PELE DE JADE - Capítulo 16
Volume 1
Capítulo 17: Filho Filial
O vento agitava as parreiras de uva mais próximas do topo da colina, espalhando pelo ar o doce aroma dos suculentos frutos entornados na miríade de videiras emaranhadas nas treliças elaboradas com bambus vivamente verdes ainda. E apesar dos muitos ciclos em que prosperavam em função das colheitas de equinócios, estavam bem entusiasmadas em contribuir com o ato frutífero pelos seguintes meses.
Quem estava às contemplando com tanto apreço, se não o vasto céu acima da pequena vila Qin, que encontrava-se azul acinzentado, enquanto deixava os últimos vestígios do crepúsculo marcar o fio tênue entre o dia maçante e a noite que estava prestes a começar na longa estrada da vida?
Segundo os malditos pensamentos intrusivos do homem transmigrado, a possibilidade de ser destruído tudo que ali fora cultivado e agora prosperava era altíssima. As próprias parreiras cheias de cachos de uva, os salgueiros-chorões, o solo fértil da horda perto do riacho, e inclusive o pomar onde a família Yin residia numa casinhola de madeira, que nada de muito encantador tinha dentro além das memórias. Dando a imaginação combustível suficiente para fazê-lo tremer até os ossos com mais ideias perversas, ele voltou o seu olhar em direção a quem gostaria de ver e encontrou o protagonista em estado predisposto no centro do vinhedo em que estavam, junto ao marechal Yin Lu e aos irmãos.
Não seria eufemismo dizer que aquele ouriço de pernas curtas havia se esquecido do “fantasma”. Sendo ignorado de forma tão depreciativa, da qual não merecia segundas olhadas, permitiu à mente semear solitude e ele sentou-se ao pé de um limoeiro carregado, em prantos.
Entre linhas, verdade sem valor seja dita: a permanência dele na vila Qin era do conhecimento de uma única pessoa em específico, cuja não fora cativada pela sua presença brincalhona. E, apesar de ser de conhecimento básico que apenas afastar-se para não abrir brechas e ignorá-lo não seriam métodos efetivos, imaginou que seria preciso golpeá-lo na cabeça, pelo menos assim descobrindo se fantasmas ficavam inconscientes.
— Está acontecendo alguma guerra nesta região? — Shen Shining perguntou de onde estava. — Seu pai a iniciou?
— Qual motivo lhe aflige tanta curiosidade, alma penada? — Yin Chang demonstrou ser bastante perspicaz por não redarguir, mas sim serpentear o assunto e rebater de volta: — O senhor é um fantasma vicioso[2] ou vingativo[3]?
— Como ousa? – Viu-se o outro levar a mão trêmula a testa e dramatizar. — Alma penada? Senhor? Mestre do Chá? Tio sem um tostão? Jovem investigador? Estou farto de todos esses títulos que não condizem com a minha pessoa ou identidade. Me chame pelo meu nome, Shen Shining!
— Nomeação estranha — Soava desagradável por conta da cacofonia que tinha, mas longe estava de causar incômodo para Yin Chang, que quis confirmar: — Seja lá quem tenha lhe dado este nome em busca de homenagear o outono, deve ter sangue alquimista correndo nas veias. Estou errado?
A essa altura não seria possível evitar o questionamento:
— Por que essa implicância com o povo setentrional? Esta não é a primeira vez que escuto algo semelhante, que dá a entender que quando se trata de denominar, os alquimistas devem receber focinheiras de ferro e ficarem em silêncio.
— Eles próprios foram os responsáveis por essa falação. Se minha mãe não tivesse me dado mil motivos para acreditar nisso, os meus irmãos teriam. Quer saber o nome deles?
O protagonista mirim espantava por não carecer de indagar ninguém. Nunca querendo ser ouvido, e, preferindo escutar o próximo, permanecia sem muito querer envolver-se em conversas sem propósitos; bom, ao menos que os quatro integrantes de sua família, as faces da lua e tudo que a compunha, o Sagui-Imperador Xiao e os contos de Xima Wei fossem os principais tópicos a serem abordados, ele se colocaria em prontidão para dar continuidade ao ilustre assunto. Mas iniciá-los acontecia em casos raros: somente quando o ouvinte fosse intrigante o suficiente para fazê-lo contrair sua natureza silente. E era justamente o fantasma Shen Shining quem se enquadrava neste requisito!
