A Maldição do Lobo Vermelho - Capítulo 19 - A toca do Boto
— Uau… — Ílios fez uma careta. — Parece que alguém teve bastante trabalho marcando seu território.
Os quatro observavam nauseados as águas turvas que banhavam o povoado. Aparentemente, os humanos que viviam ali não faziam ideia que haviam se tornado presas e muito menos suspeitavam que o predador espreitava logo abaixo de seus pés. Não que os lobos se importassem, mas precisavam cruzar o rio e os feromônios no ar passavam uma mensagem clara.
— O que essas pessoas guardam dentro de casa? — Fengari perguntou tapando o nariz — peixe podre? Que cheiro horrível!
— Não que humanos sejam muito higiênicos, mas dessa vez não é culpa deles — Dásos respondeu rindo — mas… nós conhecemos o responsável, não é Mirrado?
Kardia continuou rosnando sem nem ao menos piscar os olhos. Uma mistura de raiva e vergonha tinham deixado todo o rosto vermelho, até as orelhas estavam coradas e a mão direita apertava com força o cabo da haladie. Dava para escutar o rangido dos dentes sob as quinas pontudas do maxilar quando falou:
— Espero que estejam com fome, pois teremos picadinho de peixe para o almoço.
Ílios e Fengari se entreolharam enquanto Dásos gargalhava. Kardia, por sua vez, saltou do galho em que estava empoleirado e caminhou a passos pesados até a margem mais próxima.
— Eu vou ter que perguntar? — Ílios cruzou os braços.
— Me desculpe, Senhor. — O brutamontes se esforçou para controlar o riso. — É que nós passamos por aqui enquanto estávamos te procurando e acabamos encontrando o dono dessa parte do rio.
— Imagino que não tenham se tornado amigos… — o líder suspirou.
— Na verdade… Eu acho que ele pretendia ser mais que um “amigo” do Mirrado
Dásos segurou a barriga e se abaixou rindo descontroladamente enquanto Kardia continuava marchando rio adentro. O comandante estava completamente focado, caso contrário, não teria deixado passar as provocações do grandalhão e Ílios sabia disso. Não que fosse muito difícil tirar o Mirrado do sério, mas quando ele entrava nesse modo específico, as coisas podiam ficar realmente perigosas.
— Dásos, o que realmente aconte…
Mas Ílios foi interrompido pelo barulho das águas agitadas que engoliram o comandante sem aviso prévio. Antes que pudessem reagir, o som das cordas esticadas sobre os arcos ressoou entre os galhos das árvores e as pontas afiadas das lanças brilharam escondidas dentro das janelas e portas, estavam cercados.
— Fique atrás de mim, Fengari — o líder sussurrou se colocando na frente do garoto — Isso também aconteceu da última vez?
— Não, senhor — Dásos respondeu retomando a compostura.
— Recebemos ordens para não machucá-los, desde que não tentem interferir nos assuntos do mestre — a voz feminina soou de dentro de uma das casas.
— Mestre? — Ílios repetiu encarando Dásos.
O comandante deu de ombros e balançou a cabeça em negativa, estava tão confuso quanto o outro. Algo muito estranho estava acontecendo ali, não era comum ver humanos e “criaturas malignas”, como costumavam chamar as outras tribos convivendo no mesmo lugar. De todas as espécies que habitavam abaixo ou acima dos céus, os “homens”, mesmo sem nenhum atributo físico realmente interessante, eram os que mais causavam confusão.
Sem garras ou presas afiadas, serviram de caça por centenas de anos, mas sua inteligência e facilidade de procriação haviam alterado a balança entre os povos. Hoje em dia, com seus grandes exércitos, dizimavam centenas daqueles que julgavam ser “criaturas demoníacas” ou qualquer outro povo que se opusesse às suas vontades. É claro que ainda não eram páreo para os lobos ou panteras, mas não eram um inimigo a ser subestimado.
— Bem, — Ílios ameaçou com a voz firme — talvez vocês não tenham percebido o que somos, mas esse pequeno destacamento não será páreo para nós.
