Paixão em Dellvild. - Capitulo 2
Eu quase perdi o horário do almoço, meu celular despertou e quase não ia levantar, então fui para minha área de trabalho coçando o olho, lágrimas de sono são sentidas quase derramando pelo meu rosto.
“Bailey, você está muito engraçado com essa cara toda amassada, deve ter descansado bem.”
Disse Amanda, eu coloco meu avental e desejo a ela um bom descanso, Amanda Brown é mãe solteira de dois filhos gêmeos, seu ex-namorado foi embora assim que ela descobriu a gravidez aos 18 anos. Ele se mudou para outro Estado bem longe, ela diz que ele foi para Washington, mas ela não sabe o certo. Só sabe que foi abandonada.
Ela mora com sua mãe, que é separada, e cuida dos seus dois filhos, que agora têm três anos de idade. Ela trabalha no turno da tarde, pois ela cuida dos seus filhos de manhã e sua mãe cuida de tarde para ela.
Com a renda do trabalho aqui ela ajuda sua mãe e a manter a casa. Ela disse que seu ex ligou para ela recentemente querendo saber das crianças, ela disse que não precisava dele para mais nada e desligou o telefone na cara dele. Ele nunca mais ligou depois desse dia.
O movimento diminui muito por causa do jogo do Wolf, agora a loja está quieta, somente senhoras e donas de casas estão fazendo compras. Eu me sento na cadeira, e aproveito esse momento para descansar mais um pouco.
Eu gosto do movimento agitado
, a hora passa mais rápido, por mais que tenha que ficar só mais uma hora com esse movimento fraco vai demorar. Com o silêncio na loja, consigo ouvir bem longe o grito do pessoal, mesmo com a música ambiente da loja, Olho para o fundos do mercado, o que é impossível já que é muito grande, mulheres e senhoras de idade navegando com seus carrinhos. Bocejo, para poder escapar do cansaço.
Eu lembrei que tenho que comprar algumas coisas que faltam em casa. O que me causa mais ainda uma preguiça, como não faço compra para mês pois não possuo um carro, eu vou fazendo compras aos poucos, quando alguns itens faltam eu compro para repor, e pelos meus cálculos, o sabão em pó acabou ontem.
Mas na minha lista mental ainda faltam algumas coisas, meu celular não está comigo, pois aí eu consultaria a planilha de gastos que fiz ontem mesmo do que faltava. Quando terminar, tenho que fazer compras, quando chegar em casa, colocar as roupas sujas para lavar, limpar e organizar a cozinha e depois tomar banho e estudar um pouco.
Eu ainda não perdi o hábito de estudar já que quero ingressar em uma universidade, então sempre estou estudando, depois de estudar assisto algo na netflix e vou dormir. Para acordar na manhã seguinte cedo.
Essa é a rotina de um jovem que acabou de concluir o ensino médio. Nada entediante. Deve se perguntar, por que eu não curto como o restante dos jovens da minha idade, eu tenho tudo que uma pessoa sonharia ter, uma vida independente, um trabalho integral, sem ir para escola. É porque sou um pouco introvertido, desde dos tempos do colégio que sou assim.
Não me destaco em meio a multidão, mas também não era totalmente invisível, eu era considerado um tipo nerd por causa das minhas notas altas, mas nunca fiquei no grupo dos nerd de fato. Não tinha amigos, falava com todos mas não tinha amigos de fato, eu gostava muito dos meus pais, eles eu considerava meu tudo. Então minha vida familiar era muito boa.
Sobre ir a festas nas casas dos veteranos ou dos populares como aparece nos filmes, nunca fui, nunca andei de mãos dadas ou beijei uma garota, teve sim algumas meninas que queria algo mas, como eu estava tão absorto nos estudos que sempre negava. Já cheguei a questionar minha sexualidade, mas nunca me senti atraído de fato por ambos os sexos.
Eu ainda não sei, eu achava antes que soubesse quando entrasse na faculdade, mas com tudo que aconteceu não tenho tempo para pensar nem nisso, antes meu caos era os estudos, agora é a minha sobrevivência. Penso nas contas que tenho que pagar no final do mês, os gastos básicos comigo, e minha poupança.
Por sorte, as contas que pago como água e luz e o básico, estão na faixa de gasto, já que são bem poucos, e o dinheiro que resta eu guardo na poupança. Quase não vou ao médico, e mesmo que precisasse, eu tenho um plano de saúde bom que é dado pela empresa onde são tirados 15 dólares por mês, claro, se eu não usar. Senão, desconta metade das consultas e exames. Mas é bem pouco, então não é algo alarmante.