— Farei questão de ouvir. — O respondeu bem.
E assim sendo, escutou-o mencionar desgostoso o peculiar nome do irmão gêmeo, Yin Ping em homenagem às larvas falantes do Oeste Demoníaco. E sem esperar nada em troca, fez o possível para deixá-lo à vontade, pois permitir o desencanto inocente e infantil partir no momento certo da vida, chegaria a exigir de alguns adultos decepcionados pela realidade impiedosa, um certo tipo de compreensão que não tiveram de seus responsáveis num passado de nulas expectativas. Esses sim deixariam as crianças se ajustarem à natureza esperançosa delas, que era mais impressionante do que se costumava pensar.
— Mas o nome da minha irmã é de longe a pior combinação possível — Pela firmeza vívida na voz, parecia não restarem dúvidas. — “Yin” sendo o sobrenome da nossa família, e “Zi” sendo o primeiro nome da nossa mãe. E quanto ao meu? É em homenagem ao fruto favorito dela: coquinho-azedo — E mal quis esperar o outro assimilar o que ouviu por querer, adicionando sem pausa: — Por termos nascido no período da primeira Guerra Ornamental, ela não quis nos dar títulos ligados à destruição, como a maioria das mães alquimistas estavam fazendo na época. Ao invés disso, escolheu esses nomes simbólicos, relacionados às suas alegrias.
Shen Shining se controlou para não rir.
— Até se o marechal Yin Lu tivesse intervindo, essa proeza ainda teria acontecido — Afirmou manso. E compreendendo a dimensão do problema que era não aceitar seu próprio nome, disse fazendo uso de boa entonação: — Você não reconhece que a senhora Mei Zi teve culhões suficientes para tomar a melhor decisão que poderia para os filhos? Dar-lhes nomes relacionados a essa tal guerra, faria outras crianças se afastarem de vocês três. Mas desde que eles sejam cômicos, farão elas se aproximarem. E garanto que muitas delas iriam querer se chamarem Larva Falante e Coquinho-Azedo, ao invés de terem nomes de generais e marechais que causaram e causam dor às outras pessoas.
Sem querer levar em consideração os indícios do fantasma de ser inexperiente no quesito de acolher, Yin Chang tratou de redobrar a atenção que tinha sob ele em busca de mais esclarecimentos. Porque já que nem tudo que saia da boca dele poderia ser considerado irrelevante, não merecia mais ter as suas palavras entrando por um ouvido e saindo por outro, como estava acontecendo até o momento presente.
— Shining consegue esclarecer outra questão pessoal que segue me deixando amargurado? — Se via na evidente expectativa, como ele se obrigava a estabelecer os poucos resquícios de paciência não vingada que possuía, sem ao menos saber que o fundamental era tê-la sob controle. — O que eu, Yin Chang, deveria fazer para salvar a reputação de alguém que antes da segunda Guerra Ornamental ser decretada, tinha a glória de um herói e a admiração de dois povos inimigos, e as perdeu do dia para a noite?
— Quando menciona herói, está se referindo ao seu pai? — Deixou a concepção vir à tona por estar condicionado à ideia: — Ele que decretou a Segunda Guerra Ornamental?
— Shining está se dispondo a me seguir apenas para fazer essas perguntas impertinentes e aborrecedoras?
Os chamados costumavam ser desprovidos de regozijo ou consideração, sem aquele arfar de empolgação. De certo modo, qualquer um poderia acabar se acostumando já que o fator acontecia tanto que poderia ser contado nos dedos das mãos e dos pés, e as perguntas retóricas eram um tanto quanto peculiares, mas sempre bastante certeiras e difíceis no ponto de vista dos ouvintes, capazes de deixá-los petrificados. Se porventura não fosse nem possível para eles pronunciarem em timbre superior as contestações que se encontravam bem na ponta da língua incontrolável, um rubor vívido subiria a face franzida em pura indignação, deixando a vergonha que sentia visível a todos.