Um silêncio pesado começou a engolir a coragem dos habitantes, a energia agressiva que o ruivo emanava era o suficiente para fazer com que até as aves empoleiradas nos galhos mais distantes batessem em retirada. Mesmo com o odor pungente do lugar, o líder podia sentir o cheiro salgado do suor que molhava as mãos dos inimigos, eles estavam armados, mas não eram soldados de verdade.
Apesar da coragem inicial, aquelas pessoas sabiam que não seriam capazes de enfrentá-los, mesmo assim, se colocaram em perigo para distrair a atenção dos invasores. Nas águas turvas, nenhum sinal de Kardia ou de seu oponente, apenas o som insistente da correnteza quebrava o silêncio forçado. Essa situação estava começando a ficar incomoda, então Íios rosnou baixo e intensificou seu domínio:
— Não temos mais tempo para gastar aqui, acabe logo com isso, comandante!
Dásos sabia que o líder estava falando com Kardia. Já haviam se passado alguns minutos desde que Mirrado foi submerso e até agora não tinha voltado a superfície, mesmo sendo um guerreiro notável, lobos ainda não conseguiam respirar debaixo d’água ao contrário do senhor desse território.
— Eu vou buscá-lo!
Dásos desceu da árvore e se virou em direção a margem, mas teve que parar no segundo passo, após uma flecha riscar seu ombro esquerdo.
— Eu avisei para não se mexerem, do contrário teremos que matá-los.
A voz feminina estava trêmula, claramente afetada pela energia de Ílios, mas o que mais surpreendeu os lobos foi a capacidade que aquelas pessoas ainda tinham de se mover. Os humanos eram muito suscetíveis aos feromônios dos predadores e precisavam de muito treinamento para resistir minimamente, por isso, mesmo com exércitos bem armados ainda recorriam à magia para lutar contra as grandes feras.
Dásos ignorou o aviso e deu mais um passo, sendo respondido com uma rajada de penas claras que desenharam uma linha que não deveria ser ultrapassada. Uma das setas quase atravessou um pilar de madeira maciça à direita de Ílios, era evidente que essas não eram pessoas comuns.
— Ora, seus… — o brutamontes rosnou.
Uma segunda saraiva riscou o ar, desta vez, mirando o líder dos lobos. Fengari, que havia permanecido encolhido atrás de Ílios, segurou com força seu braço esquerdo enquanto o ruivo girou a espada repelindo as pontas que vinham em sua direção.
— Não precisa ter medo, eu vou te proteger e…
No instante que Ílios virou para acalmar o garoto uma última pena branca zumbiu perto de seu ouvido, mirando o rosto choroso logo abaixo. Em um reflexo rápido, o ruivo segurou a seta, mas a força e a velocidade desenharam um risco vermelho na palma de sua mão. Fengari parou de chorar e começou a tremer encarando o sangue que brilhava dentro do corte.
— Isso não é nada! — O líder riu, quebrando a flecha com o punho. — Não precisa se preocupar…
Mas o garoto tinha uma expressão complicada, não era medo, era a mesma que Ílios viu na floresta e que havia deixado seus instintos em alerta. Os olhos estavam fixos e reluziam amarelos enquanto a boca se contorcia em uma careta ameaçadora que deixava os caninos expostos. Até seu cheiro estava diferente, exalando uma energia intensa de intimidação.
— Você está bem? — Ílios tentou chamar sua atenção. — Diga, se machucou em algum lugar?
Fengari não parecia entender, apenas segurou a mão do ruivo e a levou até a boca.
— O que… o que você…
Ílios estremeceu enquanto o sangue escorria nos lábios ávidos. Ele estava sem reação, a língua quente e úmida fazia cócegas em sua palma, mas os olhos âmbar pareciam querer o devorar. O ruivo podia ouvir os arcos tencionando atrás de si, mas não conseguia se libertar do brilho hipnótico daquelas íris coloridas. Dásos parecia alheio a situação, correndo sem se importar com as flechas até a margem do rio, onde as águas se revoltaram de novo.