Viver sozinho não foi uma opção para mim, e sim uma obrigação, era isso ou morrer de fome e sem casa para viver. Mas graças a isso, eu nunca precisei pegar empréstimos e nunca gastei além no meu cartão de crédito — que só é usado em casos de emergência — tive que aprender a ser economista para minha sobrevivência, mas também não deixo meus prazeres de lado que são a internet e a netflix.
“Boa tarde.”
“Boa tarde.”
Diz uma senhora, eu me levanto da cadeira para passar suas compras, são poucas coisas.
“Hoje é jogo dos Wolf, e a loja está bem calma.”
Diz ela enquanto passo o amaciante de 5 litros. Confirmo o que ela diz.
“Que dia é o aniversário da loja?”
“É sábado.”
“Assim eu fico sabendo, pois sei que no domingo não abre.”
“É verdade.”
Depois de passar suas compras, e empacotar digo o valor a ela, e ela me passa o cartão na máquina. Eu agradeço e cumprimentei mais uma vez, parece que só tinha ela no caixa e volto a sentar, olho para o computador o horário e falta pouco para a Amanda voltar.
Ahh, sobre a festa da empresa. O hipermercado ia completar 76 anos neste sábado, e sempre ocorre uma grande festa entre os funcionários e sócios da empresa, quando entrei aqui a seis meses atrás eu fiquei sabendo dessas festas. Muitos falam que é uma grande festa com bebida e música.
A empresa contrata uma banda de country music bem famosa para cantar, e bebidas são 100% liberadas, muitos contam que só sai da festa quando o dia amanhece, é por isso que o mercado não abre no dia seguinte. Eu decidi não ir, por motivos que gosto de ficar em casa, e outra eu nunca consumi bebidas alcoólicas. Então eu não sei qual seria minha reação.
Nunca gostei de perder o controle de mim, e acho que se eu bebesse isso ia acontecer.
“Voltei Bailey.”
“Amanda.”
“Dylan, você vai na festa esse sábado?”
“Não, vou ficar em casa.”
Ela olhou para mim com cara mista dúvida e tristeza.
“Olha Bailey, é a grande festa da empresa, muita música, bebidas e muitos gatos e gatas estarão lá. O que tem de tão importante para fazer em casa sozinho, enquanto rola a maior festa do século?”
Ela diz de forma exagerada, eu não ia fazer nada é claro, ia aproveitar o restinho de sábado e a folga de domingo só para descansar. Como poderia dizer para ela que sou um cara bem introvertido sem denunciar isso?
“Eu vou estudar.”
“Uh-hum. Você pode estudar hoje, no domingo, na semana que vai vim e na sua folga de quinta-feira. Menos amanhã. Sabe por que? Porque é a festa do ano, só isso.”
Diz ela enquanto ajeita meu avental verde musgo com logotipo do hipermercado. Eu lanço um sorriso sem jeito, realmente eu tinha esses dias todos para estudar, mas como ia falar para ela que sou tão parado quanto uma vaca que empaca?
“Amanda, eu… eu sabe…. eu não sei como agir nesse tipo de comemoração, eu nem fui ao baile do meu colégio. E também eu nunca consumi bebida alcoólica. Tenho um certo receio do que pode acontecer.”
“Olha Dylan Bailey, tudo tem uma primeira vez, entendo seu jeito caseiro e tal, mas tem que sair e se divertir. Você já é maior de idade agora, e pode beber o que quiser, e mesmo que não queira, há com certeza no bar bebidas não alcoólicas, como você sabe, algumas senhoras e senhores bem mais velho que também vão e não consomem álcool.”
“Eu não sei, eu te dou a resposta amanhã…”
“Não estou sentindo firmeza na sua fala, confirma agora. Vou te buscar à noite na caminhonete velha da minha mãe.”
Eu suspirei profundamente, eu fui ensinado a nunca recusar um convite de uma dama, mas também não sentia vontade de ir, então exalei o ar e assenti. Amanda ficou muito feliz e disse que ia me buscar assim que acabasse de se arrumar.
“Te vejo amanhã cowboy.”
Diz ela com seu bom humor costumeiro. Eu tiro meu avental e vou em direção ao meu armário trocar de blusa e colocar dentro da mochila para lavar assim que chegar em casa.
“E aí Bailey, vai na festa amanhã à noite?”
Pergunta a um dos homens que trabalha no depósito. Ele é alto e muito forte, sua pele é bronzeada de tanto ficar no sol carregando descarregando produtos.
“Vou sim.”
