em tudo em que o autor se propôs a escrever, e enxergar os personagens como seu igual. Ele pensara em Yin Chang sendo apenas um personagem, não uma pessoa real, e nunca se importara com o jovem por conta do sentimento de superioridade, que era ainda mais jovem que a si. Sentia gratidão e nenhuma outra coisa a mais.
Todavia, havia objeção no meio deste caos sentimental. Se era sabido da ignorância por não ser desconhecedor do próprio coração, reconhecer o erro seria uma questão resolvida em minutos.
O passado havia sido o estopim.
Sim, Yin Chang não era um propício protagonista fadado a muitos benefícios. Não estava sendo, até o dado momento, o sem carisma prometido da sinopse, que ao longo dos capítulos iria colecionar duzentas mulheres esbeltas para o seu harém enquanto esbanjava um poder estrondoso a todos os figurantes da obra. O passado pouco distante dele fizera o tolo desbaratinado pelo sangue dos residentes da vila Qin notar os horrores da inveja, o sadismo do autor, os males da ignorância humana, e a dor imensurável da perda que aquela criança pequena sentira diante da chacina.
Flashbacks causavam tristeza aos leitores.
A essa altura do campeonato, gostaria de sentar-se numa mesa de bar com o sádico autor de Guerrilha de Zhou e questioná-lo: posso saber onde diabos está o tão aguardado harém, han? Nessa ocasião, entre tristezas da vida e indecência sensacionalista com vinhos e mordaças no meio, estava a preferir a última opção! Cadê as duzentas belas mulheres com bustos fartos que o enredo prometeu, senhor autor? Aquele mero personagem beneficiado pelo roteiro no arco original do livro deveria estar com elas, não correndo perigo de vida com um tolo que só sabia pensar em proteger o próprio umbigo.
— Jovem investigar, prossiga.
— Lorde Ming, não sou ciente das pendências que meu irmão Shen Feng tem com Yin Chang, mas é por conta delas que estou dificultando o caminho dele até Chang´an — Shen Shining inspirou fundo, controlando sua respiração. — Meu ancião estava preocupado com o destino do filho após o encontro deles em Chang’an. Por isso, contra minha vontade, queria que eu o envenenasse. Não pude fazer…
O medo do desprezo havia interceptado sua comunicação por uma fração de segundos, fazendo com que Yin Chang tivesse que erguer os olhos para fitar seu rosto envolto em dor, de tal maneira, como nunca fizera outrora; por não desejar ver as mentiras das pessoas girando em suas órbitas, que refletiam a podridão ocultada dentro delas e mentiras semelhante a videiras venenosas, sendo uma miríade de veias pulsantes do coração, impedindo-as de evoluir. O que não era o caso do tolo — ele ainda escondia algo, mas não mentia.
— Sou azarado por natureza, e ignorante. Não pude envenená-lo, e optei por um caminho mais fácil – Ele teve que tirar o ar dos pulmões para continuar. — Coloquei-me a segui-lo e atrasá-lo, tanto que todos nós estivemos em perigo. Eu queria que saíssemos como os autores do assassinato do barão da casa Ming, aceitei a bondade de Lorde Ming, procurei o monge com más intençoes e fui o primeiro a apoiar esse perenigração para uma fera milenar quase nos assassinar a sangue frio — Por fim, declarou: — Coopero com a verdade.
Ocultando apenas o fato deplorável de pertencer a outra realidade, porque, em tese, transmigrações jamais deveriam ser expostas.
— Nossa, estou tão surpreso…
Lorde Ming buscara pela expressão do sobrinho maior, algo que evidenciasse sua ira. Se o jovem odiasse mentiras e mentirosos, muito provável que todos veriam as entranhas do Mestre do Chá emaranhadas umas às outras no chão, pois para ele puxar o cabo da cimitarra das costas num acesso de fúria seria tentador. Quão espetaculoso poderia ter sido a cena macabra, se esse pensamento não tivesse vindo em vão, já que Yin Chang não o fez.
O que não se poderia imaginar era encontrá-lo sorrindo.
— Tudo bem. — disse ele, tendo os lábios alinhados em orgulho.
Atônito, Shen Shining o encarou.
— Já estava ciente da sua tentativa de me enganar.
No apogeu do espanto, o pobre monge estava querendo agarrar as madeixas cor de néctar da cabeça quando recordou-se da calvície que tanto afligia-lhe a auto estima. Distraído além da conta, a única teoria que rondara a mente à beira do colapso, era sobre ser Yin Chang masoquista, um que gostava de se machucar com mentiras; ou pior, poderia muito bem ser um sádico medíocre que preferia enganar o enganador.
— Que diabos! — Ele acordou do seu estupor. -– Se já possuía conhecimento dessas péssimas intenções, por que ainda aceitou a companhia dele?!
Yin Chang levantou-se pronto para partir. Toda sua pessoa sendo agradável à primeira vista e numa segunda também, não parecendo furiosa ou desolada com a ciente traição do tolo. Não sendo nada danoso a vida dele, prosseguir pouco se importando devido às circunstâncias do outro; fora sem dúvidas a escolha certa a ser feita para não romper com a promessa feita entre ele e seu pai. A face esteve livres das profundas linhas da preocupação nesse assunto, pois jazia adormecido no fundo do subconsciente, jamais retornando à superfície ao acordar todas as manhãs outonais, já não mais carregadas com tamanho brandura, livres da quietude dos ambientes pelos quais passavam felizes.
— Bom, senhor monge… — cessou seus passos quando a soleira da porta estava prestes a ser atravessada.
As madeixas negras estavam espalhadas pelos ombros largos, refletindo como a aura em torno dele era carregada de encanto mesmo após sair de uma grande batalha.
— A resposta é porque ninguém é capaz de impedir-me de alcançar Chang’an.
Shen Shining permanecera em silêncio, estupefato.
O PLOT TWIST!
Publicado por:
- Bllau
- “Escritora amadora de C-Novels, escrevendo histórias para satisfazer-se, em uma busca incessante para fugir da realidade medíocre em que, infelizmente, vive lamentavelmente…”
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