Amor de Verão - Capítulo 7
– Posso vir te ver mais tarde ? Prometo que faço o jantar. – Daniel acaricia o seu rosto enquanto lhe mostra um sorriso gentil.
– Ah, sobre isso… – Alec desvia o olhar para o lado e parece hesitante.
– Então você é do tipo de uma noite só, não é ? – ele se afasta e sorri um pouco decepcionado.
– Não! Não é isso! – Alec tenta se explicar, não queria que ele entendesse mal.
– Tudo bem, eu entendo. Te vejo por aí, Alec. – Daniel acena com a cabeça e sobe no trator. Alec observa tudo sem reação e se sente um idiota por deixa-lo tão chateado.
– Porra… – ele murmura e deixa um longo suspiro sair.
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Duas semanas depois.
– Que tédio… – Alec resmunga enquanto encara o teto, mas se levanta de repente e está decidido a acabar com aquele desânimo.
– Preciso falar com o Rick… – ele murmura para si mesmo e pega alguns trocados que estavam na sua carteira. Alec caminha até a loja de conveniência e compra algumas fichas para usar o telefone.
– Obrigado, José! – ele acena com a mão direita para o homem, que apenas sorri e acena a cabeça. Alec vai para a cabine telefônica e disca o número, rezando para que ele atenda.
– Alô ? – a voz masculina questiona.
– Rick, sou eu! – Alec fala aliviado.
– Alec, quanto tempo! O que tem feito nesse fim de mundo ?
– Nada, estou entediado! – Alec choraminga, fazendo Rick rir.
– E o cara da loja ? Você não costuma sossegar até conseguir o que quer.
– A gente ficou, mas você sabe. Não transo com a mesma pessoa duas vezes. – ele fala um pouco desanimado e suspira.
– Cacete, você é um maldito playboy! – Rick ri, mas pode notar uma certa tristeza em seu tom de voz.
– Rick! – ele esbraveja.
– Nós dois sabemos que é verdade, Alec. Mas o que me deixa curioso é o porquê você parece tão chateado.
– Não estou chateado, só não quero que ele pense que foi usado por mim. Não era minha intenção!
– Então qual a definição que se usa quando alguém fica te rodeando até conseguir transar e depois some ? – ele o provoca.
– Eu não sumi! Só não gosto de todo esse grude e a obrigação de dar satisfação ou o ciúmes irritante.
– Alec, como foi o sexo ?
– Incrível. – ele responde sem hesitar.
– Então por que está me ligando ?
– Quero que me diga o que fazer… – ele murmura envergonhado. Odiava pedir conselhos, principalmente sobre algo tão idiota.
– Fique com ele. Vocês têm o verão todo para se divertirem, então apenas aproveitem.
– Obrigado, Rick.
– De nada, docinho. – Rick sorri e desliga.
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Enquanto caminha de volta para casa, Alec usa esse tempo para tentar pôr os seus pensamentos em ordem. Ainda não se sentia segura para procurá-lo.
– Alec! – Alana fala animada ao encontrá-lo na estrada e para sua velha caminhonete próximo a ele.
– Oi, Alana. – ele volta sua atenção para a moça e lhe mostra um largo sorriso. Era bom ver um rosto conhecido.
– O que tem feito ultimamente ? É difícil ver o seu rosto esses dias!
– Só estava em casa, não tenho muitos motivos para sair…
– Quer sair para beber hoje ? Uns amigos vão para o bar e seria uma boa oportunidade para te apresentar para o resto do pessoal.
– Claro, eu adoraria. – Alec sorri e dá de ombros. Sair para beber com estranhos era melhor do que passar outra noite sozinho.
– Certo, eu vou deixar uma encomenda para a minha mãe e passo pra te buscar na sua casa, okay ? – Alana fala sorridente.
– Okay, te vejo daqui a pouco!
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– Alana, aqui! – uma moça fala animada enquanto ergue sua mão esquerda.
– Ah, ali! – Alana agarra a mão de Alec e o guia pelo salão de aspecto rústico, mas surpreendentemente limpo e com um ar acolhedor.