— A segunda Guerra Ornamental não foi iniciada pelo meu pai. Não ouse olhá-lo com repúdio ou desprezo, como se ele fosse o vilão desta história enfadonha, o responsável por toda esta destruição causado por conta de um porco no poder — E a entonação fria de sempre pregou em alto tom: — Quem deve ser o alvejado com uma chuva de flechas de ódio, se não aquele grão-chanceler do Imperador Zhou?
— Acredito que estou familiarizado com esse título desprovido de criatividade… — Tendo consciência de quem poderia ser a figura imperial, Shen Shining balbuciou sem fazer questão de disfarçar o ocorrido: — Ninguém além dele poderia interpretar melhor o papel de vilão na trama!
Como poderia o papel representado por este personagem de título comum não ser de conhecimento sabido? Até porque a declaração sugestiva do autor de Guerrilha de Zhou fora abordada de forma clara como água usada em batismos, expondo mais da metade do que seria narrado em terceira pessoa na obra e dando a entender quem seria o principal vilão a fazer da vida do protagonista um inferno. A colocação de nomes expunha a designação que teriam na história ambientada no auge do expansionismo chinês, e a escolha de palavras foram exatas, fisgando a atenção de quem estivesse analisando a seguinte parte: onde o harém com duzentas belas mulheres trará muito prazer para o protagonista e para os leitores. De bom grado, os de mentes libidinosas fariam questão de contribuírem com a demanda de comentários na página principal da Jinjiang Literature City, fossem eles positivos ou negativos.
— Sim, o Imperador Zhou é um tirano — Os lábios finos de Yin Chang se contraíram com desgosto evidente. — Se ele não temesse perder o trono para um possuidor de núcleo espiritual, não teria forçado nós de sangue misto saírem de Chang’an. Há quem diga que ele foi misericordioso em não nos matar, mas quantos daqueles cadáveres no campo de batalha não morreram de fome e desnutrição por estarem longe de seu verdadeiro lar? Eles tentaram alcançar a vila Qin antes, e só podemos ir encontrá-los para orar por suas almas — A melancolia que sentia chamuscou o autocontrole tão admirado de outrora. — E o grão-chanceler teve a coragem de perguntar: “O que seria de nós sem a discórdia entre os nossos povos?” ao meu pai pouco depois de forçá-lo ao exílio. Um bárbaro da pior espécie!
— Céus, eu nunca imaginei presencia-lo transbordando de tanto indignação — Shen Shining soltou o fôlego quente que nem sabia estar segurando, por pouco não expondo a surpresa que seguia surtindo efeito persistente nele. — Este grão-chanceler me parece ter um complexo de inferioridade gritante em relação ao seu pai, e talvez destruir a reputação de herói dele fosse o primordial para mudar o sentimento pouco amistoso — E comentou estando incerto da lógica: — Se quiser salvar a reputação de alguém que antes tinha a glória de um herói e a admiração de dois povos inimigos, e as perdeu, você deve primeiro operar em silêncio, atingir a maior idade, e só então aguardar pelo momento em que possa expor o verdadeiro vilão.
Se vira o protagonista retroceder às expectativas.
— Mas eu não posso esperar por tanto tempo — O sujeito tentou não depreciar o conselho de maneira velada, mas prosseguiu à falhar de jeito miserável: — Não há mais nada que eu possa fazer? De preferência, que seja de imediato.
— O feito que você está almejando não pode ser alcançado facilmente, ainda mais sem paciência — E desafiou: — Tente questionar o seu pai sobre, e verá que tenho razão.
Tomando a iniciativa de tratar com o marechal Yin sobre tópicos complexos demais para serem abordados por uma criança desleixada, o protagonista fitou com custo os olhos gentis dele, tão gentil que quando ele se punha a sorrir, as linhas ao redor das pálpebras inferiores faziam questão de ser ergueram juntas, em comemoração.
O que eu, Yin Chang, deveria fazer para salvar a reputação de alguém que antes da Segunda Guerra Ornamental ser decretada, tinha a glória de um herói e a admiração de dois povos inimigos, e as perdeu do dia para a noite? Ele não conseguia encontrar a resposta por mais que tentasse e expressou o que ponderava num só impulso de fazer a língua ficar adormecida:
— Meu bom pai, o senhor não precisa se preocupar com nada. Não deixarei que reste dúvidas nenhuma nos territórios. Eu irei escrever os verdadeiros fatos que causaram a guerra nos papiros e os espalharei; o senhor não vai morrer sendo visto e lembrado como o maior traidor da pátria humana.
