Magos - Capítulo 37





Melyyna nos levou até Gehena, onde fomos recebidos secretamente pela Synice. Aguardamos um dia antes de viajar para Edenis, Synice nos deus um relatório com a movimentação das tropas Vanires, eles cercaram todo o território com torres de vigia. Ultrapassar as torres de vigia sem ser visto será um problema, mas nada que nos atrapalhe, outro ponto do relatório, foi a chegada de Grida e Troi em Edenis, eles foram vistos atravessando a fronteira ontem à tarde, junto a eles havia outros demonoides e uma caravana com ferazis e tielflings, Synice acredita que sejam membros dos extremistas.
—Vamos esperar a noite chegar, para nossa sorte temos duas luas novas hoje o que vai nos cobrir, Harsi vai nos atravessar com a magia dele! —Meu pai Yoichi desenhou um plano.
—Temos que tomar cuidado, de acordo com Vera, os soldados vanires estão usando detectores de magia, pode ser que as torres estejam equipadas com a tecnologia! —Disse Melyyna.
—Podemos atravessar por baixo, posso criar um túnel com Naoto sem sermos vistos! —Meu pai Alan deu uma ideia.
—Desculpe meu sogro, mas isso não vai dar certo, o território vanires é conhecido por ter um solo poroso, aqui nunca chove devido ao clima gelado, a neve que derrete entra pelos porosidade do solo deformando-o, se fizermos tuneis para atravessar, seremos esmagados por escombros. —Disse Harsi mostrando sua inteligência.
—Lembro de ter vindo aqui uma única vez com Vera, Cassiopeia nos chamou para sermos seus guardas, como se ela precisasse de nós, mas lembro de ter lido com detalhes o mapa da cidade e do território, se formos naquela direção, iremos encontrar uma rio onde acontece uma queda d’agua, nessa queda d’agua são a saída dos esgotos de Edenis! —Falei mostrando a localização no mapa.
—Mas ainda assim, a saída dos esgotos ficam dentro do território! —Disse Tanya.
—Sim, porém temos uma vantagem, o rio é profundo o suficiente para nos esconder, só temos que lutar contra correnteza que por sinal vai estar fraca hoje! —Disse Harsi apontando para céu sem as luas.
Com o plano e mente, subimos a queda d’agua, de longe dava para ver duas torres de vigia, a nossa sorte melhorou ainda mais, pois não havia iluminação. Nadamos o suficiente antes de emergir no rio, a correnteza de fato não está forte, podemos nadar tranquilamente sem resistência. Conseguimos atravessar a fronteira sem sermos vistos e logo entramos nos tuneis do esgoto de Edenis, o único problema é que não imaginamos que os tuneis estariam cheios de guardas!
—O que faremos agora? —Perguntou Tanya cobrindo a nossa saída.
—Não imaginávamos que havia tantos guardas, a cidade de Edenis tem uma população pequena! —Disse meu pai Yoichi frustrado.
—E não é grande, olhem com mais atenção! —Disse Harsi apontando para o guardas. —Não tem só vanires aqui, há ferazis e tielflings e… —Harsi olhou com espanto.
Olhei na direção de Harsi e era realmente espantoso, nos tuneis há thri-kreens presentes. Como que essa raça entrou em Azuria sem ser vista?
—Os tielflings são responsáveis pela entrada deles, Phantosia deve ter aberto os portos para eles entrarem em nosso continente, Jonathan, mande uma mensagem para Magicia com urgência. —Meu pai ficou sério. —Quando fomos para Telarrim, a rainha thri-kreeana aceitou a nossa ajuda para acabar com a tempestade, porém ela não queria dar muitas informações sobre seu povo e costumes e entre outros, conseguimos algumas informações sobre eles, são fortes e insaciáveis!
—Eles acabaram com os recursos do continente e pregam o canibalismo para matar a fome, se os inimigos os deixaram entrarem em Azuria, pode ter certeza de que esse continente vai ser consumido em alguns meses! —Disse Melyyna.
—Será que a rainha deles está aqui? —Perguntei curioso.
—Não sabemos, mas não dá para andar pelos esgotos, temos que arriscar na superfície, vamos usar a escuridão a nosso favor, mudem a cor do traje de vocês para se camuflar no ambiente! —Ordenou meu pai.
