Amor de Verão - Capítulo 3
Uma semana depois.
– Merda… o que eu vou fazer com tantas frutas ? Já fiz todas as receitas dos livros da minha avó! – Alec coça a nuca e se questiona preocupado. Não conseguiria comer tudo aquilo sozinho e todas as tortas, doces, geleias e frutas iriam estragar.
– Deveria dar isso para alguém… – ele suspira e logo algo vem à sua mente.
– Bom, não faria mal um pouco de gentileza entre vizinhos… – Alec sorri e agora tem mais uma desculpa para falar com Daniel, que continua sendo um mistério para ele.
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– Precisa de mais frutas ? – Daniel o questiona inexpressivo.
– Na verdade não, eu só vim te dar isso! – Alec lhe mostra animado a torta fresquinha que havia feito.
– Eu agradeço, mas acho que não deveria aceitar… – ele hesita e pela primeira vez, Alec vê alguma emoção em seu rosto.
– Ah, que isso. Aceita, fiz com tanto carinho. – Alec força um olhar triste e choraminga, tentando convencê-lo.
– Certo, irei aceitar. – Daniel pega a torta e logo sente o cheiro delicioso que ela exala, o deixando faminto.
– Bom, já que aceitou… eu posso te fazer uma proposta ? – Alec lhe mostra um largo sorriso e se debruça sobre o balcão.
– Depende do que seja… – ele murmura hesitante e parece surpreso.
– Quero que saia comigo. Estou interessado em você! – Alec fala de forma natural, já havia feito isso milhares de vezes.
– O quê ?! – Daniel o questiona com os olhos arregalados e o rosto levemente corado. Ninguém nunca havia sido tão direto antes.
– Isso mesmo que você ouviu, tenho interesse em você!
– Me desculpe, mas eu não posso…
– Por que ? Por acaso você namora ou é hétero ? – Alec bufa e apoia seu queixo sobre a palma da sua mão.
– Eu não namoro, só não posso sair com você. – ele gira seu rosto para o lado e se sente envergonhado.
– Bom, você não me disse que era hétero, então isso significa que ainda tenho uma chance! – Alec lhe mostra um sorriso travesso e fica animado. Tinha descoberto uma informação importante.
– Es-espera! – Daniel tenta reverter a situação.
– Eu vou voltar amanhã, e depois de amanhã. Até que você aceite sair comigo, então se prepare docinho, você verá muito o meu rosto! – ele pisca e sorri.
– Ou não… – Alec sussurra logo depois, confiante de que logo ganharia sua atenção.
– Ei, espera aí! – Daniel fala nervoso. Não entendia sua persistência.
– Te vejo amanhã, bebê! – Alec sorri e sai, caminhando animado de volta para casa.
– Bebê ? – ele se questiona e ri. Achava aquele cara estranho.
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No dia seguinte.
– Bom dia, gatinho! – Alec fala ao se debruçar sobre o balcão e logo põe uma sacola sobre ela.
– Bom dia… – Daniel murmura envergonhado e deixa um longo suspiro sair.
– Trouxe geleia para você!
– Obrigado, mas não precisava.
– Ah, que isso. Só aceita o meu presente, okay ? Não precisa ser tão tímido!
– Então foi isso o que fez com todas aquelas frutas ? – ele o questiona enquanto segura o vidro de geleia.
– Sim! O que achou da torta ? – Alec o questiona animado, esperando uma resposta positiva.
– Estava boa…
– Só isso ? – ele faz biquinho e parece decepcionado.
– Muito boa… – Daniel murmura e seu rosto ganha um leve tom avermelhado.
– Sério ? Que bom! – Alec fala animado, mas logo um silêncio constrangedor se forma. Daniel não sabia o que dizer.
– Então… quantos anos você tem ? – Alec o questiona de repente.
– Vinte e sete.
– Uau, é bem mais velho que eu! Só tenho vinte e dois.
– Sério ? É como uma criança! – Daniel ri e acaricia seus cabelos, bagunçando os fios.
– Você riu… – ele sussurra e seus olhos brilham, era a primeira vez que Daniel ria, o que fez o coração de Alec palpitar.
– O que disse ?
– Ah! Nada, nada! – Alec desvia seu olhar para o lado e seu rosto cora. Daniel rapidamente nota sua timidez e sorri, de alguma forma achava ele fofo.
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Duas semanas depois.
Após dias tentando ultrapassar o grande muro que Daniel criou em volta de si mesmo, Alec sente que está começando a ganhar sua atenção, o que o deixa mais próximo do seu objetivo.
– Ah, qual é ?! Só uma vez! – ele força um olhar triste.
– Alec, eu já disse…
– Mas é só um encontro! Não tô pedindo mais nada!
– Só um ? – ele suspira e esfrega os olhos.
– Sim! – Alec fala animado, só precisava de uma chance.
– Certo, então vamos fazer isso. Mas só uma vez!
– Obrigado, não vai se arrepender! – ele fala sorridente e está realmente empolgado.
– Então, o que você quer fazer ? – Daniel suspira.
– Eu venho te buscar à noite. Não se preocupe com nada!