— Fengari, acorde — Ílios sussurrou puxando a mão.
Mas o garoto segurou com mais força, encarando o rosto perplexo do ruivo enquanto lambia a pele machucada. “Que droga está acontecendo aqui? Eu preciso me mexer”, Ílios tentava raciocinar, a bagunça de silvos e rosnados estava aumentando e os oponentes se aproximavam rapidamente pelas laterais.
Enquanto isso, Dásos havia se transformado em um enorme lobo vermelho e com o peso do corpo estava destruindo os pilares que sustentavam as casas sobre o rio. Várias toras de madeira boiavam sobre as águas escuras enquanto algumas crianças gritavam dependuradas nas paredes que começavam a ceder. Uma mulher pulou para salvar o filho da correnteza enquanto outra resgatou dois meninos presos as palhas dos telhados.
Kardia arfou, depois de finalmente conseguir chegar à superfície e com um impulso subiu em um dos troncos que flutuavam à deriva.
— Só tem crianças e mulheres aqui! — Dásos rosnou depois de destruir mais uma sequência de vigas.
Kardia piscou algumas vezes mas logo a situação ficou clara:
— Ah! — bufou — Seu maldito, eles não são suas presas. São sua família!
Um reflexo rosado brilhou debaixo d’água e um rabo gigantesco arremessou para longe os troncos em que Kardia havia se equilibrado. O comandante se esquivou a tempo, usando os destroços como ponte, sendo seguido de perto pela barbatana cor de rosa que cortava os pilares com a mesma facilidade que abria caminho pela correnteza.
A silhueta brilhante fez questão de destruir os apoios mais próximos à margem, rodeando os escombros e os empurrando para longe do homem. Lutar na superfície era uma coisa, mas pelejar debaixo d’água era outra completamente diferente e Kardia não queria arriscar ficar submerso de novo. No final, ainda era muito difícil lidar com aquele tipo de sensação.
Instintivamente, o comandante tocou o pescoço gelado. Sentindo as pontas frias dos dedos cerrou os dentes e girou a haladie:
— Me devolva! Me devolva agora!
As longas nadadeiras pararam por um instante e o animal ergueu a cabeça bicuda para fora d’agua, exibindo o pano negro entre os dentes serrilhados. Kardia estava prestes a cair na armadilha quando Dásos rosnou, ameaçando um garotinho que tremia em um dos poucos telhados que ainda estavam de pé. A voz firme que havia ameaçado os três a pouco tempo agora implorava engasgada:
— Por favor! Não o machuque!
As flechas pararam de voar a muito tempo e quase tudo estava destruído. Crianças choravam enquanto as mães tentavam consolá-las sem poder se mexer. A pressão esmagadora que cobria a superfície era tão sufocante quanto as águas turvas do rio e subjugava a todos com a mesma frieza.
Dásos rosnou mais alto, o chão rangeu e alguns tacos de madeira do piso cederam com o peso do animal que se aproximava das paredes colapsadas.
— Mestre… — a mulher tossiu ajoelhada, apertando a garganta — eu imploro…
O grande boto recuou, soltando o xale sobre o tronco e nadando devagar até a margem. Kardia alcançou o adereço com um pulo e continuou seguindo a criatura, saltando sobre os destroços.
— Então vocês invadem meu território, ameaçam minha família e bagunçam minha casa… Tudo por causa de um mal entendido…
A voz grave soou acima da névoa rosada que transformou o animal em um homem alto e musculoso. Sua pele escura brilhava completamente nua sob o sol, os cabelos negros desciam ondulados pelo pescoço e os olhos de quartzo rosa faiscavam afiados enquanto escaneavam os invasores. Sua beleza libidinosa fazia jus ao harém que construiu e mesmo em desvantagem sobre a terra firme, não parecia nem um pouco preocupado.
— “Mal entendido”? — Kardia cuspiu erguendo sua espada — Não se faça de idiota, seu miserável imoral. Você tentou… você… Ah! Eu vou te matar!
— Ah… minha Pitanguinha… fica ainda mais linda quando está envergonhada! — O homem abriu os braços convidativo.
