Garland Jujin Omegaverse - Capítulo 03
O dia seguinte deveria ser o mesmo de sempre. Ajudaria a Stella, justo como havia feito ontem, deixaria as galinhas no jardim e limparia o galinheiro enquanto isso. Os ovos seriam recolhidos e levados até a cozinha, trabalharia duro para arrancar as ervas daninhas e observaria os insetos e as galinhas enquanto bicavam o milho.
Sentia menos tristeza que o dia anterior porque agora tinha pressa para responder a carta de Albert: Ele havia pedido oficialmente que escolhesse uma data para se mudar a casa dele e também uma data para oficializar o noivado. A família Müller tinha uma regra de que um ômega deveria ser enviado a uma família nobre quando crescesse e finalmente completasse dezoito anos. Contudo, no caso de Jill, Abert estava se apoderando de tudo:
“Está tudo bem você se mudar para a minha casa, não precisa esperar o seu aniversário”. Disse Albert. E disse também que falaria com a mãe de Jill em pessoa, e que para fazê-lo se sentir mais a vontade, colocaria uma cama extra no quarto dos dois, com uma cortina separando as duas camas. Exclamou muito feliz que de Jill quisesse, poderia mudar as cores do quarto e se ocupar todo o dia em arrumar tudo o que lhe agradasse. “Temos um cômodo que você pode usar para o que quiser. Podemos colocar uma máquina de costura, uma mesa para dobraduras e posso te dar dois estojos inteiros com linhas para bordados. Também tem uma estante para guardar uma grande quantidade de livros. E eu não me importo se você não trouxer suas malas imediatamente, podemos buscá-las depois.” Enquanto Albert falava, Jill só conseguia pensar que mesmo se deixava a família Müller, seria o mesmo que não sair da mansão, pois não se sentiria verdadeiramente livre. Lamentava profundamente sentir que não poderia ser suficientemente feliz, mesmo vivendo com o amigo de infância que tanto o cuidava.
Albert desejava tanto Jill, mas Jill não podia corresponder aos seus sentimentos. E isso que ele gostava do Albert! Se alguém pedisse que nomeasse a sua pessoa favorita no mundo, não duvidaria, definitivamente, em falar o nome de Albert. Seria agradável estar casado com um valioso amigo de infância que sempre o fazia rir. Não havia falsidade neste sentimento, então parecia adequado dar uma resposta e definir a data do casamento o quanto antes.
Agora estão em março, faltam poucos meses para o seu aniversário e não parece ser uma boa ideia adiar… Continuava cortando ervas enquanto dizia a si mesmo que não podia continuar confuso e indeciso. E depois, decidiu que estaria bem ir até as galinhas por uma hora e logo voltar para espairecer a cabeça.
Entretanto, tão logo quanto abriu o portão, antes de que conseguisse colocar a comida, um frango saltou.
“Oh! Ei!”
O frango saltou, derrubou algumas vasilhas com as patas e saiu correndo com as assas abertas. Não pode voar, mas corre bem rápido e bate as asas com toda sua força. Jill fechou a porta do galinheiro e o perseguiu, saltando pelo arbusto que tinha flores de Enishida.
“Yoyo, não vá muito longe.”
O frango que escapou, era um criminoso conhecido no galinheiro por fugir frequentemente e, claro, sempre era perseguido.
Quando Jill começava a subir pelos galhos, Yoyo já estava esperando com uma expressão desagradável. E quando o frango se moveu e fixou seus olhos em Jill, começou a correr em linha reta.
Jill não se irritava ao perseguir as galinhas, pelo contrário parecia muito feliz enquanto gritava: “Espera Yoyo! Não podemos brincar muito hoje.”
Afinal, graças a fugas diárias, Jill tinha uma desculpa para correr dizendo que estava perseguindo o frango. Não é o que um ômega faz, é claro. Mesmo para um beta poderia ser considerada uma atitude infantil. Entretanto, era uma das poucas coisas que desfrutava. Especialmente em um dia como hoje em que se sentia tão deprimido.
Na verdade, parecia até que Yoyo se divertia ao ser perseguido.
E quando Jiil estendeu a mão Yoyo saltou para o arbusto. Jill gritou: “Yoyo, este é o jardim externo, não podemos entrar ali.”