Voltamos para superfície e usamos o breu da noite, ficamos a 6 metros de distância uns dos outros para evitar chamar atenção. Fico impressionado com a quantidade de patrulhas, há soldados em todos os lugares. Continuamos seguir sem ser vistos pelos soldados, a frente podíamos ver a estrada que dá em Edenis, do lado de fora da muralha, um acampamento thri-kreen toma conta do lugar.
—Está cheio deles, e pelo visto já começaram a comer a vegetação ao redor! —Disse Jonathan analisando a região.
—Entrar na cidade vai ser complicado, podemos usar magia de transfiguração, mas os detectores de magia seriam alertados! —Disse olhando para as luzes da cidade.
—O que está acontecendo ali? —Melyyna apontou.
Do outro lado do acampamento, vimos uma pequena instalação, do lado de fora há uma fila com vários vanires. Notamos também que os que estão entrando, mas não estão saindo por nenhum dos lados!
—Não escuto sons e não consigo ver com meu olho branco, é uma tipo de tecido que impede a minha visão! —Disse Tanya.
—Podemos não escutar ou ver, mas sinto cheiro de sangue! —Falei arrepiado.
—Eu também estou sentindo! —Disse meu pai Yoichi farejando o ar. —Acho que é um abatedouro, lembro de ter visto algo parecido quando fomos para Telarrim.
—Eu não posso acreditar que a rainha Enferma está dando seus cidadãos como alimento para esses insetos. —Harsi falou enojado.
—É isso mesmo que está acontecendo! —Disse o ser que surgiu atrás de nós!
Nós viramos rapidamente prontos para contra-atacar, o ser parecia um besouro humanoide, de certa forma ele parece um besouro Hércules da terra pelo formato do chifre em sua cabeça e sua carapaça negra, devido a forma humanoide, parece mais um ser humano com uma armadura.
—Eu não estou aqui para brigar, venho observando vocês desde que chegaram em Edenis! —Ele sentou-se na pedra. —Fico me perguntando, por que humanos estão entrando nas terras dos vanires de forma sorrateira e tão suspeita? —Ele perguntou sarcasticamente. —Tenho duas hipóteses para reposta de vocês, a primeira é procura de informações que deem vantagem para seus aliados e a segunda hipóteses é assassinato!
Não movemos um musculo, mas com uma análise detalhada, pude notar que ele não possui poder magico algum, seria fácil derruba-lo.
—Posso imaginar que querem me derrubar, mas isso não seria producente, já que eu estou do lado de vocês! —Disse o thri-kreen.
—Você fala muito bem a nossa língua, ainda mais para um thri-kreeano! —Meu pai respondendo fechando o punho.
—Eu vivo nesse continente a muito tempo, minha família veio para Azuria a mais de 300 anos, diferente de Telarrim, não somos destruidores! —Ele respondeu cruzando as pernas.
—Tem alguma prova disso? —Perguntou Melyyna pronta para atacar.
—Tenho sim, vivemos no subsolo dessas montanhas geladas, tem uma civilização com um pouco mais de 200 mil coleópteras vivendo em Azuria pacificamente, possuímos uma democracia, não temos reis ou rainhas, não possuímos magia, nossa tecnologia ainda é obsoleta, mas nossa medicina é boa o suficiente, sou o sexto filho do guerreiro coleóptera mais forte de Arthropoda. —Ele respondeu com orgulho.
—Isso não parece mentira para mim, por mais que não consigo ler suas feições devido o capacete ou carapaça, seu tom é calmo, mas ainda é difícil de acreditar! —Disse meu pai Alan curioso.
—Sei que os humanos chegaram em Azuria um pouco mais de 10 anos, seis que houve uma expedição dos primeiros humanos nessa terra a mais de 12 anos, nós coleópteras, nos mantivemos escondidos, escondidos das raças viventes de Azuria e da nossa própria raça! —Ele falou com nojo do thri-kreen.
—Você fala como se a sua própria raça… —Reformulei o comentário para uma pergunta. —Fosse inimiga?
—Está certo jovem, eles são nossos inimigos, já que o coleópteras eram nada mais que alimentos para todas as sub-raças thri-kreens, pode não parecer, mas a carne de um coleóptera é saborosa e nutritiva, meus antepassados para fugir daquele destino, evoluíram para fugir de Telarrim, sabíamos que os residentes de Azuria não gostam da gente, então nos escondemos. —Ele olhou para o acampamento. —Agora estamos reunindo nossos exércitos para impedir que a rainha Bereta cresça em Azuria!
