O Lobo e a Lua - Capítulo 45 - Terceira temporada
Após uma longa viagem em direção a Aiyra, Nara finalmente chega aos portões do Distrito. Uma luz forte se acende de repente, forçando Desmond a pôr sua mão direita em frente aos seus olhos para evitar ser ofuscado.
– É a Rainha, abram os portões! – uma voz feminina grita e logo os grandes portões de ferro se abrem. Ao olhar para dentro, Desmond se surpreende ao ver Nanber esperando por sua chegada, junto de outras guerreiras.
– Descanse, Nara. Já fez muito por hoje! – ele desce do animal ao entrarem e acaricia o seu pelo. Nara lambe o seu rosto como resposta e desaba. Estava exausta.
– Senhora… – Nanber murmura com a voz embargada e espera vê-lo desmoronar, mas Desmond apenas lhe mostra um sorriso gentil e abre seus braços.
– Venha.
– Desmond! – ela corre em sua direção e o abraça com força, quase o tirando do chão. Logo as outras mulheres da vila se reúnem, curiosas para verem a Rainha, mas se surpreendem ao vê-lo com uma expressão serena em seu olhar.
– Eu soube que o Rei, ele… – Nanber hesita por um momento e segura seu rosto com as duas mãos. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, sinal de que chorou por muito tempo antes de chegar, suas roupas estavam sujas e com alguns rasgos. Desmond não parecia mais a Rainha que costumava ser.
– Ele se foi, Nanber. – ele força um sorriso e murmura com dificuldade. Dizer aquilo em voz alta só tornava tudo ainda mais doloroso.
– Eu sei. – ela acaricia o seu rosto e beija sua testa, em seguida segura em sua mão esquerda e o guia entre a vila.
– Vamos, vou preparar um banho para você!
– Obrigado…
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– Pode ir agora, Nanber. – Desmond murmura, parecendo cansado.
– Tem certeza ?
– Sim… – ele sorri e acaricia o dorso da sua mão. Só queria estar sozinho.
– Certo, vou estar no quarto ao lado se precisar. – ela sorri e acaricia o seu rosto, em seguida se levanta e sai. Ao ficar sozinho, Desmond afunda seu corpo na grande banheira, deixando apenas seu rosto para fora. Ele encara o teto por alguns minutos, atônito com tudo o que havia acontecido nas últimas horas, relembrando de forma vívida todo o horror que presenciou.
– Você prometeu, Ambrose… – Desmond sussurra para si mesmo e seus olhos se enchem de lágrimas, de repente uma enorme ansiedade percorre o seu corpo, o fazendo se sentir sufocado e com um grande nó em sua garganta. Ele se deixa afundar de vez, até chegar ao fundo da banheira e grita, um grito silencioso e cheio de dor, que causa bolhas na água.
O seu corpo se debate dentro da banheira, em agonia e desespero, Desmond só queria descarregar sua raiva sem que parecesse fraco diante dos seus súditos. Sabia que se demonstrasse fraqueza, seria comido vivo.
– Porra! – ele esbraveja ao sair de repente de dentro da banheira, ofegante e ainda mais irritado.
– Vou matar aquele desgraçado! – Desmond se levanta e sai apressado de dentro do banheiro, precisava encontrar Lyter e planejar a sua vingança.
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Ao amanhecer, Lyter e os poucos guerreiros que sobreviveram, chegam aos portões de Aiyra.
– Esperem aqui, vou pedir para abrirem os portões. – ele avisa aos guerreiros e se aproxima dos portões. De repente olhos irritados o encaram através de uma pequena brecha no metal.
– Quantos ? – a voz feminina questiona.
– Mais ou menos uns cinquenta homens.
– Feridos ?
– Sim… – ele suspira e olha para trás. Queria ajudá-los.
– Certo. – a brecha se fecha e logo depois os portões se abrem. Lyter respira aliviado e um sorrisinho se forma em seus lábios.
– Venham, homens! – ele acena com a cabeça em direção aos portões e rapidamente os homens seguem para dentro do Distrito. Estavam famintos, cansados e feridos, só queriam um abrigo.
– Vamos mantê-los em um local separado da vila, mas vamos fornecer o que precisarem. – uma das guerreiras fala em voz alta, em seguida as outras começam a guiar os lobos ao local indicado.
