O Lobo e a Lua - Capítulo 36
Distrito Willbur.
– Entre. – Azael responde ao ouvir alguém bater à porta.
– Senhor, sei que está se divertindo, mas precisamos discutir os detalhes do nosso plano. – Willbur fala ao entrar.
– Sim, tem razão, Willbur! – ele salta da cama animado.
– Desculpem garotas, mas fica para outra hora. – Azael bate palmas, como se quisesse afugentá-las e logo as duas mulheres saem apressadas do quarto, os deixando sozinhos.
– Vamos, sente-se!
– Obrigado, senhor. – Willbur puxa uma cadeira e se senta.
– Temos que começar a nos mover, não podemos deixar que o atual Rei continue ganhando popularidade.
– Ambrose popular ? Ele é um fraco idiota.
– Senhor, não subestime sua capacidade de fazer aliados.
– Não importa, mesmo que o povo e o conselho estejam todos ao seu lado, eu sou o verdadeiro Rei e dono de tudo o que ele tem. Se alguém tentar se opor a mim, perderá sua cabeça!
– Irei avisar aos nossos aliados para começarem a trabalhar.
– Sim, faça isso. Estou ansioso para vê-lo cair!
_______________
– Senhora, posso me sentar ? – Silas o questiona ao se aproximar.
– Claro! – Desmond sorri e dá batidinhas no banco. O lobo se senta ao seu lado e também observa o túmulo da Princesa em silêncio.
– Sabia que todos os lobos são enterrados com sementes de árvores ? Quando elas crescem, se tornam um símbolo da sua presença. – ele rompe o silêncio após algums minutos.
– Acha que a dela vai crescer ?
– Não tenho dúvidas!
– Que bom… – Desmond suspira aliviado.
– Como você está ?
– Surpreendentemente bem! – ele ri um pouco tristonho e se sente um pouco culpado, pensando que deveria ter vivido o seu luto por mais tempo.
– E por que diz isso ?
– Sabe, eu nunca pensei que teria filhos algum dia, ou que faria parte de uma família. Quando concebi a Zaria, me dei conta de que no fundo eu sempre desejei isso, sempre busquei por alguém que quisesse ser a minha família, e quando finalmente encontrei esse alguém, a perdi. E durante várias noites eu me culpei, me fechei e odiei o mundo ao meu redor, queria só desistir de tudo e esquecer o desejo estúpido de fazer parte de algo.
– E o que te fez mudar de ideia ?
– Após noites questionando a Deusa do porque ela não fez nada, quando já estava perdendo toda a minha vontade de viver, me dei conta de que eu sempre soube da resposta. Como indivíduos livres, somos exclusivamente responsáveis pelo o que fazemos, e não foi culpa de ninguém que ela tenha morrido, Ambrose e eu fizemos o melhor para mante-la segura, e me sinto bem comigo mesmo por isso. Na verdade, o único culpado é quem a matou por vontade própria.
– Eu perdi alguém também, foi durante a última grande guerra. E por vários anos, culpei a Deusa por não salva-la, mas Infelizmente, há coisas que acontecem em nossas vidas e que não podem ser mudadas. A morte é o destino certo para todas as criaturas vivas na terra, seja ela cedo ou tarde, sempre virá.
– Não se sente culpado ? Por continuar vivendo enquanto a outra pessoa não teve a oportunidade de realizar seus sonhos… de viver!
– Não, por que deveria ? Sei que fiz tudo o que estava ao meu alcance para salva-la, e isso me conforta.
– Às vezes eu me pergunto se deveria continuar buscando por alguma resposta, ou se deveria aceitar que não havia nada que eu pudesse fazer para salva-la e que infelizmente, seu único propósito foi se tornar um mártir para mim e Ambrose.
– Ainda não está satisfeito com as respostas que tem ?
– Na verdade, eu não sei. Como pai, meu coração se revolta e busca incessantemente por vingança, mas como Rainha e esposa, sinto que deveria buscar por alguma solução rápida, que acabe com o sofrimento do meu marido e súditos.
– Parece que está em um grande conflito. – Silas ri, mas logo volta seu olhar para Desmond e o observa com uma expressão serena e cheia de compaixão.
