Amor de Verão - Capítulo 14
– Não vai me contar o que aconteceu ? – Alec murmura próximo ao rosto de Daniel e acaricia sua bochecha.
– Não foi nada, sério… – ele o tranquiliza e aperta a sua bochecha.
– Por que você… – Alec esbraveja, mas para de repente ao ver Amélia se aproximar.
– Alec, venha dançar! – ela fala enquanto segura suas mãos, tentando puxá-lo para a festa.
– Amélia, eu não… – ele desvia seu olhar para Daniel, implorando por ajuda, mas recebe apenas uma risada como resposta.
– Venha, venha! – Amélia o leva e o guia no ritmo da música. Alec tenta acompanhar, mas realmente não era bom naquilo, nunca havia conseguido dançar bem.
Enquanto Alec e sua mãe se divertem, Daniel observa de longe, com um sorrisinho em seu rosto. Poderia facilmente se acostumar com aquela vida.
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– Finalmente te achei! – Alec fala ao ver Daniel sentado no chão em um canto isolado na frente da casa.
– Você é bom, Sherlock. – Daniel ri e dá batidinhas no chão ao seu lado.
– Senta aqui.
– Que engraçadinho! – ele revira os olhos e se senta ao seu lado. Alec apoia a cabeça sobre o seu ombro e se agarra ao seu braço.
– Se não quer falar sobre isso, tudo bem. Eu não vou mais perguntar. – Alec sussurra.
– Eu só não quero te preocupar. – Daniel beija sua testa e acaricia seu rosto. Não achava justo enchê-lo com os seus problemas pessoais.
– Tudo bem, você vai me dizer quando estiver pronto! – Alec se aconchega próximo ao seu corpo e sorri. Sabia que mais cedo ou mais tarde ele diria.
– Está bêbado ? – ele segura seu queixo, o forçando a encará-lo.
– Talvez. – Alec sorri.
– Vem, vamos deitar. – Daniel tenta se levantar, mas é impedido por Alec, que o força a se sentar novamente.
– Não podemos ficar assim mais um pouco ? Eu não quero dormir ainda. – ele fala em um tom manhoso e se agarra ao seu corpo novamente.
– Tudo bem, mas depois vamos dormir. Entendeu ?
– Sim! – ele sorri animado. Adorava quando Daniel cedia aos seus caprichos.
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Ao acordar no dia seguinte, Alec está com uma ressaca terrível e a garganta seca. Ele se levanta e vai até a cozinha beber um pouco de água.
– Bem melhor… – Alec murmura para si mesmo e põe o copo na pia, ao caminhar de volta para a sala, onde estava dormindo com Daniel, ele vê Carlos sozinho no pátio, sentado enquanto observa as árvores com um olhar perdido.
– Carlos, por que está aqui ? – ele o questiona ao se aproximar.
– Não consigo dormir.
– Tem alguma coisa errada ? Vi que você e o seu irmão pareciam estar preocupados.
– É sobre o meu pai. Ele está internado no hospital da cidade.
– Eu sinto muito. Não sabia disso.
– Tudo bem, a gente não fala muito sobre isso. Deixa a mamãe triste. – ele mostra um sorriso triste e desvia sua atenção para Alec.
– O que aconteceu ?
– Ele sofreu um acidente de moto há alguns anos. Eu não me lembro muito bem porque só tinha treze anos e morava em outra cidade com a minha tia.
– E a sua condição é tão ruim assim ?
– Eu não entendo muito bem, mas Daniel disse que ele não pode levantar da cama e que precisa de muitos cuidados.
– Nossa… eu nem sei o que dizer. – Alec coça a nuca e seu rosto ganha um leve tom avermelhado. Não sabia bem como consolá-lo ou se ele queria algum tipo de consolo.
– Não precisa dizer nada. Isso não tem nada a ver com você.
– Quer um abraço ? – ele dá de ombros e sorri um pouco tímido. Carlos ri com sua pergunta e se levanta, o abraçando.
