Magos - Capítulo 29





Entrei no meu quarto enquanto meu pai e minha irmã saiam do quarto fechando a porta atrás de mim. Olhei para o Harsi e realmente ele está lindo, as flores e o perfume são atrativos e me dão um certo conforto. Olhando em seus olhos percebi do que se tratava, ele deve ter sofrido muito enquanto eu estava no hospital.
—Naoto, seja bem-vindo de volta! —Ele se aproximou e entregou as flores. —Eu pedi que seus familiares saíssem, pois eu tenho um pedido a fazer. —Ele pegou em minhas mãos e olhou fixamente em meus olhos. —Viramos grande amigos na infância, e na puberdade nos tornamos mais que amigos, desde que eu era adolescente, eu já olhava diferente para você, não sabia exatamente o que era, mas sabia que era algo bom, quando oficialmente nos tornamos namorados eu entendi o porquê de eu olhar diferente em você. —Harsi encostou sua testa a minha. —Você é minha alma predestinada e quando você sofreu aquele incidente no deserto eu sentia que estava te perdendo, eu sofri quando você sofria na mesa de cirurgia, eu sentir suas dores e angústias, mas de repente essa dor e sofrimento desapareceram, pois havia um imagem em minha mente, parecia você, mas ao mesmo tempo não era você, era alguém mais velho que estendeu a mão para mim e me abraçou, eu não sei quem era, mas podia sentir um amor por você e com um estalar, minha cabeça foi de 0 a 100 muito rápido, já está na hora de fazer esse pedido, pois é você que eu amo e não quero te perde então, Naoto Yukimura Serpherio você quer casar comigo?
Aquelas palavras inundaram a minha mente de várias formas, eu não sabia o que pensar, seus sentimentos são fortes demais e eu posso sentir. Harsi é o homem da minha vida e farei tudo o que estiver no meu alcance para fazê-lo feliz.
—Harsi, se lembra do dia em que nos tornamos namorados? —Ele assentiu positivamente. —Era um dia chuvoso e você estava triste, pois era o dia em que você perdeu a sua mãe, você estava frio e distante, mas naquele dia em questão havia uma coisa diferente, eu estava ao seu lado lhe dando apoio e você olhou para mim e me beijou, mas em vez de te afastar, eu retribuir! —Segurei sua mão. —Foi o meu primeiro beijo e daquele dia em diante fizemos uma promessa de que sempre estaríamos juntos, não importa o que fosse sempre apoiando um ao outro. —Dei uma pequena risada. —Jurei para mim mesmo que eu que teria que fazer o pedido, mas você foi o primeiro de novo, mas não importa, mas e sabe por quê? —Me aproximei de seu rosto. —Porque eu aceito ser seu marido pelo resto da minha vida!
Harsi deixou cair o buque de flores e me beijou apaixonadamente, paramos um pouco para respirar e antes que a coisa esquente. Ele foi até a cômoda e pegou uma pequena caixa e se aproximou.
—Diferente dos humanos, não usamos alianças para provar que estamos juntos, mas dessa vez eu quis fazer diferente. —Ele abriu a caixa e nela continha dois anéis e dois colares com uma pedra diferente. —Essas joias simbolizam a nossa união, são feitas de diamantitas vermelhas, são muito haras e difíceis de esculpi ainda mais em formato de aliança, uma é para mim e a outra é para você e para manter a tradição do meu país, esses colares também são feitos da mesma pedra, para formalizar a nossa união, eu irei colocar essa aliança em você junto com o colar e você fará o mesmo em mim!
Ele pegou a aliança e encaixou no meu dedo anelar esquerdo, logo ele colocou o colar em meu pescoço. Assim que ele fechou o colar foi a minha vez, coloquei primeiro a aliança em seu dedo anelar esquerdo e quando fui colocar o colar em seu pescoço senti um formigamento na minha mão e pescoço, não sabia o que era, mas era algo bom e aconchegante.