Ficamos em silencio por uns minutos tentando medir a situação, não sabemos se esse ser está falando a verdade ou está mentindo. Por outro lado, a história dele parece fazer sentido.
—Qual o seu nome? —Harsi perguntou.
—Me chamo Dinasty! —Ele respondeu sem hesitar.
—Quantos anos você tem? —Novamente Harsi perguntou.
—24 anos! —Dinasty parecia interessado em algo.
—Vamos mata-lo, não confio nele! —Harsi sugeriu.
—Como assim? Não podemos mata-lo! —Repreendi Harsi.
—Não gosto do olhar dele, ainda mais quando esses olhos estão fixados em você! —Disse Harsi com ciúmes.
—O demonoide tem razão! —Dinasty se levantou. —Achei você interessante.
—Vamos mata-lo agora! —Harsi ficou enfurecido.
—Ei, se acalme! —Pousei minha mão no rosto de Harsi. —Não precisa ficar com ciúmes, você se esqueceu que você me pertence e eu pertenço a você?
—Que lastima, achei que fosse solteiro, desculpe se eu o achei interessante! —Dinasty falou de forma sedutora. —Mas mudando o foco agora, vocês querem entrar na cidade para uma das hipóteses que apresentei, eu quero entrar em Edenis para pegar informação.
—Fico me perguntando como que vocês podem ser considerados guerreiros? —Instigou Melyyna. —Você mesmo disse que sua raça era considerada alimento para o restante dos thri-kreens.
—De fato, mas tudo mudou quando chegamos em Azuria, meio que evoluímos para essa forma com carapaça, mas nãos e engane senhorita…?
—Melyyna!
—Senhorita Melyyna, essa carapaça é mais dura do que o metal mais forte desse mundo pode oferecer! —Ele completou.
Ficamos parados perdendo mais tempo, mas Dinasty acertou, viemos pegar informação e eliminar alguns traidores.
—Vamos fazer o seguinte, nos ajude a entrar em Edenis sem chamar atenção e não matamos você? —Disse meu pai. —E se tudo der certo, talvez podemos acreditar em você e caso você nos traia… —Ele fechou a cara de forma ameaçadora. —Iremos servi os thri-kreen com sua carne!
—De acordo, vamos por ali, meu povo construiu uma rede de tuneis vigia, quando percebemos que os thri-kreeanos entraram nesse continente, ficamos à espreita para qualquer evento! —Dinasty pediu para segui-lo!
Seguimos Dinasty com guarda alta, ele nos levou até uma colina com visão privilegiada da rua principal de Edenis. Dinasty chegou perto de uma rocha que na primeira vista deve pesar mais de 50 tonelada, nossa surpresa foi que ele a levantou como se fosse nada. Embaixo da rocha, há uma túnel bem iluminado, ele pediu para nós entrarmos primeiros, pois ele precisa fechar a entrada, Melyyna disse que podia fazer isso, Dinasty concordou sem reclamar. Melyyna fechou a entrada com perfeição e continuamos seguindo Dinasty até chegarmos a um potão vigiado com dois guardas da espécie de Dinasty.
—Poderoso Dinas e… —O ser insectóide nos analisou. —São humanos?
—O senhor precisa de ajuda! —O outro ser ficou em posição de ataque.
—Relaxem, eles são meus aliados, estou ajudando-os a entrarem em Edenis sem ser vistos! — Dinasty ordenou que baixassem as armas.
—Eles são confiáveis senhor? —O ser olhou para nós com desconfiança.
—Sim eles são, eles serão de grande ajuda contra a rainha Bereta e seus subordinados! —Falou Dinasty abrindo os portões.
—Não parecem ser fortes, mas se o senhor diz! —O outro respondeu com desdém.
—Vamos, esse túnel vai dar no calabouço do palácio da rainha Enferma, de lá podemos entrar no castelo sem sermos vistos! —Disse Dinasty mostrando u túnel.
