Paixão e Pecado - Capítulo 34
– E… aqui está! – Lucian fala ao abrir as grandes portas do cômodo. Killian passa na frente e se surpreende ao ver uma grande biblioteca, muito maior do que as que já havia visto.
– De onde tirou tantos livros ? – ele questiona impressionado.
– São séculos de coleção. – Lucian fala orgulhoso, apesar de não ter sido ele quem colecionou todos eles.
– Eu posso ler qualquer um ?
– Acho que a maioria você não vai conseguir ler… – Lucian murmura pensativo.
– Por que ?
– São línguas antigas. A maioria extinta, você nem deve ter ouvido falar.
– Ah… – Killian murmura tristonho. Queria devorar todos aqueles livros.
– Por enquanto leia os que conseguir, depois eu posso te ensinar algumas línguas. – ele sorri e o puxa pela cintura, logo depois lhe dá um beijo na testa e acaricia seu rosto.
– Sinto muito por te deixar entediado…
– Não estou entediado! – Killian sorri e lhe dá um beijo rápido.
– Alguém já te disse o quanto você é perigosamente gentil ? – Lucian questiona em um tom de brincadeira e envolve seus braços ao redor da sua cintura, o abraçando.
– Não! – ele ri e apoia suas mãos sobre os seus ombros.
– Tenho que ir agora. Vai ficar bem sozinho ?
– Não se preocupe comigo e vá fazer seu trabalho. – Killian sorri e beija o canto da sua boca.
– Vou mandar trazerem um pouco de café e biscoitos mais tarde, então se certifique de comer. – Lucian o segura com mais força, o pressionado contra o seu corpo.
– Vou comer tudinho, prometo!
– Ótimo. – ele lhe dá um beijo rápido e o solta, saindo da biblioteca logo depois.
Killian suspira ao ficar sozinho e volta seu olhar para as estantes atrás dele. Precisava se acostumar com aquela realidade, e com o fato de que agora Lucian estaria quase sempre ocupado.
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Enquanto caminha por um dos corredores da biblioteca, Killian desliza a ponta dos seus dedos pelos livros, olhando as capas e escolhendo o que levaria para ler.
Já quase no final da estante, ele vê um livro de cor clara, que se destaca em meio a todos aqueles livros de cores escuras, o que acaba chamando sua atenção. Killian usa seu dedo indicador para puxar um pouco o livro e vê seu título em letras cursivas douradas.
– Esperando por você… – ele murmura e o tira da estante. Ao abrir o livro, há uma data rabiscada no rodapé da primeira folha.
– Mil novecentos e… nossa!. – Killian ri, pensando que aquele livro era tão velho quanto ele e decide avançar algumas páginas, curioso para saber do que se tratava aquela história.
À medida em que lê, Killian fica cada vez mais cativado pelo casal descrito na história. O amor deles era tão forte e resiliente, que o deixava emocionado e ao mesmo tempo lhe trazia um sentimento de identificação.
– Me pergunto se ele também esperaria por mim em outra vida… – Killian murmura e sorri pensando na ideia de nunca perdê-lo, de que nem mesmo a morte o afastaria do homem que ama.
– Isso seria bom… – ele murmura novamente e enquanto fantasia com isso, um pequeno envelope cai de dentro do livro.
– O que é isso ? – Killian se abaixa e pega o pedaço de papel, que se parece com uma carta. Ele fica curioso para saber o seu conteúdo, mas ao mesmo tempo, fica relutante em ler algo que não lhe pertencia.
Depois de pensar um pouco, ele cede a curiosidade e decide abrir o envelope, dentro dele há um pequeno bilhete, mas devido a caligrafia do autor, não conseguia entender bem.
– “Por favor… Sr. Lucian… vo-volte logo. Victoria” – Killian franze o cenho e sente uma onda de ansiedade e ciúmes tomarem conta da sua mente, ao mesmo tempo, um cheiro familiar invade suas narinas, o que lhe traz uma vaga memória.
– Jasmin… – ele sussurra de forma inconsciente, como se estivesse em uma espécie de transe e ao voltar a si, sente uma forte dor de cabeça.
– Ugh… droga. – Killian resmunga e se apoia na estante, ao abaixar a cabeça, ele vê alguns pingos de sangue sobre o bilhete.