—Você deve estar sentindo um formigamento, não está? —Ele perguntou feliz. —Olhe para sua mão!
O anel havia desaparecido, mas em seu lugar, há uma tatuagem no formato da diamantita e mais acima está o nome de Harsi escrito em demonoide, fui até o espelho e baixei a gola da blusa e o mesmo havia acontecido com o colar só que um pouco diferente, parecia uma tatuagem tribal com nossos nomes entrelaçados.
—A diamantita tem propriedades magicas, eu usei um encantamento que fortalecimento e melhorei a forma tradicional de pedido de casamento do meu país colocando nossos nomes! —Ele mostrou o dedo anelar. —Além disso, a diamantita fortalece nossos corpos!
—Harsi isso é incrivel! —Falei emocionado. —Isso é perfeito!
—Vamos descer, preparamos uma pequena festa com comes e bebes! —Ele disse segurando minha mão.
—Mais tarde vamos nos divertir a sós! —Sussurrei em seu ouvido.
Comemoramos com o restante da família e mais a noite, Harsi e eu tivemos o nosso momento de intimidade. Uma noite inesquecível de luxuria e prazer imensurável, uma corrente elétrica percorria pelo meu corpo a cada toque de Harsi, era como se o prazer tivesse aumentado. O nosso suor misturado aumentava cada vez mais, realmente é uma noite inesquecível.
Nas semanas seguintes, meu pai me contou sobre o que está acontecendo com o clã, Harsi não gostou da situação, mas se manteve ao meu lado, aproveitamos as férias forçadas das missões para se preparar melhor para as batalhas, Vera e eu seremos os únicos pela casa dos lobos e podemos ficar em desvantagem contra minhas tias-avós, por outro, minha tia Yumi, está do nosso lado e suas netas irão se aliar a mim e a Vera. Nesses treinos pude contar com Vera e sua equipe e Harsi que demonstrava um controle muito melhor com a magia elemental da escuridão, até meu pai que domina o elemento está surpreso com desenvolvimento de Harsi.
—Amanhã estaremos de folga dos treinos! —Disse Harsi tentando me acertar com golpes.
—Sim, é um alívio depois de uma semana inteira sem parar. —Falava enquanto desviava dos ataques.
—Meu pai quer fazer um jantar para comemorar a nossa união e é um pretexto para terminar meus afazeres como príncipe demonoide! —Disse Harsi cansado.
—Eu já havia falado com ele sobre isso, já que eu ire me tornar membro da família real demonoide eu preciso me atualizar com meus deveres como duque de Tartaria. —Disse enquanto pegava uma toalha para nós dois.
—Para ser sincero, eu quero morar aqui em Magicia, eu tenho mais privacidade e liberdade aqui do que em Tartaria… —Disse Harsi pensando em algo.
—O que foi? —Perguntei curioso.
—É… Era isso que eu estava pensando, vamos ter que morar no palácio e acho que você não vai gostar muito! —Falou Harsi preocupado.
—Mas eu já dormi no palácio de seu pai, qual o problema? —Perguntei bebendo água.
—Eu esqueci de mencionar que praticamente não teremos privacidade depois que nos casarmos! —Ele falou hesitando.
—Fala logo! —Eu intimei.
—Então, depois da cerimônia deve acontecer o ato de consumir o casamento, seremos levados para nossos aposentos onde… —Harsi novamente hesitou em falar.
—O que? Fala logo Harsi, está me deixando nervoso! —Falei preocupado.
—Tudo bem, vamos ter que transar na frente de uma plateia… —Ele falou com vergonha.
—Que? —Minha mente foi a mil. —Como assim de frente para uma plateia?
—É uma tradição do meu povo, ver um casal consumir o casamento na frente de uma plateia é para mostrar a virtude do casal e é uma forma de testar a compatibilidade além de verificar se são saudáveis para gerar filhos… —Disse Harsi escondendo o rosto atrás da toalha.
—O povo demonoide sabe que somos dois homens? —Perguntei ansioso. —Eles sabem que não podemos ter filho, somos dois homens!