Continuamos em frente e até o momento, Dinasty não mentiu, entramos no palácio pelo calabouço, a escuridão era perturbadora, porém o cheiro era muito pior, um cheiro que reconheci quando estávamos no grande deserto. Cheiro de podridão. Não há guardas no calabouço, parece que a rainha enferma prendia seus inimigos e os deixava para morrer aqui embaixo sem comida e água, Dinasty nos contou que há duas entradas nesse calabouço, a nossa frente dá na prisão do castelo, e a do outro lado ficava um armazém, mas está abandonado, ele disse que podemos usar como base. Melyyna já ficou consciente do local assim como meu pai Alan.
—Obrigado Dinasty! —Agradeceu meu pai Yoichi. —Agora temos que nos dividir em dois grupos.
—Um grupo fica responsável pela coleta de informações e o outro grupo de eliminação! —Falei pensando em algo. —Eu posso ficar no grupo de eliminação, Harsi e eu temos habilidades furtivas que podem ser uteis.
—ficaremos assim, Melyyna será parte do grupo 1 enquanto Alan fica no grupo 2 justamente pela magia de portal. —Meu pai Yoichi começou a bolar um plano. —Jonathan, Tanya e eu ficaremos no grupo 2 de Alan, ficaremos responsáveis pela coleta de informações e vocês serão o grupo de eliminação!
—Se compartilhar todas as informações que conseguirem eu não me oponho ao plano! —Disse Dinasty.
—De acordo, tudo que conseguirmos você terá uma cópia! —Ele concordou.
—Vamos começar pela sala de reuniões, fica no andar de cima, lá podemos gravar a conversa e eliminar quem deve ser eliminado! —Disse abrindo a planta do palácio. —Acredito que aqui deva ficar os arquivos secretos de Edenis, lembro de ter vindo na biblioteca e havia um escritório onde só a rainha e o bibliotecário podem entrar!
—Entendido! —Meu pai cronometrou o relógio. —20 minutos, assim que o tempo acabar, temos que voltar para esse local independente se conseguiu ou não completar seus objetivos, entenderam?
Todos concordaram e seguimos com o plano, conheço bem as habilidade de Melyyna e de Harsi, mas fico incerto com as habilidades de Dinasty. Do lado de fora ele pode ter mostrado um pouco da sua força física, mas fica o questionamento, do que mais ele é capaz?
Há guardas em todas as esquinas, com ajuda da magia de sombras de Harsi, passamos por eles sem nos perceberem. A sala de reuniões é uma sala enorme e bem fechada, nada pode entrar sem o comando de voz da rainha Enferma, porém, a tecnologia vendida para ela é antiga e essa sala não possui detectores de magia, podemos atravessar sem problemas.
Do lado de dentro, vemos a sala cheia, mas o que mais chama atenção é a rainha Thri-Kreen, uma insectóide linda, mas parecer ser bem perigosa, ela se parece com uma mariposa-luna da terra.
—Então a situação de Tartaria está perdida, não podemos fazer nada agora! —Disse Grida enfurecida.
—Não entendo como que conseguiram errar um alvo tão fácil como seu sobrinho, um demonoide grande e vermelho! —Disse Enferma em tom de deboche.
—Não viemos aqui para brigar, estamos aqui para negócios, por mais que a mina de diamantita ficou um pouco longe de nossas mãos, ainda podemos virar o jogo. —Disse o Chotla.
—A situação de Gehena esfriou, contávamos com a vitória de Metarai… —Khidel suspirou. —Mas concordo com Chotla, podemos virar o jogo agora que temos a rainha Bereta a nosso favor!
Todos presentes na sala olharam para Bereta com sorrisos sádicos e nojentos.
—Tenho que agradece novamente pelo alimento fornecido rainha Enferma, fazia tempo que não comia carne de verdade! —Bereta agradeceu se curvando.
—Peça o quanto quiser, o vanirianos que estamos dando são traidores e inimigos do meu governo, não passam de escoria! —Respondeu Enferma.
—Fico agradecida, agora sobre meus exércitos! —Ela se levantou. —Temos um pouco mais de 2 milhões de soldados prontos para avançar, infelizmente não posso atravessar meus soldados pelo mar do sul, está sempre vigiado por humanos com sua tecnologia avançada, meus amigos Sereianos e Tritanos também não conseguem passar, nossa única opção é atravessar pelo mar do leste, mas levaria dias até chegar ao porto de Phantosia.
