Paixão e Pecado - Capítulo 28
Ala psiquiátrica.
O vigia noturno caminha tranquilamente pelo corredor, parando para conferir cada quarto de isolamento. Ele para no quarto de Davis e o observa pela pequena janela, que tem um vidro especialmente reforçado para esse tipo de local.
O homem o vê deitado em sua cama, sussurrando baixinho. Devido aos seus delírios, Davis acha que não tem mãos, pernas ou olhos, por isso nunca os usa e insiste que os membros realmente não estão mais ali, apesar de estarem.
– Minha nossa… – o guarda sussurra para si mesmo e segue em direção a sala de vigilância, onde outro homem observa atento as câmeras de segurança.
– Ei, você sabe o que aconteceu com o cara da 312 ? Ele é assustador. – o guarda questiona ao entrar na sala e só em falar sobre Davis, sente um arrepio percorrer sua espinha.
– Dizem que ele era um Padre, mas não tenho certeza. Deve ser Deus punindo o desgraçado! – o homem, que estava sentado, se vira para ele e dá risada. Realmente se sentia indiferente em relação aos homens presos ali, sabia que todos eram criminosos.
– A única parte boa é que ele não dá trabalho, é o mais quietinho de todos eles.
– Bom, pelo menos… – ele fala aliviado, mas para de repente ao fixar seu olhar na câmera do quarto de Davis e vê-lo de pé. Aquilo não deveria estar acontecendo.
– Que porra… – o guarda murmura e aponta para a tela. O seu colega de trabalho olha para trás confuso, se perguntando com que tipo de merda teriam que lidar naquela noite, mas também acaba ficando sem palavras.
Davis está de pé em seu quarto, movendo seus lábios como se conversasse com alguém e repentinamente some, como se nunca estivesse estado ali. Os homens entram em pânico e um deles avisa pelo rádio aos outros guardas que algo havia acontecido.
Ambos correm até o quarto 312 e ao abrirem a porta, constatam que de fato, estava vazio.
– Puta merda… – um deles murmura e sente seu estômago embrulhar. Aquilo não era normal.
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Lucian está sentado em uma poltrona no canto do quarto, observando enquanto Killian dorme tranquilamente em sua cama. Ele bebe um pouco de uísque e tenta limpar sua mente, que graças aos últimos acontecimentos, estava cheia de milhares de pensamentos.
Imerso em seus delírios e paranóias, Lucian ouve o barulho de uma mensagem chegando no seu celular e se distrai.
– Que porra… – ele resmunga e pega o aparelho, ao ver a mensagem sua expressão se fecha e seus olhos ganham um tom avermelhado. Lucian agarra o copo de vidro com tanta força, que o objeto se quebra em sua mão e o líquido marrom escorre em direção ao chão, misturado com seu sangue.
Ele se levanta de repente e abre a janela, saltando por ela e alçando voo em direção ao bar de Lilith.
– Lucian… ? – Killian murmura ainda sonolento e olha ao redor procurando por ele, mas logo percebe que está sozinho, vendo apenas a janela aberta.
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Lucian agarra a cabeça do demônio, usando seus polegares para pressionar seus olhos para dentro do crânio. O homem grita, agonizando de dor e perde a força em suas pernas, caindo de joelhos diante dele.
Enquanto Lucian o usa como exemplo, os outros demônios se mantêm de cabeça baixa ou desviam seus olhares para o lado. Ele estava furioso e todos ali poderiam ser usados como um saco de pancadas caso não lhe dessem uma resposta satisfatória.
– Eu quero a cabeça daquele maldito, entenderam ? – Lucian grita furioso ao soltar a cabeça do demônio, que cai no chão com sangue escorrendo pelo seu rosto.
– Agora sumam da minha frente e só voltem quando encontrá-lo! – ele esbraveja e todos os demônios começam a sair apressados.