O lugar da mansão da família Müller, que originalmente era a mansão de um nobre, é incrivelmente intenso. Foi construído a muito tempo, então não só a casa mas também o jardim refletiam a moda antiga. Ao redor do pátio traseiro e no jardim da frente há um lugar imaculado chamado “jardim externo”, de onde se pode desfrutar da natureza rústica e intocada. Um cenário realmente charmoso, mas no qual era difícil perseguir qualquer animal ou pessoa pela ausencia de cercas ou murros. Na verdade era proibido para um ômega estar ali, mas Jill saltou no arbusto. Estaria em apuros se perdesse Yoyo de vista também!
Depois de passar pelos arbustos, que tinham muitas flores amarelas, avistou um bosque e um pequeno pomar. A entrada principal da mansão se manteve com um jardim externo e pradaria se estendia até a parte de trás onde encontrava o bosque. Jill não conseguia encontrar Yoyo rapidamente então franziu a testa. Havia um caminho estreito descendo a encosta que marcava o fim da propriedade… Jill nunca tinha caminhado por ali em toda sua vida, mas se Yoyo fugiu por ali não tinha outro remédio.
Quando se perguntava se deveria dar a volta e voltar, Yoyo apareceu, pequeno e fofo, atrás de uma árvore um pouco mais longe de onde estava. Jill se sentiu aliviado e voltou a persegui-lo:
“Yoyo! Tudo bem fugir, mas já está exagerando hoje. Vamos!”
Contudo, quando se esticou para apanhá-lo, o frango estendeu as asas e pulou na cara de Jill para dar impulso.
“Oh, não, não faça isso! Dói!”
Com a cabeça de Jill sendo usada como trampolim, Yoyo voou tão alto quanto conseguiu e aterrissou elegantemente para logo voltar a correr. Jill, que cuspiu penas, ficou de pé em um salto e voltou a persegui-lo…
E de repente, ele escutou o som de cascos.
Ele enrijeceu e rapidamente se escondeu atrás de uma árvore… Logo, apareceu um cavalo na estrada que estava ao lado de Jill, que continuava olhando e não teve outra opção a não ser cobrir a boca quando quase soltou a voz. Era uma fera lobo quem andava montado em um cavalo marrom bem cuidado. Tinha um corpo grande e majestoso com um brilhoso pelo negro e um corpo firme. O rosto do lobo era firme da testa ao nariz, com olhos azuis pálidos que lembravam gelo e que, além disso, mostravam o inteligente que seguramente era. A primeira vista, tinha uma presença avassaladora, que poderia congelar o coração e o corpo de alguém com um único olhar. Seguramente era um alfa.
O único homem besta alfa que Jill havia conhecido em toda sua vida era seu amigo de infância, Albert. Albert também tinha um corpo abençoado mas, mesmo sendo alto e com uma boa aparência, o lobo que estava na sua frente agora parecia ter uma atmosfera MUITO diferente. Tinha um sinal intenso de que era um governante, mas não consegui saber ao certo desde onde estava olhando.
Enquanto sentia seus pelos se arrepiarem, Jill apertou com força os seus braços contra o corpo. Os sentidos dos homens besta são excelentes, mas esperava simplesmente que o homem-fera passasse sem notá-lo.
O homem besta lobo parou o cavalo.
“Olá, tem alguém aí? Eu queria pedir uma informação.”
“…”
“Este é o caminho para a mansão Müller?”
Foi um tom suave. Jill ignorou a princípio, mas logo se sentiu mal por isso. Especialmente porque o homem foi cortês, então saiu suavemente de trás da árvore… Olhando com cuidado, pareceu ser um aristocrata bastante rico. Seu cavalo estava bem cuidado, muito brilhante, e a roupa antiquada que estava vestindo tinha bordados bem bonitos. A sela do cavalo também estava decorada com figuras tecidas finamente e até as correias tinham joias. Tudo parecia da mais alta qualidade feito a mão com muito cuidado.
O homem desceu do cavalo e fez uma reverência:
“Lamento por chamá-lo tão de repente. Sou da Capital e não conheço as terras por aqui. Escutei de uma pessoa que conheci no caminho que poderia chegar a mansão Müller sem passar pela vila, se viesse por esta estrada. Mas como pode ver, estou perdido.”