—Sim, eles sabem disso, mas é uma tradição que não pode ser quebrada. —Ele falava com medo.
—Espera… —Meus pensamentos borbulhavam em pensamentos. —Essa plateia é composta por quem?
—É… Como eu posso dizer… —Harsi se encolhia ainda mais na parede.
—Desculpa em escutar a conversa de vocês! —Disse Unisio se juntando a conversa. —Harsi tá falando da tradição esquisita demonoide que vocês devem transar na frente de suas famílias?
—Mas nem por um caralho que irei fazer isso na frente da minha família! —Falei alto.
—Espera, estou tentando mudar isso, até meu pai concorda que a tradição é estranha, mas os anciões conservadores exigem isso! —Harsi tentava se explicar.
—Não posso julgar as tradições de nenhum dos povos de Azuria, afinal os Archanjus transam nos céus… —Disse Unisio rindo.
—Você está brincando né? —Perguntei surpreso.
—Não, mas é só no caso de terem filhos, muitos acreditam que transar nos céus trará um filho forte e saudável! —Disse Unisio dando de ombros.
—Mas Naoto, pode ficar tranquilo, até lá iremos mudar essa tradição, mas não vamos poder escapar de consumir o nosso casamento! —Disse Harsi me pegando por trás.
—Pare Harsi, estou suado! —Falei tentando sair de seus braços.
—Gente, eu ainda estou aqui! —Disse Unisio com cara de julgamento.
—Desculpe é que não consigo deixar meu homem sem meu abraço carinhoso! —Falou Harsi carinhosamente.
A semana foi passando e o dia das batalhas chegou, a arena está pronta para ser usada. O estilo de batalha será um “Battle Royale” entre os membros escolhidos do clã Yukimura, e para minha sorte e de Vera, foi decidido de última hora que até 5 membros de cada ramificação pode participar, mas ainda assim, Vera e eu estaremos em desvantagem numérica. Vovô Yoshi está preocupado com a situação da arena, pois até ontem a arena foi inspecionada, mas com a mudança do formato a arena também foi alterada propositalmente.
—Os jogos irão começar em breve e quero que vocês fiquem em alerta! —Disse meu pai.
—O pai de você tem razão, não sabemos que armadilhas minhas irmãs colocaram na arena, suas primas Yumeko, Yori e Yoshie estão cientes da situação e irão ajudá-los a vencer, mas tomem cuidado com os primos por parte da Yuriko e Yoki, seus primos são mais velhos e tem mais experiencia especialmente a Shigeko! — Disse o vovô Yoshi.
—Nunca gostei da Shigeko, ela nos olhava como se fossemos a escória do clã. —Disse Vera com raiva.
—Eu nunca gostei é do Riki! —Falei preocupado.
—Ele também é outro que precisam se manter em alerta, outra coisa que precisam saber, a arena será fechada, ou seja, iremos acompanhar as batalhas através de câmeras então já sabem! —Vovô nos alertou.
—Naoto, tome cuidado e você também Vera, estaremos na torcida! —Disse Harsi me abraçando.
Vera e eu seguimos para arena e ficamos esperando o sinal de entrada. Vera e eu estabelecemos um link mental, assim podemos conversar sem precisar abrir a boca e revisamos rapidamente a nossa estratégia. O sinal ecoou pela arena e logo os portões se abriram, Vera e eu seguimos direto para o centro da arena. Eu fico fascinado com tecnologia usada na arena, parece uma floresta subtropical de verdade. Durante o percurso Vera parou de repente e indicou que há inimigos a frente, Vera se transformou em uma cobra por completo e rastejou silenciosamente enquanto eu fiquei atrás me misturando a vegetação.
—O que você vê? —Perguntei analisando a área.
—Vejo duas pessoas, dois homens e parecem que estão caçando. —Disse Vera se aproximando mais. —Consigo enxergar melhor os alvos.
—Quem são? Não consigo sentir pelo cheiro, tem algo no ar. —Falei farejando o ambiente.
