La Douce Essence D'un Oméga - Capítulo 30
“É sabido que os grandes amores, não foram feitos para durar”
– Estou em casa! – Yohan fala animado ao abrir a porta, mas logo o seu sorriso some ao ver Enarê de malas feitas.
– O que está acontecendo ? – ele o questiona confuso.
– Yohan, eu preciso falar com você. – o ômega enxuga suas lágrimas e levanta do sofá. Estava tão nervoso que nem mesmo sabia por onde começar.
– Tudo bem, pode falar! – Yohan caminha até ele e o abraça, não suportava ver o seu querido ômega tão triste.
– Eu vou voltar para o Brasil… – ele sussurra hesitante.
– E por que quer fazer isso agora ?
– Minha avó está morrendo! – o ômega se agarra ao seu corpo e chora inconsolávelmente. Para ele era extremamente doloroso saber que logo iria perde-lá.
– Eu sinto muito, Enarê! – o alfa beija o topo de sua cabeça, tentando reconforta-ló.
– Eu vou pedir férias no hospital e podemos ir juntos, okay ? Vamos ficar o tempo que você precisar…
– Não Yohan, você não está entendendo… eu vou sozinho! – o ômega se afasta e se encolhe, como um bicho voltando para dentro de seu casco.
– O que ?
– Eu não pretendo voltar para Paris… sinto muito! – Enarê funga e as lagrimas não param de sair de seus olhos, deixa-ló era uma das coisas mais dolorosas que ele já teve que enfretar na vida. Não podia lidar com isso.
– Não… voltar ? O que você quer dizer com isso ? Você precisa voltar! – o alfa o segura pelos braços e chacoalha seu corpo. Estava entrando em pânico.
– Você não pode ir! Não pode me abandonar! – ele grita desesperado, não podia aceitar a ideia de viver uma vida onde Enarê não estivesse lá.
– Minha familia é a minha maior propriedade, Yohan! – o ômega esbraveja e consegue se soltar.
– E eu não sou sua familia também ? Estamos juntos há seis anos!
– Não questione minhas escolhas quando você nem mesmo entende o que é ter uma familia de verdade. Não é culpa minha se seus país não te amam! – ao terminar sua frase, Enarê se da conta de que havia dito algo que não deveria. Não era justo tocar em suas feridas so porquê ele estava irritado, Yohan não merecia isso.
– Sim, você tem razão, eu não entendo… – ele força um sorriso e recua, aquelas palavras abriram uma velha ferida.
– Yohan, eu sinto muito! Eu não quis…
– Chega! Pare de falar! – o alfa grita irritado.
– Enarê, se você acha que pode esquecer tudo o que nós vivemos, se pensa que nunca vai se arrepender disso e nem olhar para trás. Então saia por àquela porta e nunca mais volte, essa é a sua última chance! – o ômega se surpreende com seu tom frio e indiferente. Estava de fato encurralado.
– Eu nunca me arrependeria do tempo que passamos juntos, mas não posso ficar… Adeus Yohan! – ele tira o anel de seu dedo e o deixa na mesa de centro, em seguida pega suas malas e sai do apartamento. Era o fim.
– Porra! – Yohan grita e cai de joelhos, seu peito doi e sua mente da voltas pensando no motivo de tudo ter acabado assim.
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Terça-feira, 14 de junho, 11:15 horas da manhã, Hospital do Câncer, Brasil.
Após um longo voo de onze horas, Enarê finalmente chega ao hospital e apesar de estar extremamente cansado, ele não quer estar em nenhum outro lugar naquele momento. Precisava vê-la.
– Mãe? – ele sussurra ao tocar no ombro da mulher que cochila em uma das poltronas, o que faz com que ela acorde.
– Enarê ? – ela sussurra e logo se levanta para abraça-lo. Estava feliz em ver seu filho, mesmo que fosse naquelas condições.
– É bom te ver!
– É bom te ver também! – ele sorri e beija sua testa. Ela não havia mudado nada e isso era reconfortante de alguma forma.
– Preciso ir para casa, pode ficar um pouco ?
