Amor de Verão - Capítulo 19
Alec está parado em um canto, observando o pequeno grupo de pessoas convidadas por Amélia conversarem e beberem animadas. Apesar de ser o motivo pelo qual eles estavam se reunindo naquela noite, ele não sentia ânimo algum em interagir, todos aqueles pensamentos e paranoias o deixaram confuso e abatido.
– Daniel, não conversou com ele ? – Amélia sussurra próximo ao seu ouvido e puxa sua orelha.
– Conversei, conversei! – ele responde enquanto tenta fugir.
– Então por que ele continua com aquela carinha ?
– Eu não sei, mãe. Tentei saber o que o deixou tão chateado, mas o Alec não me disse. – Daniel suspira e coça a nuca, se sentindo culpado.
– Não tenho certeza do que fiz de errado dessa vez. É muito difícil saber o que ele está pensando…
– Então vá até lá e descubra! – ela fala em um tom ameaçador. Daniel apenas sorri um pouco assustado.
– Fácil falar… – ele sussurra para si mesmo e deixa um longo suspiro sair. Não sabia o que fazer.
_______________
Alec vai até a freezer e pega mais uma cerveja, ele abre o lacre e despeja o líquido amarelado em seu copo.
– Alec! – Alana o chama ao se aproximar.
– Pode pôr um pouco para mim ? – ela estende o copo e sorri.
– Claro. – ele também sorri e a serve, em seguida deixa as latas em um balde ao lado da freezer, que servia como uma espécie de lixeiro.
– É uma pena que vá embora amanhã. O verão passou tão rápido! – Alana suspira.
– Soube que tem uma festa aqui depois do verão. Queria muito ir, mas realmente não vou poder.
– Nossa, se você for algum dia, vai amar! – ela fala animada e começa a contar sobre os detalhes da festa. Realmente todos esperavam ansiosos por uma das poucas noites agitadas naquele interior.
– Pensa em voltar no verão que vem ?
– Talvez. Ainda não tenho certeza. – Alec suspira e bebe um gole da sua cerveja.
– Se vier, vai ser ótimo ter você aqui de novo. – Alana lhe mostra um largo sorriso e depois de afasta, voltando para um grupo formado pelos outros convidados. Alec sorri um pouco tristonho e deixa um longo suspiro sair.
– Alec ? – Daniel o chama de repente, o distraindo dos seus pensamentos melancólicos.
– Eu preciso ver se a sua mãe precisa de ajuda. – ele fala rapidamente, parecendo nervoso e tenta se afastar, mas Daniel o agarra pelo antebraço e o puxa para perto do seu corpo.
– Não me evite. Tem feito isso a noite toda.
– Não, eu só… – Alec desvia seu olhar para o lado.
– Qual o problema, Alec ? Fale comigo. – Daniel segura seu queixo com a outra mão e gira seu rosto em sua direção. Ele se mantém em silêncio, o que o deixa irritado.
– Tsk… – ele o segura com mais força e o leva para um local mais afastado.
– Esp-espera! – Alec tenta se soltar, mas Daniel o põe contra a parede e para frente a ele, impedindo que saia.
– Fale. Agora. – ele usa um tom frio e o observa impaciente. Sempre havia atendido aos seus caprichos, mas aquele silêncio realmente o irritava.
– Que relação nós temos, Daniel ? – Alec questiona hesitante, com a voz embargada.
– Bom, nós somos amigos… eu acho. – ele fala um pouco confuso. Nunca havia parado para pensar nisso e muito menos rotular o que havia entre eles.
– Então é isso o que eu sou para você ? Um amigo ?
– Ei, ei! Não vem com isso agora. Foi você quem traçou uma linha entre nós desde o primeiro momento, eu apenas respeitei isso!
– Você tem razão, eu construí esse muro entre nós. Foi minha culpa. – Alec sorri com os olhos marejados e se segura para não chorar.
– Também foi culpa minha ter criado qualquer tipo de expectativa e ter esperado algo mais.
– Algo mais ?