—São nossos primos por parte da tia Yuriko, Fuyuki e Katsuo realmente estão caçando e, Katsuo está jogando uma espécie de toxina no ar para impedir o cheiro deles! —Disse Vera se estabelecendo em uma moita.
—Sim, eu estou bem em cima deles e pelo visto não perceberam a nossa presença! —Disse enquanto deslizava nas copas das arvores.
—Posso dobrar de tamanho e nocautear Fuyuki! —Disse Vera se preparando para dar um bote certeiro.
—Pode avançar, eu paro Katsuo! —Disse aprovando o plano.
Sem demora, Vera dobrou de tamanho envolvendo Fuyuki e aplicando uma toxina em seu pescoço e antes de Katsuo revidar, saltei de cima da arvore caindo sobre ele, o nocaute foi perfeito.
—Menos 2! —Falou Vera voltando ao normal.
—Vamos continuar seguindo para o centro da arena, no caminho podemos pensar em uma forma de derrotar a Shigeko e o Riki. —Disse mantendo a guarda alta.
—Eles serão difíceis, mas iremos derrotá-los! —Disse Vera seguindo em frente.
Fiquei alguns metros atrás de Vera, usamos essa estratégia para dar brecha par ao inimigo se aproximar sem perceber que temos um contra-ataque forte. A frente escutamos um estrondo muito forte e um grito de uma mulher que parece estar agoniada. Ao escutarmos o grito, Vera e eu aceleramos o passo e averiguar a situação e quando chegamos nos deparamos com uma cena grotesca, nossas primas estão lutando contra Shigeko e Riki ao mesmo tempo. Yumeko e Yoshie estavam lutando contra os dois enquanto Yori está no chão agonizando de dor e perdendo muito sangue.
—Naoto, de apoio a Yumeko e a Yoshie enquanto ajudo com as feridas de Yori. —Disse Vera usando magia de cura.
Entrei na linha de frente usando repulsão afastando Shigeko e Riki.
—Vocês estão bem? —Perguntei sem desgrudar os olhos dos inimigos.
—Chegaram em boa hora, conseguimos derrotar os outros membros do clã, mas esses dois estão carregando a batalha nas costas. —Disse Yumeko com o braço ferido.
—Entendo, esses dois são muito fortes, mas agora são 3 contra 2, peguem o Riki e eu cuidarei da Shigeko! —Elas concordaram.
Nos dividimos, Yumeko e Yori avançaram contra Riki sem piedade enquanto Shigeko me avaliava pensando no que iria fazer.
—Soube que você vai se casar com o príncipe demonoide, primo Naoto! —Ela começou. —Tão jovem e tão tolo, bem que a vovó Yuriko tem razão, os lobos estão se misturando demais e tornando vira-latas! —Ela provocou.
—Por favor Shigeko, você é uma mulher formada e bem-educada, não precisa usar de provocações para demonstrar sua insatisfação por não ser líder da casa das águias. —Retruquei. —Mesmo sendo poderosa e experiente em combate físico, continua sendo a segunda.
—Garoto, você é tão jovem, mas tão idiota! —Ela riu. —Irei esmagá-lo, mas não se preocupe, dessa fez farei pior do que aconteceu no deserto!
Com uma velocidade incrivel, ela se aproximou tentando acertar um golpe certeiro. Conseguir desviar, mas a velocidade dela é superior à minha e logo ela preparou um segundo golpe e dessa vez foi certeiro no meu estomago. Ativei o oculari para enxergar melhor seus movimentos, a magia de aprimoramento que Shigeko usa é superior e muito poderosa, ela aprimora sua velocidade e força física de forma invejável, mas ainda assim é fácil de prever com os meus olhos. Antes do próximo ataque, ativei o aspecto da serpente, assim eu fico páreo contra Shigeko.
Vera curava as pernas de Yori que estava rasgada, o sangramento parou, mas ela não podia mexer as pernas, os tendões e nervos da área foram danificados e só voltaria a andar cirurgicamente.
