Garland Jujin Omegaverse - Capítulo 06
“Você não mostrou nenhuma habilidade especial. O que foi? Não se sente bem? Você não está com uma cara boa, deveria descansa.”
O alfa, gentilmente estendeu a mão para Jill que tentava evitar contato visual. Por estar perdido em seus pensamentos, não viu Diego se aproximando. Não parecia boa ideia tê-lo ao seu lado, já que estava tentando passar sem ser notado. Certamente falhou nisso. Mas Diego estava sendo gentil e Jill não podia ser grosseiro e ignorá-lo. E enquanto estavam em silêncio os ômegas perto deles começaram um tumulto.
“Diego-sama, por favor, só ignore este daí.”
“Sim, não precisa se preocupar com ele.”
“Esse ômega fugiu de todas as lições de artes e sempre é castigado. Ele não tem nenhuma habilidade especial para mostrar.”
“É um ômega que não está adequado para um nobre. Na verdade, ele trabalha junto com os outros criados.”
“Mas ele também pertence a família Müller e merece a minha atenção, tanto como vocês.”
Diego, silenciosamente, olhou para trás. Os ômegas ficaram tão vermelhos que pareciam ter sido insultados.
“Mas ele é realmente um desertor!”
“Sim, mesmo tendo nascido na família Müller, sempre mancha o nome da família.”
Os ômegas tinham o semblante muito sério, embora parecessem gostar muito de dirigir insultos a Jill.
“Se escolher o Jill, vai definitivamente se arrepender.”
“Não queremos que digam que nos aproveitamos da sua bondade, Diego-sama, ao te obrigar a levar este um que só causa problemas. É só isso.”
Jill deu um sorriso triste, já que tudo o que diziam dele tinha um fundo de verdade. Inclusive era possível dizer que ele era um ômega rejeitado pela mãe, por isso não restavam dúvidas de que Diego se arrependeria ao escolhê-lo caso se deixasse levar unicamente por sua bela aparência.
Por causa disso, Jill se encolheu cada vez mais.
“Eles tem razão. Você não tem que…”
“Ei, eles podem dizer o que quiserem, mas eu não concordo.” Diego sorriu e em seguida se ajoelhou para olhar Jill nos olhos. “Você tem um talento maravilhoso, só seu. Mesmo quando estava ali parado em pé, sem fazer nada, eu só conseguia ver um ômega elegante e tão brilhante como o sol.”
“Isso é apenas aparência física!”
Quando alguém perdeu a paciência e começou a alçar a voz, se ouviu o som de saltos caminhando em direção ao tumulto. Era a senhora Müller, sorrindo e se dirigindo a eles com graça enquanto se aproximava do lobo.
“Todos os nossos ômegas desejam agradá-lo, Sr. Diego. Como membros da família Müller, é nosso dever apresentar um ômega digno a família Siegfried. O Sr. certamente vai perdoar esses maus comentários.”
“Oh, claro. Entendo que haja uma competitividade.”
“E como Diego-sama disse, este ômega também possui talentos especiais. Ele é muito bom dançando e tocando vários instrumentos musicais. Jill, por favor, nos faria o favor de tocar violino?
“Eu?”
Jill arregalou os olhos com o pedido inusual de sua mãe. Enquanto se perguntava quais seriam as intenções da Sra. Müller, ela se aproximou.
“Como membro da família Müller, você deve entreter nosso convidado e mostrar a ele ao menos uma habilidade. Você prometeu se comportar, lembra?”
“Está bem.”
Realmente pensou que ela era uma mulher desagradável. Diego se levantou e chamou Jill. Certamente a Sra. Müller não perderia a oportunidade de vender Jill. No começo, ela só queria deixá-lo fora dos holofotes, para não se destacar e não ser uma decepção. Mas ela podia ter reconsiderado ao imaginar que seria mais conveniente se Diego escolhesse Jill. No fim das contas, um ômega não parecia ter outra utilidade no mundo a não ser entreter um aristocrata e parir seus filhos. E se agora Diego gostasse dele, Jill seria enviado com êxito a família Siegfried para engravidar e fazer os Müller ganhar mais prestígio do que poderiam imaginar. Várias gerações poderiam se orgulhar deste feito, graças a ele.
