Amor de Verão - Capítulo 18
Alec abre seus olhos e gira seu rosto para o lado, vendo que Daniel ainda estava dormindo, o que era incomum para ele. Geralmente se levantava assim que o sol saía e preparava o café da manhã.
– Você deve estar cansado… – ele murmura e beija sua bochecha, em seguida se levanta e veste sua cueca que estava jogada no chão do quarto, junto com suas outras roupas e as de Daniel.
– Porra… que dor. – Alec resmunga ao sentir uma pontada de dor em sua lombar e caminha devagar até a cozinha. Ao chegar no cômodo ele confere a geladeira e os armários, vendo que ambos estão vazios.
– Droga, esqueci de fazer as compras. – ele revira os olhos e bufa. Precisava ir até a conveniência e comprar comida antes de que Daniel acordasse.
Alec toma um banho rápido e troca de roupa, em seguida pega as chaves de casa e caminha até a conveniência. Ao chegar, ele vê o dono do local repondo alguns produtos enlatados na prateleira.
– Bom dia, seu José!
– Bom dia, tem recado para você.
– Para mim ? Que estranho, não estava esperando nada. Quem ligou ?
– Seu irmão, disse para você retornar o quanto antes.
– Meu irmão… – ele murmura e sente seu estômago embrulhar, sabia que aquela ligação só podia significar uma coisa.
– Vou ligar pra ele quando terminar aqui. Obrigado! – Alec força um sorriso e recebe um aceno de cabeça como resposta.
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– Bom dia, o que tem para o café da manhã ? – Daniel questiona enquanto se aproxima, havia acabado de acordar e por isso ainda estava com os cabelos desarrumados e o rosto amassado.
– Ovos e torradas. – Alec, que estava terminando de fritar os ovos, mantém sua atenção na frigideira.
– Adoro isso… – ele o abraça por trás e sussurra próximo ao seu ouvido.
– Você adora tudo o que eu faço! – Alec ri e desliga o fogo.
– Bom, isso é verdade. – Daniel dá de ombros e beija sua bochecha, em seguida se aproxima da mesa e puxa uma cadeira para se sentar.
– Que bobo! – ele revira os olhos e trás os pratos, os deixando sobre a mesa.
No mesmo instante, Daniel ataca o prato, enchendo sua boca de comida. Após devorar metade do café da manhã, ele volta sua atenção para Alec e percebe que ele não estava comendo.
– Aconteceu alguma coisa ? – Daniel o pergunta ainda com a boca um pouco cheia.
– Meu irmão vem me buscar no final de semana… – ele murmura.
– Sério ?
– Sim.
– Bom, é uma pena. O festival da cidade está bem perto, mas se você tem que ir…
– É só isso o que vai dizer ? – Alec franze o cenho e sente seu coração apertado.
– E o que você quer que eu diga ? Sabíamos que esse dia chegaria.
– Tem razão, você não precisa dizer nada. – ele força um sorriso e começa a comer. Não era a resposta que esperava.
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– Amélia ? – Alec questiona surpreso.
– Oi, benzinho, ainda bem que você está em casa! – a mulher fala aliviada e entra de repente, seguindo para o interior da casa.
– Eu trouxe uns pãezinhos e um bolinho pra gente tomar café. – Amélia põe as sacolas sobre a mesa da sala de jantar.
– Por que a senhora… ? – ele a segue e inconscientemente começa a ajudá-la a tirar as compras das sacolas e organizá-las na mesa.
– Eu estava aqui por perto e resolvi fazer uma visita. Fiz mau ? – ela faz uma expressão triste.
– Não! Não! – Alec fala de repente. Não queria deixá-la chateada.
– Que bom! – Amélia fala sorridente.
– Bom, então eu vou passar um café pra gente… – ele fala um pouco sem graça.
– Eu te ajudo, benzinho!
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– Está bom ? – ela questiona com um sorrisinho em seu rosto ao vê-lo devorar o seu pedaço de bolo.
– Muito bom… – Alec fala com a boca ainda um pouco cheia e volta a comer.
– Fico feliz que tenha gostado. É o preferido do Daniel. – Amélia fala enquanto encara sua xícara de café e lhe mostra um sorriso tristonho. Alec se sente envergonhado e seu rosto ganha um tom levemente avermelhado.
– Ele te disse que eu vou embora no final de semana, não é ? – ele afasta um pouco o prato e limpa a garganta.
– É tão óbvio assim ? – ela suspira envergonhada.
– Sim! – ele ri.
– Daniel voltou para casa chateado e pensei que tinham brigado, mas quando ele me disse que você vai embora, entendi o porquê.
– Ele não me pareceu nenhum pouco chateado enquanto estava aqui. Na verdade, parecia que ele não se importava.
– Daniel tem o péssimo hábito de esconder o que sente. Sempre foi assim.
– É, eu sei. – Alec força uma risada e deixa um longo suspiro sair. Às vezes não conseguia saber o que ele estava pensando e isso sempre o deixava inquieto.
– Bom, chega dessa conversa triste. Eu não vim aqui para isso! – Amélia fala enquanto gesticula, abanando as mãos, como se estivesse espantando aqueles pensamentos.
– E qual o motivo ? – ele ri, com sua empolgação repentina.
– Já que você vai embora, precisa de uma festa de despedida.
– O quê ? Não, não!
– Ah, deixa de ser bobo, menino.
– Amélia, você não precisa ter todo esse trabalho! – Alec fica ainda mais corado.
– Mas eu quero. Além disso, já organizei tudo!
– Ah, minha nossa… não posso competir com você. Obrigado. – ele sorri um pouco sem graça.
– De nada, benzinho.
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– Rick ? – ele questiona hesitante.
– Alec ? O que foi ?
– Eu só liguei pra avisar que estou voltando no final de semana.
– Sério ? Que bom! Vou avisar ao pessoal e vamos fazer uma grande festa!
– Parece bom…
– Ih, o que foi ? Você não é assim.
– Nada, eu só tô meio chateado com o Daniel…
– Ele fez alguma coisa ? Te machucou ?
– Não, eu só… acho que ele não me vê da forma que eu pensava. Talvez o Daniel pense que o que nós temos agora é algo banal que vai acabar junto com as férias de verão. – Alec murmura e sente um nó se formar em sua garganta. Não queria acreditar que Daniel o trataria daquela forma, mas não via razões para não fazê-lo.
– Você traçou uma linha bem clara, Alec. Nunca deixa que ninguém se aproxime demais. Talvez ele se sinta inseguro também.
– Não acho que ele faça o tipo inseguro. Daniel sempre pareceu tão forte e competente para mim.
– Isso é como você o vê, mas não como ele se vê. Consegue entender a diferença ?
– Sim…
– Pare de sentir pena de si mesmo, garoto. Se quer aquele homem, vá atrás dele! – Rick fala animado, tentando encorajá-lo.
– Você acha que o Julian me deixaria ficar ?
– Seu irmão é um idiota, mas é um idiota que só quer o seu bem. Se ele vir que você está firme em sua decisão, vai aceitar depois de algumas bebidas!
– Obrigado por me ouvir, Rick. – Alec sorri, se sentindo aliviado.
– Obrigado ? Eu quero um pagamento, mocinho. Terapia não é de graça!
– Aceita maçãs como pagamento ? – Alec ri.
– Sim, traga uma caixa cheinha para mim no final de semana.
– Eu vou. – ele suspira e põe o telefone de volta no gancho, encerrando a ligação. Alec fica alguns minutos na cabine, enquanto sua mente dá voltas. Não sabia o que fazer.
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