—Obrigado Vera, eu estou fora da batalha, vá ajudá-los eu já me rendi! —Disse Yori conformada com a derrota.
—Se cuide, minha tia vai ajudar você! —Falei abraçando-a.
Vera se despediu de Yori e veio em minha direção disparando rajadas de bolas de fogo, eu rapidamente me agachei e Shigeko sem reação não conseguiu desviar dos ataques de Vera. Em meio a fumaça Shigeko surge na forma humanoide parecendo uma harpia, ela nos olhava como se fossemos suas presas prontas para o abate. Shigeko disparou em nossa direção, mas Vera e eu contávamos com esse ataque, pois em meio a fumaça coloquei uma armadilha e Shigeko caiu nela. A armadilha se chama correntes de Hefesto, entretanto, sabíamos que as correntes não iam segurá-la por muito tempo, mas dava tempo suficiente para a nossa transformação. Desde pequenos treinávamos sem parar as transformações do nosso clã e com isso, Vera e eu conseguimos misturar as duas magias de sangue, aspecto da serpente e animalia, com as duas magias de sangue unidas trazendo de volta as quimeras, hoje as quimeras existem, uma mistura de lobo com serpente.
—Fazia tempo que não usava essa magia! —Falei enquanto avaliava meu corpo.
—Vamos acabar com ela! —Disse Vera animada.
—Quimeras? —Disse Shigeko. —Bem que a vovó disse para não os subestimar, mas será que isso é suficiente para me derrotar?
—Na verdade essa batalha já acabou no momento em que transformamos, se você não percebeu, Riki já foi derrotado! —Falei apontando para Riki caindo ao chão e cuspindo sangue enquanto Yumeko e Yoshi batiam em retirada.
—O que fizeram com Riki? —Ela perguntou surpresa.
—No momento em que entramos na luta eu estava suando veneno que ao entrar em contado com o ar evapora com facilidade, Yumeko e Yoshi já haviam tomado um antídoto, mas se ficarem muito tempo na área, o veneno ia se sobressair sobre o antidoto. —Expliquei com um sorriso sarcástico no rosto.
—Você também foi envenenada, daqui a pouco o veneno fará efeito! —Disse Vera se preparando para atacar.
Shigeko se soltou das correntes e avançou em minha direção espumando de raiva, logo eu avancei em sua direção. Me choquei contra Shigeko que tentava acertar suas garras em meu peito, mas minha cauda enrolou em seu corpo a imobilizando, Vera entendeu e avançou sobre as costas de Shigeko jogando veneno causticante em seu rosto. Shigeko gritava de dor, pois o veneno que Vera usou é neurológico fazendo que todos os nervos de seu corpo causassem uma dor insuportável. Nesse meio tempo, eu a desenrolei como um ioiô jogando contra uma arvore que só piorou a dor em seu corpo, logo o veneno que já corria em seus pulmões fez efeito, ela vomitava sangue aos montes.
—Desistam agora ou irão ficar incapacitados para sempre! —Disse Vera voltando a forma humana.
—Eu desisto! —Disse Riki tentando ficar sentado.
—Fique de olho da Shigeko, irei dar o antidoto para Riki. —Falei seguindo na direção de Riki.
—Então Shigeko, como vai ser? —Disse Vera vendo Shigeko se contorcer.
Me aproximei de Riki enquanto preparava o antidoto, Yumeko e Yoshi chegaram para dar apoio e ficaram de guarda.
—Quanto tempo em Riki? —Disse enquanto injetava o antidoto em seu pescoço.
—Nunca pensei ser derrotado por vocês! —Ele voltou a respirar melhor. —Confesso que eu queria lutar contra você!
—Estratégia meu primo, mas sabe? —Coloquei minha mão sobre seu ombro. —Eu tinha raiva de você desse que eu era criança, você me olhava com desprezo e falava coisas horríveis sobre meus pais e quando você comemorou a morte do meu pai Alan, comecei a ter raiva de você e do restante da família secundária, exceto pela parte da família da tia Yumi.