Afinal, Jill era apenas uma ferramenta para sua mãe.
Jill suspirou fundo e segurou o violino que outro ômega tocava um instante atrás. Entretanto não tocou as elegantes músicas apreciadas pelos aristocratas, mas sim uma música que tocava no bar da aldeia. Uma melodia rústica e animada, inadequada para uma elegante festa diurna. Jill moveu a parte superior de seu corpo, repetidas vezes, tocando o mais forte que conseguiu. Ele gostava do som do violino, se não fosse uma atividade típica de ômegas, certamente teria se dedicado mais as práticas. Tocar música era divertido, às vezes, Jill tocava para os empregados nos dias de folga. Eles haviam lhe ensinado esta música alegre e de ritmo rápido e quando Jill tocava, todos os empregados da cozinha começavam a dançar e dançar até o anoitecer… Mas hoje, ninguém estava dançando.
Longe de dançar, eles estavam paralisados, pálidos, enquanto Jill, alegre e desinibido, terminava sua apresentação sem fôlego, sua respiração ofegante e caótica ecoava no salão. Largando o instrumento, ele disse ironicamente:
“Minhas sinceras desculpas, essa era a única canção que, um ômega sem educação como eu, poderia tocar.”
Jill soltou o violino e, após fazer uma reverência, saiu do salão. A maioria das pessoas estava concentrada ali, inclusive os empregados, desta forma não havia ninguém no corredor. Porém o silêncio era tão grande que se podia escutar seus passos enquanto saia e logo se escutou um BAM quando a porta bateu.
Jill não podia escutar nenhum som vindo do salão, mas o ar incômodo pareceu pairar a sua volta enquanto apertava os punhos e mordia o lábio. Droga! Havia eito algo realmente estúpido! Deixando seu passado de lado, Jill era adulto agora e não tinha que agir desta maneira. Geralmente não prestava atenção quando escutava coisas ruins e depreciativas a seu respeito. Mesmo que às vezes se sentisse desconfortável e impotente, se abstinha de fazer coisas desnecessárias como desafiar sua mãe. Uma vez passado o impulso de momento, Jill começou a pensar que se irritar ou se opor as zombarias não seria assim tão ruim comparado àquilo que havia feito. Tinha se comportado como uma criança.
De repente, Jill começou a correr em direção ao pátio na esperança de se livrar de seus arrependimentos, mas parou no meio do caminho. Da janela, podia ver o pátio cheio de luz, com árvores e uma suave brisa. Jill respirou fundo na tentativa de se acalmar, agachando junto ao vidro e olhando para as árvores. Teria que se desculpar com sua mãe mais tarde. Não achava que a fúria da Senhora Müller se dissiparia com uma simples desculpa, contudo se pedisse perdão com a cabeça baixa na frente dos convidados, talvez a fúria dos outros ômegas diminuísse e seu castigo seria mais brando. Não tinha a intenção de irritar ninguém nem fazê-los passar por ridículos, mas em situações como esta, simplesmente não podia fingir ser obediente. Talvez ainda tenha um lado infantil em mim.
Quando suspirou e cobriu o rosto com as mãos, escutou alguém chamando. Ao olhar em direção a voz, se assusto ao perceber que era Diego. Jill, virou involuntariamente. Por que ele veio procurá-lo quando tudo o que desejava era ficar sozinho? Embora lamentasse seu comportamento impulsivo, a última coisa que queria era falar com Diego. Odiava aquela maldita roupa de ômega que estava enrolada em suas pernas, dificultando seus movimentos, mas, ainda assim, Jill fugiu em direção ao pátio. No momento em que abriu a porta, em um passo desesperado, foi subitamente agarrado pelo pulso e escutou:
“Me desculpe.”
Diego, que imediatamente se desculpou, parou frente a Jill em silêncio.
