La Douce Essence D'un Oméga - Capítulo 21
Sábado, 12 de junho, Salle Azalée, 19:45 horas da noite.
Ao entrarem no salão, todos os olhares são voltados para eles, que chamam a atenção tanto pela sua beleza e elegância quanto pelo fato do alfa estar acompanhado. Yohan sorri e troca elogios, mas acaba se sentindo incomodado com tanta atenção.
– Dr. Yohan, não é ? Sou Elói, é um prazer conhecê-lo. – um homem alto, com cabelos longos e negros se aproxima e cumprimenta o alfa. No mesmo instante, Yohan agarra a cintura de Enarê e o mantém próximo ao seu corpo, como um animal protegendo seu território.
– Vejo que trouxe alguém com você, um ômega muito bonito por sinal. – Elói sorri e tem um leve tom de sarcasmo em sua voz, ele estende sua mão em direção ao ômega, mas é interrompido por Yohan.
– Me desculpe, mas nós temos que ir, ainda preciso falar muitas pessoas. – ambos forçam um sorriso simpático e o alfa se afasta, levando seu precioso ômega.
– Yohan, tudo bem ? – Enarê sussurra.
– Sim, me desculpe por isso… – Yohan suspira e beija o canto de sua boca. Não era comum para ele sentir ciúmes, mas por algum motivo se sente inseguro com aquele alfa.
Durante o resto da noite, eles apenas ficaram sentados em uma mesa, cumprimentando mais pessoas e bebendo alguns drinks. Aparentemente todas as mulheres e ômegas que estavam ali, serviam apenas para enfeitar a festa, já que todos estavam apenas sorrindo e concordando com que seus alfas diziam.
Logo Enarê começa a se sentir sufocado e entediado, não queria ser exibido como um troféu, apesar de saber que essa não era a intenção do alfa.
– Preciso ir ao banheiro. – o ômega sussurra e Yohan concorda com a cabeça. Ele se levanta e caminha em direção ao banheiro, entra em uma das cabines e se senta, estava cansado de todos aqueles sorrisos falsos.
– Quero ir embora… – Enarê sussurra para si mesmo e suspira. Precisava aguentar até o final da noite, mas não sabia se seria capaz, então mesmo estando relutante com a ideia de voltar, ele se levanta e ao sair da cabine encontra novamente aquele alfa, que o encara da cabeça aos pés, como se estivesse pronto para devora-lo.
– Que bom te encontrar aqui, assim podemos finalmente nos conhecer. – Elói lhe da um largo sorriso.
– Sou Enarê. Me desculpe por antes, o Yohan estava com pressa. – o ômega força um sorriso. Não se sentia seguro perto dele.
– Por falar nisso, onde ele está ? – Elói se aproxima, com um olhar maldoso.
– Lá fora… – o ômega fala hesitante e logo é encurralado pelo alfa, que libera seus feromônios e o mantém contra a parede.
– Posso sentir o cheiro nojento dele em você! – Elói sussurra e aproxima o rosto do seu pescoço.
– Se fosse meu ômega, não te deixaria andando por ai sozinho… – Enarê começa a entrar em pânico e suas pernas tremem, ele não tinha forças para afasta-lo. Os feromônios daquele alfa o deixaram paralisado e enojado.
– Não toque no que é meu! – uma voz furiosa surge e Elói é puxado pelos cabelos sendo levado ao chão. Yohan que está completamente fora de si, agarra sua camisa e desfere um soco em seu rosto.
– Yohan! – o ômega grita assustado, mas o alfa não para. Um soco atrás do outro e logo sua mão estava coberta com o sangue de Elói.
Uma terceira pessoa surge durante a briga e agarra o alfa, tentando fazê-lo parar. Essa é a última coisa que Enarê vê antes de desmaiar.
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Hôpital de Bouvardia, 00:15 horas da noite.
– O que porra você estava pensando ? – Adam grita irritado.
– Tem noção de que feriu outra pessoa ? Isso não é brincadeira!
– Ele vai viver ? – ele fala com certo sarcasmo.
– Sim! – Adam revira os olhos.
– Ótimo. – Yohan se levanta da cadeira e pega seu terno, que estava sujo com sangue.
– Aonde vai ? Precisa cuidar dessa mão!
– Preciso vê-lo. – o alfa sai da sala e caminha apressado até o quarto onde o ômega estava. Ao chegar ele o encontra ainda desacordado.
– É tudo culpa minha… – Yohan sussurra e suspira, puxa uma cadeira e se senta ao seu lado, segurando sua mão.
– Eu sinto muito. – a culpa aperta seu peito, não queria que ele visse o seu lado ruim.
Durante toda a noite o alfa esteve naquele quarto, esperando até que Enarê acordasse, vê-lo sorrir era a única coisa que poderia diminuir sua culpa.
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06:15 horas da manhã.
