O Lobo e a Lua - Extra 2
Todos ficam em silêncio e se encaram nervosos, logo um clima pesado toma conta do jantar.
– Gente, que climão… – Conan murmura e ri.
– Conan, não é hora para as suas gracinhas. – Ambrose o repreende e o encara com um olhar de desaprovação.
– Desculpe, senhor… – ele abaixa a cabeça envergonhado.
– Comam, a comida vai esfriar logo. – Ambrose fala um pouco alto e volta a comer tranquilamente, logo todos os filhos também retomam suas refeições em silêncio.
– Coma também, não adianta ir atrás dele agora. – o lobo o aconselha e segura sua coxa, como uma forma de acalmá-lo.
– Eu sei. – Desmond sussurra e deixa um longo suspiro sair. Não queria causar uma confusão na hora do jantar.
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– Que saco! – Conan resmunga e bufa, seu pai era um chato que sempre brigava com ele por qualquer coisinha, se sentia perseguido.
– É sempre comigo, mas não fui eu quem se levantou no meio do jantar! – ele continua resmungando, irritado.
– Príncipe Conan, boa noite. – um guarda o cumprimenta ao vê-lo no corredor. Ele se assusta ao ser cumprimentado de repente e também fica um pouco envergonhado, com medo de ter sido ouvido resmungando.
– Boa noite. – Conan acena com a cabeça.
– Jovem Príncipe, está bem ? Precisa de algo ? – o lobo questiona preocupado. Ele fica surpreso com sua pergunta, mas logo um sorrisinho se forma em seus lábios.
– Na verdade, eu… – Conan se aproxima e o segura pelo peitoral da armadura, o puxando para mais perto.
– Jovem Príncipe… – o guarda murmura hesitante e gira seu rosto para o lado, tentando evitá-lo.
– Qual o problema ? Você me perguntou o que eu precisava!
– N-não! Eu só…- ele balbucia apavorado.
– Príncipe Conan! – uma voz grave o chama de repente, o assustando e atrapalhando seus planos.
– Cacete… – ele murmura e solta o guarda.
– Chefe da Guarda Real. – Conan se vira em direção a ele e força um sorriso gentil.
– Você, termine sua ronda! – o lobo desvia seu olhar para o guarda e ordena.
– Senhor, e-eu…
– Vamos falar sobre isso depois, agora vá!
– S-sim! Com licença! – ele acena com a cabeça e sai apressado. Conan bufa ao vê-lo sair e tenta aproveitar a oportunidade para sumir de fininho.
– Jovem Príncipe! – o lobo o chama novamente.
– O que quer, Chefe da Guarda Real ?
– Precisa de alguma coisa ? Está um pouco tarde para perambular pelos corredores. – ele força um sorriso e tenta não parecer muito sarcástico.
– E se eu dissesse que preciso, você me daria, Chefe da Guarda Real ? – Conan sorri e se aproxima do lobo, que o encara indiferente e não move um músculo sequer.
– Vá para o seu quarto, Jovem Príncipe. Já é tarde para suas brincadeiras. – o lobo suspira e esfrega a testa. Era sempre difícil lidar com ele.
– Preciso ir. Tenha uma boa noite. – ele acena com a cabeça e lhe dá as costas, mas antes de que pudesse se afastar, Conan o agarra pelo antebraço e o puxa para perto do seu corpo.
– Pare de me tratar como criança! – o Príncipe ordena irritado. Não queria mais ser visto como uma criança pelos mais velhos.
– Então como devo te tratar ? Se me lembro bem, ainda faltam pelo menos três anos até que seja maior de idade. – ele responde confiante. Conan range os dentes, sem conseguir retrucar seu argumento. De fato, ainda era como uma criança em Neverhand, apesar de que estava acostumado a ser tratado como um homem feito no mundo humano.
– Por favor, me solte. Ainda tenho trabalho a fazer. – o lobo pede em um tom gentil e logo é liberado, ele suspira mais uma vez e se sente um pouco mal ao vê-lo abatido por suas palavras.
– Não se precipite, vai crescer logo! – o lobo sorri e acaricia seus cabelos, bagunçando os fios. Conan fica surpreso e o encara com os olhos arregalados.
– Não preciso que me conforte! – ele esbraveja e afasta sua mão com um tapa.
– Vai ver, quando me tornar adulto, farei você pagar! – Conan grita e corre na direção contrária, sumindo rapidamente no corredor.
– Por que as crianças são assim ? – o lobo resmunga e deixa um longo suspiro sair.
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– Galena! – Conan entra no quarto de repente, batendo a porta.
– Conan, que susto! – Galena, que estava sentada em frente a penteadeira, cuidando do seu cabelo, grita espantada ao ouvir o barulho da porta.
– Está decidido! Vou terminar a faculdade e me tornar um grande estilista no mundo humano, só para esfregar na cara daquele… – ele cerra os punhos e deixa a frase inacabada. Estava tão irritado que nem conseguia xingá-lo.
– O que te deixou tão animado de repente ? Foi por causa do Chefe da Guarda Real ? – ela deixa a escova de cabelo sobre a penteadeira e se vira em direção a porta.
– Qual era o nome dele mesmo…? – Galena questiona confusa, tentando se lembrar.
– Alaric, aquele maldito idiota! – Conan responde e revira os olhos. Galena ri ao ouvi-lo e percebe que não é a única com uma paixonite boba.
– Conan, deveria enxugar a baba. – ela leva seu polegar até o canto da boca e gesticula, enxugando a saliva.
– Calada! Eu nunca gostaria de um crápula como ele! – Conan esbraveja e atira um dos travesseiros em sua direção. Galena se defende do seu ataque e ri alto, era divertido irritá-lo.
– Pare de negar, é nítido! – ela o provoca mais um pouco.
– Falou a idiota que fica babando pelo amigo do irmão! – Conan revida e mostra a língua, a irritando também.
– Pelo menos eu não estou em negação! – Galena franze o se vira de volta para frente da penteadeira.
– Que garota insuportável! – ele esbraveja e segue para o banheiro, se trancando lá. Não iria admitir seus sentimentos por nada.
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– Tudo bem ? – Ambrose se aproxima e acaricia seus cabelos. Desmond, que está parado em frente a janela, encarando a lua, gira seu rosto para o lado ao sentir seu toque.
– Acho que sim… – ele suspira e se vira, põe um sorriso em seu rosto e tenta parecer bem.
– Quer que eu fale com ele ? – o lobo o questiona e beija sua testa.
– Não, foi meu erro. Obrigado. – Desmond acaricia seu focinho e fica na ponta dos pés para beijá-lo. Ambrose o segura pela cintura e o puxa para mais perto do seu corpo.
– Senti sua falta o dia todo… – o lobo sussurra entre o beijo.
– Eu também! – Desmond ri, feliz ao ouvir suas palavras.
– É bom ouvir isso… – Ambrose segura sua mão direita e beija a palma dela, em seguida sobe em direção ao seu antebraço, fazendo uma trilha de beijos.
– Você nunca se cansa ? – ele ergue uma das suas sobrancelhas e finge estar sério.
– Não! – o lobo o pega no colo de repente, o segurando com força. Desmond ri e se agarra ao seu corpo.
– Eu te amo. – ele murmura e lhe dá um beijo rápido.
– Eu também te amo, Desmond.
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