Paixão e Pecado - Capítulo 43
Killian abre seus olhos de repente e se levanta bruscamente, ele fica sentado sobre o chão e olha ao redor do quarto meio assustado, tentando entender onde estava e o que estava acontecendo.
– Ugh… que dor. – ele murmura e esfrega a testa com a ponta dos dedos. Sua cabeça parecia prestes a explodir.
Mesmo confuso Killian fica de pé e segue em direção a porta, ao sair do quarto ele se depara com a intensa luz do sol, que ofusca seus olhos e o força a protegê-los com a mão.
– Droga… – Killian resmunga e pisca repetidamente, até que sua visão se acostume com a luz. Ao finalmente conseguir manter seus olhos abertos, ele olha ao redor e logo percebe que está em casa, mas ainda não consegue entender bem o que estava acontecendo, até que uma memória repentina surge em sua mente.
Ele fica imovel, com os olhos arregalados, tentando processar todas aquelas informações que havia acessado. Agora que se lembrava de tudo, sabia que não estava ali por acaso.
– Killian, está tudo bem ? – Rafael, que estava indo conferir como ele estava, o questiona preocupado ao vê-lo parado do lado de fora do seu quarto.
– Onde ele está ?! – Killian grita e segura o Arcanjo pela roupa, o puxando para perto. Era visível o quão alterado estava.
– No jardim suspenso. – Rafael responde. Não precisava perguntar sobre quem ele estava procurando, pois reconhecia bem aquele olhar determinado e sabia a quem ele pertencia.
Ao ouvir sua resposta, ele o solta e corre em direção a parte aberta, em seguida estende suas asas e alça voo, indo em direção ao jardim suspenso. O Arcanjo apenas observa tudo e ao vê-lo se afastar, deixa um longo suspiro sair, um pouco preocupado com o que poderia acontecer dali em diante.
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Ao pousar sobre a grama, Killian vê o homem sentado embaixo da árvore, olhando para o horizonte. Ele se aproxima rapidamente e o agarra pelo braço, girando seu corpo em sua direção, forçando o homem a encará-lo.
– Como pôde fazer isso com ele ?! – Killian grita, enfurecido.
– Eu não tive escolha. – o Pai responde com uma voz suave, mas há uma certa tristeza em seus olhos.
– Mentira! Você sempre teve escolha, mas decidiu abandoná-lo!
– Eu não o abandonei, foi ele quem me deixou…
– Todos sabiam que o Lúcifer era o seu filho preferido e você nunca tentou esconder isso… – Killian o solta e se afasta, sentia que seu sangue fervia de ódio e não queria cometer nenhum erro.
– Miguel… – o Pai tenta acalmá-lo.
– Não! – ele esbraveja, o interrompendo.
– Eu jamais imaginei que fosse tão covarde a ponto de usá-lo dessa forma. – Killian o encara com um olhar decepcionado e as lágrimas começam a brotar. Se sentia traído e também culpado, por acreditar em rumores maliciosos.
– Ele se ofereceu e sabia dos riscos. Não havia outro jeito.
– Se ofereceu ? – ele sorri e cerra seus punhos. Queria socar sua cara.
– Você fez dele o vilão e mesmo assim o culpou pelo o que deu errado. Nem mesmo o defendeu quando nossos irmãos o colocaram para fora como um trapo velho. – Killian fala com a voz embargada e os olhos marejados. Sentia que aquilo estava entalado há tanto tempo em sua garganta, que agora não conseguia parar de falar.
– Você não entende, Miguel. O universo estava em desequilíbrio e algo precisava ser feito, mas eu não podia… – o Pai tenta se justificar, no entanto, Killian o agarra pela túnica e desfere um soco em seu rosto.
– Chega das suas desculpas! – ele o segura com mais força e se prepara para outro golpe.
– Vá em frente, se isso faz você se sentir melhor, está tudo bem… – o Pai lhe mostra um sorriso gentil. Killian hesita, mas logo decide recuar, não deixaria o ódio consumir sua mente.
– Eu acreditava em você, Pai, mas agora não sei mais o que é real. Até mesmo quando me apunhalou e me condenou a morrer várias vezes nos braços do homem que eu amava, não senti raiva, pelo contrário, sempre acreditei que havia um propósito para tudo aquilo. – ele se afasta e evita olhar em seus olhos. Não reconhecia mais o homem parado à sua frente
– Vai contar toda a verdade a eles, ou eu mesmo conto. – Killian fala em um ameaçador e sai, voando para longe.
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– Está mesmo indo embora ? – Rafael, que está parado em frente a porta do seu quarto, o questiona, pegando Killian de surpresa.
– Ah! Rafael! – ele abre um largo sorriso ao vê-lo e se aproxima, lhe dando um abraço apertado.
– É bom te ver de novo.
– Digo o mesmo, irmão. – Rafael sorri e acaricia seu rosto. Sentiu falta daquele lindo sorriso, que sempre o animava nos dias difíceis.
– Você vai vir me visitar, não é ?
– É claro! – Killian responde animado.
– Quer ajuda para fazer as malas ?
– Ah… – ele se vira, olhando para a pilha de livros e outros pertences sobre a cama. Sempre fazia bagunça.
– Acho que vou precisar mesmo… – Killian coça a nuca, envergonhado.
– Acho que vim em uma boa hora! – Rafael ri, ele não tinha mudado nada.
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– Está é sua agenda para hoje, há algo que deseja mudar ? – o demônio o questiona enquanto caminha logo atrás de Lúcifer, tentando acompanhar o seu ritmo.
– Não, pode deixar como está. – ele responde parecendo desinteressado e continua caminhando pelo corredor.
– Sim, sen… ah! – o demônio exclama ao se chocar contra as costas do seu mestre, que havia parado de repente no meio do caminho.
– Senhor, tudo bem ? – ele se inclina um pouco para o lado, tentando ver o seu rosto e percebe que Lúcifer está encarando fixamente a janela.
– Cancele tudo. – Lúcifer ordena com um sorrisinho em seu rosto e abre a janela, saltando por ela logo depois.
– O-o que ? – ele balbucia confuso.
Após saltar pela janela, Lúcifer estende suas asas e voa até o pátio. Ao chegar, ele pousa sobre o chão e vê a figura de um homem logo a frente.
– Killian… – ele murmura, no mesmo instante, Killian se vira em sua direção e o recebe com um largo sorriso.
– Estou em casa, Lúcifer.
– Bem-vindo de volta, meu raio de sol.
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