Garland Jujin Omegaverse - Capítulo 01
CAPÍTULO 01
A primeira vez que viu o brilhante pássaro amarelo, seu coração acelerou no peito. Seus olhos redondos e brilhantes. Um corpo pequeno que lhe ajudava a manter o seu pescoço e suas asas em movimento todo o dia. Diz a lenda, que quando segua o pequeno pássaro dragão nas mãos, ele permite que você escute uma linda canção e compartilha contigo seu calor.
Ao contrário dos origamis, pássaros reais cativavam Jill mais que a presença de mil joias. Jurou, desde o fundo do seu coração, cuidar deles sem descanso. Por toda a sua vida.
Apreciá-los…
Boas maneiras, instrumentos musicais, canções, origami, corte e costura, bordado: não desfrutava nenhum pouco de qualquer dessas lições ÔMEGAS… mas ao menos havia o consolo dos pássaros. Agradeceria a Albert, seu amigo de infância, por lhe presentear um pássaro dragão porque, mesmo quando estava no quarto, escutar o pássaro o fazia sentir como se estivesse no bosque.
Seu precioso e amado tesouro.
Ele adorava os pássaros porque eram importantes… Tanto que tirou este da gaiola e o deixou livre.
Quando o passarinho voou pela primeira vez, a beleza da ave, que deveria ter sido grande, pareceu monótoma e sem graça. Pensou que ele definitivamente queria voar. Voar de verdade. Se Jill fosse um pássaro voaria no céu. Muito alto. Cortaria o vento, no céu azul profundo e voaria por todo o magnifico verde do bosque. Mas quando abriu a porta para o pássaro dragão, o passarinho saltou e voou alegremente ao redor do teto em grandes círculos. Percebeu o céu fora da janela e se dirigiu diretamente em direção a ele.
Espera!
O pássaro bateu no vidro, que estava bem fechado, e emitiu um gemido de dor. Jill estendeu suas mãos com pressa, pegou ele, o sacudiu várias vezes, tremendo, e finalmente… Percebeu que tinha deixado de se mover. Embora ainda estivesse quente, o corpo que estava perdendo a vida, de repente pareceu perder a cor.
Jill não conseguiu se mover por um longo tempo, segurando um corpo que esfriava lentamente em sua mão.
“É minha culpa.”
Se pudesse ver o mesmo céu azul que via o passarinho todos os dias antes de ser capturado, teria entendido o quanto desejava sair.
Jill não saiu do quarto nem ao menos na hora da refeição e não respondeu ao chamado dos empregados. Os outros ômegas vieram e o encoraram se afogando em lágrimas. Sentado no meio do quarto, com um pássaro.
***
Os meninos, que estavam rondando o quarto para descobrir o motivo do choro, finalmente notaram o que havia nas mãos trêmulas de Jill.
“Você é estúpido, Jill. Por que fez isso com o pássaro dragão? Por que tirou ele da gaiola?”
“…eu não abri a janela. Se tivesse aberto, ele poderia ter saído para o mundo sem morrer.” Soluçou. “Era um presente… Era o meu pequeno bebê.”
“Já… não é culpa sua. Se tivesse deixado a janela aberta, ele teria sido atacado por corvos ou gaviões e teria morrido de qualquer maneira.” Tae se aproximou de seu “irmão”, que estava jogado sobre o piso como se não pudesse respirar. Sentimentos reconfortantes vieram ao seu peito. “Você cuidou bem dele…”
“Eu via ele o tempo todo. Sempre se debatia desesperadamente porque queria voar mais alto. Inclusive essa linda voz que cantava, não era para mim. Era pra falar com seus amigos do bosque. É muito pior estar preso em um lugar assim do que morrer devorado!”
“Você é um egoísta” disse outro “Queria soltar o pássaro, não porque se preocupava com ele, mas sim porque se identificava com a pobre criatura. Está fazendo um papel de vítima!”
…“E você, é feliz aqui? Desculpe por não pular de alegria por aprender a bordar e tricotar para meu futuro cafetão.”
“Oh, não diga coisas assim, Jill. Nós somos ômegas e não prostitutas.” Seu “irmão mais velho” se levantou com orgulho. “Ser ômega é algo especial, você é amado pela condição que nasceu. É algo que nossas mães sempre dizem. Não é verdade? É nossa missão. Vamos ter um esposo e um lindo bebê, por que você iria querer abandonar esta felicidade e sair pelo mundo?
“Er…”
“Até os pássaros são assim. Eles vivem bem aqui. Solte eles e…”
Seu companheiro o olhou, com os olhos cheios de ódio. Atrás dele, até mesmo outro garoto parecia olhar Jill com desdém.
“O passarinho não nasceu no bosque. Como era um pássaro criado por humanos para ser de estimação, não seria possível para ele sobreviver sem que alguém cuidasse dele todo o tempo. Tae tem razão. Ele seria feliz, desde que alguém o amasse.”
Tentou fugir, então morreu de forma inútil. Estavam querendo dizer a ele que só havia esta maneira? Estava cantando. Antes estava cantando… Era porque adorava o amor que estava destinado a ter?
Jill olhou o passarinho em suas mãos. As palavras dos garotos não o convenceram, mas não iria contrariá-los. Não eles. Não para alguém tão magoado quanto eles.
Jill amava o passarinho e por isso queria libertá-lo… Tanto as pessoas como os pássaros, sem importar se são belos ou não, deveriam poder viver em qualquer lugar. Eles não podem sair daqui porque são ômegas. Um ômega é como um pássaro dragão.
Não o deixam livre e se sair, não há um lugar onde possa viver: Um pássaro que não voa.
Um pássaro morto.
Publicado por:
- MDY
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