Era um comportamento incomum para um aristocrata. Mesmo vendo Jill, tímido e confuso, isso não abalou a sua atitude educada nem apagou seu sorriso. Ainda que o cabelo de Jill tivesse uma aparência sedosa, estava sujo e desarrumado depois de perseguir o frango, inclusive tinha algumas folhas nele. Abriu a boca “É o que parece”, respondeu, segurando fortemente a barra de sua roupa. Depois, com os braços na frente do corpo, como em uma tentativa de se proteger, olhou para o homem-fera lobo que estava parado na estrada abaixo da encosta. No fim das contas, é um Alfa, não importa como olhe. E nunca tinha ouvido falar de um homem-fera alfa que os visitasse sem levar algum presente. Se era uma visita “agendada” tanto os criados como Jill já saberiam. Por exemplo, teriam pedido para ele não sair porque seria desrespeitoso fazer isso na presença de um cliente importante. No entanto, também há a possibilidade de que, tal vez, não fosse um alfa. Não, não há possibilidade deste homem ser outra coisa.
“Que tipo de negócios você tem com os Müller? Tem uma hora marcada?”
A voz dura de Jill fez o homem besta sorrir um pouco avergonhado.
“Sei que posso parecer um pouco rude, mas houve certas circunstâncias… Seria certo dizer que estou com pressa? Queria chegar o quanto antes, por isso peguei um cavalo e corri direto da Capital até aqui.”
“É urgente?”
Jill não conseguia imaginar aquele digno homem besta deixando seus impulsos o conduzirem. Sorriu quando viu a expressão de Jill e disse:
“Estou impaciente. Por que o olhar desconfiado?”
Quando o homem-fera rio, de alguma forma Jill começou a se sentir inevitavelmente tranquilo. Contudo, continuava cauteloso, mas não conseguia ignorar uma atmosfera divertida. Pelo menos, não parecia ser má pessoa.
“Você não pode ver um ômega sem uma hora marcada. Por que não volta amanhã?”
“Pode não ser má ideia, mas acho que seria trabalho em dobro para mim.”
O que ele dizia era verdade. A família Müller só oferecia ômegas para aristocratas que marcavam hora e enviavam presentes antecipadamente. Entretanto, pela aparência “prestigiosa” deste nobre, certamente a senhora Müller não iria recusá-lo.
“Se quer um ômega, tal vez…”
Quanto tento dizer que poderia tentar falar amavelmente a mãe dele em seu nome, Yoyo saltou do arbusto ao seu lado e cacarejou. Jill gritou e correu ladeira a baixo.
“Ah, Yoyo! Volte aqui, seu frango maldito!” Jill o perseguiu, foi até a estrada e saltou em cima de Yoyo, que parecia estar em pânico. Conseguiu segurá-lo rapidamente em seus braços. “Vamos, não lute! Seja bonzinho… fique quieto!
“Bom, se eu achava que estava em um lugar estranho, agora tenho certeza. Ainda mais porque você parece ser do tipo que persegue galinhas. Acho que ele te deu muitos problemas.”
“Não foi tão ruim.”
“Não foi? Esse frango tem cara de quem foge com frequência.”
“Por quê?” Jill, surpreso, deu um passo para trás e olhou para ele com atenção: “Como você sabe?”
O homem besta lobo media mais de dois metros, então Jill precisa levantar bem a cabeça. Ao olhar seus olhos penetrantes debaixo das grandes orelhas pontudas, suas pupilas pareciam suaves, grandes e ternas: “No momento em que você começou a procurar ele mergulhou sem pensar no arbusto. Está acostumado a fugir e acostumado a se esconder.”
O homem besta se aproximou com alguns passos e então estendeu a mão… Jill instintivamente se encolheu.
“Com licença, isso estava no seu cabelo. Não queria ser grosseiro”. Se desculpou, com uma voz suave enquanto entregava a Jill um raminho de arbusto que havia recolhido de seu cabelo.
“Eu nunca ousaria tocar em você de forma imprudente.”
Publicado por:
- MDY
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