Digo meio baixo, ele sorrir e diz que será bom, dizendo que a festa é muito boa, e que é seu terceiro ano já participando dela.
“Oh Bria
n! Você viu onde o milho foi deixado?”
“Se for o milho enlatado eu deixei na ala sul, mas se for o milho legume o O’Connor deixou junto dos tomates.”
“O’Connor é foda, agora tenho que mudar de lugar o milho.”
Diz o empregado da tarde, ele sai batendo seu boné na mão indignado com o que o colega fez mais cedo. Brian olha para mim, e se despede. Eu apenas balancei a cabeça. Pego minha mochila e rapidamente sigo o corredor e desço os lances de escadas, eu precisava pegar um carrinho e fazer as compras que precisava.
Chegando lá, coloco uma moeda de 10 centavos e destranco o carrinho, aqui há três tipos de carinho, o menor, o que estou usando agora, o médio e um grande, onde apenas mercadores usam para fazer compras. Quando é a quarta-feira do cupom, a loja fica cheia de pessoas tanto de manhã quanto à tarde. Eles costumam usar bastante o carrinho médio e grande, e pagam com cupom que são distribuídos por vendedores de certas marcas, nos jornais e revistas ou pela internet.
É um dia muito louco e cansativo pois as filas costumam ser quilométricas e são passados muitos produtos, quem é viciado em cupom costumam fazer estoques de certas marcas de produtos nos seus armazéns que ficam no porão. Eu já tentei fazer, porém procurar cupons toma bastante seu tempo, pois tem que procurar nos lugares certos, assinar com certas revistas e jornais que vem esse cupom de fato.
Eu não conseguia passar madrugadas à procura disso, pois acordava cedo, E não assino com jornais e revistas pois tudo que tenho eu uso a internet para ver as notícias e na TV no canal de notícias. Então quando é dia do cupom eu simplesmente vou para casa devido ao cansaço extremo desse dia, e também aproveitar o resto do dia e a minha folga do dia seguinte.
“Sabão em pó… amaciante, arroz e carnes.”
Na minha lista pelo celular só tinha esses itens para comprar. O amaciante e o sabão em pó que usava é a mesma marca que minha mãe usava para lavar a roupa, já os outros itens eu mudei.
Eu sabia onde havia certo produto em cada sessão, mesmo ficando a maior parte do tempo lá na frente de loja, faz seis meses que faço compras então eu sabia onde estava cada item que precisava.
“Sessão 3…”
Rapidamente encontro a sessão 3 onde fica a linha para ‘lavar a roupa’ é um enorme corredor com todos os tipos de marcas possíveis de sabão e amaciante. O que eu usava era em pó, claro existia o líquido e em cápsulas que era dois em um. Mas eu gostava desse específico tipo de marca de sabão pois lembra da minha infância. Eu até tentei mudar no início pois estava passando pelo luto mas não me habituei e voltei a usar a mesma marca.
Pego o pacote de 5kg, que dura um mês e 15 dias. E o amaciante de 5L o azul tradicional. Vou na sessão 7 para pegar o arroz, ando com meu pequeno carrinho de forma ligeira e acho a sessão e pego o pacote de 5kg que costuma durar muito tempo, e vou na sessão de carne.
Na verdade, eu não precisava comprar muitas carnes só o essencial pois ainda tinha um pouco em casa. Vou no açougue, peço para o Sr. Jonhson cortar meio quilo de cada carne que pedi, e pedi também frango. Normalmente alguns desses produtos tem nos refrigeradores separados por tipos, mas era em muita quantidade para mim, eu precisava de uma determinada quantidade para descongelar e guardar no refrigerador.
Eu tenho potes que vão no refrigerador da minha casa, eu chego e separo os itens com a quantidade que vou comer. Carnes era o único item que comprava com bastante frequência.
“Aqui está Bailey.”
“Obrigado Sr Johnson.”
Ele pergunta se preciso de mais alguma coisa, eu respondo que não, e vou para fila do caixa. Eu ia passar no caixa da Amanda, mas ela estava ocupada com três clientes na fila, então apenas aceno para ela e ela retribui. Então vou no caixa da Maria.
“Boa tarde Sr. Bailey.”
“Oi, Sra. Hernández.”
Ela começa a passar minhas compras, como já vim no caixa dela algumas vezes comprar carne, ela sabia de diretinho o que eu ia comprar mas ela nunca comentava nada.
“Deu 43 dólares e 34 centavos, dinheiro ou cartão.”
“Cartão.”
Eu pego meu cartão de débito dentro da carteira.
“Débito?”
“Sim.”