— Eu já disse que sou um homem! Seu peixe fedido, agora pegue sua espada ou prefere morrer como o covarde que é?
Kardia bufava vermelho, enquanto se aproximava do homem que cheirava as axilas e os braços.
— Você me acha fedido, Pitanguinha? Seu olfato é mesmo sensível. A propósito, eu não sou um peixe, eu sou um boto.
— Foda-se! Eu não quero saber e não me chame assim. Se não vai lutar então morra de boca fechada.
O comandante girou sua haladie e investiu contra o homem que continuava sorrindo, mas um som engasgado roubou seu equilíbrio, o fazendo parar. Dásos ainda estava transformado em lobo e agora tossia sobre uma poça do seu próprio sangue.
— Dásos! — Kardia berrou apontando a lâmina para o pescoço do homem — o que você fez com ele?
— Eu não fiz nada — respondeu sorridente — mas acredito que ele tenha sido envenenado por uma dessas aqui.
O homem empurrou com a ponta dos pés uma seta fincada no chão.
— Seu maldito! — O comandante apertou a ponta da arma contra a garganta bem definida.
— Sabe Pitanguinha, meus filhos não são tão indefesos quanto parecem. É normal revidar quando se tem a casa invadida, não é mesmo?
— O que você quer? — Kardia rosnou alto.
— O que eu quero? Hmmm deixa eu pensar um pouquinho… — O homem encarou o rosto cheio de ódio do comandante e afastou a haladie com a ponta dos dedos. — Eu quero você!
— O QUE????? — Kardia explodiu e por pouco não cortou a garganta do oponente. — Eu vou te matar agora mesmo!
— Opa! Cuidado. Se você me matar, seu amigo ali não vai ver o sol se por.
Ele apontou para o lobo que cuspia um bocado de sangue sobre os pedaços de madeira do piso. Kardia procurou por Ílios, mas ele estava ajoelhado, abraçando o garoto. Os dois não haviam se movido por todo esse tempo e apenas uma energia pesada que emanava de lá indicava que ainda estavam vivos. Mesmo que essa aura estivesse afetando apenas os inimigos, dava para sentir a pressão sufocante das ameaças.
— Ílios! — Kardia gritou — Você está ferido?
Não houve resposta. Com toda certeza, seria impossível chegar mais perto dos dois sem sofrer as consequências e dessa distância não dava para saber se estavam envenenados também.
— Hm… tem um pouquinho de cheiro de sangue… mas não parece nada grave — o homem respondeu tocando os lábios.
— Do que você está falando? — Kardia ameaçou novamente com a espada.
— Calma, Pitanguinha. — Ergueu os braços em rendição. — Estou falando dos seus amiguinhos ali. Tão fofinhos abraçados daquele jeito, podia ser a gente mas você não coopera…
— Cala a maldita da boca! — Mirrado gritou forçando a lâmina contra a garganta do homem.
Uma linha escarlate brilhou na pele escura e os olhos faiscaram em tons de rosa claro. Com certeza ele estava se divertindo com a situação, mas sabia dos riscos de continuar provocando o lobo.
— Tudo bem, vamos fazer um acordo justo. Eu vou te entregar o antídoto e depois combinamos minha recompensa — falou sedutor.
— Não confio em você. Diga logo o que quer em troca e pense melhor desta vez — Kardia ameaçou.
O homem estalou a língua e balançou a cabeça em negativa:
— Eu adoraria ficar aqui admirando seu lindo rosto corado, mas aquele cachorrinho ali não vai durar muito mais…
Dasós se contorcia de dor, arfando pesado enquanto o sangue escorria pelo focinho.
— Tudo bem! Eu aceito, agora onde está o antídoto? — o comandante estava desesperado.
O rosto moreno se iluminou em um sorriso deslumbrante, finalmente conseguiu o que queria. Sem hesitação, se aproximou de Kardia que tremia furioso, os olhos azuis estavam escuros e a boca contorcida em uma careta que mostrava os caninos afiados mas o homem não se intimidou. Tocando de leve o maxilar tenso, deslizou os dedos até os lábios avermelhados, que se contraíram enojados.
