Garland Jujin Omegaverse - Capítulo 11
Em seu quarto, Diego acendeu um pequeno candelabro. Em seguida, puxou o vidro da estante para abri-la. O conteúdo das bebidas era basicamente saque de alta qualidade, do qual serviu um copo… Estava ainda tão confuso que a bebida pareceu ser a única forma de se acalmar. A confusão foi mesmo frustrante, porém a irritação era mais por ele do que por Jill. Nunca tinha se sentido assim e era doloroso. Mesmo ingerindo álcool, sentia mais ansiedade do que calma. Quando Jill se envolvia nas rotinas diárias de sua vida, não havia nada que conseguisse compreender. Até mesmo neste momento, o que irradiava desde o fundo do estômago até o peito era algo muito parecido com desejo. Ao ciúme. Quer dizer, estava completamente convencido de que Jill não olharia para ele durante o jantar porque ainda estaria com raiva. Contudo, era irritante que el conversasse tão alegremente com Toneria. E quando o viu, seu coração se agitou por alguma razão e começou a se sentir sufocado. Enquanto observava seu sorriso inocente, próprio de alguém da sua idade, dirigido completamente ao seu irmão, não conseguiu evitar interromper a conversa.
Se pensasse com calma, não era algo ruim um ômega, que era seu companheiro, conversar com o seu irmão. No fim, era de se esperar que o homem que tinha trazido fosse do agrado de todos. E mesmo assim, se viu obrigado a levar Jill de volta para o quarto. Mas por que motivo Jill era tão duro com ele? Por que sentia que era o único Alfa que ele fechava o coração? Diego se sentiu desconfortável com este tratamento e começou a sentir uma sensação de irritação no fundo do estômago. Não era o mesmo que estar agindo como um homem imaturo, inseguro e sentimental? Nunca tinha se sentido assim na vida. Frustrado e abatido, Diego bebeu muito, lembrando a todo momento o rosto de Jill, que havia sido jogado na cama enquanto seus olhos olhavam em sua direção sem compreender o que estava acontecendo. Lembrava da fraqueza dele ao tentar escapar e a forma com que as roupas dele deslizavam sobre a pele até o ponto de parecer irresistível… No entanto, enquanto tentava ocultar desesperadamente seus desejos, começou a dizer um monte de palavras que soavam como “Faço isso por que é o meu dever”. Ao lembrar daquela expressão familiar, como um coelho que tinha se rendido e espera a morte nas mãos do caçador, Diego tentava recordar onde tinha visto algo similar antes. Para ser honesto, não havia observado com atenção as expressões faciais dele antes de todo este problema, então tinha visto algo parecido deve ter sido recentemente.
Procurando em sua memória uma expressão similar a que Jill fez hoje, Diego levantou a cabeça rapidamente e gritou: “Ah, sim!” Lamentavelmente, havia sido no dia em que o conheceu. Aquela expressão solitária quando segurou o frango nos braços e disse: “Me mataria também?” Neste momento, Jill havia comentado com Diego que aquele não era um frango para se comer “Não sou muito diferente de um frango. Se me mandam cantar, tenho que cantar.” Era uma voz e uma expressão que se podia sentir no ar. A atmosfera de alguém que já não tinha nenhuma esperança ou desejo.
Diego cobriu a boca e murmurou, pensando em tudo o que tinha vivido com ele em tão pouco tempo. A pele trêmula de Jill parecia ainda estar colada ao seus dedos, seu calor, seu cheiro… Não importava o quão forte fosse, tinha estado assustado o suficiente para ficar tremendo todo o momento em que esteve com ele. Mesmo assim, Jill não resistiu nem uma única vez, foi aí que as coisas se complicaram. Disse que não sabia o que fazer e que não ganharia nada suplicando. Seu peito, neste momento, ficou terrivelmente inquieto e barulhento. Talvez ele estivesse falando sério quando pediu para matá-lo naquele primeiro dia? Diego balançou a cabeça e reconsiderou. Ele não gostava de ter que obedecer aos irmão, então pensou que seria muito natural que Jill não gostasse de ter que obedecer alguém.
Mas, então…
“Jill é muito estranho mesmo”
Disse Diego, que ficou de pé em um salto, com o copo ainda nas mãos. Podia ver o entardecer da sua janela e, também, o quarto no terceiro andar que havia sido designado para Jill. Finalmente a luz estava apagada e as cortinas fechadas. Mesmo com um silêncio como nenhum outro, Jill se encontrava ali, atrás daquela porta. Provavelmente todo enrolado nos lençóis de sua cama.
Quando pensava que atrás daquela janela, a qual tinha uma perfeita vista desde o seu quarto, se encontrava um ômega imóvel, começou a se sentir verdadeiramente estranho.
No passado, ao olhar para trás em seu quarto, observava cada um dos ômegas que haviam escolhido para ele. Os ômegas entravam sorateiramente em seu quarto e subiam em sua cama para tentar ter sexo com ele. Quando Diego levantava e os mandava embora, choravam tanto que a vida parecia estar escapando deles. Neste aspecto, Jill era diferente… Mas foi este mesmo comportamento que o fez pensar em um panorama completamente diferente e complicado. O que teria sentido o ômega que invadiu seu quarto? Por que todos eles pareciam estar desesperados pra dormir com ele? Até agora, somente pensava que os ômegas tinham um instinto muito profundo para dar a luz e nunca se perguntou ou pensou o que estava por trás de tudo isso. Claro, mesmo houvesse uma diferença considerável entre um ômega e um alfa, eram pessoas que tinham sentimentos. Nunca tinha parado para pensar, por mais estúpido que parecesse.
Ao lembrar do rosto de Jill, Diego tomou a bebida restante em um único gole. Pegou uma garrafa para beber mais um copo e pensou novamente que seria maravilhoso se pudesse se embriagar. Mas no lugar de servir o copo, Diego voltou a olhar na direção do quarto de Jill. Quanta solidão poderia haver nesta beleza que ainda conservava a imagem de um menino? Ele havia pedido que o matasse quando Diego o viu pela primeira vez e, certamente, uma parte dele ainda esperava que fosse morto agora. Para ele, seu próprio alfa não era mais do que uma besta que devorava ômegas, desta forma era natural que não resistisse. Não importava se o pressionava contra a cama ou não.
“É normal ser odiado”.
Um suspiro profundo escapou de seus lábios. Decepcionado por sua própria incompetência, pensou que só havia uma coisa a se fazer: Encontrar uma maneira de recomeçar com Jill.
Publicado por:
- MDY
minhas outras postagens:
COMENTÁRIOS
Sua Comunidade de Novels BL/GL Aberta para Autores e Tradutores!
AVISO: Novos cadastrados para leitores temporariamente fechados. Se vc for autor ou tradutor, clique aqui, que faremos seu cadastro manualmente.