“Pode passar na máquina.”
Eu coloco meu cartão na máquina e digito a senha, quando o valor é aceito a caixa registradora abre. Na impressora, sai dois papéis, o primeiro é o que pertence a loja, o segundo é o meu.
“Deseja a nota fiscal?”
“Sim, por favor.”
Ela entrega os dois papéis e fecha a caixa registradora,
“Tenha um boa tarde Sr. Bailey e até amanhã.”
“Obrigado, Sra. Hernández.”
Pego minhas compras já empacotadas, e saio de hipermercado. Do lado de fora está um céu azul com poucas nuvens pintando o céu. Não estava quente por incrível que pareça pois já era início do verão. Ando pelo enorme estacionamento até chegar ao outro lado da rua, onde pego o ônibus.
As sacolas são bastantes resistentes, mesmo que se pague 20 centavos por bolsa, elas são de ótima qualidade, a textura dela é até bastante grossa para suportar bastante peso, na frente da sacola diz quanto peso ela suporta, enfim, estou levando quatro sacolas comigo. Sinto o peso dos três itens mais pesados, mas o ponto é logo ali, então eu não me incomodo tanto.
O ônibus que eu pego passa a cada vinte minutos, e bateu certo quando cheguei lá, entro e pago a passagem e vou para último lugar onde me dar acesso rápido a saída. Como era de tarde o ônibus estava vazio, passei pela praça local onde tem o símbolo de um grande lobo esculpido de bronze e ao seu redor um pequeno jardim cercado, vejo pessoas caminhando com seus animais. Então passando por essa praça já sabia que no próximo ponto eu tinha que acionar já que era onde ia ficar.
Quando chega perto do meu ponto eu aciono o botão e um barulho semelhante a um apito é ouvido. O ônibus para e eu desço, ainda ando alguns metros, a minha casa fica numa vila. Há várias casas, o quintal entre as casas são pequenos impossibilitando de estender roupa no lado de fora.
Então é por isso que todos costumam ter uma lavanderia dentro de casa perto onde o sol reflete. Na minha casa há uma. Eu entro no cercado do quintal e vou até a entrada da casa, deixo as compras no chão e pego minha chave, abro a porta e ninguém me recebe, e está sendo assim há seis meses. Nos primeiros dois meses foi complicado chegar em casa e não havia ninguém para me receber, como filho único não sei o que é ter irmãos.
Às vezes, eu queria saber como é ter alguém para conversar, tirar um pouco dessa solidão. Pego minhas coisas e entro, fecho a porta, acendo a luz da sala, e vou em direção a cozinha que é ligado a sala, a minha casa não é grande, serve para uma família que tem até dois filhos pois há apenas dois quartos no andar de cima. A sala e a cozinha são ligadas como uma cozinha americana. O banheiro fica ao lado da lavanderia e não há um sótão, apenas um porão pequeno.
Levo as coisas até a cozinha, ainda mantenho o hábito de minha mãe, em guardar tudo nos potes, na cozinha há todos os tipos de organizadores, quando se abre a parte de cima que fica o freezer, as carnes, estão separadas dos produtos congelados. Lavo as mãos na torneira e pego duas luvas descartáveis transparentes e coloco nas mãos. Pego os organizadores que ficam somente a carne vermelha que lavei ontem no armário e ponho em cima do balcão marmorizado.
Pego as carnes e coloco na pia e abro os sacos plásticos e vou colocando dentro de cada pote. Quando coloco as carnes, eu etiqueto o nome de cada carne e coloco dentro do freezer no fundo, Pego os potes onde ficam a carne branca como frango e peixe, como não sou fã de peixe eu só como frango ou carne de porco. Separo e etiqueto e coloco no freezer onde fica as carnes vermelhas. E fecho. Jogo os sacos plástico na lixeira da cozinha e limpo a bancada e depois passo álcool antibactericida.
Ajeito a pia e jogo as luvas no lixo. Pego o arroz e coloco dentro de um organizador que cabe os 5kg de arroz e tampo e coloco no armário. E pego as duas sacolas restantes. Vou para a lavanderia que fica no final do corredor. Abri o saco de 5kg de sabão em pó e coloco num recipiente de plástico e tampo. O amaciante coloquei em cima de uma prateleira ao lado do sabão em pó e outros produtos de limpeza.
Volto para sala e pego a mochila que esqueci de trazer e coloco em cima do sofá na sala, e abri, pego minha blusa que tenho que lavar vou até a lavanderia, junto às roupas coloridas, e coloco na máquina, ponho pego o medidor que está no pote de sabão em pó e coloco a porção certa de sabão, e abro o compartimento. Ali já pego o amaciante e coloco direto no compartimento medidor a quantidade também certa, como só era roupa colorida não usei o alvejante.