– Sim, vá descansar! – eles rapidamente se despedem e Enarê se senta em uma das poltronas próximas a cama. Ele apenas a observa de longe, enquanto sua avó parece dormir tranquila.
Após alguns minutos sentado, seu corpo começa a ficar pesado e suas pálpebras se fecham involuntariamente. Dormir havia sido seu ultimo pensamento durante todo esse tempo, por isso logo acabou adormecendo.
Algumas horas depois, ele acorda em um susto, vendo que havia dormido de mais.
– Estava realmente cansado, não é ? – ela da risada e o encara com um olhar surpreendentemente sereno para alguém que deveria estar morrendo.
– Oi vovó, como se sente ? – ele se levanta e vai em sua direção, segura uma de suas mãos e antes de que ela falasse qualquer coisa, Enarê já estava quase chorando.
– Estou bem, apesar de estar morrendo… – ela sorri.
– Por favor, não diga isso!
– Mas é verdade, não é ? Todos morrem um dia! – Enarê suspira e acaricia seu rosto, ela sempre havia sido tão bem resolvida com a morte que isso não o surpreendia mais.
– Certo, mas vamos falar sobre outra coisa! Sabe que eu odeio coisas tristes. – a mulher da risada e segura firme em sua mão. Estava feliz por ver seu unico neto.
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02:15 horas da noite.
Enarê acorda no meio da noite e vai até o banheiro, ainda não havia se acostumado ao horário do Brasil e seu sono parecia ficar cada vez pior. Sempre que fechava os olhos se lembrava de como o alfa o encarava com uma terrível expressão de dor.
– Por que isso doi tanto ? – ele sussurra para si mesmo enquanto encara seu reflexo no espelho. Enarê nem ao menos se reconhecia, nunca havia visto aquela aparência triste e cansada.
– Pare de pensar nisso! – o ômega sussurra novamente e lava seu rosto na pia, em seguida volta para o quarto.
– Por que está acordada ? Deveria descansar! – ele suspira ao vê-la acordada, era sempre teimosa.
– Acabei perdendo o sono… – a mulher sorri e da tapinhas na cama, o convidando para se aproximar. Enarê põe uma das poltronas próxima a cama e se senta, deita sua cabeça sobre seu colo e da um longo suspiro, seu coração finalmente havia se acalmado um pouco.
– Você deveria voltar…
– O que ? Por quê está dizendo isso ? – ele a encara surpreso.
– Sua vida já não é mais aqui… tem alguém te esperando lá, não é ? – ela sorri de forma gentil e acaricia seus cabelos.
– Como sabe disso ?
– Posso ser velha, mas ainda tenho meus truques!
– Ela te contou, não é ? – eles dão risada juntos e ela balança a cabeça confirmando.
– Ele é bom para você ?
– Sim… – o ômega sorri.
– Então me prometa que vai voltar, não quero que perca seu tempo aqui. Entendeu ?
– Vó, eu não posso! – Enarê franze os lábios e seus olhos se enchem de lágrimas. Como poderia voltar sabendo que ele não estaria lá ? Era impossível.
– Claro que pode, tenho certeza de que ele está esperando por você! – a mulher segura sua mão e a aperta com força. Queria encoraja-ló a voltar, aquele já não era mais o seu lar.
– Eu fui muito duro com ele… eu o magoei!
– Você fez isso de propósito ?
– Não, a senhora sabe que eu nunca faria algo assim só pelo prazer de magoar alguém… eu só estava irritado! – a mulher sorri ao ouvir sua resposta, sua criança ainda era a mesma, apesar de ter crescido.
– Eu sei que ele vai te perdoar, então você precisa voltar logo!
– Prometo que vou tentar. – Enarê sorri, sentindo que sua consciência está um pouco mais leve.
Naquela dia, durante o amanhecer, sua avó morreu com uma expressão tranquila em seu rosto. Ela não havia se prendido a nenhum arrependimento ou dor, por isso viveu sua vida da melhor forma que encontrou. Enarê sempre pensou que ela era uma grande mulher.
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Frase retirada do livro “Todas as coisas que eu te escreveria se pudesse” do Igor Pires.
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