O Lobo e a Lua - Capítulo 60 - Fim
– Pegue, envie essa carta ainda hoje. Entendeu ? – Desmond ordena ao entregar o envelope ao mensageiro.
– Sim. – ele acena com a cabeça e sai apressado.
– Você não deveria estar descansando ? – Nanber o questiona ao entrar no escritório.
– Sabe que não posso fazer isso. Todo o meu trabalho acabaria ficando para Ambrose e ele já faz coisas demais. – ele deixa um longo suspiro sair e se recosta na cadeira, em seguida acaricia sua barriga, que já estava grande o suficiente para deixa-lo com dor nas costas.
– Já está na reta final da gestação, precisa dar uma pausa.
– Vou dar uma pausa quando o filhote nascer. Até lá, preciso continuar… – Desmond apoia sua mão sobre a mesa e se levanta devagar, ele caminha com um certa dificuldade até Nanber e já parece exausto.
– Se sente mal ? Você parece cansado.
– Só estou com um pouco de dor nas costas… – ele suspira e se inclina um pouco para trás, estirando as costas.
– Tem certeza de que não quer que eu chame a Veronica ?
– Sim, não precisa se preocupar com isso. – Desmond sorri, tentando acalma-la.
– Okay… – Nanber esfrega os olhos e suspira. Ele era tão teimoso.
– Agora vamos, o filhote e eu queremos almoçar!
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– A comida está boa ? – Ambrose o questiona ao vê-lo comer.
– Sim. – ele responde com a boca ainda um pouco cheia. O lobo ri e estende sua mão, limpando o canto da sua boca com o guardanapo.
– Coma devagar, ou pode acabar engas… – antes de que pudesse terminar sua fala, Desmond agarra o seu antebraço com força e o encara com um olhar assustado, enquanto termina de mastigar.
– Desmond, tudo bem ? – Ambrose fica preocupado e ao mesmo tempo confuso.
– O filhote… – ele murmura depois de engolir a comida e se levanta devagar, mostrando sua roupa molhada.
– Tudo bem, vem aqui. – Ambrose também se levanta e se aproxima.
– Espera! Espera! Tá vindo uma contração! – Desmond se agarra ao seu corpo e respira fundo.
– Ugh… – ele choraminga e se segura com mais força em Ambrose.
– Shh, tudo bem. Respira fundo e quando estiver pronto, vamos para o quarto. – Ambrose tenta acalma-lo enquanto acaricia suas costas. Desmond continua respirando fundo, até que a contração passe.
– Pronto, podemos ir… – ele fala aliviado e acaricia sua barriga.
– Certo, agora vamos. – Ambrose o pega no colo e segue em direção ao quarto. Desmond se aconchega e recosta a cabeça em seu peitoral.
– Senhor, chegou a hora ? – um dos guardas no corredor o questiona ao vê-los.
– Sim, chame Veronica! – ele responde aflito ao passar pelo guarda.
– Sim, senhor! – o lobo acena com a cabeça e sai apressado em busca da parteira.
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– Senhor ? Pode entrar. – Veronica o chama após quase uma hora de espera. Ambrose e Lyter, que esperavam junto a porta, se levantam de repente ao ouvir o seu chamado.
– E-eles estão bem ? – Ambrose questiona ansioso. Se os perdesse, não aguentaria.
– Eles estão ótimos! – ela responde sorridente. O lobo suspira aliviado e desvia seu olhar para Lyter, que acena com a cabeça, o encorajando a ir.
Ao entrar, Ambrose vê Desmond em sua forma de lobo, aninhado ao lado do filhote enquanto o lambe para estimula-lo.
– Desmond… – ele franze o cenho e murmura com a voz embargada. Em seguida se aproxima da cama e se ajoelha, Ambrose apoia sua testa sobre a de Desmond e acaricia seu pelo.
– Obrigado… – o lobo sussurra emocionado e logo as lágrimas começam a rolar pelo seu rosto.
– Eu amo vocês…
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Algumas horas depois.
– Aqui, beba. – Ambrose o entrega um copo de água e se senta ao seu lado na cama.
– Obrigado. – ele segura o filhote com o braço esquerdo e usa sua mão direita para segurar o objeto.
– Como se sente ?
– Cansado, mas bem… – Desmond sorri e desvia o olhar para o filhote, que dorme tranquilo.
– Já decidiu qual nome vamos dar a ele ?
– Fenrir. Vamos chama-lo de Fenrir.
– É um ótimo nome. – Ambrose sorri e acaricia a cabeça do filhote.
– Bem-vindo ao mundo, Fenrir.
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Quatro meses depois.
As portas do templo se abrem e todos os convidados se levantam, voltando sua atenção para a entrada. Logo Desmond, Ambrose e o pequeno Fenrir, que está nos braços do Rei, entram e seguem em direção ao altar.
– Majestades… – o sacerdote os cumprimenta e se curva.
– Kazimier. – ambos o cumprimentam e acenam com a cabeça.
– Então vamos dar início a cerimônia! – ele fala sorridente e começa com os rituais. Após alguns minutos de orações e entrega de oferendas, Kazimier se aproxima de Fenrir com uma mistura de ervas e outros condimentos, que ao serem maceradas juntos, ganham uma cor avermelhada.
– Qual o nome da criança ?
– Fenrir Bianchi Brenhin. – Desmond o responde sorridente.
– Gaia, a senhora da vida e mãe amorosa de todas as criaturas, hoje apresento esta criança para que faça parte da nossa grande família… – ele fala enquanto suja seu dedo com a mistura avermelhada.