— Originária do Centro Humanoide, a uva é um dos frutos mais antigos e consumidos do supercontinente Pangeia — O senso de justiça rendeu boas risadas ao marechal Yin Lu. — Durante a primeira Guerra Ornamental, a nossa vila Qin, que fica entre a divisa do Norte Alquimista e do Centro Humanoide, teve todo o seu vinhedo destinado ao sétimo imperador como uma aliança entre os dois territórios. Não seria absurdo dizer que eu abandonei o maior posto do âmbito militar humano para poder desfrutar do pomar dele. Isso não faz do seu admirável pai o maior traidor da pátria?
— O senhor está mentindo.
— E você está falando mais que o homem da cobra hoje! — Houve festividade apesar do fingimento ter sido exposto. — Não foram os meus atos que levaram a minha reputação à ruína. Dessa aliança formada entre humanos e alquimistas veio a miscigenação e dessa miscigenação veio muitos descendentes com núcleos espirituais, que deram a abertura que o grão-chanceler do sétimo imperador do Centro Humanoide precisava para cessar fogo contra a líder dos alquimistas após dez anos de paz entre os povos, iniciando assim a segunda Guerra Ornamental na planície central. Fazendo uso descontrolável do exército Chang’ano para a alcançar a almejada vitória e tornando do marechal Yin Lu um traidor da pátria por conta da família de sangue mestiço que tinha, ele recebeu o chapéu superior de gaze vermelho com traços dourados e o hanfu de linho com gola alto, assumindo com resiliência o trono de jade no exército e tomando assento na mesa de jantar do sétimo imperador!
— A profecia que o grão-chanceler disse ter recebido dos céus sobre um usurpador de sangue mestiço com núcleo espiritual aniquilando o Imperador Zhou não era apenas um plano para persuadi-lo a iniciar a segunda guerra, não é? — Yin Chang contestou, estando aborrecido. — Se ele encontrar todos os portadores de núcleos espirituais, irá nos matar ou nos forçar ao exílio a territórios inimigos?
— Me arrisco a dizer que o grão-chanceler planeja reunir vocês na planície central e usá-los em prol do exército — O marechal empenhado já não sabia com quais palavras prosseguir quando se deixou ser levado por pensamentos: — Mas sua mãe conseguirá remover esse maldito fardo das suas e das costas de seu irmão em breve. De qualquer maneira, nenhum de vocês precisa desse desprivilegio.
Yin Chang não conteve a vibração no canto dos lábios. Eles curvaram-se para cima, fazendo vir à tona um sorriso suave do qual fora retribuído pelo pai. Tirando a indiferença do rosto e mostrando o quão zeloso era, disse-lhe:
— Vou proteger o meu irmão do grão-chanceler Ni Hao. E caso eu encontre por um golpe do destino os outros portadores de núcleos espirituais, irei protegê-los também.
Quanto às outras crianças de renome desnobre, tanto a jovem dama Yin Zi quanto Yin Ping estavam ponderando a ideia inconsequente de escalar a principal parreira de uva do pomar em busca de alcançar a morada feita de cabaça do Sagui-Imperador Xiao. Não sendo nada próspera como as outras parreiras de uva em volta, aquela já dava indícios de ceder a qualquer soprada de vento. Mas independente da situação que fosse, irmãos costumam se apoiar até para se machucarem em determinadas brincadeiras. Então o pai que às pajeando estava, tinha esperanças de que Yin Chang pensasse o mesmo e não continuasse parado ali.
— Meu filho, por que você ainda não foi brincar?
— Qual é a graça de escalar aquela treliça, onde os bambus secos são mais velhos que os ossos do tio Song? — Yin Chang não era alguém de perguntas simples e pôs-se a continuar sem desviar sua atenção do que estava imóvel a frente: — Pai, por que eu deveria ir até lá? Nota-se que os bambus mal estão suportando o peso dos meus irmãos. E se eu for escalar também, eles irão ceder e despencar.