—Passado! —Ele respondeu.
—Sim, de fato ficou no passado, mas a raiva ainda permaneceu e seu lutasse contra você, a raiva dentro de mim tomaria conta e eu perderia a razão! —Falei com tranquilidade. —No entanto, ainda possuo uma raiva contra você e a sua família, se não fosse pela sua avó e seus pais, podíamos se tornado mais que simples primos.
—Está enganado Naoto! —Ele se levantou. —Eu não tenho nada contra você e seus pais, para falar a verdade, eu tinha é inveja de vocês.
—Inveja? —Perguntei surpreso.
—Inveja, você e sua irmã tiveram uma infância que eu desejava, vocês tiveram escolhas de se tornarem o que quiserem, infelizmente eu e meus irmão não tivemos a mesma sorte, treinávamos todos os dias e a vovó Yoki nos obrigava a lutar uns contra os outros para machucar, ela e a tia Yuriko queriam vocês dois mortos de qualquer maneira, pois elas sabem que vocês são muito mais poderosos que Shigeko e eu. —Disse Riki conformado.
—Cala boca seu traidor! —Gritou Shigeko. —Mas ele está certo em quase tudo, eu não tenho inveja de vocês, eu tenho nojo! — Shigeko falou enraivecida.
—Vai querer o antidoto ou não? Você ainda vai viver, mas irá ficar incapacitada para sempre! —Disse Vera preparando antidoto.
—Desista Shigeko e tem mais, estou à disposição da justiça, irei contar todos os podres das reuniões secretas entre as duas ramificações! —Disse Riki levantando os braços. —Vera e Naoto, eu sinto muito pelo que eu causei a vocês.
—Nós da família das serpentes também desistimos! —Disse Yumeko.
—Como vai ser Shigeko? O veneno não vai sair assim de repente! —Alertou Vera.
Nesse momento de distração, baixei minha guarda por um momento para curar as feridas de Yumeko e da Yoshi. Um momento de desleixo da minha parte por não perceber que Shigeko estava preparando um ataque escondido de Vera, Shigeko disparou dezenas de garras sombrias em minha direção antes de desmaiar, Vera e os demais gritaram para eu tomar cuidado, mas os avisos foram em vão. No entanto, o ataque surpresa de Shigeko foi interrompido pelo Harsi que surgiu de repente da minha sombra, as garras foram absorvidas pelo Harsi.
—Você deveria prestar mais atenção ao seu redor! —Disse Harsi me repreendendo.
—Disse o demonoide com uma garra fincada no ombro! —Falei com sarcasmos apontando para um dos disparos.
—É… Desculpa! —Harsi me beijou.
—Meus Parabéns, a família dos lobos ganharam as batalhas, as serpentes de Tsushima ficaram na segunda posição, as Águias-aço ficaram em terceiro e as raposas vermelhas em último lugar, entretanto… —Cassiopeia olhou para Yoshinori. —Investigamos uma conspiração nas ramificações da família Yoshinori, recebemos um dossiê com relatos e provas concretas que Yuriko e a Yoki fazem parte do grupo extremista racial de Azuria, outros membros já foram presos enquanto a batalha acontecia, mas infelizmente Yuriko conseguiu fugir durante as apreensões e sua cabeça está a prêmio, Yoki concordou em colaborar com as investigações assim como o neto dela Riki, Shigeko será presa e julgada pelos mesmos crimes cometidos pela sua avó!
—Meu irmão, a liderança continua em seu nome, você nos liderou mantendo firme a nossa família! —Disse Yumi satisfeita com os resultados.
—Sabe, em todos esses anos eu trabalhei duro, perdi minha ex-mulher para um assassino das maldições e perdi meu filho para o canalha do Claus, mas minha fé em Yoichi foi grande e ele me deu dois netos maravilhosos e um genro incrivel, mas está na hora de me aposentar e por isso deixo o comando da família Yukimura em suas mãos Yumi Yukimura, matriarca das Serpentes de Tsushima! —Disse Yoshinori entregando o nome do clã para Yumi.