—Ainda temos a reunião do conselho dos líderes de Azuria, pelo que fiquei sabendo antes de sair de Tartaria, Vycanis o rei de Zoaanima foi convidado e deve ter chegado em Magicia. —Respondeu Troi mostrando uma lista de convidados. —Outra mudança é o Alco, ele continua sendo o rei, mas quase sem poder algum, ele vai estar na reunião.
—Vamos usar a reunião como plano A, a reunião será usada como porta de entrada da rainha Bereta em Azuria, só iremos precisar de 5 votos a favor de sua entrada! —Respondeu Chotla.
—Era para termos 4 votos, mas não conseguimos controlar a mente de Alco, 5 com Gatro no comando de Gehena! —Disse Enferma.
—Qual o plano B? —Questionou Bereta.
—Uma invasão secreta, parte dos soldados thri-kreeanos já estão em Azuria, conseguimos trazer um pouco mais de 100 mil para Edenis e tem mais 300 mil em Phantosia, com sua ordem majestade Bereta, esses soldados podem atravessar o continente as escondidas até Tartaria! —Disse Khidel com orgulho.
—Então, em solo Azurianos temos 400 mil thri-kreeanos prontos para combate! —Disse Bereta com um sorriso crescendo em seu rosto. —O plano B é interessante, mas proponho mudanças!
—Quais mudanças a majestade deseja! —Perguntou Enferma.
—Tenho já um exército em Azuria, os melhores e mais mortais thri-kreeanos já criados pelas castas do meu império…
Eu senti que algo de ruim vai acontecer, Bereta rodeava seus aliados com um sorriso maligno. Havia algo estranho dentro da sala, algo que não percebi até fixar meus olhos em volta das cadeiras dos presentes na sala, uma espécie de fio translucido e fino rodeava a sala.
—Sabem que meu império está com falta de alimentos, ainda mais alimentos vivos e nutritivos, fico grata a Enferma pelo alimento, mas meus exércitos precisam de mais! —Bereta fez um simples movimento e todos sentados ficaram pendurados.
—O que está acontecendo, achei que fossemos aliados! —Gritou Enferma.
—Mas é claro que somos aliados minha cara, mas essa aliança só fara sentindo mesmo se vocês se tornassem o alimento do meu povo!
A visão a seguir é agoniante, todos que Bereta enrolou com seus fios mortais, foram despedaçados com um simples puxar de fios. As portas abriram de repente com seus soldados se alimentando dos guardas, em uma língua desconhecida, os soldados de Bereta saíram para fora com ordens para fazer algo!
Melyyna abriu um portal para o calabouço abandonado e rapidamente abrimos o comunicador.
—Me digam que já terminaram? —Perguntou Melyyna Preocupada.
—Estamos acabando, o que aconteceu? —Questionou meu pai.
—Uma invasão no continente está acontecendo, precisamos informa imediatamente a Cassiopeia e evacuar Gehena e as cidades do leste com extrema urgência! —Disse Melyyna eufórica.
—Mas o que está acontecendo? —Ele perguntou novamente.
—Bereta, a rainha dos thri-kreen matou todos na sala de reunião, está para acontecer um massacre em Edenis e não podemos fazer nada no momento. —Respondeu Melyyna.
—Entendido, estamos voltando agora!
Um portal se abriu, meus pais e meus tios saíram dele com as informações adquiridas.
—Ela é mais astuta do que imaginávamos, o que ela não nos disse em Telarrim, ela disse aqui, Bereta já planejava algo e colocou em prática! —Disse Melyyna preocupada.
—Não podemos fazer anda mesmo para ajudar os cidadãos de Edenis, todos eles vão morrer se não fizermos algo! —Disse Tanya.
—A sala de anúncios! —Falei pensativo. —Próximo a sala de reuniões existe uma sala onde acontece os anúncios do reino de Edenis, podemos avisar o povo para sair da cidade!
Rapidamente Melyyna nos levou de volta para sala de reuniões, agora uma piscina de corpos e sangue. Os corredores estão vazios, aproveitamos a deixa e corremos para sala de comunicações, a aparelhagem está intacta, mas o vanires que estavam dentro estão aos pedaços. Ligamos os aparelhos e comunicamos os cidadãos, do lado de fora podíamos escutar gritos de desespero, os soldados de Edenis começaram um contra-ataque contra os thri-kreens e de repente, escutamos um som estridente.