– O que…? – ele questiona confuso e leva dois dos seus dedos até o seu nariz, espalhando um pouco do sangue sobre sua pele.
– Killian ? – Lucian o chama de repente, o assustando.
– Já estou indo! – ele responde atordoado e põe o bilhete de volta no livro, o colocando na estante logo depois. Em seguida, usa a manga da sua camisa para limpar seu nariz. Graças a sua cor escura, seria fácil esconder a mancha.
Killian caminha em direção a entrada da biblioteca, rezando para que Lucian não perceba nada.
– Não pegou nenhum livro ? – ele o questiona ao vê-lo de mãos vazias.
– E-eu ainda não escolhi.
– Acho que todas essas opções te deixaram indeciso. – Lucian sorri e se aproxima, o segurando pela cintura.
– Está com fome ? Podemos ir… – ele para de repente e o encara confuso. Havia um cheiro sutil de sangue no ar.
– O que foi ? – Killian questiona nervoso.
– Você está bem ?
– S-sim… – ele força um sorriso e apoia as mãos sobre os seus ombros.
– Tem certeza ? – Lucian agarra seu pulso direito e beija a palma da sua mão. Ao fazer isso, pode sentir bem de onde vinha aquele cheiro.
– Eu estou bem, Lucian. – Killian sorri novamente. Ele franze o cenho e mordisca a palma da sua mão. Aquele cordeirinho estava mentindo.
– Certo, vamos comer. – ele agarra sua mão e o guia em direção a saída. Killian suspira aliviado, pensando que Lucian não havia percebido e o segue em silêncio.
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– Arcanjo Gabriel ? – o Querubim o chama ao se aproximar.
– O que quer, Soren ? – Gabriel questiona e gira o rosto em sua direção.
– Sinto muito por incômoda-lo, mas ouvi algo que acho que você gostaria de saber…
– O que é ? Fale. – ele franze o cenho.
– Ouvi dizer que o traidor levou o Arcanjo para o inferno junto com ele.
– Do que está falando ? – Gabriel se vira bruscamente e o encara com um olhar furioso.
– É o que ouviu, Arcanjo. Ele o levou.
– Tem certeza disso ?
– Sim, soube de uma fonte segura. – ele sorri, esperando que Gabriel o agradeça. Aquilo com certeza seria como música para os seus ouvidos e deixaria seu ego nas alturas.
– Acha isso engraçado ? Ficar como uma víbora se esqueirando para ouvir rumores não é motivo de orgulho. – ele o repreende e agarra seu rosto com força, quase o tirando do chão.
– M-me desculpe… – Soren murmura assustado e agarra o seu antebraço por reflexo, tentando se segurar.
– Coisas como você me dão nojo. – Gabriel o encara com um olhar mortal, que faz Soren estremecer e o solta.
– Ga-Gabriel…! – Soren murmura com dificuldade.
– Se eu souber que anda espalhando rumores por ai novamente, pagará por isso. – ele lhe dá as costas e alça vôo em direção a sala de reuniões, localizada no centro do Reino Celestial.
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– Rafael! – Gabriel grita seu nome ao entrar na sala.
– Gabriel, por que está gritando ? – Rafael, que estava ocupado com alguns papéis, ergue seu olhar ao ouvir sua voz.
– Aquele traidor desgraçado o levou para o inferno junto com ele!
– Bom, sabia que ele tentaria isso algum dia… – Rafael murmura pensativo.
– E você fala assim ? Como se não fosse nada ?
– Não há nada que eu possa fazer. Não gosto da ideia de ter o Miguel no inferno com o traidor, mas não posso interferir.
– E vamos só ficar de braços cruzados ? – Gabriel esbraveja.
– Gabriel… – Rafael deixa um longo suspiro sair e esfrega os olhos.
– Quando vai entender que Miguel escolheu Lúcifer ?
– Escolheu ? Lúcifer só está usando nosso irmão para tomar o controle do Reino Celestial!
– Por favor, esqueça isso. O pai quis assim e o deixou ir.
– O pai estava errado! – Gabriel grita novamente e recebe um tapa como resposta, que deixa seu rosto avermelhado.
– Nunca mais repita isso! – Rafael o encara irritado e decepcionado, em seguida caminha em direção a saída e alça vôo para longe.
– Droga… – Gabriel resmunga e bate na mesa, quebrando o objeto. Não podia aceitar tal absurdo.
Publicado por:
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