“Não quis te assustar. Apenas queria de agradecer pela maravilhosa apresentação de a pouco.”
“Não era uma música adequada para a nobreza.”
Apenas escolheu esta canção para contrariar sua mãe, mas no fim, acabou sendo rude com o convidado. Este comportamento infantil, agora, o envergonhava. Era a segunda vez que encontrava com Diego mas a cada vez, Jill de alguma forma acabou mostrando uma parte dele diferente de seu eu habitual.
“Desculpe. A minha eleição da música não foi adequada.”
Tentou se acalmar e manteve seu olhar longe do dele. Diego apenas riu.
“Não precisa se desculpar. Foi uma música muito divertida e muito… dançante.”
“Não é algo que se possa dançar. Não é uma valsa.”
“Não. Em vez de dançar passos decorados, essa música tinha uma melodia capaz de fazer o corpo se mover naturalmente. Então poderíamos dançar muito bem.”
Estranhamente surpreendido, Jill o encarou fixamente. Como é possível que um homem-fera nobre dance como aldeões? Um sorriso surgiu em seu rosto ao imaginar a cena que não combinava nenhum pouco com o nobre. Diego, mantinha uma aparência séria, o que levava a crer que aquela declaração não era uma piada. Ele certamente é estranho. Quando deixou de sorrir, sentiu que seu arrependimento reprimido havia desaparecido. Ele respirou fundo e se virou para o convidado, mostrando um sorriso mais formal e adequado.
“Fico grato que tenha vindo pessoalmente me agradecer, mas seria melhor voltar ao salão. Seria ruim se corressem rumores a seu respeito por estar perseguindo o ômega mal criado.”
“Não acho que o que você fez foi ruim. Você tocou violino melhor que qualquer um.”
“Você pode achar isso porque nunca ouviu canções como essa. Por favor, volte e escute a apresentação dos outros e verá como foi uma performance simples.”
“Você não vai mais tocar?”
“Não acho que minha mãe gostaria disso.”
“Mesmo se eu pedir pra escutar outra de suas canções?”
Jill suspirou.
“Sabe, eu toquei essa música, não para te agradar ou para que você dançasse… Era uma vingança.”
“Sim, eu sei. Mas eu não vim para escutar música popular.”
“Está procurando um ômega para poder dançar em festas de povoado?”
“E um bom ômega, adequado para a família Siegfried.”
“Então, por favor, volte para o salão.
Jill se inclinou em uma reverência de despedida. Diego deu um passo para trás, como se tivesse desistido por um momento… Enquanto esperava que ele retornasse ao salão, levantou o olhar e viu Diego olhando para ele. Seus olhos azuis gelados se estreitaram como se estivessem sorrindo. Ele então deu um leve aceno de cabeça ao sair. Ele era realmente tão gentil, ou apenas gostou da música? De qualquer forma, não foi ruim encontrar alguém que gostou de sua apresentação. Não importa quem fosse. Claro, Jill não desejava seu afeto e caso esse interesse crescesse demais seria problemático. Mas quando Diego recuperasse os sentidos, evidentemente não escolheria um ômega impulsivo e rebelde. Certamente, o ômega que fosse indicado por sua mãe seria escolhido sem problemas. E se isso acontecesse, então este incidente acabaria e Jill voltaria para sua vida normal… Embora, estranhamente, Diego não desagradasse Jill. Ele não era diferente dos outros alfas, porém se não existissem alfas ou ômegas talvez eles poderiam ter se tornado amigos. Mas provavelmente eles nunca mais voltariam a se encontrar.
Jill pediria desculpas a sua mãe e ela o castigaria enviando-o para a cozinha ou embora com um mercador qualquer. E então os outros ômegas falariam mal dele pela eternidade. Mas uma vez que Diego escolhesse um ômega refinado e elegante, a raiva de sua mãe se dissiparia e os comentários ruins dos outros ômegas seguramente desapareceriam com o tempo.
Jill caminhou em direção ao quarto com esses pensamentos em mente e seus passos pareciam mais leves do que os daquela manhã.