– Pessoal, esse é o Alec, o meu vizinho! Ele veio da cidade e vai ficar o verão aqui.
– Olá. – ele sorri um pouco envergonhado. E após todas as apresentações, Alec e Alana se sentam e logo são servidos com um pouco de cerveja.
– Não deve ser nada comparado às bebidas da cidade, mas prometo que é boa! – um dos homens fala sorridente enquanto termina de encher o seu copo.
– Não se preocupe, álcool é sempre álcool! – Alec ri e bebe um grande gole. Ao pôr o copo de volta na mesa, ele acaba se lembrando de que havia dito a mesma coisa para Daniel e acaba sorrindo sem perceber.
Após alguns minutos bebendo e comendo enquanto contam todo tipo de histórias, Alec ouve as duas mulheres ao seu lado murmurando algo interessante.
– É estranho vê-lo aqui, Daniel nunca aceita nossos convites!
– Sim! E quem é aquele cara sentado com ele ? Nunca o vi aqui, mas é bonito…
Alec sente um estranho incômodo se espalhar pelo seu corpo e tenta resistir a tentação de virar para trás e dar uma espiada. Mas apesar dos seus esforços, a sua curiosidade é muito maior.
Ele gira seu rosto para o lado e observa por cima do ombro. Alec vê Daniel conversando casualmente com outro homem que claramente é gay, e logo os questionamentos começam a tomar conta da sua mente, o deixando irritado e inquieto.
– Vou ao banheiro. – ele toma o resto da sua cerveja de uma vez e se levanta, indo para o banheiro. Ao entrar, ele lava seu rosto em uma das pias e deixa um longo suspiro sair, não entendia o porquê se sentia tão incômodo ao vê-lo com outro homem.
– Foi você quem o dispensou, idiota! – ele resmunga e bate na pia. Não queria fazer uma cena e nem impedi-lo de transar com outra pessoa, mas isso realmente o irritava.
– Que merda… – Alec respira fundo e segue em direção a saída, mas ao cruzar a porta, acaba esbarrando com alguém.
– Ah… me desculpa, eu… – ele fala um pouco envergonhado e desorientado. Havia bebido demais.
– Tudo bem ? – Daniel o interrompe e acaricia o seu rosto.
– Eu tô legal, e você ? – Alec se afasta e desvia seu olhar para o lado.
– Eu tô bem. – ele suspira e decide manter uma distância segura. Não queria deixá-lo incômodo.
– Que bom… – Alec sorri um pouco sem graça e coça a nuca, logo um silêncio incômodo toma conta do ambiente.
– Então eu já vou indo, você deveria se apressar e voltar para a sua mesa. – ele acena com a cabeça em direção a mesa.
– Seu amigo não para de olhar para cá. Deve estar te esperando.
– Ah! Na verdade ele…
– Não importa. Boa noite, Daniel. – Alec força um sorriso gentil e segue em direção a mesa que estava antes.
– Ah! Alec, você demorou lá, tudo bem ? – Alana o questiona preocupada ao vê-lo se aproximar.
– Só me sinto um pouco cansado, então eu já vou indo! – ele sorri e tira sua carteira de dentro do bolso de sua calça, tirando algumas notas.
– Pegue, minha parte. – Alec deixa o dinheiro sobre a mesa, em frente a Alana.
– Obrigado pelo convite, te vejo depois! – ele rapidamente se despede e sai do bar, seguindo pela estrada de terra em direção a casa da sua avó. Não queria estragar a festa e agir como uma criança mimada, mas realmente sentia que o clima tinha acabado.
– Droga, por que você está tão irritado ? Como um maldito idiota! – ele resmunga para si mesmo e chuta algumas pedras no seu caminho.
– Só está irritado porque ele é o único cara decente nesse fim de mundo! – Alec para de repente e pensa que finalmente encontrou uma resposta. Não havia outro motivo além desse, era impossível que ele se apaixonasse por um homem após ter feito sexo apenas uma vez.
– Sim, é isso… só pode ser! – ele sorri animado e se sente aliviado. Amar ainda parecia impossível para alguém como Alec.
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