— Sabendo sobre o quão frágil a treliça é… — O marechal Yin Lu pigarreou. — Por que não adverte os seus irmãos?
— Tenho a impressão de que uma ação tão tola quanto essa não será capaz de gerar uma consequência mortal a eles.
— Acredita que em minha época de soldado, eu disse algo semelhante ao meu superior no exército Chang’ano? Sabe o que me foi respondido? — Se notava a admiração que ele tinha por quem conseguiu fazê-lo ambicionar pela conclusão. — Seu avô me disse baixinho, para que sua mãe não escutasse na época: “Há apenas uma única ação tola, capaz de gerar uma grande consequência do que, um dia, alguém julgou ser uma boa escolha.” — ditou o pai a plenos pulmões: — Apaixonar-se é essa escolha, Yin Chang.
De todas as respostas que Yin Chang pensou, a verdadeira estava longe de ter sido considerada. Ele perdeu a coerência de seu raciocínio; o que não era de seu feitio e deixou o silêncio serpentear entre eles como uma cobra.
— Sabe o que significa? — Vendo-o num estado inesperado, o marechal Yin Lu, que não havia se tornado rígido e nem responsável por causa da paternidade, riu sem modéstia alguma dele. — Significa, em suma, querer caminhar com alguém, como eu quis caminhar com a sua mãe. E seja caminhar ao lado dela para tê-la, atrás para protegê-la, ou na frente para poder trilhar o caminho em busca de facilitar a estrada para ela. Observá-la de longe ou de perto irá alegrar-me se ela estiver feliz. Mas nunca, jamais se deve renunciar à própria vida e regozijar-se com a lamentável sensação de pertencimento ao agir se baseando nos princípios da pessoa amada como seu avô fez com a comprometida leide Ming Chu.
Suas palavras continham uma certeza inabalável.
— Algo como oferecer sua própria existência para que possa passar a viver pela pessoa que não caminhava ao seu lado, mas sim à sua frente, não é amor. E se você for tolo o suficiente, se tornará um mártir, e não confunda isso sendo paixão. Ninguém deve ser tratado como um mártir, meu filho. Apaixonar-se não é para fracos que tem sementes de fantasias em suas mentes.
— Meu bom pai, quanta balela! — Yin Chang conseguira cuspir por fim. — Possuo pouca idade, por que tenho que ouvir sobre assuntos tão irrelevantes? É Yin Zi quem desfruta melhor sobre papos complexos como paixões.
Muitas das vezes, o autoritarismo de Yin Lu ao falar era nulo de dúvidas, afinal de contas, ele fora um marechal de guerra respeitável, com a boca cheia de espíritos e fantasmas. No entanto, nada sendo além de um homem comum agora, sem títulos respeitáveis, a maior arma nas mãos já não era mais a cimitarra de gume afiado, e sim os testemunhos que causavam reflexões.
— Tem toda razão — Lançou gargalhadas ao vento. — Tio Song e o conselheiro Li devem estar sendo recepcionados por sua mãe a essa altura. Deveríamos ir buscá-los na entrada da Vila Qin, jovem cheio de intelectualidade…?
Pelo filho tão amado, ele deu-se por vencido. Sendo essa a batalha mais árdua que já esteve, perdera a face e olhou-o com as mais boas intenções possíveis, desejando elogiá-lo com mil e uma palavras de orgulho quando o vira virar-se rígido.
— O que houve, Yin Chang?
— Escuto quatro rodas trajando sem dificuldade o caminho até nossa casa — O relato dele pareceu ser desagradavel. — A cerca de trezentos metros daqui, essa carruagem vem acompanhada de cavalos numa velocidade surpreendente.
Nessa mesma hora, Shen Shining sentiu um frio subir a espinha.
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Fantasma vicioso: fantasma com desvio de realidade, tem o desejo único de causar matança desenfreada.
Fantasma vingativo: fantasma que porta o desejo de vingança contra aqueles que o atentaram em vida.
Publicado por:

- Bllau
- “Escritora amadora de C-Novels, escrevendo histórias para satisfazer-se, em uma busca incessante para fugir da realidade medíocre em que, infelizmente, vive lamentavelmente…”
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