—Isso é o que eu estou pensando que é? —Perguntou meu pai sorrindo sabendo de salgo.
—Isso mesmo, está na hora de contar algo para vocês! —Ele segurou a mão de Cassiopeia e a beijou. —Estou formalizando um relacionamento com Cassiopeia!
Isso foi uma surpresa e tanto, vovô Yoshi nunca demonstrou que estava em um relacionamento com a maga suprema e o que deixa ainda mais embasbacado é saber que eles estão em um relacionamento a anos, escondendo de todos. Olhei para Harsi que lacrimejava de emoção, é reconfortante ver que meu futuro marido é um homem cheio de emoções e sentimentos.
—Naoto Yukimura Serpherio, é um prazer conhecê-lo! —Disse Vycanis.
—O prazer é meu, majestade! —Respondi com educação. —Vejo que vossa alteza gostou das lutas.
—Forma incríveis, não imaginava que as batalhas em magia eram tão empolgantes! —Ele respondia cordialmente. —Esse deve ser o príncipe demonoide, Harsi-Ram, filho de Alco-Ram e herdeiro da coroa demonoide! —Ele se virou para Harsi.
—É um prazer senhor Vycanis. —Harsi abaixou a cabeça saudando-o.
—Vocês dois tem um futuro muito promissor, mas tomem cuidado com aqueles que dizem ser próximos de vocês, principalmente você, príncipe Harsi. —Vycanis se retirou indo em direção de Vera.
Vera havia mencionado que Vycanis possui a habilidade de clarividência, mas suas visões são subjetivas e podem mudar a qualquer momento o que torna o futuro quase imprevisível.
—O que ele quis dizer com isso? —Perguntou Harsi curioso.
—Eu também não entendi! —Respondi pensativo. —Veja, seu pai está aqui!
—Estranho, meu pai disse que não ia poder assistir a sua luta! —Disse Harsi confuso.
—Meu futuro genro, que batalha incrivel, vejo que meu filho está em boas mãos! —Alco me elogiou.
—Obrigado alteza, é uma honra ser elogiado pelo meu sogro. —Agradeci de forma cordial.
—Eu quero falar com vocês dois a sós, é uma questão séria sobre o futuro dos demonoides a Cassiopeia estará presente.
Acompanhamos Alco até uma das salas privadas da arena, junto a nós estava Biely-Nara, secretária das relações exteriores do país demonoide e prima de Harsi. Cassiopeia e Yoshinori vieram depois e junto a eles estava a minha bisavó Valéria que hoje é diplomata e ministra das relações exteriores.
—Vamos começar essa reunião extraordinária com a majestade do país demonoide, Alco-Ram, seu filho Harsi-Ram e sua secretária Biely-Nara. —Apresentou Valéria.
—É correto eu participar dessa reunião? Sou apenas um mago explorador. —Perguntei com preocupação pelo nível da reunião.
—É necessário que você fique, atualmente você já considerado Duque de Tartaria e é dever do Duque participar dessas reuniões. —Disse Alco.
—Muito bem, vamos iniciar a reunião do projeto de estado vassalo. —Disse Cassiopeia.
—Como dito anteriormente Maga Suprema, Tartaria tem muito a oferecer, podemos nos tornar um estado vassalo de Magicia, mas existe um problema interno em meu país. —Disse Alco com liberdade.
Essa reunião pegou Harsi e a mim de surpresa, não imaginávamos que Alco quer tornar Tartaria um estado vassalo de Magicia, isso poderia implicar em guerras internas em Tartária.
—Desculpem em interromper a reunião assim, mas o que exatamente estão pensando? —Perguntei surpreso.
—Eu também estou curioso para saber mais, o que realmente o senhor está fazendo pai? —Harsi o questionou.