– Tenho certeza de que logo vai encontrar o caminho certo, Desmond.
– Obrigado, Silas… – ele sorri, se sentindo estranhamente aliviado com suas palavras e logo depois apoia sua cabeça no ombro do lobo, e juntos observam o túmulo em silêncio por um longo tempo.
_______________
– Senhora, ela está aqui. – o lobo fala ao bater à porta.
– Entre, por favor. – Desmond lhe dá permissão e logo a porta se abre. Ylana entra e se surpreende ao ver o Rei no local, recuando no mesmo instante.
– Não tenha medo, venha. – Ambrose lhe mostra um sorriso gentil.
– S-sim, senhor… – a mulher entra e ao se aproximar do casal, se curva diante deles.
– Ylana, sei que falei para não nos encontrarmos novamente até que chegasse a hora, mas preciso que diga a Ambrose o que aconteceu naquela noite.
– Tem certeza, senhora ?
– Sim, por favor.
– C-certo… – Ylana acena com a cabeça e começa a lhe contar sobre o que viu naquela noite com todos os detalhes.
– A adaga… eu me lembro dela, também ganhei uma! – Ambrose fala surpreendido e esfrega seus olhos. Não podia acreditar que seu único irmão havia realmente feito aquilo.
– Obrigado, Ylana. Pode ir agora. – Desmond lhe mostra um sorriso gentil.
– Com licença. – a moça se curva e sai apressada da sala.
– O que você fez, irmão… – ele murmura para si mesmo e sente sua cabeça girar.
– Ambrose, tudo bem ? – Desmond se levanta e se aproxima preocupado.
– Desmond, eu… – o lobo o encara com uma terrível expressão de culpa e cai de joelhos aos seus pés.
– Eu sinto muito, Desmond… não quis acreditar em você. Fui um tolo! – Ambrose fala com a voz embargada, tentando conter o seu choro.
– Você acredita em mim agora ?
– Sim…
– Ótimo. – ele se ajoelha e segura seu rosto com as duas mãos, fazendo com que seus olhos encontrem os dele.
– Está tudo bem, só preciso que acredite em mim, okay ? – Desmond lhe mostra um sorriso gentil e um olhar amoroso, em seguida o puxa para um abraço.
– Sim…
_______________
– Se sente melhor agora ? – Desmond o questiona enquanto acaricia os pelos negros do seu rosto.
– Sim. – Ambrose o responde e logo depois deixa um longo suspiro sair.
– Que bom! – ele ri e ergue sua cabeça.
– Podemos conversar agora ? Quero te pedir algo…
– Claro, o que quer ?
– Os campos de plantações no Distrito Vadim precisam de mais mão de obra e madeira para a construção das estufas. Se as plantas ficarem expostas ao frio, vamos perder toda a colheita!
– E o que pensa em fazer ?
– Podemos reutilizar alguns materiais e eu também posso conseguir madeira barata, mas preciso que dê sua permissão para a mão de obra.
– Está pensando em usar os antigos empregados do palácio ?
– Sim.
– É uma boa ideia, vou pedir ao Aidan para preparar tudo e manda-los para lá.
– Obrigado, Ambrose! – Desmond sobe em seu colo e se agarra ao seu corpo.
– Não precisa agradecer, baby. – ele sorri e suas mãos deslizam em direção a bunda de Desmond.
– Ei, o que pensa que está fazendo ?
– Nada, apenas tocando no que me pertence. Não posso ?
– Você se tornou tão atrevido! – Desmond ri e beija seu focinho.
– Eu gosto disso… – ele murmura e se aninha sobre o seu corpo.
– Eu sei, baby. – Ambrose sorri e o abraça com força. Seu calor era reconfortante e relaxante, não queria ir a lugar algum naquele instante.
Publicado por:
- @Bananaescritora
-
Escritora potiguar de novels bl ♡
Wattpad: Bananaescritora_
Twitter: bananaescritora
Instagram: bananaescritora_
minhas outras postagens:
COMENTÁRIOS
Sua Comunidade de Novels BL/GL Aberta para Autores e Tradutores!
AVISO: Novos cadastrados para leitores temporariamente fechados. Se vc for autor ou tradutor, clique aqui, que faremos seu cadastro manualmente.