Na carruagem, que voltava da Mansão Müller, o coração de Diego se sentia estranho. Não esperava muito, mas foi uma boa visita. Não se pode dizer que a passagem pela mansão Müller valeu a pena. Originalmente, visitar a mansão Müller era uma tarefa enfadonha, principalmente porque sua família era muito irritante sobre o assunto. “Como membro da família Siegfried, você tem que se esforçar para produzir um herdeiro nobre” ele frequentemente escutava. Mas Diego ainda não estava pronto para ter um filho, sem sentia vontade de ter um no momento.
O irmão mais velho de Diego, Geralt, que seria o próximo patriarca, foi excepcional desde a infância. O segundo filho, Toneria, praticava ativamente o comércio e demostrava talento para os negócios. Talvez pelo fato de crescer observando a superioridade dos dois irmão Diego não se sentisse apto a cumprir o seu dever. Mesmo trabalhando, Diego não se sentia confortável sendo alguém que da ordens e comandar as coisas, por isso apenas se limitava em ajudar Geralt. Era, de certa forma, um desejo honesto de Diego. Poder se concentrar nas coisas que ele gostaria de fazer sem ter que se preocupar como problemas como “um descendente”. Então, mesmo que dissessem a ele que era obrigado a escolher um ômega, Diego relutava ante a ideia. Nem todo mundo desejava ter filhos, mas ninguém poderia entendê-lo. Não era nem um pouco excitante ficar esperando na cama sem estar interessado. Porém, sem escolha e completamente incomodado com a situação, declarou que ele mesmo procuraria seu parceiro. “Encontrarei uma pessoa que me agrade, através dos meus próprios meios.” Um ômega que o agradasse em vez de um ômega escolhido por outros apenas para ser jogado a força em seus braços o qual ele não lembraria do rosto e muito menos do nome. Se encontrasse um que fosse uma visão agradável, seria ainda melhor.
No primeiro dia em que se dirigia ao território dos Müller, antes mesmo de chegar a mansão, ele se arrependeu por ter dito algo tão estúpido, mesmo que na hora parecesse uma boa decisão… Mas agora estava contente por ter conhecido Jill. Teve medo de Jill não comparecer a festa, mas felizmente a senhora Müller atendeu ao seu pedido de conhecer todos os ômegas.
Jill estava lá, mostrando apenas um olhar relutante e quando se lembrou de toda sua atitude desafiadora e rebelde durante a festa, Diego sorriu: “Esse ômega é realmente interessante.” Ele sabia que o nome Siegfried era um atrativo irresistivelmente atraente para ômegas e que os da família Müller também estavam desesperados para chamar a sua atenção. Mas Jill estava apenas encostado junto a parede, em silêncio, mas ainda assim chamava muito a atenção de Diego.
Quando conheceu Jill, ele estava sujo e coberto de grama e terra, com o cabelo desarrumado, mas parecendo um menino feio… Mas quando vestiu essas peças de roupa, ficou tão belo que sua respiração parou por um segundo. Além disso, tinha a destreza suficiente para tocar seu violino de forma elegante e furiosa sem se despentear. Seu cabelo negro e sedoso e seu corpo esbelto mais pareciam uma pintura. Também havia aqueles lindos olhos azulados e profundos que refletiam a sua força e sua vontade descomunal. Muitos aristocratas, com certeza, ficariam felizes em ter um sucessor com tamanha beleza, mas é óbvio que o comportamento indisciplinado de Jill manteve todos afastado. Diego gostava muito disso. Nunca tinha visto um ômega assim, que parecia uma jovem árvore que ainda não sabia onde firmar as suas raízes e que certamente não entraria furtivamente em seu quarto para tentar ter um bebê.
Diego não queria um passarinho que quisesse ser um bichinho de estimação, mas sim alguém inteligente que tivesse seus próprios pensamentos. Jill parecia se encaixar nesse critério e se Diego explicasse a situação ele poderia concordar com o arranjo.
“Isso seria conveniente.” Decidiu Diego.
Ao final, tinha escolhido Jill.
Publicado por:
- MDY
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