—Tartaria que deixar de ser um pai e se integrar por completo em Magia, inicialmente seremos um estado vassalo e futuramente um estado da união de Magicia, quero abandonar a monarquia e dar um futuro melhor para o povo demonoide. —Ele respondeu sem hesitar. —Nosso povo cresceu muito com ajuda dos humanos, tecnologia e magia foram o gatilho para avançarmos muito, mas… —Ele hesitou.
—Mas o que? —Harsi o pressionou.
—As outras nações estão vendo o nosso crescimento como uma ameaça, príncipe Harsi. —Respondeu Biely.
—Explique!? —Questionei.
—Secretamente, os países do norte vêm fazendo reuniões sem os humanos sobre o crescimento de Magicia, a última reunião colocou em xeque o crescimento do poder bélico humano depois de acabarem com a grande tempestade. —Ela entregou puxou vários relatórios escritos a mão a mesa. —Alteza Alco e eu ficamos defendendo vocês em todas as reuniões já que somos muito próximos, entretanto, os líderes dos países e seus conselheiros colocaram a nossa nação também xeque, nos acusando de trair Azuria.
—Mas isso é ridículo, somos nações amigas, nós demonoides recebemos muito mais atenção dos humanos que as outras nações, mas foi devido a nossa proximidade! —Disse Harsi nervoso.
—Para piorar a situação, os anciões não querem aceitar seu casamento com Naoto, eles alegam que é errado essa união e farão de tudo para impedir, mas não acaba aí, nossas investigações levaram a uma milicia interna que está passando nossas informações para as outras nações o que nos coloca em perigo! —Disse Alco.
—Entendo, colocando Tartaria como um estado vassalo de Magicia, as outras nações irão recuar com medo da união sabendo que podemos vencer guerras com facilidade! —Respondi pensativo.
—Não é só isso, com os tremores da tempestade, descobrimos um deposito de diamantita gigantesco nas minas antigas, colocando Tartaria como maior produtor de diamantita de Azuria, haverá guerras por esse deposito. —Disse Biely.
—E é ai que nós entramos! —Valeria começou. —Como os senhores sabem, a diamantita é o petróleo desse planeta e quem possuir esse acervo pode se tornar muito poderoso, a diamantita pode aumentar o poder magico de um mago em 5 vezes e como os humanos compartilharam seu acervo magico para toda Azuria, os países começaram a se fortificar, nosso medo atual é o vazamento dessa informação.
—Colocando Tartaria como um estado vassalo, podemos extrair a diamantita mais rápido e fortalecer ainda mais as fronteiras de Tartaria, colocando magia em um ponto estratégico no Norte! —Disse Cassiopeia.
—Temos apoio de Tsafonia e Archerion, Gehena entrou em uma guerra civil, vários Archanjus estão descendo para Magicia e Archerion com medo da situação atual do país. —Disse Biely.
—Muito bem, eu entendi a situação e sem onde exatamente o que vocês querem comigo! —Falei já sabendo a resposta de Cassiopeia.
—Suas habilidades furtivas e seus olhos serão cruciais para evitarmos uma guerra, hoje eu pude ver de perto seu poder Naoto, pelo bem de Tartaria e meu povo eu quero que você investigue essa milicias de perto e elimine qualquer um que se opuser a nós! —Alco pediu com firmeza.
—Sua missão senhor Naoto, é entrar em Tartaria e nos outros países para acabar com a resistência! —Disse Cassiopeia.
—Esperem! —Interrompeu Harsi. —Vocês querem que Naoto coloque sua vida em risco, não posso permitir isso, por favor pai!
Harsi suplicava para impedir essa missão, ele tem medo de me perde depois do que aconteceu no grande deserto, mas essa missão é para o nosso bem. Harsi não entende que a vida dele e de todos os demonoides estão em risco, eu quero um futuro bom para ele e se derramar sangue é necessário, eu não irei hesitar, por nós dois, pelo nosso futuro.
—Senhor Alco, Maga Suprema! —Segurei a mão de Harsi que tremia. —Eu aceito a missão!