– Porra! – Lucian pega uma das banquetas do bar e a joga contra o balcão, quebrando o objeto. Ele estava cego pela raiva e se sentia frustrado, queria fazer as coisas do seu jeito e se banhar no sangue dos seus inimigos, mas tinha medo de que Killian o odiasse.
– Lilith! Lilith, onde você está ? – ele grita novamente enquanto olha ao redor do local.
– Estou aqui. – Lilith fala ao sair de um dos cantos escuros do bar e se aproxima.
– Eles estão prontos ?
– Sim, apenas esperando pelo seu retorno.
– Então diga a eles que estou voltando. Passei tempo demais longe do meu trono. – Lucian fala de forma fria e seu rosto tem uma expressão de raiva misturada com tristeza. Abaixo das suas pálpebras, veias negras se tornam visíveis e seus olhos ganham um ar cruel e impiedoso.
– Como quiser, Lúcifer. – Lilith sorri e acena com a cabeça.
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Lucian abre a porta do apartamento de repente e segue apressado em direção ao quarto, queria tirar Killian de lá e mantê-lo em um lugar seguro, mesmo que isso significasse que ele odiaria a ideia.
– Killian! – ele o chama ao entrar, mas se depara com a cama revirada e nota que a janela que deixou aberta ao sair, ainda estava do mesmo jeito. Lucian sente seu estômago se revirar e uma onda de ansiedade se espalha pelo seu corpo.
– Onde você está ? – Lucian olha ao redor atordoado e vai até o banheiro, que também está vazio. Ele procura por todo o apartamento, enquanto grita pelo seu nome e não para até ver cada cômodo, mesmo sabendo que Killian não estava mais lá.
– Está tentando brincar comigo, Caim ? – ele murmura para si mesmo e contrai sua mandíbula, em seguida tira seu celular de dentro do bolso da sua calça e liga para um dos números salvos na agenda.
– Acione o rastreador e mande a localização para o meu celular. – Lucian fala enquanto caminha de volta ao quarto.
– Sim, senhor. – a voz masculina responde e encerra a ligação.
– Estou indo, Killian… – ele sussurra e salta pela janela novamente, alçando voo.
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Killian abre seus olhos devagar e sente uma forte dor de cabeça, ele se levanta meio confuso e olha ao redor, tentando descobrir onde estava, mas as únicas coisas que podia ver era uma porta de ferro e uma pequena janela no alto da parede, que deixava um pouco de luz solar entrar.
– Olá ? – ele questiona um pouco alto, com a esperança de que mais alguém esteja lá. Ao não receber nenhuma resposta, Killian vai até a porta e tenta abri-la, mas sem sucesso.
– Lucian! – ele o chama e bate na porta, tentando chamar atenção. De repente uma pequena portinha se abre no meio do porta, onde é possível ver apenas os olhos da pessoa do outro lado.
– Quietinho, Killian. Sabe que não gosto de garotos barulhentos. – o homem o repreende e mesmo sem poder ver o seu rosto, reconheceria aquela voz em qualquer lugar.
– Davis… ? – Killian murmura assustado e se afasta de repente. Ao ver sua reação, ele ri e fecha a portinha, indo embora.
– Lucian, vem logo… por favor. – ele se encolhe em um canto e abaixa sua cabeça, escondendo o rosto. Estava com medo e se sentia impotente, a única coisa que podia fazer era esperar que Lucian, por algum milagre, o encontrasse.
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– Precisa ser paciente, Davis. – Caim que está sentado no sofá velho em um canto da sala, o adverte, irritado com sua inquietação.
– Você prometeu que me deixaria ter um tempo a sós com ele! – Davis fala alto, se sentindo ansioso. Pensou naquela vingança por muito tempo e não queria esperar mais para tê-lo em suas mãos.
– Ainda não é a hora.
– E quando vai ser ?
– Quando eu disser! – Caim esbraveja e se levanta, se aproximando rapidamente. Davis recua assustado e sai do cômodo.
– Que perdedor… – ele resmunga e suspira. Pessoas como Davis eram sempre irritantes.
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