E ponho para lavar e secar, mesmo que essa máquina serve para fazer as duas coisas, eu ainda tenho que estender as roupas para tirar o calor e o amassado. Eu costumo não passar a roupa, apenas na hora que vou precisar, então todas roupas e lençol de cama que lavo são estendidos e depois dobrado e guardados no armário.
Tiro minha blusa branca e coloco no cesto de roupa branca, e vou para o meu quarto que fica no andar de cima. No lado direto em um corredor estreito ficam os dois quartos, os dos meus pais e o do lado o meu. O quarto dos meus pais apesar manter a limpeza sempre deixo fechado, após a morte deles eu não consigo ficar muito tempo dentro apenas para manutenção e limpeza, de resto fica o dia inteiro fica fechado.
Entro no meu quarto e vou no armário e pego um short de tecido mole, uma blusa fresca no tom azul claro escrito ‘Liberdade’ e uma cueca. Desço e vou para a lavanderia. Pego uma toalha branca que está lavada no armário onde fica as toalhas, e o cheiro do amaciante vem ao meu nariz e me sinto bem confortável.
E vou para o banheiro, o local estava limpo, pois ontem arrumei e limpei o banheiro todo. Tiro minhas roupas, e as coloco no cesto de roupa suja. Abro o chuveiro e a água gelada atinge meu corpo fazendo arrepiar e relaxar meu corpo. Pego o sabão líquido, e coloco na esponja de corpo e logo fez espuma. E começo a passar pelo corpo, pego a escova e esfrego os meus pés entre os dedos e por último aplico shampoo nos meus cabelos lisos.
Depois de tirar todo o sabão do corpo, deixo o líquido sair pelo ralo até não restar mais sabão e fecho o chuveiro. Pego a toalha e seco a parte superior, meu cabelo, e meu rosto e minhas orelhas depois vou para a parte inferior, como minha roupa está aqui dentro eu troco de roupa dentro do banheiro mesmo. Abro o pequeno armário e coloco um pouco de creme na mão e passo no cabelo para desembaraçá-lo. Pego o pente e passo, meu cabelo é fácil de desembolsar, como é meio liso e ondulado ele embola só um pouco mas depois ele fica normal.
Passo o desodorante e olho no espelho acoplado que fica em cima da pia. Ainda não havia crescido uma barba, desde que entrei na pré-adolescência eu pensava que ia virar o homem das cavernas com tanto pêlo, mas foi o contrário, meu pêlo é fino e muito ralo, tanto que não me barbeio com tanta frequência na verdade chega a ser quase nunca. Talvez esse hábito meu é só levantar meu ânimo para dizer o quão adulto sou, mas na realidade eu posso passar semanas sem me barbear que ninguém nota a diferença.
Isso é igual pelo do meu corpo de forma geral, eles eram tão finos e claros que eram imperceptíveis, às vezes as mulheres olhavam para meu braço e perguntava se eu passava cera ou me depilava. Eu negava, e elas falavam que tinha inveja pois elas precisavam se depilar a cada duas semanas, elas dizem que queriam uma pelagem igual a minha, quase invisível.
Pego a toalha úmida e vou para a lavanderia estender no varal, e pego o mop e um balde preparado para isso e encho com metade de água e coloco um produto de limpeza com cheiro de lavanda. Vou para a cozinha o som da roupa lavando é ouvido daqui. Como organizei a parte de cima enquanto estava arrumando as compras só faltava o chão para passar o pano. E comecei a passar pano, depois de terminar, despejo a água suja no tanque na lavanderia e lavo o balde, e guardo no canto e penduro o mop para ir secando.
Quando eu vejo a casa limpa eu sinto uma ótima sensação. Talvez essa era a sensação que minha mãe tinha quando arrumava a casa? Talvez sim. Mas lembrar que quando eles morreram eu não sabia fazer nada, me deu uma leve sensação de riso. Talvez por observar minha mãe fazer as coisas eu tenha aprendido rápido ou porque eu realmente precisava aprender, se não ia viver na sujeira ou com fome.
Depois de fazer os serviços, vou para o sofá na sala e ligo a TV, eu não queria ver notícias, então coloquei na Netflix, e passei pelas séries que parei e comecei a ver uma série que era ambientada no século 19. Eu parei na primeira temporada no episódio 10.
Enquanto a série rolava acabei esquecendo completamente dos estudos..
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