– Eu o batizo com o nome escolhido por seus pais, sendo reconhecido pela Deusa Mãe como um dos seus filhos e servo. Que Gaia guie seus passos e alivie o grande fardo que é carregar o futuro de toda uma nação. – Kazimier desliza seu polegar sobre a testa de Fenrir, fazendo uma marca vermelha em seu pelo.
– Todos reverenciem Fenrir, o futuro deste país e o filhote abençoado do oráculo! – o sacerdote fala um pouco alto e visivelmente emocionado.
– Viva Fenrir, o futuro Rei! – os convidados falam ao mesmo tempo e se curvam em sinal de respeito. Todos ali tinham grandes expectativas para o seu futuro.
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Enquanto os adultos bebem e comemoram, Fenrir e Shahid brincam juntos sob os olhos atentos de Nanber e Desmond.
– Eles cresceram tão rápido… – Nanber murmura e suspira. Não queria que seu bebê crescesse.
– Sim, precisei renovar todo o guarda-roupa de Fenrir no mês passado! – Desmond ri, mas logo acaba suspirando também. Sentia que o tempo estava passando rápido demais.
– Desmond. – Ambrose o chama ao se aproximar e o agarra pela cintura.
– Tenho uma surpresa para você. – ele sussurra próximo ao seu ouvido.
– O que é ? – Desmond questiona animado.
– Pegue o nosso filho e venha. Você vai gostar. – Ambrose beija o topo da sua cabeça e sai.
– Sabe algo sobre isso ? – Desmond volta sua atenção para Nanber e a questiona, mas ela apenas nega com a cabeça, parecendo confusa.
Atendendo ao seu pedido, Desmond pega Fenrir e o leva para a outra sala, longe dos lobos barulhentos. Ao entrar, ele vê uma espécie de cenário e um lobo desconhecido conversando com Ambrose.
– O que está tramando, Sr. lobo ? – ele questiona em um tom de brincadeira.
– Senhora, é um prazer conhecê-la… – o lobo volta sua atenção para ele e se curva. Desmond vê uma câmera fotográfica pendurada em seu pescoço e tem uma ideia do que seria aquela surpresa.
– Acho que agora é bem óbvio, não é ? – Ambrose ri.
– Como você conseguiu isso ? – Desmond também ri, impressionado.
– Este é James, ele mora no mundo humano e trabalha como fotógrafo.
– Recebi um convite especial do Rei, não poderia negar. Espero que meu trabalho seja do seu agrado. – ele sorri e acena com a cabeça.
– Eu que agradeço por vir! – Desmond lhe mostra um sorriso gentil e se aproxima de Ambrose.
– Você é uma caixinha de surpresas, não é ? – ele sussurra e estreita os olhos, se perguntando quais cartas Ambrose ainda tinha na manga.
– Você adora isso. – o lobo também sussurra e lhe dá um beijo rápido.
– Agora vamos começar ? Estou ansioso para ver o resultado final! – Ambrose fala animado e pega o filhote em seus braços. Queria guardar o máximo de recordações da sua família, que é o seu bem mais precioso.
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Desmond está parado ao lado de Ambrose, com Fenrir em seus braços, quando algo do lado de fora da sala chama sua atenção. Ele desvia o olhar rapidamente e vê uma espécie de felino passar pelo corredor, ao mesmo tempo, um arrepio percorre sua espinha.
– Desmond, tudo bem ? – Ambrose o questiona ao vê-lo distraído.
– Você viu aquilo ?
– Não, não vi nada. O que foi ?
– Nada, acho que vi mal… – ele corta o assunto rapidamente e sorri. Talvez realmente tenha visto mal.
– Tem certeza ? – o lobo ergue uma das suas sobrancelhas.
– Sim! – Desmond força um sorriso. Não queria preocupa-lo.
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3 anos depois.
– Paai! – Fenrir grita ao entrar em seu escritório. Desmond se surpreende e levanta sua cabeça de repente, imaginando qual seria o problema dessa vez.
– Fenrir, o que foi ? – Desmond se levanta e vai ao encontro do garoto, em seguida se abaixa e segura sua mão.
– Vamos, pai! Vem comigo! – ele fala animado e o puxa para fora do cômodo. Desmond se levanta e o segue, ainda segurando sua mão.
– Fenrir, o que foi ? Para aonde estamos indo ?
– Surpresa! – ele lhe mostra um largo sorriso, com alguns dentinhos faltando. Desmond também sorri e suspira, iria para qualquer lugar com aquele garotinho.
Após caminhar mais um pouco, eles chegam a saída que dá acesso a parte de trás do palácio, onde há um jardim. Ao sair para fora, Fenrir solta sua mão e corre em direção a Ambrose e seus dois irmãos pequenos, fruto de uma gestação de gêmeos, que apesar de terem sido prematuros, são fortes e saudáveis como qualquer outro lobo.
– Eu achei ele, pai! – Fenrir fala orgulhoso e se senta ao seu lado, ofegante depois de correr.
– Então é aqui que vocês estavam ? – Desmond questiona e ri. Como sempre, Ambrose era atento a cada detalhe, além de ser um ótimo pai.
– Vai ficar ai parado ? – Ambrose, que estava com um dos gêmeos em seu colo, estende sua mão livre e sorri. Desmond os observa sorridente por alguns instantes, mas logo se aproxima e se senta junto a sua família. O trabalho podia esperar.
FIM.
Publicado por:
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