– Obrigado… – Lyter murmura e lhe mostra um sorriso gentil. Algo que não acontecia com frequência.
– Agradeça a sua Rainha. Ela convenceu a velha Aiyra. – ela agarra seu ombro e o observa com uma de suas sobrancelhas erguidas.
– Vou agradecer. – Lyter ri e segue os outros homens, só queria tirar uma boa soneca.
– Lyter! – Desmond grita enquanto se aproxima.
– Senhora ? – ele questiona confuso. Não entendia aquele olhar furioso.
– Venha comigo. – Desmond agarra o seu pulso e o arrasta para outro local, longe de olhos curiosos.
– Nós precisamos começar a nos mover, não podemos deixar que aquele desgraçado fique no trono!
– Desmond, eu sei que está revoltado, mas não é assim que as coisas funcionam!
– Está hesitando, Lyter ?
– Não! Estou sendo inteligente. Como homens feridos e famintos vão lutar contra o exército de Azael ? Precisamos de tempo! – ele fala irritado, Desmond não entendia nada sobre guerras ou estratégias militares, não podia opinar.
– Quanto nós temos ?
– Não o suficiente.
– Vou garantir que eles sejam alimentados e cuidados, então prepare esses homens para a guerra. Lhe dou dois meses. – Desmond fala de forma séria e convicta. Não aceitaria um não como resposta.
– Desmond, isso é…! – Lyter tenta argumentar, mas Desmond apenas lhe dá as costas e sai.
– Porra! – ele esbraveja e soca uma das árvores.
– Se você não fosse a esposa dele… – Lyter cerra seus punhos e naquele instante sente vontade de matá-lo, mesmo sabendo que não podia.
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Azael caminha em direção ao trono vazio, desviando de corpos e armas esquecidas sobre o chão. Ao se aproximar, ele se abaixa e pega a coroa suja com sangue, em seguida a põe sobre sua cabeça e se senta no trono.
– Finalmente… – Azael sussurra para si mesmo e sorri, mas ao olhar para o trono vazio ao seu lado, percebe que não conquistou tudo o que desejava, pelo menos não ainda.
– Senhor, tenho informações sobre a Rainha… – o Comandante Willbur se aproxima e se curva em sinal de respeito.
– Fale.
– Os homens tentaram intercepta-lá, mas Lyter os impediu. Ela foi para Aiyra e está se refugiando lá.
– Então é lá que ela se esconde… – ele sorri e esfrega o queixo.
– Depois que limparem essa bagunça, convoque a velha Ayira para uma reunião. Se ela insistir em manter o meu prêmio longe de mim, morrerá!
– Sim, senhor. – o lobo se curva novamente e sai.
– Logo você será só minha… – ele desvia seu olhar para o trono e sorri, imaginando Desmond sentado ao seu lado, usando lindas joias e com um sorriso em seu rosto.
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Enquanto o sol nasce no horizonte, Desmond está parado próximo a janela o observando. Ele está distraído com seus pensamentos até que um estranho arrepio em sua nuca o faz despertar.
– Ugh… – ele murmura e desliza sua mão sobre o local. Era um arrepio estranho, como se algo ruim fosse acontecer logo.
– O que ele está tramando dessa vez… – Desmond sussurra e deixa um longo suspiro sair. Estava cansado demais para pensar em algum plano ou algo do tipo. Seu corpo pedia descanso, mas sua mente não o deixava dormir.
– Desmond. – Nanber o chama ao se aproximar.
– Por que ainda não foi descansar ? Você precisa!
– Não consigo, Nanber… – ele sorri, mas há uma certa tristeza em seu olhar.
– Quer que eu fique ao seu lado ? – ela segura o seu ombro e o acaricia, enquanto o observa com um olhar gentil e amigável.
– Quero. – Desmond responde sem rodeios. Não queria ficar sozinho.
– Certo, vamos para a cama. – Nanber o guia até a cama e o ajuda a se aconchegar. Ela põe uma cadeira ao lado da cama e se senta.
– Vai me olhar até eu dormir ? – ele ri, mas gosta da ideia.
– Se eu não dormir antes… – Nanber dá de ombros e também ri.
– Te vejo mais tarde.
– Também te vejo mais tarde. – ela sorri e acaricia o seu rosto. Só queria vê-lo bem logo.
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