Amor de Verão - Capítulo 1
– E quando fui para Paris, eu… – ele para de repente ao ver alguém se aproximar.
– Senhor, com licença. – uma moça de cabelos negros e baixa estatura fala ansiosa.
– Sim ? – Alec volta seu olhar para ela e a observa confuso.
– O seu cartão foi recusado.
– Sério ? Que estranho, isso nunca aconteceu antes… – ele ergue as sobrancelhas, surpreso com aquilo, mas não questiona. Alec pega sua carteira que estava no bolso de sua calça e entrega outro cartão a moça.
– Tente com esse, por favor.
– Certo! – ela concorda sorridente, parecendo mais a vontade. Alguns minutos depois a moça retorna e lhe entrega o cartão.
– Foi recusado também…
– Tem certeza ? Meus cartões de crédito são sem limite!
– Alec, tudo bem, talvez tenha sido um erro na máquina. Pague em dinheiro. – o homem sentado do outro lado da mesa tenta acalmá-lo.
– Eu não trouxe dinheiro. Sempre ando com os meus cartões. – ele bufa e revira os olhos.
– Pode pagar hoje ? Estou em um aperto aqui!
– Ah… foi mal, eu tô sem grana também… – o homem coça a nuca e desvia seu olhar para o lado.
– Sério ? – Alec ergue uma das suas sobrancelhas e o observa irritado.
– É, você sabe, não estou tão bem financeiramente e…
– Cara, some da minha frente antes que eu parta sua cara em duas! – Alec esbraveja, assustando o homem. Odiava pessoas como ele, apesar de que frequentemente as encontrava por aí, às vezes era difícil distinguir quem é quem.
– Que se foda, seu merdinha! – o homem esbraveja e se levanta de repente, sumindo na multidão. Alec apenas suspira e volta sua atenção para a moça, que observa tudo em silêncio.
– Posso fazer uma ligação rapidinho ? Preciso saber o que há de errado.
– Ah! Claro, com certeza!
– Obrigado! – ele sorri e desvia seu olhar para o seu celular que está sobre a mesa, mas antes de que pudesse tocar no objeto, três homens enormes, usando terno e óculos escuros se aproximam dele.
– Sr. Dumont, seu pai pediu para fosse conosco até o seu escritório. – um dos homens fala de forma séria, mas intimidadora.
– Porra… – Alec resmunga, já ciente de que estava encrencado.
– Podem pelo menos pagar a conta ?
– Sim. – ele tira um cartão de dentro do paletó e entrega a moça.
– Obrigado! – Alec fala em um tom sarcástico e se levanta.
– Por aqui por favor. – outro homem aponta em direção ao carro.
– Eu sei, eu sei… – ele caminha devagar em direção ao veículo, mas de repente começa a correr pela calçada na direção oposta. Para o seu azar, Alec acaba esbarrando em seu irmão mais velho, que já conhecia sua personalidade.
– Sério ? – ele ergue sua sobrancelha e o segura pela camisa.
– Julian! Maninho! – Alec fala sem graça, tentando disfarçar.
– Sem essa, entra na porra do carro! – Julian o arrasta em direção ao veículo e o joga no banco de trás, entrando logo depois.
– Julian, eu… – Alec tenta se explicar, mas Julian não lhe dá atenção.
– Quieto, Alec! – ele grita irritado, o forçando a ficar quieto.
– Merda…
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– Sr. Dumont, ele está aqui. – a secretária fala ao abrir a porta.
– Mande ele entrar.
– Pai… oi! – Alec fala hesitante ao entrar na sala.
– Recebi uma ligação do diretor da sua faculdade, ele disse que você não tem ido para as aulas. – o homem cruza os dedos e apoia seu queixo sobre eles.
– Eu tenho estado tão cansado esses dias. Você sabe, o trabalho e tudo mais… – Alec força uma expressão triste, esperando convencê-lo.
– O trabalho que você não faz ?
– Pai, sabe que eu… – Alec toca em seu peito e tenta parecer ofendido.