– Se eu puder ajudar em algo, me avise. – Alec sussurra e acaricia sua cabeça. Aquele garoto havia acabado de chegar a maior idade e tinha que lidar com todas aquelas coisas, mesmo que não soubesse como.
– Só fique com o Daniel. Ele gosta de você. – Carlos fala ao se afastar e sorri.
– Ele gosta…? – Alec questiona envergonhado.
– Gosta! – ele ri.
– Ei, vocês dois, para dentro! – Daniel fala um pouco alto de dentro da casa.
– Vamos, deveríamos entrar. – Alec acaricia seus cabelos, bagunçando os fios. Era como ter um irmão mais novo.
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Após passar o dia com Daniel e sua família, Alec volta para casa e antes de deixá-lo ir, precisa tocar naquele assunto.
– Aqui, seu café. – Alec fala enquanto põe a xícara sobre a mesa e logo depois se senta.
– Obrigado. – Daniel sorri e bebe um gole do liquido negro e quente.
– Daniel, eu posso te falar uma coisa ? – ele questiona hesitante.
– Pode, o que quiser.
– O seu irmão me disse que seu pai está acamado depois do acidente de moto.
– Alec, isso não…
– Eu sei que não quer falar sobre isso, mas eu quero ajudar. Se o seu pai está preso a uma cama em algum hospital longe de vocês, não posso só ficar quieto!
– Você não pode fazer nada, Alec. Ele é totalmente dependente de cuidados médicos agora, não podemos trazer o pai para casa sem ter um lugar adequado. – Daniel suspira. Por isso não queria falar sobre este assunto.
– Ele precisa de cuidado domiciliar ?
– Sim, e até fisioterapia.
– Eu posso conseguir isso. Se eu falar com o meu pai ou o meu irmão, eu…
– Alec, não! – Daniel levanta a voz de repente, o interrompendo.
– Mas eu… – ele insiste.
– Alec, eu não quero o seu dinheiro, okay ? Posso ajudar minha família sozinho! – Daniel se levanta e se afasta. Ele respira fundo, tentando se acalmar, não queria ter gritado.
– Eu só tentei ajudar, pensei que podia fazer algo bom com todo esse dinheiro. Mas se você não quer, tudo bem. – Alec murmura com a voz embargada e força um sorriso gentil.
– Não vou insistir. – ele se levanta, tentando segurar as lágrimas.
– Saia quando terminar o café. Eu vou para o quarto.
– Alec, espera! – Daniel tenta para-lo, mas Alec o ignora e some no corredor.
– Porra! – ele bate na bancada da cozinha e deixa um longo suspiro sair. Não queria estragar as coisas.
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– Daniel, tudo bem ? – Amélia o questiona ao vê-lo passar pela sala tão apressado.
– Sim, não se preocupe. – ele responde indiferente e entra no quarto. A mulher suspira e espera alguns minutos, em seguida vai atrás dele.
– Posso entrar ? – ela questiona ao bater à porta.
– Entra.
– O que aconteceu ? – Amélia vai direto ao ponto.
– Eu discuti com o Alec. Foi idiotice, mas acabei gritando… – Daniel coça a nuca e deixa um longo suspiro sair.
– E qual foi o motivo ?
– O Carlos contou sobre o pai e ele se sentiu mal, queria ajudar me dando dinheiro.
– Alec é mesmo um bom garoto. – ela sorri e se aproxima, se sentando na cama ao seu lado.
– Daniel, eu sei que colocamos um grande peso nas suas costas desde que seu pai sofreu aquele acidente. Também sei o quão duro trabalha e os sacrifícios que fez, mas talvez seja a hora de pedir ajuda. Não há mal algum nisso. – Amélia segura suas mãos e fala de forma tranquila, sabia que naquele estado, ele não daria ouvidos a razão.
– Eu… só não quero parecer fraco! – ele murmura.
– Você não é, Daniel. E ninguém nunca pensou isso de você.
– Então por que eu me sinto assim ? – Daniel volta seu olhar para ela e lhe mostra um sorriso triste.
– Você só está cansado. – Amélia beija sua testa e se levanta.
– Vá descansar. O jantar está quase pronto.
– Obrigado, mãe.
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