—Esse som… —Dinasty parecia perturbado. —Acho que a rainha não gostou desse aviso.
—Melyyna, abra um portal para Gehena agora mesmo!
Entramos em Gehena e fomos direto para Synice, alertamos sobre o ocorrido. Synice não acreditou de primeira até mostrarmos os vídeos gravados, ela deu a ordem para uma evacuação em massa, para Magicia. Com autorização de Cassiopeia, Melyyna e meu pai Alan abriram um portal para evacuar toda Gehena.
—E os vilarejos ao redor? —Harsi perguntou.
—Já dei a ordem pelo rádio, a evacuação já começou por lá! —Disse Synice arrumando os documentos em sua mesa.
—Desculpem, mas eu preciso voltar, meu povo está no subsolo, preciso avisa-los! —Disse Dinasty preocupado.
—Você já aprendeu magia espacial? —Perguntou meu pai Yoichi.
—Sim, graças a tia Melyyna! —Falei agradecendo a Melyyna. —Pronto, já tenho o que preciso!
—Perfeito, leve Dinasty de volta e aguarde posição, acho que vamos precisar de você para abrir um portal para Magicia! —Ordenou meu pai. —Dinasty, informe seus superiores, creia que iremos precisar da ajuda deles!
Abri o portal na colina de antes, eu quero ter uma visão de Edenis e ver se o povo está conseguindo resistir, mas o que estamos vendo é um completo massacre. Por mais que os vanirianos tenham tecnologia e magia, o exército thri-kreen subjugou toda Edenis. O cheiro de sangue pairava no ar, os gritos de desespero e terror ecoavam pela cidade em chamas.
—Vamos, temos que sair daqui e avisar meu povo! —Disse Dinasty empurrando a rocha.
Seguimos pelos tuneis e tomamos outra direção, a corrida foi um pouco longa e percebi que estamos em uma profundidade onde o sinal de rádio não vai chegar. Dinasty disse que existe uma cadeia de tuneis criados pelo seu povo, mas ele não disse que essa rede de tuneis é complexa demais, parecia que estamos correndo em círculos. Chegamos em uma grande porta de rocha magmática bem resistente, Dinasty se aproximou da grande porta e um pequena abertura se abriu, do outro lado havia outro da raça de Dinasty. A conversa perdurou por mais de 4 minutos, Dinasty parecia furioso, ele havia conseguido convencer que Harsi e eu somos aliados e a grande porta começou a se abrir.
—Desculpem por isso, não costumamos receber visitas! —Disse Dinasty exaurido pela conversa. —Bem-vindos a Arthropoda.
A grande porta se abriu mostrando a civilização de Dinasty, uma civilização bem avançada e organizada, ruas bem construídas, edifícios que se conectavam com o topo da gigantesca caverna, luzes e uma rede de transporte interessante. Aquilo parecia uma utopia embaixo da terra, algo nunca visto antes.
A população de coleopteranos nos olhava com suspeita, logo alguns soldados chegaram de repente, conversaram com Dinasty e nos acompanharam até a cidadela de Arthropoda. La dentro, mais olhos curiosos pairavam sobre Harsi e eu, Dinasty falou a verdade, eles não recebem visitas da superfície. Dinasty pediu para nós dois aguardamos do lado de fora do gabinete do atual presidente de Arthropoda e pai de Dinasty.
Ficamos olhando para o soldados que nos trouxeram aqui, eles só nos observavam e não falavam nada, de repente, o silencio foi cortado pelo Dinasty nos convidando.
—Sejam bem-vindos a Arthropoda, meu filho me contou sobre o que está acontecendo na superfície, ele disse que vocês são confiáveis! —Disse o ser com a armadura.
—Obrigado por nos receber presidente, nós fomos enviados para guarda posição em sua cidade e ajuda-la em uma possível evacuação! —Falei prestando respeito.
—Evacuação… —O ser se levantou e olhou para fora. —Quem diria que Bereta chegaria a Azuria, pode ser que Azuria já esteja fadada a cair!
—Com todo respeito senhor, acho que o senhor subestima demais o povo da superfície! —Falei convicto da derrota de Bereta.
—Eu não estou subestimando o povo da superfície, não me entenda mal! —O capacete que o presidente se retraiu mostrando seu rosto humanoide. —Só estou dizendo que se Bereta chegou em Azuria, teremos poucos dias para agira!
