O Amante do Lobo Branco - Capítulo 28 - T2
1 mês depois.
Liam está sentado no sofá, roendo as unhas mais uma vez, com seus olhos fixos na porta enquanto espera por ele.
– Ai! – Liam resmunga e o sangue começa a escorrer pelo seu indicador, ele põe o dedo em sua boca, tentando parar o sangramento, mas ao ouvir alguém bater à porta, salta do sofá e vai apressado em direção a entrada.
– Leo… quem é você ? – ele fala animado, certo de que seria o Lobo Branco, no entanto se depara com um homem desconhecido do outro lado.
– Sou o advogado do Sr. Petrov. – um homem alto, com cabelos grisalhos e barba, lhe mostra um sorriso gentil.
– O que você quer ?
– Podemos conversar lá dentro ? – ele o questiona e aponta para o interior do apartamento. Liam suspira e o deixa entrar, o homem se senta no sofá e abre sua pasta, retirando alguns documentos e malotes de dinheiro.
– O que significa tudo isso ?
– O Sr. Petrov me pediu para te dar a escritura de uma das casas de sua mãe, mais o salário referente ao período em que esteve em sua casa, junto com um bônus. Ao todo são sessenta e cinco mil dólares. – o homem empurra o dinheiro em direção a Liam, que o encara confuso e surpreso.
– Espera, isso significa que estou sendo demitido ?
– Sim. – o homem fecha sua pasta e se levanta.
– Então é assim que acaba ? – Liam encara o dinheiro e sente como se o mundo inteiro estivesse caindo sobre sua cabeça.
– Sim. Sinto muito, Liam. – ele acena com a cabeça e sai.
– Porra! – Liam grita e joga um dos malotes na parede, fazendo com que o dinheiro se espalhe pelo chão.
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Segunda-feira, 09 de maio, 11:37 horas da manhã. Londres, cinco anos depois.
– Ulric, o carregamento de bebidas chega hoje à tarde, entendeu ? – Ash grita da cozinha, enquanto mexe nos armários procurando por algo comestível.
– Okay, já entendi! – Ulric se levanta do sofá e caminha até a cozinha, se senta em uma das cadeiras e observa enquanto Ash revira seu armário.
– Por que nunca tem comida aqui ? Só álcool e cigarros, está tentando se matar ? – ele revira os olhos e Ulric dá risada.
– Talvez. – Ulric dá de ombros. Ash bufa e desiste da sua busca, se senta de frente para ele e o encara, preocupado e faminto.
– O que foi ? Se está com fome peça comida. Eu pago.
– Não é isso, é só que você parece ainda pior do que quando nos reencontramos. Já faz o quê… uns cinco anos ? Até quando vai ficar nessa ? – Ash questiona, sem saber que estava tocando na ferida. Ulric cerra seu punho e logo as memórias ruins começam a tomar conta de sua mente. Não conseguia esquecê-lo.
– Infelizmente o ódio não é algo que se esquece facilmente. – ele se levanta e tira algumas notas de seu bolso.
– Coma alguma coisa e pare de falar merda. Estou de ressaca.
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Bar Wulf, 22:25 horas da noite.
– Você é o dono do bar ? Isso é incrível! – o homem de cabelos loiros e olhos verdes sorri parecendo estar interessado.
– Que tal mais uma bebida ? Dessa vez por minha conta. – Ulric desliza sua mão direita pela coxa do homem, que lhe dá um sorriso malicioso.
– Eu adoraria, mas prefiro experimentar outra coisa no momento. – ele sussurra próximo ao seu ouvido e beija sua nuca. Ulric sorri, pois sabia que havia conseguido o que queria.
– Me encontre lá fora. – Ulric murmura próximo a sua boca. O homem concorda com a cabeça e sai do local, em seguida ele também se levanta e caminha até o bar, onde Ash serve alguns homens que parecem muito interessados nele.
– Vou sair, volto pela manhã.
– Espera! – Ash agarra seu antebraço.
– De novo ? Quando vai parar com isso ? – ele o encara irritado e ao mesmo tempo preocupado. Seu amigo estava se matando aos poucos.
– Não é da sua conta! – Ulric puxa seu braço bruscamente e lhe dá um olhar de desaprovação que faz o estômago de Ash se revirar.