– Okay, se você diz. – Daniel dá de ombros e deixa um sorrisinho escapar. Nunca viu alguém tão animado para um encontro antes.
– Eu venho mais tarde, baby. Espere por mim! – Alec pisca para ele e se despede.
– Que loucura… – ele murmura, mas por alguma razão se sente ansioso para que anoiteça logo.
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– Ah! Espera aí! – Alec toma a frente e abre a porta para Daniel.
– Seja bem-vindo, baby. – ele sorri e o observa ansioso, esperando por sua reação ao ver o que tinha preparado. Daniel entra na casa e realmente se surpreende com o que vê na sala de estar, Alec havia estendido um tapete sobre o chão, preparado vários petiscos e vinho, além de algumas velas e pétalas de rosas enfeitando o local. Aquilo mais parecia um quarto de recém-casados ou algum tipo de pedido de namoro de adolescentes.
– E então, o que acha ? – Alec segura sua mão direita e o puxa para mais perto.
– Você fez tudo isso sozinho ?
– Sim! – ele responde orgulhoso.
– Eu gostei… – Daniel murmura e seu rosto ganha um leve tom avermelhado. Nunca havia sido tão bem tratado antes, Alec era realmente diferente.
– Que bom, então senta! – Alec se senta no chão e pega as taças, abre o vinho e serve um pouco para os dois.
– Eu nunca bebi isso antes… – ele fala envergonhado e pega o objeto.
– Tudo bem, eu também prefiro destilados ou uma boa cerveja. Mas o vinho cria um ótimo clima! – Alec estende sua taça e acena com a cabeça.
– Se você diz… – Daniel murmura e bebe um gole do líquido avermelhado. Ao prová-lo, ele arregala seus olhos e sente o sabor intenso, mas doce se espalhar pela sua boca.
– Pela sua cara, parece que gostou. – Alec também bebe um gole e um sorrisinho se forma em seus lábios.
– É muito bom! – ele bebe outro gole.
– Ei, devagar! Ou vai acabar ficando bêbado muito rápido! – Alec ri e segura seu pulso, sabia bem como o vinho podia enganar.
– Ah… certo… – Daniel concorda envergonhado. Por alguma razão se sentia um idiota do interior quando estava perto de Alec, ele sempre parecia tão esperto e conhecia coisas que Daniel só tinha ouvido falar.
– Então, por que não me fala um pouco sobre você ? Sei que já conversamos um pouco, mas é um bom começo para quebrar o gelo!
– Não há muito o que falar, eu nasci e cresci aqui. Estudei na mesma escola que todos os garotos daqui, nunca fui à cidade e nem fiz faculdade, só ajudo meus pais com as plantações e vendo frutas! – ele sorri, mas parece um pouco decepcionado.
– E você ? Qual a sua história ?
– Eu nasci em uma ótima família, um verdadeiro berço de ouro. Mas a verdade é que sou a ovelha negra e que todos me odeiam, me acham problemático… – Alec suspira e encara o fundo da taça.
– Por que diz isso ?
– Além de ser trans, sou o cara problemático que odeia trabalho e não liga para a faculdade! – ele força um sorriso, e pensa que ninguém o entende de verdade. Não era como se Alec realmente fosse apenas um playboy, só não sabia o que queria fazer ainda e se sentia perdido. Ainda estava tentando se encontrar.
– Espera… você disse trans ? De transexual ? – Daniel o questiona com os olhos arregalados e Alec já espera alguma reação exagerada ou algum comentário idiota.
– Sim… algum problema ? – ele ergue uma das suas sobrancelhas.
– Não! Não! Eu só fiquei surpreso, nunca conheci alguém trans antes. Apenas ouvi falar através de alguns conhecidos. Me desculpe se te ofendi… – Daniel coça a nuca e percebe que fez algo idiota.
– Tudo bem, eu te perdoo. Mas só porque é bonito! – Alec ri.
– E-eu sou bonito ? – ele o questiona envergonhado e cora até as orelhas.
– Quantas vezes eu preciso te dizer que estou interessado em você, até que entenda ? – Alec deixa sua taça sobre o chão e se aproxima, ele acaricia o rosto de Daniel e sorri.
– Posso beijar você ? – ele sussurra e lhe mostra um sorriso astuto.
– Sim… – Daniel agarra sua nuca e o puxa para mais perto, o beijando. Alec se surpreende, mas segue o seu ritmo, entrelaçando sua língua com a dele e explorando sua boca.
– E-espera… se continuar com isso, não vamos parar apenas com um beijo… – ele sussurra ofegante e excitado.
– E porque deveríamos parar ? Não era isso o que você queria ? – Daniel segura sua nuca com mais força e lhe mostra um sorriso travesso.
– Merda, você me pegou! – Alec ri e se senta em seu colo, sentindo o volume na calça de Daniel cutucar sua bunda.
– Posso ser um pouco distante e tímido, mas não sou burro, Alec. Já estive com homens antes. – ele beija o canto de sua boca e com sua mão livre agarra a bunda de Alec, que se assusta, mas acaba deixando um gemido escapar.
– Vamos ver se isso é mesmo verdade!
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