— Ele deve ser muito importante para você, minha linda Pitanguinha, já que está disposto a me conceder um desejo.
O comandante engoliu seco, controlando a ira:
— O antídoto, maldito.
O sorriso se tornou mais largo, o homem estava aproveitando cada expressão de Kardia. Suas bochechas escuras ganharam um leve tom avermelhado e os olhos rosados brilharam enquanto tocava os próprios lábios:
— Nosso primeiro beijo — falou meloso.
Kardia tremeu nauseado mas antes que pudesse reagir, teve a mão esquerda puxada. Demorou alguns segundos até que a sensação úmida o fizesse crer que o pesadelo que estava imaginando na verdade era real. Com a expressão de um monge, o homem tirou os longos dedos do comandante de dentro da boca. A saliva escorria pelo indicador e o anelar, mas a alma de Mirrado parecia ter escapado do corpo e ele permaneceu atônito.
— Esfregue no ferimento do cãozinho enquanto ainda está respirando, se deixar cair eu vou ter que te lamber de novo.
O homem riu de forma provocativa e arrepios gelados subiram pelas costas de Kardia. Ele queria matar o maldito, mas precisava ver se essa palhaçada era mesmo verdadeira, então preferiu adiar a execução. Sem olhar para a mão melada, apenas correu até o lobo que agonizava no chão.
— Calma, eu trouxe o antídoto — sussurrou enquanto esfregava os dedos sobre o ombro do animal.
Dásos gemeu e em seguida desmoronou. Kardia ficou gelado e seu coração bateu de novo apenas depois de sentir o ar quente que vinha do focinho enorme.
— SEU MADITO! — berrou — você me enganou!
— Não é assim, Pitanguinha. Ele só está descansando agora. — O homem balançou as mãos no ar. — Eu juro!
O comandante estava possesso, mas não podia fazer nada a não ser esperar. Sabia muito bem que venenos potentes como esses não saiam do sangue com tanta facilidade e mesmo com o remédio correto, o tempo de recuperação dependia apenas do corpo do infectado. O som de passos chamou sua atenção e em resposta girou a haladie.
— Não chegue mais perto! — rosnou.
— Como ele está? — a voz de Ílios estava cansada.
— Ílios! Você está bem? Não está ferido, está? — Kardia se levantou tentando examinar o homem.
— Estou bem — respondeu sem emoção.
— Eu administrei o antídoto, agora depende dele. O que aconteceu com o garoto?
O líder encarou o rosto pálido de Fengari que permanecia adormecido em seus braços.
— Ele apenas desmaiou.
Kardia piscou algumas vezes, o cheiro forte que vinha dos dois ainda não tinha se dissipado completamente. Fazia sentido o garoto ter desmaiado, soldados bem treinados teriam dificuldade em suportar aquela pressão, o estranho era que nunca tinha sentido esse tipo de energia vinda do líder. Sua aura assassina era afiada e podia queimar como aço aquecido, mas o que sentiu ali era gelado e sombrio, não causava temor e sim medo.
— Ah! Tudo está bem quando termina bem, não é mesmo? — o homem falou animado.
Ele caminhava tranquilamente pela terra molhada, exibindo um sorriso caloroso e sincero. Ílios estreitou os olhos, mataria primeiro e faria perguntas depois, mas Kardia precisava ter certeza que o remédio faria o efeito correto antes de fatiar e assar o maldito.
— É melhor não se aproximar! — o comandante ordenou.
— Ah! Como assim? Nós já nos tornamos tão próximos — riu.
Kardia tremeu de ódio mas resolveu controlar a raiva:
— Próximos minha bunda, eu nem sei quem você é!
— Ah! Como sou mal educado! — fazendo uma reverência exagerada sorriu — me chamo Netuno, eu sou o Senhor das águas e seu futuro marido.
Publicado por:
- GSK
-
Escrevendo, desenhando, editando e fazendo mais algumas artes por ai.
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