– Eu pensei que você me pediria para ficar, que de alguma forma, o que nós temos agora significasse algo para você…
– Alec, como eu te pediria para ficar ? – Daniel agarra o seus braços com força e o observa fixamente.
– Nós somos de mundos diferentes, por isso você nunca iria se acostumar com a vida no campo. Não quero ser egoísta e te condenar a uma vida que você não quer! – ele fala um pouco alto, mas em seu tom de voz é possível notar uma certa tristeza.
– Não é você quem decide isso! – Alec grita, irritado. Não estava nas mãos de Daniel decidir sobre como ele se sentia ou não, Alec queria ser livre para escolher qual caminho seguir.
– E se algum dia você acordasse e percebesse que não quer mais isso ? Que desperdiçou anos da sua vida maravilhosa na cidade com um caipira como eu ?
– Isso nunca aconteceria!
– E quem pode garantir isso ? Alec, você não combina com esse lugar, estar com seus sapatos caros cheios de lama ou comer feijão com arroz todos os dias, sem todas aquelas coisas chiques que você adora. Isso não é para você.
– Isso não aconteceria porque eu… eu… – Alec hesita e desvia seu olhar para o lado, seu rosto cora e seus olhos se enchem de lágrimas.
– Você o quê ? – Daniel pergunta confuso e se sente ansioso. Não sabia o que estava prestes a sair da sua boca.
– Porque eu… – ele murmura o final da frase, tornando impossível que Daniel entenda.
– Alec, você o quê ? – Daniel questiona novamente, com mais ênfase.
– Porque eu te amo, porra! – ele grita envergonhado. Daniel o encara com os olhos arregalados, atônito com sua confissão repentina, mas logo um sorrisinho se forma em seus lábios.
– Diz isso de novo… – Daniel murmura e se aproxima.
– Eu te amo. – Alec sussurra e desvia o olhar para a sua boca.
– Porra… – Daniel murmura e suspira, em seguida o beija, entrelaçando sua língua com a dele. Estava tão emocionado, que se pudesse, o tomaria ali mesmo.
– E-eu não sei como ou quando isso aconteceu, mas tenho certeza de que esse sentimento não é um simples gostar. Nunca me senti assim antes! – ele sorri enquanto fala e sente seu coração palpitar. Amor nunca pareceu algo possível para Alec.
– Alec… – Daniel sussurra e sente seu coração apertado. Estava se tornando cada vez mais difícil deixá-lo ir.
– Ei, a mãe está chamando vocês! – Carlos interrompe de repente e logo percebe o clima estranho entre eles.
– Eu vou avisar que vocês vão demorar… – ele fala um pouco sem graça e começa a se afastar.
– Não precisa. Já estamos indo. – Daniel força um sorriso gentil e logo depois volta seu olhar para Alec, que o observa confuso e irritado. Ainda queria falar sobre aquilo.
– Nós vamos falar sobre isso mais tarde, okay ? Não quero estragar sua festa. – Daniel murmura enquanto acaricia seu rosto e em seguida beija sua testa.
– Certo… – Alec força um sorriso, tentando parecer bem e se afasta, indo para dentro primeiro.
– O que você…? – Carlos questiona hesitante. Não queria se meter, mas não podia aguentar de tanta curiosidade.
– Nada. É coisa de adulto. – ele deixa um longo suspiro sair e se aproxima, acaricia seus cabelos, bagunçando os fios e sorri.
– Ei! – Carlos esbraveja e tenta desviar.
– Vamos para dentro, vem. – Daniel o segura pelo ombro e o guia em direção ao interior da casa.
– Ele vai ficar bem, né ? – ele questiona envergonhado.
– Vai sim.
– Que bom. A mãe não gosta quando vocês brigam…
– Eu sei, mas para de se preocupar com isso, beleza ? Deveria estar pensando no que vai fazer quando voltar para a cidade.
– Eu já sei o que quero fazer…
– Ah, é ? Então me conta. – Daniel sorri e volta para a festa junto com Carlos. Precisava se distrair ou seus pensamentos o comeriam vivo. A dúvida era agonizante.
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