Enarê abre seus olhos devagar, sentindo sua cabeça latejar, mas logo desvia seus olhos para a parte inferior do seu corpo ao sentir algo pesado sobre ele, Yohan havia dormido ali.
– Yohan, acorde. – ele toca levemente no braço do alfa e pode ver as manchas de sangue em sua roupa. Tudo aquilo ainda parecia um pesadelo.
– Como se sente ? – o alfa boceja e sorri ao vê-lo acordado, ele estende sua mão em direção ao rosto de Enarê, mas ele se afasta. Estava com medo.
– Vá para casa trocar de roupa e cuide dessa mão. – ele lhe da um sorriso meio forçado, mas acaricia seus cabelos.
– Me ligue se precisar de algo. – o alfa se levanta e sai, sem dizer mais nada. Enarê suspira e fecha seus olhos, tentando não pensar em nada daquilo.
O ômega acaba adormecendo novamente e ao acordar, vê Emma parada próximo a sua cama.
– Emma ? – ele sussurra, ainda sonolento.
– Ah! Eu te acordei ? Me desculpe.
– Não, tudo bem. – Enarê se senta sobre a cama, tentando se manter acordado.
– Como se sente ?
– Bem… eu acho. – ele fala um pouco hesitante, ainda não sabia como deveria lidar com a situação.
– O que aconteceu comigo ?
– Seu corpo teve um colpaso devido aos feromônios de um alfa dominante.
– O Yohan também é um alfa dominante e isso nunca aconteceu antes. – o ômega fica confuso.
– O Dr. Yohan é o seu parceiro e não usa seus feromônios para te intimidar, essa é a diferença. – ela sorri, parecendo feliz por dizer aquilo.
– Ele esteve aqui durante toda a noite cuidando de você e não saiu do seu lado nem para cuidar de si mesmo. Você é realmente especial Enarê. – o ômega cora e não consegue responder, seus sentimentos estavam confusos, ele não sabia se deveria sentir medo ou não. “Quem é o verdadeiro Yohan ?” Enarê se perguntava, mas não conseguia achar a resposta.
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15:23 horas da tarde.
– Está livre para ir agora, mas não se esqueça de tomar o remédio antes de dormir, okay ? – Adam entrega o remédio e lhe da um sorriso gentil.
– Eu recomendo que fique com seu parceiro, seus feromônios podem te ajudar.
– Entendo. – Enarê suspira e não consegue pensar em nem mesmo olhar para o alfa naquele momento.
– Obrigado Adam. – o ômega força um sorriso e caminha em direção a porta.
– Au revoir. – ele acena e o ômega apenas da uma rápida olhada antes de sair. Ao chegar na entrada principal do hospital, ele vê Yohan parado próximo a porta.
– Posso te levar para casa ? – o alfa ainda estava agitado e preocupado, mas agora tentava ao menos disfarçar.
– Sim. – eles caminham em silêncio até o veículo e permanecem assim durante todo o trajeto até o apartamento do ômega.
– Não se esqueça do remédio e me ligue se precisar. – Yohan estaciona seu carro e o encara, com um falso sorriso em seu rosto e um olhar melancólico. O alfa sentia como se realmente estivesse prestes a perde-lo.
– Quer me dizer alguma coisa ?
– Eu sinto muito, Enarê. – ele afunda seu rosto entre os braços e respira fundo. Não conseguia mais aguentar a culpa.
– Eu perdi a cabeça quando vi aquela cena e eu tentei te proteger, mas no final acabei mostrando algo horrivel e te assustando. – o ômega suspira e finalmente entende, que o Yohan estava longe de ser um homem perfeito e que provavelmente se estivesse em seu lugar, teria feito o mesmo.
– Yohan, tudo bem, não estou assutado.
– Não precisa mentir, eu te conheço bem o suficiente para saber quando sente medo ou quando está mentindo. – Enarê fica envergonhado e se encolhe no banco do corona. Yohan estava certo, ele havia mentido.
– Eu cresci ouvindo que alfas são animais, que reagem com agressividade a menor presença de feromônios em um ambiente e mesmo que não conseguisse senti-los, eu ainda tinha medo de perder o controle. Quando vi meus olhos dourados pela primeira vez entrei em pânico, não queria ser como eles, mas no final acabei sendo como todos os outros. Não sou melhor do que nenhum deles. – Enarê podia sentir a dor em suas palavras e pela primeira vez, também consegue ver fragilidade em um homem tão confiante como ele.
– Obrigado por me proteger. – o ômega se aproxima e acaricia seus cabelos, o alfa se aconchega em seus braços e o abraça.
– Vamos subir, estou cansado.
– Só mais um pouco. – ele o agarra com mais força e Enarê da risada. Desejava poder estar assim o tempo todo.
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Au revoir: usado para se despedir, significa “adeus”.
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