– Porra, Liam! – ele sussurra para si mesmo e bate no balcão. Ainda era o mesmo cabeça dura de antes.
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06:05 horas da manhã.
Ao abrir a porta de seu apartamento, Ulric se depara com Ash dormindo em seu sofá.
– Ei, vá para casa. – ele joga a almofada que estava em cima da poltrona sobre Ash, que acorda assustado.
– Te esperei a noite toda. Onde se meteu ? – ele se levanta e vai atrás de Ulric.
– Por aí… – Ulric responde despreocupado. Ash nota que haviam marcas em seu pescoço e o agarra pelo braço, o puxa em sua direção e se surpreende ao ver que um de seus olhos está roxo, seu lábio inferior cortado e sua bochecha avermelhada como se tivesse levado um soco.
– O que aconteceu, Liam ?! – Ash grita, irritado com a situação.
– Não foi nada… – ele sussurra e tenta se soltar, mas Ash o segura com mais força.
– Por que continua fazendo isso ? Precisa parar de se machucar, Liam!
– Não me chame assim! Eu não sou mais esse homem! – Ulric esbraveja e consegue se soltar, logo as lágrimas escorrem pelo seu rosto e Ash pode ver através dele. Sua dor era tão agonizante, como se ele estivesse se afogando dia após dia no imenso vazio de puro desespero e solidão.
– Vá embora, preciso dormir.
– Volto mais tarde para abrir o bar. – Ash dá uma última olhada em seu rosto e sai. Não havia nada que pudesse fazer, o único homem que poderia salvá-lo é o mesmo que o colocou nesse ciclo infinito de dor.
Ao vê-lo cruzar a porta, Ulric suspira e vai até o banheiro, ao entrar ele caminha direto para a banheira, evitando se olhar no espelho, pois tem vergonha do homem que se tornou. Após tomar banho ele vai até seu guarda roupa e o empurra para o lado, atrás daquele antigo e pesado móvel haviam várias coisas sobre Leonid. Durante cinco anos ele acompanhou seus passos, esperando encontrá-lo, mas isso nunca aconteceu.
– Até quando vai me deixar esperando ? Maldito russo… – ele suspira e desliza seu indicador sobre a foto de Leonid.
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2 semanas depois.
– Uísque, por favor. – um homem com cabelos negros e curtos, com uma pele pálida e um par de olhos tão escuros quanto os seus cabelos, se senta no bar e faz seu pedido diretamente a Ulric. Que não pode deixar de notar o quão bonito e elegante aquele homem era.
– Aqui está. – ele empurra o copo em sua direção e o homem lhe mostra um sorriso gentil.
– É sua primeira vez aqui ? – Ulric o questiona curioso, seu sotaque era algo familiar.
– Sim, na verdade eu sou russo. – o homem bebe um gole do uísque e não tira seus olhos de Ulric, que já consegue ver claramente suas intenções.
– Me desculpe, eu nem perguntei o seu nome…
– Ulric Bianchi. – ele o interrompe.
– Um lindo nome. O que significa ?
– O poder do lobo branco.
– Eu sou Mikhail, é um prazer conhecê-lo. – ele sorri e o encara com um olhar luxurioso. E pela primeira vez em algum tempo, Ulric se sente excitado.
Após algumas horas de conversa acompanhada de algumas doses de uísque, Ulric deixa que Ash se encarregue do bar enquanto ele sai para fumar. Mikhail o segue, não queria perdê-lo de vista.
– Não deveria fumar, faz mal para a sua saúde. – ele tira o cigarro da boca de Ulric, que lhe dá um olhar de desaprovação.
– Preciso manter minha boca ocupada. – Ulric resmunga, mas Mikhail apenas o encara com um risinho malicioso. Queria beijá-lo.
– Posso ? – ele desliza seu polegar pelos lábios de Ulric.
– Merda, não pergunte! – Ulric revira os olhos, não gostava de enrolação. Mikhail avança e o beija, suas mãos deslizam até sua cintura e o agarram com força, Ulric geme e seu corpo começa a reagir, já fazia muito tempo que não era tocado daquela forma.
– Se sente melhor agora ? – o homem sussurra.
– Sim, mas ainda prefiro o cigarro. – Ulric dá risada e o beija novamente, precisava de um pouco de calor humano naquela noite.
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