O rosto do presidente é humanoide, de fato eles se parecem com humanos, mas acinzentados e é claro, os chifres de um besouro-hércules da terra, só que mais atraente… Dinasty se juntou a ele retraindo o capacete, seus rostos se aprecem, porém, a idade se destoa.
—Meu nome é Cerni atual presidente de Arthropoda e estou no meu 4 mandato! —Ele se apresentou.
—Prazer em conhece-lo senhor Cerni, me chamo Naoto Serpherio Yukimura, mago de elite superior de Magicia. —Me apresentei formalmente.
—Sou Harsi-Ram, príncipe herdeiro de Tartaria e mago de elite de Tartaria. —Harsi se curvou.
—Eu sei bem quem são vocês, poderosos humanos e os robustos demonoides, a aliança entre o povo de vocês é formidável, mas me pergunto se o povo de vocês aceitariam o meu povo? —Cerni questionou.
—Acho que posso falar pelos dois povos! —Olhei para Harsi que concordava. —Senhor Cerni, não vou negar que existe preconceito interracial, nós fomos recebidos de braços aberto e estamos de abraços abertos para outras raças, existe uma minoria que não aceita isso, eu admito, mas a maioria é favor, olhe para nós dois, iremos nos casar em breve, dois homens de raças diferentes irão se casar! —Faleis apertando a mão de Harsi. —Uma boa conversa pode abrir portas e esclarecer dúvidas, e é por isso que estamos aqui senhor, como mago de elite de Magicia, tenho autoridade para dizer que vocês são confiáveis, meu testemunho e o testemunho de um príncipe é mais que suficiente para acalmar as dúvidas daqueles incertos.
—Isso é admirável senhor Naoto, é admirável… —Ele sentou-se. —Me conte o que viram!
Mostramos o vídeo e com o Dinasty confirmando tudo, Cerni ficou calado pensativo. Ele se levantou e pegou uma aparelho que parece um rádio e acionou alguns botões do aparelho. Minutos depois, 3 seres entraram no gabinete se apresentando como generais e disseram que os preparativos estão prontos.
—Senhor Naoto, eu quero pedir um favor! —Ele se dirigiu a mim. —Consegue contato com seu povo, quero fazer negócios e se possível criar um plano de evacuação.
—Claro senhor, só iremos precisar de sinal, nossa tecnologia é boa, mas ainda limitada. —Falei mostrando o nosso rádio. —Mas por curiosidade, por que a mudança repentina?
—A rainha Bereta que você mostrou, não é a rainha Bereta que o meu tataravó me contou, essa é diferente, claro, já faz mais de 300 anos que os primeiros coleópteras saíram de Telarrim, pode ser que a antiga Bereta tenha falecido, essa Bereta é nova e mais poderosa, a antiga não usava fios da casta dos loxosceles, esse fio corta qualquer coisa! —Ele falou preocupado.
—Interessante! —comentei curioso. —Senhor Cerni, como vocês evoluíram? Pelo que sei, vocês eram considerados comida.
—Sim, nós éramos comida dos thri-kreeanos por sermos fracos demais para lutar, antigamente não tínhamos essa carapaça, o medo fez a minha raça evoluir e graças a essa evolução conseguimos sair de Telarrim, e a cada geração as carapaças ficavam mais duras e poderosas, meu filho Dinasty possui a força e a carapaça mais forte de Arthropoda atualmente, justamente por ser o meu 6 filho. —Ele respondeu com orgulho.
—Entendo… —Fiquei pensativo por um instante. —Se essa rainha Bereta é nova, então ela de certa forma evoluiu, ela tem agilidade fora do comum, força fora do comum e inteligência fora do comum dos thri-kreeanos, agora entendo o que o senhor disse sobre Azuria estar condenada, temos que informar Cassiopeia imediatamente, mas aqui no subsolo não vou conseguir sinal, não acredito que farei isso, mas é necessário!
Me levantei e abrir um portal direto para o gabinete de Cassiopeia que por sinal está com minha irmã e a equipe dela presentes na hora. Todos ali se assustaram ao me ver, o sinal de magia desconhecida tocou por todo complexo, Cassiopeia parecia furiosa.
—Desculpe minha interrupção Maga suprema, mas é de extrema urgência!