O Amante do Lobo Branco - Capítulo 31
1 mês depois.
– Como está indo a reforma, Nikolas ? Quero voltar para casa o quanto antes.
– Os homens estão trabalhando duro, logo tudo vai estar pronto. – ele cruza as pernas e o encara.
– Algum problema ? – Leonid ergue uma de suas sobrancelhas.
– Vai mesmo fazer isso ? – Nikolas o questiona, preocupado com seu amigo.
– Não é da sua conta, Nikolas! – Leonid resmunga irritado.
– Sabe que o Liam precisa de você!
– Não tenho outra escolha! – ele grita e parece estar emocionalmente instável, mas logo em seguida dá um longo suspiro e tenta se acalmar. Não queria fazer isso, mas não podia pensar em outra solução, manter Liam e seu irmão seguros era sua prioridade.
– Se é isso o que quer, não vou questionar. Sinto muito pela minha intromissão. – Nikolas se levanta e sai, o deixando sozinho.
– Mas eu não quero isso… – ele sussurra para si mesmo e se recosta em sua cadeira. Leonid encara a parede, pensando em como adoraria entrar em seu quarto naquele instante e ver Liam em sua cama, aquele era o seu paraíso ideal, mas o barulho do celular vibrando em seu bolso acaba o distraindo de sua fantasia.
– Fale. – ele responde com frieza.
– Está tudo feito, Sr. Petrov. – o advogado responde rapidamente.
– Certo, obrigado! – Leonid desliga e dá mais um longo suspiro, ele tenta se manter calmo, mas seu coração começa a palpitar e suas mãos tremem. Em um ataque de raiva e remorso, ele lança seu celular contra a parede.
– Porra! – ele grita, irritado com si mesmo.
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Segunda-feira, 09 de maio, 11:37 horas da manhã, Rússia, cinco anos depois.
– Sr. Petrov, trouxe o seu almoço. – Nikolai entra no escritório carregando uma bandeja com a sua comida preferida.
– Não estou com fome. – ele desvia seu olhar até o mordomo e o encara de forma fria. Desde que seu pequeno leão se foi, era difícil dizer o que Leonid estava sentindo ou pensando, agora existia apenas um grande vazio.
– Vou deixar a comida aqui, coma quando estiver com fome. – Nikolai deixa a bandeja sobre a mesa e sai. Leonid suspira e franze o cenho, odiava toda aquela preocupação desnecessária.
Ele acende outro cigarro e continua encarando a janela, não conseguia pensar em mais nada além de Liam naquele momento. Perdê-lo o deixou sem rumo, como se sua vida tivesse perdido o propósito.
– Onde você está, Liam ? – Leonid murmura e apaga o cigarro no cinzeiro, que já está tão cheio que não há mais espaço para as cinzas.
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Boate Xxx, 22:25 horas da noite.
– Ele está lá dentro ? – Nikolas encara a porta, se perguntando o que Leonid aprontou dessa vez.
– Sim. – responde o homem. Nikolas suspira ao ouvir sua resposta e cerra os dentes.
– Porra, Leo! – ele esbraveja e abre a porta de repente, se deparando com Leonid segurando um copo de uísque, enquanto encara o chão como se estivesse perdido em seus pensamentos. Ao seu lado, duas mulheres dançam de mãos dadas ao som de uma música lenta e sensual que ele não reconhece, em seu colo, há mais uma mulher que fuma um cigarro de maconha despreocupada.
Em cima da mesa, têm algumas drogas e garrafas vazias de uísque e vodka, além de cédulas espalhadas pela mesa e pelo chão.
– Leonid! – Nikolas tenta chamar sua atenção, mas ele apenas o encara meio confuso, como se não estivesse conseguindo reconhecê-lo.
– Levante-se e vamos para casa! – ele se aproxima e o encara, esperando que dessa vez Leonid obedeça sem reclamar.
– O que você disse ? – Leonid ergue uma de suas sobrancelhas.
– Disse para levantar! – Nikolas repete, já irritado.
– Vá embora, Nikolas!
– Levanta a porra do seu rabo e venha! Não vou pedir novamente, Leonid! – Nikolas grita e eles se encaram furiosos. As mulheres que estavam no local se juntam em um canto do cômodo e observam tudo assustadas.
Leonid sorri e se levanta, bebe o último gole de uísque e joga o copo na parede, em seguida tira sua arma de trás das costas e aponta para a testa de Nikolas, que nem mesmo pisca ou esboça medo.
– Não vou embora, Leo. – Nikolas mantém seu olhar sobre ele, com a mesma determinação que sempre o fez ser o melhor. Leonid funga e sua mão treme, como se estivesse drogado.
– Se quer atirar, tudo bem, faça isso! Mas eu sou o único que ainda atura suas idiotices e está tentando te levar de volta para o Liam! – ele o repreende, tentando fazê-lo voltar a si. Leonid abaixa a arma, mas logo depois soca o rosto de Nikolas. Odiava tocar nesse assunto.
– Não fale dele novamente… – Leonid murmura e guarda sua arma, em seguida sai do cômodo, deixando Nikolas com um belo hematoma em seu rosto.
– Babaca! – ele resmunga e cospe um pouco de sangue.
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06:05 horas da manhã.
Leonid se senta no chão, olhando para a lápide de sua mãe e deixa que a luz do sol aqueça seu corpo. A primavera na Rússia era sempre linda.
– Queria que ele visse isso… – ele sussurra e sorri, enquanto desliza seus dedos pelos fios de cabelo, os colocando para trás.
– Sabia que estaria aqui. – Nikolas acena e sorri, em seguida se senta ao seu lado e observa a lápide em silêncio por algum tempo.
– O que está fazendo aqui, Nikolas ? Quero ficar sozinho! – Leonid o repreende, mas sua expressão diz o contrário. Não queria mais estar sozinho.
– Trouxe comida daquela lanchonete horrível que você adora. Come e cala a boca! – Nikolas entrega a sacola plástica e Leonid começa a comer sem reclamar. De certa forma, era a sua primeira refeição decente após algum tempo.
– Como sabia ? – ele sussurra hesitante.
– Você sempre vem ver sua mãe quando algo dá errado. Era exatamente assim quando ela ainda estava viva, sempre que se machucava ou se irritava, ia correndo para ela. – Nikolas dá risada, mas se lembra com carinho de como era a relação deles.
– Entendo…
– E essas flores ? – ele aponta em direção às flores que estão sujas com um pouco de sangue, mas logo depois desvia seu olhar para as mãos de Leonid, já imaginando o que poderia ter acontecido.
– Eu comprei no caminho até aqui.
– E por que elas estão sujas de sangue ? – Nikolas ergue uma das sobrancelhas.
– Acabei brigando com alguns idiotas… – Leonid murmura e se sente envergonhado por trazer flores sujas com sangue para sua mãe.
– Pelo menos os deixou vivos dessa vez ?
– Sim. – Leonid sorri e limpa sua boca com a manga da camisa.
– Cacete, como você é porco! – ele ri e dá um tapinha no ombro de Leonid.
– Quieto! – ele também acaba rindo, mas em seguida se levanta, estende sua mão para Nikolas e o ajuda a levantar.
– Você está bem agora ? – ele sussurra.
– Estou. – Leonid sorri e segura sua mão com mais força. Apesar de tudo, Nikolas ainda era seu irmão e seu amigo.
– Certo, vamos embora. Você precisa cuidar dessa mão! – Nikolas dá um tapinha em seu braço esquerdo e sai, caminhando para fora do cemitério. Leonid se despede de sua mãe e vai logo atrás.
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