– Acha que eu não sei que não tem vindo para a empresa há uma semana ? Alec, não sou burro. – seu pai o interrompe.
– Porra… – ele resmunga baixinho e o encara com os olhos arregalados. Havia sido descoberto.
– Já chega de toda essa mordomia, Alec. Já te dei muitas chances de se endireitar e encontrar um rumo para sua vida, mas você jogou todas fora.
– Pai, qual é ?! Eu não quero trabalhar na empresa ou fazer faculdade, tudo isso é chato!
– Seu irmão estava certo, nós te mimamos de mais… – ele suspira e esfrega os olhos.
– O Julian ? Ele é um idiota, só está com inveja porque eu sou o filho preferido.
– Chega, Alec! – seu pai grita irritado.
– Conversei com a sua mãe e nós concordamos em te mandar para a casa da sua avó. Vai passar o verão inteiro lá e quando voltar, vai assumir o seu cargo na empresa.
– E se eu não quiser ?
– Seus cartões de crédito vão continuar bloqueados, vou confiscar seu carro e sua casa. Vai estar sem casa e sem dinheiro, o que acha ? – ele lhe mostra um sorrisinho irônico.
– Porra, que inferno! – Alec esbraveja e sai da sala irritado. Seu pai observa em silêncio e deixa um longo suspiro sair ao vê-lo cruzar a porta.
– Espero que isso funcione…
_______________
– Porra, que merda! – Alec esbraveja enquanto joga suas roupas dentro da mala.
– Qual é, cara. É só durante o verão! – a voz masculina que sai do celular tenta acalmá-lo.
– Diz isso porque não é você!
– Cara, relaxa. Só faz o que ele quer e vai ficar tudo bem!
– Não consigo, odeio interior, odeio mato e odeio gente velha! – Alec se joga sobre a cama e bufa. Não queria ceder.
– Sério, o quão ruim pode ser ?
– A casa fica no interior, literalmente no meio do nada. Não tem nem sinal de internet! – Alec vira para o lado e pega seu celular que estava sobre a mesa de cabeceira. Ele segura o aparelho em frente ao seu rosto, encarando seu amigo irritado através da chamada de vídeo.
– Porra… – ele esfrega o queixo e está sem argumentos.
– Viu ?! – Alec grita.
– Dessa vez não dá pra fugir ?
– Não, todos estão me vigiando. Tenho que ir… – ele bufa e revira os olhos.
– Bom, se não tem internet, você pode levar alguns livros, ou melhor, vibradores! – o homem fala animado e ri, já sabendo sua reação.
– Vai me dar brinquedos novos ? Sério ?!
– Sim, vou te dar alguns lançamentos. Passa aqui antes de ir para o seu castigo.
– Obrigado, Rick! Eu te amo tanto!
– Tenho um novo sugador de clitóris e um vibrador três em um, que são incríveis. Todos os clientes que provaram, amaram!
– Vou precisar mesmo, lá só deve ter velho! – Alec choraminga e revira os olhos.
– Tenha um pouco de fé, Alec! – o homem ri. Sempre se divertia com o seu melodrama jovem.
– Estou tentando, mas você… – Alec para ao ouvir alguém bater à porta.
– Preciso ir, os seguranças estão aqui para me levar para o inferno!
– Boa sorte, baby! – o homem ri.
– Vou precisar mesmo. – Alec suspira e desliga, em seguida caminha até a porta e a abre.
– Sr. Dumont, está pronto para ir ? – um homem negro, com quase dois metros de altura e uma áurea assustadora, o questiona.
– Sim, podem levar as malas para o carro, por favor.
– Sim, senhor. – ele acena com a cabeça e gesticula com os dedos, chamando os outros empregados. Alec segue em direção ao veículo e passa pela sala de estar sem se despedir da sua família, que observa toda a movimentação aflita e ansiosa.
Após colocarem todas as malas, o motorista o encara através do retrovisor e lhe mostra um olhar gentil.
– Podemos ir, senhor ?
– Claro, não tenho escolha mesmo. – Alec põe seus óculos escuros e dá de ombros. Havia aceitado o seu destino.
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