A Estrela do Dragão - Capítulo 5
Capítulo 05
“Espera!”
“Huh, sozinho é um pouco…”
Assim que o homem falou a enfermeira acenou com os braços para impedi-lo e eu fiz o mesmo. Seria um grande problema o médico se machucar porque ele moveu a geladeira errado. Esse comportamento repentino do homem surpreendeu até o doutor que estava relaxado instantes antes. Mas apesar de nossa relutância, o homem prosseguiu.
“…Oh, minha nossa…”
A enfermeira cobriu a boca e soltou um som sutil que eu não sabia se era de admiração ou espanto. Esse homem… Incrível. Ele literalmente ergueu em um piscar de olhos a pesada geladeira e a empurrou para o lado. Com um baque a geladeira se estabilizou e o médico, agora livre novamente, rolou no chão até se levantar e bater levemente na roupa.
“Eu já tinha pensado isso, mas essa força…”
“Huh?”
“…Incrível.”
A palavra ‘monstro’ que veio à minha mente no momento em que o vi no corredor pela primeira vez começou a rondar de novo pela minha cabeça.
O homem inclinou um pouco a cabeça, esfregou as mãos e ajeitou suas roupas. Só então eu notei um detalhe que me havia passado batido. Ele estava vestindo um terno bastante caro. Mesmo empoeirado, o tecido parecia brilhar e a bainha delicadamente ornamentada se revelava quando ele movia as mãos.
Até mesmo eu que não entendo muito dessas coisas posso dizer que é de ótima qualidade. Meu olhar se fixou no rosto do homem depois de o analisar dos pés à cabeça.
Roupas caras ficam ótimas nele. Seu rosto é muito bem definido e dá para notar que o cabelo estava bem arrumado.
Talvez por causa da comoção algumas mechas estão soltas agora, mas mesmo assim o seu rosto faz uma combinação terrivelmente elegante com elas, como se fossem parte do visual e não uma eventualidade.
Me senti envergonhado pela minha aparência toda empoeirada e bati o boné que estava segurando para tentar parecer mais apresentável.
Enquanto eu esfregava com força o tecido para tirar a poeira branca, fizemos contato visual. Ele sorriu para mim até seus olhos se curvarem.
“…Oh.”
Dessa vez, a enfermeira soltou uma clara exclamação e era fácil adivinhar o motivo da admiração. Ele é muito bonito e elegante. Mesmo um homem, como eu, tem de admitir esse fato.
“Ah, nossa, obrigado. Me desculpe por não ter cumprimentado antes.”
O médico, que havia terminado de limpar suas roupas, sorriu e me estendeu a mão. Eu a peguei inconscientemente porque ainda estava estupefato e ele balançou vigorosamente o braço. O sorriso em seu rosto enrugado e bem marcado pela idade com cabelo grisalho foi revigorante. As rugas formadas pela expressão sorridente me chamaram a atenção porque me lembraram os meus pais, então apertei um pouco mais o aperto de mão.
Depois de soltar a minha mão, o médico começou a choramingar em direção ao homem como um grande bebê chorão. Enquanto os dois interagiam, a enfermeira e eu nos apresentamos um para o outro.
“Meu nome é Yoon Soyoung.”
“Eu sou Kang Seongho.”
Yoon Soyoung fechou os olhos e sorriu. Depois de cumprimentar o médico, o homem assentiu levemente e falou.
“Eu sou Kim Doyoon.”
“Ji Sangik! Sintam-se à vontade para falar confortavelmente comigo!”
Assim que o médico terminou de se apresentar, Kim Doyoon sorriu gentilmente e inconscientemente as palavras começaram a sair da minha boca.
“Eu gostaria de pedir um favor, é que…”
Hesitei por não saber como falar nessa situação. Como posso falar confortavelmente* com alguém que é tão mais velho que eu… O médico percebeu meu olhar nervoso, coçou o queixo, sorriu e disse.
[nota*: Na Coréia as pessoas mais novas costumam mostrar bastante respeito aos mais velhos que eles. Faz parte do costume e regras de etiqueta não chamar apenas pelo nome, usar os pronomes de tratamento, se curvar, etc.]
“Se achar difícil apenas me chamar pelo nome, me chame de professor. Pode usar senhor se preferir.”
“Então, senhor, por favor me ajude.”
“Com o que?”
“Tem uma paciente precisando de ajuda perto da porta da frente do hospital. Não sei explicar o que ela tem exatamente, mas parece ser urgente.”
“Vamos lá.”
Ele não precisava de mais nenhuma explicação. O professor disse a Yoon Soyoung para se preparar antes mesmo de eu pensar nas próximas palavras. A enfermeira vasculhou ao redor e colocou várias coisas em um tipo de mochila meio bolsa. Isso é profissionalismo? Observei admirado os dois saindo rapidamente pela porta.
Kim Doyoon tocou no meu ombro.
“Deve ser desconfortável, precisa de ajuda?”
Ele olhou para minhas pernas e eu hesitei por um momento. Mesmo já tendo nos apresentado era um pouco estranho receber ajuda de alguém que eu estava vendo pela primeira vez.
Mas se eu recusasse essa gentileza com certeza acabaria ficando para trás sozinho. Depois de ponderar um pouco a situação cheguei a conclusão de que não era hora para me preocupar com isso.
“Sim, por favor.”
Kim Doyoon sorriu da mesma forma que antes, os olhos se curvaram ligeiramente.
* * *
Pude andar um pouco mais rápido ao usar o ombro de Doyoon como apoio, mas não foi fácil colocar os braços em volta de seu pescoço por causa da nossa diferença de tamanho. No começo foi bem difícil caminhar.
Mesmo colocando força no braço para não sobrecarregar minhas pernas com o meu peso, eu ainda sentia algumas terríveis pontadas de dor. Se eu perdesse a concentração por um instante a corrente elétrica latejante subia fortemente. Foi suportável no início, mas à medida que íamos caminhando meus olhos começaram a lacrimejar.
“Ah, espera, espera.”
“Oh, me desculpe.”
“Por que está se desculpando?”
Os capítulos saem primeiro no wattpad (｡･ω･｡)ﾉ♡
Usuário: @KristalFansub
Também estou postando outra novela lá~
Espero que tenham gostado do capítulo, as reações da enfermeira me representam todinha!!
Como tivemos muito nomes nesse capítulo (acho que só agora apareceu o do protagonista kkkkk) vou por eles aqui para ficar bem explicado:
Kim Doyoon – o homem (Hulk, fortão)
Kang Seongho – nosso prota
Yoon Soyoung – enfermeira
Ji Sangik – médico.
~Cris
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Mais uma alma vagando pelo mundo das traduções~
Amo obras +18, principalmente BL. Vocês podem encontrar as minhas traduções no Wattpad, as atualizações saem primeiro lá ;3
